terça-feira, 8 de março de 2011

CARNAVAL: VIVA OS PRETINHOS DOMANGUE!

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É proibido som automotivo. Daqui a não muito tempo, essa talvez tenha de ser a solução encontrada pela organização do carnaval de Curuçá, nordeste do Estado, para conter a presença cada vez mais massificante dos carros que possuem miniaparelhagens nas traseiras dos veículos. O carnaval da terra do carimbó e dos Pretinhos do Mangue, bloco conhecido internacionalmente, convive há alguns anos com essa presença incômoda e alienígena.
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“Eu não gosto de carimbó e vim para cá porque aqui é festa”, justificava, trôpego pelo álcool, o dono de um desses carros, que impedia que se ouvissem os carimbós executados pelo grupo Soatá. A música tecno era ouvida à distância. “Tá tomando espaço. Atrapalha”, admitia EdmilsonCuruçá, enquanto recolhia latinhas de cerveja espalhadas pelo chão. Campos, o coordenador do desfile principal de
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Curuçá tem um carnaval peculiar. Nele, o que sempre se imaginou foi a união do discurso ecológico com a diversão. O ponto alto, que garante a presença do município no noticiário nacional e internacional, são os Pretinhos do Mangue, cujos foliões embrenham-se no manguezal, lambuzam-se dos pés à cabeça e depois saem às ruas seguindo um trio elétrico com um imenso caranguejo estilizado como carro abre-alas.
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Mais de dez mil pessoas, segundo os organizadores, estiveram presentes no domingo. “É o segundo carnaval. Se bem que Vigia tá devagar. Curuçá é Curuçá”, desafiava um brincante. É claro que não se ranqueia a diversão. Não se mede de forma externa ou objetiva o que cada um sente nesse momento. Vale o espírito com que se encara a festa. Seja ela onde for.
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Na descida para o Porto Pretinhos do Mangue, local alçado à condição de patrimônio público do Estado, crianças, jovens e velhos são indistinguíveis. Buscam, talvez, um contato ancestral com a natureza, com a lama, com a alma infantil. “É a sexta vez que venho, mas só comecei a brincar depois de velha. Foi só aí que tive coragem”, admitia Benedita Campos, 65 anos, enquanto deixava apenas os óculos livres da lama. (Diário do Pará)
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Os foliões se queixam de alguns ambientalistas que classificam de  'xiítas' que acionaram o IBAMA no Pará, para denunciar a agressão provocada pela retirada, em massa,  e continuada, de maneira desordenada, da argila negra que serve-lhes como fantasia,  fato  que, estaria provocando um desequilíbrio e um dano ambiental ainda maior nas áreas do mangue, laboratório e berçário biológico natural, que já encontram-se agredidas por outros meios. O contra argumento dos brincantes é contundente: dizem que após os eventos todos dirigem-se para os igarapés e que, desta forma, a própria água trataria de devolver a lama para o mangue.É pode até ser...


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