A França está assassinando os ideiais democráticos republicanos a pretexto de defender os valores da República. A proibição do uso do véu muçulmano, que entrou hoje em vigor em todo o país, representa uma punhalada nos ideais do Iluminismo e da Revolução Francesa e a volta dos fantasmas da França de Vichy. Ao determinar o veto ao uso público do niqab e da burca, o governo de Nicolas Sarkozy encampa as teses da direita xenófoba de Jean-Marie Le Pen na esperança de lhes reconquistar os votos. A ideia de que a proibição do véu islâmico é uma defesa do laicismo e da sociedade aberta é temerária: e se as mulheres muçulmanas usarem o véu por opção própria, contra a resistência de pais e maridos?
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A verdade é que a sociedade europeia, e a França em particular, jamais conseguiu integrar os "condenados da Terra" de suas antigas colônias que vieram para a metrópole. Uma concepção dita politicamente correta, mas na verdade estúpida, o multiculturalismo, trocou a integração dos imigrantes nessas sociedades pela "preservação de seus valores tradicionais", confinando-os em guetos culturais, numa forma não-assumida de apartheid. Com isso, foi reforçado o domínios de clãs e famílias sobre os indivíduos e fechadas as portas da integração.
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