sexta-feira, 6 de maio de 2011

DUAS OU TRÊS COISAS QUE EU SEI SOBRE BIN LADEN



Osama Bin Laden, morto por Seals americanos no Paquistão
1) Ele estava havia muito tempo no Paquistão, não nas montanhas do Afeganistão, como sustentava o presidente paquistanês Asif Ali Zardaro. Desde 2005 Bin Laden vivia em um luxuoso complexo residencial em Abbottabad, localizada a pouca distância de Islamabad, a capital paquistanesa. Imaginar que o poderoso serviço secreto o país, o temível ISI, não tivesse conhecimento desse fato é querer que acreditemos em duendes. Como o presidente Barack Obama percebeu, é o Paquistão, não o Iraque, o principal problema dos EUA na região. O Paquistão tem um arsenal nuclear e o artífice da bomba paquistanesa, Abdul Qadir Khan, vendeu os segredos à Coréia do Norte, Irã e Líbia. Além disso, os serviços de segurança paquistaneses sempre tiveram excelentes relações com o jihadismo, tanto que montaram a milícia Talebã. Os jihadistas paquistaneses foram os responsáveis pelo assassinato da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto em 2007. Mas o governo paquistanês é um aliado fiel de Washington e recebe cerca de US$ 1 bilhão por ano em ajuda militar para "combater o terrorismo".  

Mujahein com um RPG russo  
2) Embora sempre tenha sido um waabista – fundamentalista islâmico sunita da Arábia Saudita – Osama Bin Laden foi uma cria dos Estados Unidos, na medida em que ganhou notoriedade lutando com os mujahedins (guerrilheiros islâmicos) contra os soviéticos no Afeganistão nos anos 1980. Junto com os mujahideen afegãos nativos, os americanos recrutaram voluntários muçulmanos de outros países, popularmente conhecidos como “árabes afegãos”, e o mais famoso deles foi justamente Osama bin Laden. Na época, ele era um saudita milionário que doou parte de sua imensa fortuna para financiar a luta contra os soviéticos no Afeganistão. Dez anos depois, quando tropas americanas entraram na Arábia Saudita para combater o Iraque na Guerra do Golfo (1991), Bin Laden se voltou contra seus antigos protetores e começou a organizar a Al-Qaeda para expulsar os "infieis" da terra de Maomé.

3) Estima-se que 35 mil muçulmanos estrangeiros de 43 países participaram na guerra contra os soviéticos no Afeganistão. Embora não haja nenhuma evidência direta de que os EUA tenham apoiado diretamente os talibãs ou a Al Qaeda, alguma base de apoio militar do Talibã foi fornecida quando, no início de 1980, a CIA e o ISI forneceram armamentos para os afegãos resistirem à invasão soviética do Afeganistão; e o ISI arregimentou muçulmanos radicais de todo o mundo para lutar contra os soviéticos. Segundo vários analistas, os ataques da Al-Qaeda aos EUA são uma expressão de um fenômeno denominado blowback - uma situação em que as criaturas se voltam contra os criadores.

E o problema é o Irã...

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