Por Ricardo Souza Araújo*
Vivemos um rico período para o movimento estudantil, este ano nas Universidades, é ano de Congresso da UNE onde são pautados os rumos nacionais do movimento estudantil e suas lutas.
Foram de congressos como esse que se irradiou por todo o país as grandes lutas encabeçadas pela entidade, como o combate à ditadura militar, as Diretas Já e o Fora Collor.
Durante muitos anos a história da UNE foi a história da luta democrática no nosso país, como uma das entidades da sociedade civil que tomaram posição de linha de frente em nome de nossos direitos. Infelizmente nos últimos anos a Direção Majoritária vem se burocratizado e fazendo vistas grossas ao corte de verbas de 3,1 bilhões da educação, ao aumento abusivo do salário dos deputados, o descaso governamental com as vítimas das enchentes, e vários escândalos de corrupção como: o Mensalão e os Atos Secretos de Sarney, sendo que a UNE deveria ser a primeira a assumir uma postura crítica, como faria em outros períodos históricos.
Por isso somos Oposição de Esquerda a atual direção majoritária, pois a história provou que as maiores conquistas da educação no nosso país se deram na luta de rua, e valendo-se do espírito jovem e crítico mostramos nosso grande potencial.
Mas este não é o fim da UNE, ela não está defasada, não podemos confundir a cabeça com o corpo, não podemos condenar uma entidade histórica e combativa, pela qual muitos morreram, por conta de uma direção sem compromisso com o movimento.
Não podemos dizer que milhões de estudantes do Brasil todo estão errados por reconhecerem e participarem da entidade sendo que inclusive aprende-se na escola o papel que a mesma desempenhou.
A pergunta que vem à cabeça é porque esse grupo permanece tantos anos na direção majoritária? Entre outros motivos é que o processo eleitoral do Conune é indireto, os estudantes elegem seus delegados (1 delegado a cada 1000 alunos) em suas universidades e no congresso é votada a direção, o que é menos democrático e menos inclusivo.
Então, nós da Oposição de Esquerda, em nossas chapas de Porto Alegre a Belém defendemos para os próximos congressos que a eleição da direção (presidentes, tesoureiros, secretários…) seja direta, nas próprias universidades, proporcionando um debate de propostas mais rico e maior enraizamento na base.
A pergunta que vem à cabeça é porque esse grupo permanece tantos
* Ricardo Souza Araújo é estudante de Políticas Publicas na UFRGS.
Texto publicado no blog da chapa UFGRS Pública e Popular, ligada à Oposição de Esquerda da UNE, que concorre às eleições de delegados na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
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