quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Brasil quer ajudar a Europa, mas impõe condições

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País coloca-se como experiente no enfrentamento de crises e dispõe-se a ajudar UE em troca de processo decisório equilibrado. Enquanto isso, governo faz balanço positivo do primeiro ano Dilma Roussef e traça metas.
Inquietação é a palavra de ordem no governo brasileiro no que se refere à crise europeia. A presidente brasileira, Dilma Rousseff, tem demonstrado publicamente que acompanha de perto o desenrolar da crise e as estratégias adotadas pelos países do continente.

"Ela [Dilma] está colocando no centro das preocupações a necessidade que os países desenvolvidos têm hoje de se colocarem de acordo, seja na União Europeia, seja nos Estados Unidos", disse o assessor especial da presidência para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, em conversa com correspondentes estrangeiros em Brasília nesta quarta-feira (14/12).

Mas o governo brasileiro está preocupado com as medidas adotadas. "Esperamos que esse acordo recente entre os países da União Europeia, com exceção do Reino Unido, possa dar alguma estabilidade, mas temos dúvidas de que essa estabilidade possa vir se outras questões de fundo não forem atacadas", disse ao comentar a decisão tomada pela cúpula europeia de repassar 200 bilhões de euros até a próxima segunda-feira ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

O Brasil, por sua vez, apresenta-se como possível credor. "A posição brasileira no que diz respeito a auxílios é que estaríamos dispostos a fazer as contribuições necessárias via FMI, mas, ao mesmo tempo, acreditamos que essas contribuições devam ser refletidas numa mudança da própria composição da direção do Fundo", alertou Garcia.

Além de inquietação, há um sentimento de temor que ronda o governo brasileiro, que se manifesta em uma dimensão econômica e política. "A Europa é um dos componentes da civilização brasileira e não podemos ficar alheios a esses problemas políticos. Ficamos um pouco inquietos com as consequências que a crise europeia pode ter do ponto de vista do funcionamento do sistema democrático", disse o assessor.


Autora: Ericka de Sá - Revisão: Roselaine Wandscheer

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