sexta-feira, 30 de março de 2012

Demóstenes Torres admite que “está morto” politicamente


Investigado pela Procuradoria-Geral da República por suspeita de envolvimento com o empresário de jogos ilegais Carlos Cachoeira, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) disse nesta quarta (28) a pessoas próximas que "está morto" politicamente, mas que não vai renunciar nem se licenciar do cargo.

 
A interlocutores que estiveram com o senador do DEM nesta quinta (28) em seu gabinete, o senador disse que houve um vazamento intencional das investigações. Na tarde desta terça (27) ele pediu afastamento da liderança do DEM no Senado, em carta enviada ao presidente nacional da legenda, José Agripino Maia (RN).

O destino político de Demóstenes Torres começará a ser definido na próxima semana. Na terça-feira (3), a Executiva Nacional do Democratas (DEM), partido de Demóstenes, marcou uma reunião para decidir se será aberto um processo de investigação interna que pode levar à expulsão dele da legenda.

Ainda nesta quarta, o PSOL protocolou no Conselho de Ética uma representação contra Demóstenes, para investigá-lo por quebra de decoro parlamentar — o que pode acarretar na cassação de seu mandato. Ele ainda corre o risco de ser expulso de sua sigla.

Denúncia

O nome do senador Demóstenes Torres (DEM) aparece em conversas, gravadas pela Polícia Federal, em que o empresário de jogos clandestinos Carlinhos Cachoeira e integrantes do seu grupo mencionam cifras milionárias ligadas ao nome do político.
Roberto Gurgel

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) na quarta-feira a abertura de inquérito para investigar Demóstenes.

Demóstenes admite que recebeu de Cachoeira um telefone especial para conversas entre os dois. A investigação policial gravou cerca de 300 diálogos entre o senador e o empresário de jogos por pelo menos oito meses.

O democrata também ganhou de Cachoeira um fogão e uma geladeira, presentes que segundo Demóstenes foram oferecidos por um "amigo" quando se casou no ano passado.

Fonte: Folha de S.Paulo

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