Trabalhadores continuam parados nos canteiros de obras da usina hidrelétrica de Belo Monte, que está sendo construída na Volta Grande do Rio Xingu, em Altamira, no Pará.
Ontem, quinto dia da greve,
um trabalhador foi preso pela Polícia Militar e dois teriam sido
atendidos no hospital da cidade, segundo Fábio Kanan, armador do Sítio
Canais e Diques de Belo Monte, por causa do gás de pimenta usado pelos
policiais na ação contra os operários.
A coordenadora do Movimento Xingu Vivo para Sempre, a advogada
Antonia Melo, disse que pelo menos 12 trabalhadores estão ameaçados de
demissão por causa das movimentações.
Para hoje, está prevista a realização de uma reunião entre representantes do governo federal, empresas da usina e o sindicato da categoria, em Brasília. Nos canteiros de obras, os trabalhadores se mobilizam para realizar uma assembleia no Sítio Belo Monte. Estão de braços cruzados 8,3 mil trabalhadores.
Ontem, o Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM), responsável pela
obra, adiantou o pagamento dos operários, previsto para a quinta-feira.
Perto de 7 mil trabalhadores receberam seus salários, em dinheiro vivo,
em uma danceteria de Altamira. “O dinheiro é entregue em envelopes de
papel, colocando em risco os trabalhadores”, contou Karan. Três
trabalhadores teriam sido assaltados ontem, logo após receberem o
pagamento. “No mês passado ocorreram 14 assaltos”.
O movimento grevista começou na quarta-feira, 28, em um dos canteiros
da obra. Um acidente de trabalho, que matou um operador de motosserra,
engrossou a paralisação, que atingiu todos os canteiros na quinta (29).
(AE)
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