A deputada federal Elcione Barbalho (PMDB/PA) voltou a
cobrar quarta-feira (16), na tribuna do Plenário da Câmara dos
Deputados, uma solução para a crise financeira
enfrentada pela Centrais Elétricas do Pará -Celpa.
De acordo com a deputada, a situação da empresa é grave e pode levar a um colapso da distribuição de energia em todo o Estado. Em recente entrevista, o administrador judicial da Celpa, mauro Santos, admitiu que a situação da empresa é difícil. A Celpa está sob regime de recuperação judicial desde fevereiro deste ano.
De acordo com o administrador, as agências reguladoras
“fizeram vista grossa” para os problemas da distribuidora. Na última
terça, (15), a administração judicial da empresa
publicou a lista dos credores. O maior deles é um grupo de bancos norte
americanos, cujos créditos com a distribuidora somam cerca de R$ 500
milhões. No total, as dívidas somariam R$ 2,4 bilhões, sendo quase R$ 1
bilhão com instituições financeiras e mais de R$ 500 milhões com a
Eletrobras, uma das acionistas da empresa.
Em seu pronunciamento, a deputada lembrou que absolutamente todos os 143 municípios paraenses são abastecidos com energia distribuída pela Celpa. “A empresa não mais conseguirá crédito para tocar as suas atividades assim como não conseguirá fluxo de conta corrente para prover suas terceirizadas, principalmente as que fazem manutenções das linhas. Já temos informações de que acordos empregatícios e salariais podem estar em risco”, destacou. “O que a empresa já fazia mal, tende a piorar e, ao cabo, estagnar. Se a Eletrobras não pular no bonde e pegar o timão, a estagnação tenderá ao descarrilamento”, reforçou.
Elcione informou aos parlamentares que o Pará abriga a maior geradora nacional de energia – a usina Hidrelétrica de Tucuruí. “Então o Estado viverá a ironia de, ao mesmo tempo, ter a maior geradora nacional de energia e deixar, em seu território, uma situação esdrúxula na qual a população se vê obrigada a voltar à época das lamparinas. Isso sem falar de Belo Monte, que até agora só mostrou os problemas sociais que já está causando e será apenas outra exportadora da energia ali produzida”, reforçou. “A luz das velas em determinadas conjunturas pode até ser romântica, mas na que se apresenta é uma tragédia protagonizada pela negligência”, criticou a deputada.
Diário do Pará
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