quinta-feira, 16 de agosto de 2012

ESGÔTO VIA SATÉLITE - REDE GLOBO, PARA DE ENCHER O SACO DO POVO !

o Pensador da Aldeia atira mais uma pedra no telhado de vidro da "Venus prateada'.

O festival de preconceitos e moralismos em "Avenida Brasil": a "pirigueti" que precisa ser curada curando o gay com o amor cristão do casamento monogâmico


Cultura do Estupro - Avenida Brasil e a naturalização da violência e do ativísmo de sofá
Aqui estou, mais uma vez, falando sobre novela. Enquanto da última vez a minha maior preocupação era a "cura gay" e a "redenção da piriguete", dessa vez o assunto é outro: Estupro. Em pouco tempo tivemos os protestos da prudence e da Nova Schin, e agora, "Avenida Brasil" naturaliza a violência. 
Sabíamos, como disse no outro post, que Roni e Suelen se casariam, o que de fato aconteceu: O gay e a piriguete se casaram. Em tese, o casamento seria de fachada, mas Suelen está determinada a seduzir o marido. A questão é que Roni é gay, o que a Suelen faz? Embebeda o rapaz para seduzí-lo e faz sexo com ele.
No dia seguinte Roni acorda e fica atordoado ao perceber o que aconteceu. Ele a acusa de assédio sexual (Não, Roniquito, o nome disso é estupro de vulnerável mesmo!), diz que vai chamar a polícia que vai processá-la. A reação de Suelen? Ela ri, zomba dele, diz que ele vai ser piada no Divino. Não é à toa que tantas pessoas, homens e mulheres, quando vítimas do estupro se sentem envergonhados e até mesmo culpados. A estigmatização também é responsável pela impunidade dos agressores.
A questão é que em tempos em que figuras nefastas como a psicóloga Marisa Lobo e o deputado Jair Bolsonaro promovem "debates" tentando deslegitimar a proibição do Conselho de Psicologia à chamada "cura gay", a novela exibe um gay fazendo sexo com uma mulher. A prática do sexo não-consensual para fins de cura da homossexualidade é chamada de estupro corretivo.
Estupro corretivo sendo exibido na novela de maior audiência do país, em tom de piada, além da troça que suelen faz da ameaça de processo de Roni, é mais uma manifestação da cultura do estupro naturalizando a violência. 
O pior é que essa não é a primeira cena de estupro que vi em Avenida Brasil, há alguns meses vi uma cena horripilante no núcleo do Cadinho. Um personagem detestável que era casado com duas mulheres e mantinha um relacionamento com mais uma, Alexia. E há uma cena em particular em que o estupro de fato aconteceu.
A cena é a seguinte: Alexia já tinha terminado o relacionamento com Cadinho e estava noiva de outro homem, o Ruy. Cadinho entra na casa dela, veste o pijama do Ruy, passa o perfume do Ruy e tenta estuprá-la enquanto ela usa um tapa-olhos desses de dormir. Ao perceber que se tratava de Cadinho, Alexa tenta expulsá-lo, mas não consegue. Diante da negativa dela, ele a força a fazer sexo com ele, mas no fim, ela parece feliz. 
Então, se ela está feliz, qual o problema disso?
O problema é que essa cena diz o seguinte: "Mulheres dizem não quando querem dizer sim". E essa é uma máxima que ajuda na manutenção da cultura do estupro. Ainda que ela quisesse fazer sexo com o Cadinho, ela disse que não. A vontade dela foi expressa e deveria ter sido respeitada. Não é não.

Fonte:O Pensador da Aldeia

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