O terceiro e
último debate entre Mitt Romney e Obama teve um bom momento de risos, mas traz
reflexões.
Quando o candidato republicano, notório belicista, reclamou contra a
fragilidade da defesa do país, ao afirmar que a Marinha tem menos navios do que
os tinha em 1916, foi contestado com ironia por Obama: mas, governador, também temos menos baionetas e menos cavalos.
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Ao mesmo tempo, a guerra pode ser vista como expediente
do medo. É preciso, nesta razão zarolha, destruir o inimigo, antes que ele
ameace a nossa existência. Não foi a coragem germânica que fez Hitler, mas o
medo. E o medo cresce, na medida em que se acumulam os atos de violência bélica
contra os outros. Sempre se teme a possível retaliação.
Outro problema é o desgaste do poder militar, quando lhe falta o apoio moral dos povos a que pretende servir. Sem convicção é difícil vencer os conflitos armados. É o que ocorreu na guerra do Vietnã, e volta a ocorrer hoje, com relação ao Oriente Médio, não só nos Estados Unidos, mas também na Europa. Ainda assim, os analistas consideram que o debate sobre política internacional interessa menos aos eleitores norte-americanos de hoje. O que os move é a situação econômica, com o empobrecimento da maioria da população, e o enriquecimento, sempre mais atrevido, dos rentistas. O predomínio da ganância, na estrutura do poder nos estados modernos, está – mais uma vez – dividindo as sociedades nacionais. Isso tanto pode conduzir às revoluções libertadoras, quanto à apatia e ao conformismo, sob a tirania plutocrática.
Mauro Santayana
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