Inauguração do sistema vai reduzir a atuação do transporte clandestino
Com a inauguração do sistema BRT (sigla em inglês para Bus Rapid
Transit ou ônibus de trânsito rápido) em Belém, o transporte
alternativo de passageiros através de veículos como kombis e vans deve
deixar de existir em pouco tempo.
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É o que prevê o diretor de Trânsito da Companhia de Transportes do Município de Belém (Ctbel), Elias Jardim. Segundo ele, com as chamadas linhas alimentadoras do BRT entrando nas áreas mais internas dos bairros e não sendo permitida a circulação de ônibus ou outras formas de transporte público na Almirante Barroso e Augusto Montenegro, o transporte alternativo de passageiros perderá a razão de existir. 'O combate também será intensificado e de forma mais repressiva (pela Ctbel). Agora, com as obras do BRT, já retiramos quase todos os clandestinos das avenidas', afirmou Jardim.
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É o que prevê o diretor de Trânsito da Companhia de Transportes do Município de Belém (Ctbel), Elias Jardim. Segundo ele, com as chamadas linhas alimentadoras do BRT entrando nas áreas mais internas dos bairros e não sendo permitida a circulação de ônibus ou outras formas de transporte público na Almirante Barroso e Augusto Montenegro, o transporte alternativo de passageiros perderá a razão de existir. 'O combate também será intensificado e de forma mais repressiva (pela Ctbel). Agora, com as obras do BRT, já retiramos quase todos os clandestinos das avenidas', afirmou Jardim.
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Charles Carvalho, presidente da Federação das Cooperativas de Transporte do Estado do Pará (Fecootranspará), destaca que há cerca de 700 trabalhadores no transporte alternativo que buscam a regulamentação das cooperativas em Belém. 'Hoje transportamos uma média de 175 mil passageiros por dia e temos muitos cooperados que vivem apenas disso. O BRT para nós parece uma ‘caixa de Pandora’, de onde ninguém sabe o que vai sair depois de aberta. Todo mundo ainda tem dúvidas e quem trabalha em transporte de passageiros tem medo. Por outro lado, em Curitiba (PR) ainda existem alternativos com cooperativas. Em São Paulo (SP), 60% do transporte público é com cooperativas, com um mercado tão forte que os cooperados criaram montadoras de micro-ônibus. Temos tudo isso a oferecer e Belém ainda não reconhece a legitimidade das cooperativas. Se hoje temos problemas é por falta de regulamentação', observou Carvalho.
A Ctbel até hoje não reconheceu o transporte alternativo porque os artigos 146 e 147 Lei Orgânica do Município de Belém (Lomb) não mencionam cooperativas como possíveis agentes para o transporte público. Somente são permitidas empresas regulares. A Transuni foi a primeira empresa criada a partir do transporte alternativo e atualmente opera dez linhas dos bairros Pratinha, Tapanã, Sideral, do conjunto Eduardo Angelim e dos distritos de Outeiro e Mosqueiro, com uma frota de 100 carros e transportando 40 mil passageiros diariamente.
Mercado - Quando o
sistema BRT (sigla em inglês para Bus Rapid Transit ou ônibus de
trânsito rápido) começar a funcionar, deverá haver impacto sobre o
mercado de trabalho dos rodoviários e sobre as empresas de transporte na
Região Metropolitana de Belém (RMB). É o que atesta a própria Companhia
de Transportes do Município de Belém (CTBel). A licitação para definir a
empresa que deverá operar o BRT e as linhas alimentadoras foi realizada
em agosto, entretanto, os órgãos envolvidos no processo ainda não se
manifestaram sobre as implicações de tais alterações. Pelos
pré-requisitos estabelecidos pela Ctbel, 20% das 38 empresas que
trabalham na RMB (25 na capital paraense) já estariam fora do sistema. O
Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belém
(Setransbel) adianta que as empresas estão sendo assessoradas conforme
licitações do segmento de transporte realizadas em todo o Brasil para se
prepararem.
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O diretor de Transportes da Ctbel, Paulo Serra, explicou que algumas das empresas ficarão no sistema, mas outras serão criadas ou virão de outras cidades e Estados. Para ele, mesmo que todas as empresas ficassem no sistema, ainda haveria a redução de pessoal, principalmente cobradores. O cargo já vem perdendo postos desde que as empresas passaram a circular com micro-ônibus nos quais o motorista faz o papel do cobrador. “As linhas que operam nos corredores Almirante Barroso e Augusto Montenegro vão sair e não vão concorrer com o BRT. Várias linhas serão alimentadoras. Quando as obras chegarem até o centro de Belém, mais linhas serão removidas, inclusive alimentadoras. Mas deve haver a transformação do cargo de cobrador em bilheteiros e atendimento ou criar mais motoristas para as alimentadoras”, declarou. Ele participou de uma reunião com representantes dos rodoviários na última quarta-feira para debater o tema.
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O presidente do Setransbel, Paulo Gomes, ressaltou que licitações são
procedimentos públicos e todas as empresas estão se preparando para
participar com uma assessoria. “Ficar fora ou não do sistema depende do
processo e não podemos prever o que acontecerá. Por isso estamos
assessorando as empresas a respeito de documentos e prérequisitos
básicos exigidos em licitações do tipo em nível nacional. Estamos
buscando experiência em locais onde isso já ocorreu. Não temos
conhecimento do edital para ver os pré-requisitos da prefeitura e as
mudanças. Também não tivemos acesso ao projeto ainda”, comentou.
Fonte: Orm
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