quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

TRAIR O LULA É O QUE A CASA GRANDE DÁ À DILMA

Por Paulo Henrique Amorim
A Dilma só entra na Casa Grande se deixar o Lula e o PT no portão.

Saiu na Folha: DILMA NA SEGUNDA METADE DO MANDATO

(…) As circunstâncias (percebidas por Lula) deram-lhe a oportunidade. Seu desempenho comprovou a eficácia da ideia, e Dilma vestiu o papel com a naturalidade com que veste seu medonho casaquinho de renda branca. Afastou-se da rotina do Congresso, deixando-o deslizar para um papel perigosamente banal. Mantendo-se longe das tensões provocadas pelo contencioso dos cleptocompanheiros, ela foi um fator relevante no engrandecimento do Judiciário.
(…) Resta a imagem da gerentona, que é tudo o que um país precisa. Seus pibinhos, associados à incerteza criada na gerência das concessões de petróleo, energia e transportes mostram que ela terá os próximos dois anos para confirmar a expectativa. Por enquanto, nas áreas de saúde e educação, produziu mais do mesmo, um mesmo de baixa qualidade. (…)

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Além do emprego de múltiplos chapéus, este colonista da Folha é um historialista: não faz História nem Jornalismo, porque escreveu uma estante de livros para provar que o Geisel e o Golbery são o Washington e o Jefferson (o verdadeiro) da Democracia brasileira.
Como diz um amigo navegante, ele exibe máxima indignação diante de assuntos de mínima relevância.
(É o equilíbrio dos chapéus. Complica a lógica.)
Este artigo natalino, porém, tem virtudes.
Ele elogia a Dilma no que ela tem (na opinião do colonista) de não-Lula.
O bom da Dilma é renegar o Lula e o PT.
Por exemplo: ele diz que a Dilma “colocou na surdina a diplomacia de atabaques que herdou”.
Ou seja, “diplomacia de atabaques” foi a política externa independente e altiva que o grande chanceler Celso Amorim liderou.
O colonista e seu Guia Oculto, o Padim Pade Cerra, preferem a diplomacia que tira o sapato, a Diplomacia da Dependência.
O Cerra ia acabar com o Mercosul, não é isso, amigo navegante ?
Ia dar o pré-sal à Chevron.
Outro aspecto interessante do supra-citado artigo é revelar a “margem de tolerância” da Casa Grande com a Dilma.
Ela será consagrada e vitoriosa só e se enforcar o Lula e os “cleptocompanheiros”.
(Como chamaria ele o pessoal do clã do Cerra na Privataria ?
“Privataria”, como se sabe, é expressão da lavra deste colonista, mas, depois do livro do Amaury, ele não invocou a paternidade.)
 

A Dilma só entra na Casa Grande, se deixar o Lula na porta.
Se não, será para sempre uma gerontona de “mais do mesmo”.
E se for muito bem nos dois anos restantes, o historialista será capaz de compará-la ao Reis Velloso.

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