sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

ZENALDO,O BONDINHO E OS 400 ANOS DE BELÉM

Camelôs vão permanecer, por enquanto, na rua João Alfredo, segundo Secon

O mesmo vai ocorrer com os vendedores autônomos que ocupavam o Espaço Palmeira

04/01/2013 - 08:59 - Belém
Os trabalhadores informais da Rua João Alfredo - que no ano passado estiveram perto de deixar o local - continuarão ocupando a via pública, pelo menos no primeiro momento da gestão do novo secretário Municipal de Economia, Marco Aurélio Nascimento. O mesmo vai ocorrer com os vendedores autônomos que ocupavam o Espaço Palmeira, e que voltaram às ruas devido à reforma que está sendo feita no prédio. De acordo com o titular da pasta, ainda não é possível prever em que momento os ambulantes deixarão as principais ruas do centro comercial de Belém, já que a prefeitura precisará fazer uma série de ações antes de executar o remanejamento. Nascimento recebeu na manhã de ontem, na sede da Secretaria Municipal de Economia (Secon), alguns representantes dos trabalhadores informais do centro histórico. Eles aproveitaram a oportunidade para fazer algumas reivindicações.

A preocupação, tanto de Marco Aurélio, como da categoria, é não repetir o que as duas partes chamam de "erros do passado", ou seja, evitar que o remanejamento ocorra sem que os locais destinados para receber os trabalhadores estejam efetivamente preparados, com banheiros, boxes adequados, lanchonetes e outros atrativos, como ocorreu na ocupação do Espaço Palmeira. Quando os trabalhadores desocuparam a avenida Presidente Vargas, Nascimento era promotor de Justiça do Ministério Público Estadual (MPE) e acompanhou todo o desenrolar do caso. "A condução dos ambulantes para o Espaço Palmeira foi incongruente com o que havíamos pactuado com a Prefeitura de Belém, já que faltavam atrativos e o mínimo de conforto para os trabalhadores", afirma, ressaltando que a Secon, naquele período, deixou de cumprir um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).

Também caberá à Secon determinar que tipo de produto cada vendedor informal poderá comercializar. "É preciso ter um mix de produtos, ou seja, isso vai tornar o espaço mais atrativo, já que será um lugar de variedades", justifica o secretário, lembrando que a escolha será baseada em critérios técnicos, definidos por economistas.

Para o presidente da Associação dos Ambulantes do Centro Comercial de Belém (AACCB), Ray Moraes, é premente que a prefeitura de Belém faça algumas alterações nos prédios destinados a receber os informais, antes de remanejá-los. "No local onde funcionava o Banco Real, por exemplo, que a antiga gestão da Secon inaugurou no ano passado, os boxes são demasiadamente grandes, ou seja, fica pouco espaço para os clientes trafegarem", informa. O presidente da AACCB também reclama da falta de atrativos no local. "Já havíamos negociado com um centro lotérico, mas a demora em concluir a reforma fez com que muita coisa se perdesse. Esperamos retomar tudo em breve", avalia.

Secretário exige qualificação dos trabalhadores informais

"Não vou inaugurar nada enquanto não tiver a condição necessária para se trabalhar. Não tenho pressa, até porque queremos que estes ambulantes se tornem empreendedores", afirma Nascimento. O secretário diz que, de imediato, vai trabalhar para qualificar os informais. Ele aproveitou a tarde de ontem para visitar o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). "Não é uma palestra de uma noite que vai mudar a realidade destas pessoas. Por isso, estou conversando com o Sebrae para que os ambulantes se qualifiquem devidamente", assegura, frisando a necessidade de repassar conhecimento nas áreas de contabilidade, marketing, estoque, entre outras.

Outra prioridade para Marco Aurélio é legalizar a atividade dos ambulantes, realizando um grande mutirão de adesão ao programa Micro Empreendedor Individual (MEI), do governo federal. "A partir daí, esses trabalhadores poderão ter acesso a microcréditos. Para isso, vamos buscar parceria junto ao Banco da Amazônia, Banpará e Fundo Ver-o-Sol", avalia.

Marco Aurélio conversou com o diretor-superintendente do Sebrae, Vilson Schuber; com a diretora técnica, Suleima Pegado; e com o gerente de Atendimento, Marcos Tadeu Alves. No encontro da tarde de ontem ficou decidido que inicialmente serão qualificados 150 vendedores ambulantes de Belém que serão remanejados para o shopping popular João Alfredo, no centro, além de 250 trabalhadores informais que retornarão ao Espaço da Palmeira, que está sendo revitalizado, também na área central da cidade. De acordo com o secretário, apenas poderão ingressar nos locais determinados pela Secon quem apresentar o certificado do Sebrae.

 Fonte: Jornal Amazônia

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