segunda-feira, 25 de março de 2013

UMA PROPOSTA FASCISTA... E BURRA!



O coronel (hoje vereador) Paulo Telhada, do PSDB
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Municipal de São Paulo teve o desplante de aprovar a concessão da Salva de Prata – homenagem da Casa por relevantes serviços prestados à sociedade – ao Batalhão das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar, mais conhecido como “Rota”. 
O projeto, de autoria do coronel PM Paulo Telhada (PSDB), ex-comandante do batalhão, justifica a homenagem, entre outras coisas, pelas “campanhas de guerra” realizadas pela PM durante a ditadura militar, nas quais a Rota participou da caçada de guerrilheiros de esquerda. Na justificativa, Telhada destacou a repressão, em 1970, ao foco guerrilheiro instalado no Vale do Ribeira, sob o comando do ex-capitão do Exército Carlos Lamarca.

Seria cômico se não fosse trágico. Homenagear a Rota – unidade notória por realizar execuções extrajudiciais de suspeitos – pelo seu papel na repressão política quando o país discute o que aconteceu com os mortos e desaparecidos é um achincalhe. Não surpreende que o coronel Telhada tenha feito essa proposta; a PM nunca negou suas origens. O brasão de armas da corporação é composto por um escudo com 18 estrelas prateadas que representam “marcos históricos” da PM. Um deles homenageia o golpe de 1964 e a repressão de manifestações populares. O que me causa espécie é esse projeto ter sido aprovado na CCJ da Câmara Municipal.  

O ex-capitão Carlos Lamarca
Além disso, a referência à repressão à guerrilha do Vale do Ribeira é estúpida. As forças de segurança mobilizaram cerca de dois mil homens, sob o comando do famigerado coronel Erasmo Dias, para cercar pouco mais de 30 guerrilheiros. Lamarca os fez de bobos, conseguindo romper o cerco e fugir para São Paulo com mais quatro companheiros. O que esses fascistas saudosistas da ditadura têm a comemorar neste episódio?   











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