HAVANA (AFP) - O governo colombiano e a guerrilha das Forças Armadas
Revolucionárias da Colômbia (Farc) anunciaram no domingo 26 um amplo
acordo sobre a questão agrária, fonte do conflito armado no país de
quase meio século e primeiro ponto da agenda de paz discutida com a
mediação de Cuba.
o negociador-chefe das Farc, Iván Márquez. |
"Chegamos a um acordo sobre o primeiro ponto da agenda" de cinco pontos,
declarou o diplomata cubano Carlos Fernández de Cossío, ao ler o
comunicado conjunto na presença de ambas as partes.
Havana tem intermediado as conversações de paz, juntamente com a
Noruega."O acordo (sobre desenvolvimento agrário) busca reverter os
efeitos do conflito e que sejam indenizadas as vítimas do desalojamento e
do deslocamento forçados", explicou Cossío.
A mais bela guerrilheira do mundo, Tanja Nijmeijer, faz parte da comissão de negociadores das FARC's |
Dag Nylander |
Ambas as partes conseguiram "acordos sobre acesso e uso da terra, terras
improdutivas, formalização da propriedade, fronteira agrícola e
proteção de zonas de reservas", segundo o comunicado conjunto lido por
Cossío e pelo delegado da Noruega, Dag Nylander.
O negociador-chefe das Farc, Iván Márquez, esclareceu, porém, que ainda
há questões pontuais pendentes sobre o tema agrário e que serão
retomadas mais à frente. "Posso afirmar, com certeza que o acordado no
tema agrário permite transformar de forma radical a realidade rural da
Colômbia", disse o chefe negociador do governo, Humberto de la Calle, à
AFP.
Ele acrescentou que esse acordo "supera a visão tradicional de uma reforma agrária e pretende criar mudanças reais para acabar com o fosso entre o país rural e o urbano".
As duas partes negociam desde 19 de novembro passado, na capital cubana, uma agenda de cinco pontos para encerrar o conflito armado, após 48 anos de sangrento combate.
Chegou-se ainda a um consenso a respeito de "programas de desenvolvimento com enfoque territorial, infraestrutura e adequação de terras; e desenvolvimento social, saúde, educação, habitação, erradicação da pobreza", indicou o comunicado em Havana.
Também houve acordo sobre "estímulo à produção agropecuária e à economia solidária e cooperativa; assistência técnica; subsídios; créditos; geração de renda; formalização do mercado de trabalho; políticas alimentares e nutricionais".
Ele acrescentou que esse acordo "supera a visão tradicional de uma reforma agrária e pretende criar mudanças reais para acabar com o fosso entre o país rural e o urbano".
As duas partes negociam desde 19 de novembro passado, na capital cubana, uma agenda de cinco pontos para encerrar o conflito armado, após 48 anos de sangrento combate.
Chegou-se ainda a um consenso a respeito de "programas de desenvolvimento com enfoque territorial, infraestrutura e adequação de terras; e desenvolvimento social, saúde, educação, habitação, erradicação da pobreza", indicou o comunicado em Havana.
Também houve acordo sobre "estímulo à produção agropecuária e à economia solidária e cooperativa; assistência técnica; subsídios; créditos; geração de renda; formalização do mercado de trabalho; políticas alimentares e nutricionais".
Em visita à Bolívia, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro (foto acima á esquerda do presidente boliviano Evo Moralles), também
comemorou o acordo. Venezuela e Chile são "acompanhantes" do processo de
paz. "Enche-nos de grande alegria", afirmou Maduro.
Rodrigo Londoño Echeverry, alias “Timochenko,”é o comandante em chefe das FARC's |
No domingo, encerrou-se o nono ciclo de conversações, que serão
retomadas em 11 de junho com a discussão do segundo ponto da agenda, o
de participação política.
As Farc são a guerrilha mais antiga da América Latina e têm hoje cerca de 8 mil combatentes.
Um dos negociadores da guerrilha declarou que Santos deve ser reeleito para garantir a continuidade do processo pacificador, embora as Farc já tenham dito, em um outro momento, que não apoiariam a candidatura do presidente para um novo mandato.
Um dos negociadores da guerrilha declarou que Santos deve ser reeleito para garantir a continuidade do processo pacificador, embora as Farc já tenham dito, em um outro momento, que não apoiariam a candidatura do presidente para um novo mandato.
Em recente visita ao Vaticano,o presidente Santos da Colômbia pediu o apoio do novo Papa Francisco, para dar continuidade no processo de paz |
"Se o presidente for reeleito, dá-se
continuidade ao processo", declarou Pablo Catatumbo à revista colombiana
"Semana".
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