sábado, 15 de junho de 2013

HADDAD CHAMA MANIFESTANTES PARA DIALOGAR



Prefeito convoca reunião extraordinária do Conselho da Cidade para a próxima terça-feira. MPL confirma que vai participar de encontro, mas adverte que gostaria de outro formato.
São Paulo – O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e o prefeito da capital, Fernando Haddad (PT), tomaram rumos distintos no dia seguinte à repressão promovida pela Polícia Militar contra manifestantes contrários ao aumento da tarifa de ônibus, trem e metrô. 
Enquanto o tucano manteve pé fincado no discurso a favor da truculência, o petista parece ter feito um mea culpa, ao menos nas atitudes, e convocou o Movimento Passe Livre (MPL) para dialogar. No entanto, integrantes do grupo procurados pelaRBA dizem ter ficado sabendo do convite pela imprensa.


O encontro será na terça-feira (18), às 9h, em reunião extraordinária do Conselho da Cidade. Segundo nota emitida pela prefeitura, partiu de Haddad a decisão de convocar representantes do movimento e conselheiros. O Conselhão, instalado em 26 de março como canal de diálogo entre a administração e a sociedade, é formado por sindicalistas, políticos, pesquisadores, representantes de movimentos sociais, artistas e líderes religiosos. 
 A participação do MPL não impedirá a realização do quinto protesto pela redução da tarifa, marcado para segunda-feira (17) às 17 horas no Largo da Batata, zona oeste da capital.
 
Segundo comunicado emitido pela gestão Haddad, os integrantes do MPL poderão iniciar o encontro apresentando propostas. Em seguida, o prefeito e os secretários devem apresentar detalhes sobre a composição do preço da tarifa de ônibus, a evolução da despesa com subsídios e os planos para o sistema de transporte público.
 
A decisão de Haddad vem após críticas ao MPL e menos de 24 horas depois que a PM detivesse 232 pessoas, várias delas antes mesmo que o ato tivesse início. Ontem, antes do ato, o prefeito criticou o movimento, a quem acusou de na terça-feira agir com violência, e estranhou a falta de liderança. “É o que eles próprios dizem. Que não se coordenam, que não há lideranças, não há responsáveis, ninguém se apresenta como responsável pelo que está acontecendo.”
 
Enquanto isso, o governador de São Paulo optou por manter o discurso de defesa da repressão e de ataques ao movimento. “A polícia estava trabalhando. Se houve excesso pontual, será apurado”, disse Alckmin hoje de manhã a jornalistas, após cerimônia no Palácio dos Bandeirantes. Ele voltou a acusar os manifestantes de “vandalismo”, afirmando que o movimento tem caráter violento e motivações políticas. “A polícia tem trabalhado para garantir o direito de ir e vir das pessoas. A polícia atua até para proteger os próprios manifestantes.”
Em nota, a CUT afirmou que os "desdobramentos desastrosos" das manifestações mostram que a população paulista está "cansada de ser vítima da falta de uma política de mobilidade urbana". A central cobra ainda a abertura de canais de diálogo entre autoridades e sociedade civil. "Nesse sentido, a CUT se dispõe a conversar com o poder público e apresentar propostas que contribuam para a solução do problema, melhorem a qualidade do transporte coletivo e, consequentemente, a vida dos trabalhadores/as e da população em geral. Sugerimos também a realização de uma conferência para discutir a mobilidade urbana."

Nenhum comentário:

Postar um comentário