terça-feira, 31 de dezembro de 2013

ZENALDO TRANSFORMA BELÉM NUMA CIDADE SEM DIREITO A UM ANO NOVO

 
Somente o suprassumo da cara de pau em forma humana, poderia vir à público através de mensagens muito bem pagas para as rádios, jornais, rede de TV e também redes sociais, para dizer entre sorrisos brilhantes para os 'ferrados' contribuintes e eleitores da capital paraense - tenhamos em 2014 um " Feliz Ano Novo!".  

Todos ficam se perguntando: será que que o prefeito Zenaldo Coutinho vive numa espécie de 'bolha' intelectual que o aparta da cruel realidade?. Com tantos dramas que a cidade convive, somente alguém, cá do outro lado da Belém do Pará real, que fosse muito, muito, muito, otimista ou louco, poderia acreditar que o ano de 2014, será um ano bom de alegrias e surpreendentes novidades se depender dos tristes rumos em que estão colocadas as coisas em nossa capital por conta da atual gestão de Zenaldo Coutinho. 

FRUSTRAÇÃO REAL

Bradou o sorridente candidato Zenaldo durante a sua milionária campanha com o aval do governador Simão Jatene que, as suas prioridades caso eleito, estavam simbolizadas num triplo S: Saneamento; saúde e segurança pública

Saneamento - Boa parte da população de Belém, continua a chafurdar entre a lama e lixo a cada chuvarada que cai, em especial as famílias que habitam as periferias. O aguardado choque de macro-saneamento, a iniciar-se pelas aguardadas obras nas principais bacias do município,virou um samba para um ouvido surdo. Há falta de água potável e tratada em vários bairros da sofrida Belém e, este problema, continuará sendo um drama diário e revoltante, na medida que dezenas de novos condomínios horizontais são construídos na zona de expansão imobiliária ao longo da Rodovia Augusto Montenegro; a situação se agrava já que, até o momento, nunca existiu um planejamento sincero à suprir esta calamidade altura do desafio. Uma das principais razões esta na falta de investimento maciço na SAAEB - Serviço Autônomo de água e Esgoto de Belém, para que o órgão consiga cumprir minimamente o papel ao qual se destina, ou seja: levar água e saneamento para o povo. Há quem afirme que, o sonho dourado dos tucanos paraenses, seria promover a privatização desta entidade que se apresenta com um ótimo potencial arrecadador. 

SALVE-SE QUEM PODER!

Saúde - Quem ligar o seu aparelho de TV a qualquer hora, em qualquer canal, durante o noticiário local, sempre assistirá as mesmíssimas cenas tristes e macabras de sempre: são pessoas barradas nas portas dos principais  pronto-socorros: não há médicos para atender; não existem medicamentos adequados; faltam acessórios básicos; o calor impera onde não há climatização, é infestado de mosquitos. Não existem equipamentos para auxiliar cirurgias;  mormente encontram-se enguiçados os aparelhos de RX e hemodiálise e, principalmente, não há leitos suficientes; os corredores sujos vivem apinhados de gente gemendo de dor em macas improvisadas. 

A lista de mortos em Belém do Pará por falta de atendimento médico ou, atendimento inadequado, é gritante!; é um holocausto silencioso que já deveria ter chamado a atenção da OEA e da própria ONU, já que a própria justiça, através do Ministério Público, não fiscaliza os gestores incompetentes, assim como o Conselho Nacional de Justiça, precariamente comandado pela pavão global Joaquim Barbosa, parece ter lavado as mãos e faz vistas grossas para a falta de um conjunto de ações mais eficazes, por parte dos promotores. 

O S do risonho Zenaldo, neste quesito aqui, significa o S do 'Salve-se quem poder!'. A construção de novos hospitais e UPAS nos distritos, até agora, não passa de mentiras de palanque, uma vez que as promessas criminosamente deixaram de ser cumpridas. 

SEGURANÇA PÚBLICA - Esta questão aqui, merece ser um capitulo especial, por ser surrealista. Onde, como e quando será possível levar à sério o trabalho da Guarda Municipal de Belém?. Onde estão as estatísticas mirabolantes mostrando o fulcro horizontal e inestimável do trabalho desta força?.

Que fique claro, não nos referimos aos profissionais que a compõe, colaboram e dignificam esta corporação, se esforçando para tornar a entidade palatável e respeitável diante ao público; esses são trabalhadores dignos que  merecem todo o respeito da população. 

Tratamos aqui dos gestores, a começar pelo prefeito da cidade, que responde pela indicação do comando da entidade e dita as diretrizes das suas ações e planejamentos. Todos veem, não precisa ser falado que, as praças e monumentos históricos de Belém, salvo raras exceções, encontram-se desprovidas de agentes. 

A CTBEL, ou é AMUB?, ou qualquer coisa que signifique uma Companhia de Transito municipal, foi alvo de sérias acusações por parte dos próprios agentes de transito que, denunciaram  - com repercussão na imprensa nacional -  a existência de uma ilegal e descontrolada 'fabrica de multas'!. 
 
Por ser um órgão arrecadador, os guardas de transito seriam obrigados por seus superiores que controlam a autarquia, sob pena de retaliação, a praticar diariamente um determinado e absurdo número de multas contra os azarados motoristas da capital do Pará. A impressão que se tem é que esta realidade não mudou...

Zenaldo nunca esclareceu devidamente este absurdo praticado contra a população e contra a corporação. Mas paremos por aqui, já que esta linha de tristes lembranças sobre estas verdades, se perde num poço sem fundo... 

Mesmo não sendo um Ano Novo como desejaríamos que o fosse, sigamos em frente, enquanto existirem as urnas em outubro, sempre teremos a chance de nos livrarmos da incompetência.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Indios da Amazônia em guerra: justiça determina que União proteja terra indígena em Humaitá


Caos começou com morte de cacique e sumiço de três não indígenas. A PF se reuniu com lideranças indígenas, que negaram envolvimento e se dispuseram a colaborar nas buscas.


AJustiça Federal no Amazonas determinou à União e à Fundação Nacional do Índio (Funai) que adotem medidas de segurança, no prazo de 24 horas, para proteger a terra indígena Tenharim Marmelos, no município de Humaitá, no sul do Amazonas, diante da ameaça de novas invasões por manifestantes não indígenas.
Ao acatar pedido do Ministério Público Federal (MPF) no Amazonas, a Justiça Federal também determinou que os órgãos promovam o retorno às aldeias dos indígenas que estão refugiados no 54º Batalhão de Infantaria de Selva do Exército.

Leia mais: AM: população queima prédios por causa de três desaparecidos

A juíza federal Marília Gurgel se baseou em argumentos e documentos apresentados pelo MPF, como fotos e notícias que relatam os atos de vandalismo e manifestos discriminatórios que tiveram os indígenas como alvo nos últimos dias.

A decisão da juíza afirma que a população indígena Tenharim está “acuada” e “relegada à própria sorte” diante dos ataques que tem sofrido por parte da população local, motivados pela suspeita de que os Tenharim tenham envolvimento no desaparecimento do professor da rede municipal de ensino de Apuí (AM), Stef Pinheiro de Souza, do gerente da Eletrobras em Santo Antonio do Matupi, Aldeney Ribeiro Salvador, e do representante comercial de Humaitá, Luciano da Conceição Ferreira Freire.
 
De acordo com a decisão liminar, concedida na noite de sábado (28), durante plantão da Justiça Federal, os órgãos devem elaborar um plano com a participação dos indígenas e o apoio das forças de segurança e instalar postos de fiscalização nos extremos da reserva.
 
O trânsito de não indígenas no trecho da rodovia Transamazônica (BR-230) que corta a terra indígena também deverá ser monitorado.
- Não paira dúvidas de que a população indígena em Humaitá vem sofrendo toda ordem de violência e desrespeito a seus direitos primários, enquanto seres humanos e minoria indígena, seja a partir da destruição e vandalismo de unidades dedicadas a seu amparo (Casai, Dsei, Funai, embarcação), seja pela depredação de suas aldeias e limitação de trânsito – destaca um trecho da decisão liminar.
A multa fixada por dia de descumprimento é de R$ 10 mil. A União e a Funai podem recorrer da decisão.

 O MPF argumentou que a presença de forte efetivo de segurança apenas para fazer a busca de desaparecidos na terra indígena e depois retirar-se torna ainda maior o risco de novas ações violentas sobre o povo Tenharim, que já tiveram casas e bens queimados por um grupo de manifestantes, na sexta-feira (27).
A decisão determina que as forças de segurança que participam das buscas (Exército, Polícia Militar, Polícia Federal e Força de Segurança Nacional) também prestem apoio ao plano de proteção à reserva e ao povo indígena Tenharim.

 Diante dos indícios de omissão por parte da União e da Funai em garantir a proteção dos direitos dos povos indígenas durante o conflito em Humaitá, a Justiça Federal também determinou o envio de cópia do processo, após a apresentação das defesas, à Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
Incitação à violência e preconceito

Na sexta, o MPF recomendou a retirada de publicações e abstenção de novas mensagens no Facebook, portais de notícia e outros veículos de imprensa da região dos municípios de Humaitá, Manicoré e Apuí, que continham informações com conteúdo discriminatório, preconceituoso ou que incitavam a violência, o ódio e o racismo contra os povos indígenas da região, em especial o povo Tenharim.
O MPF pediu ainda aos organizadores e subscritores do manifesto de moradores de Santo Antônio do Matupi, distrito do município de Manicoré, que retirassem o material de circulação e não promovam novas manifestações preconceituosas e discriminatórias contra o povo indígena Tenharim.
No texto do manifesto, foram listadas quatro reivindicações, dentre elas a de que os signatários não querem mais nenhuma etnia indígena estudando nas escolas da comunidade e querem o afastamento das aldeias da margem da rodovia Transamazônica “para que não haja mais contato com a comunidade”. 
 
Free ilustration by: militanciaviva!

O CERCO APERTA ! : CNMP QUER SABER POR QUE GURGEL PROTEGEU AGRIPINO


247 - Hoje ex-procurador-geral da República, Roberto Gurgel ganhou notoriedade, durante sua passagem pelo cargo, por sua ávida atuação contra petistas no episódio do "mensalão". No entanto, quando as denúncias que chegavam até ele eram contra figuras de outros partidos, notadamente, os de oposição ao PT, não se percebia a mesma disposição para investigar. 
O caso que envolve a denúncia de caixa 2 do DEM no Rio Grande do Norte é mais um exemplo dessa indignação seletiva de Gurgel.
Denunciado na semana passada pela revista Istoé, o esquema envolvendo a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) e o presidente do partido, senador José Agripino Maia, no financiamento ilegal de campanha, foi ignorado por Gurgel em 2009, ano em que o caso chegou à Procuradoria-Geral da República. Ciarlini e Agripino Maia estão sendo investigados pelo Ministério Público Federal por caixa 2 durante a campanha eleitoral de 2006. 
Em umas das escutas telefônicas captadas pela Polícia Federal, Maia surge questionando a um interlocutor se a parcela de R$ 20 mil – em um total de R$ 60 mil prometidos a determinado aliado – foi repassada. A sequência das ligações revela que não era uma transição convencional. 
Segundo a investigação do MP, contas pessoais de assessores da campanha eram utilizadas para receber e transferir depósitos não declarados de doadores. Mas tudo isso foi ignorado por Gurgel, numa clara atitude de prevaricação.
Diante disso, o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) quer saber por que o ex-procurador-geral Roberto Gurgel não investigou a denúncia. À Istoé, o conselheiro do CNMP Luiz Moreira questionou os motivos que levaram ao arquivamento dos grampos. “Este é um exemplo da controvertida gestão de Roberto Gurgel”, diz. “Trata-se de uma falta de clareza de critérios, que faz com que se pense que ele atuava com parcialidade”, complementa. Não é a primeira vez que um parlamentar do DEM se beneficia da vista grossa de Gurgel. O ex-senador Demóstenes Torres, flagrado em escutas da operação Vegas da Polícia Federal, deixou de ser investigado pela Procuradoria Geral da República até a deflagração de outra ação da PF, a Operação Monte Carlo, que confirmou a ligação do parlamentar com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, lembra reportagem da revista que chega esta semana às bancas.

PLANTÃO PERMANENTE - SITUAÇÃO DO HEROI É GRAVÍSSIMA: FORÇA SHUMACHER!



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Nas últimas horas, piorou o estado de saúde de Schumacher. O ex-piloto está internado no Centro Hospitalar Universitário de Grenoble, na França, perto de Méribel, onde sofreu hoje de manhã um acidente de esqui.
As informações, agora oficiais, mencionam uma hemorragia cerebral, cirurgia de emergência, estado crítico e coma.
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É preciso muito cuidado com a leitura desses termos. Nenhum significa “morte”. Mas todos indicam, claro, que a situação é grave e o risco de vida existe — sob certo controle, como no caso de Massa em 2009, mas presente.

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O último comunicado do CHU de Grenoble divulgado  diz:
L’ancien champion allemand souffrait d’un “traumatisme crânien grave avec coma à son arrivée” au CHU de Grenoble et a subi un “intervention neurochirurgicale”.
Schumacher, portanto, teria dado entrada no CHU em coma, já. O Grande Prêmio está em regime de plantão. Todas as informações serão atualizadas lá ao longo da noite, madrugada e nos próximos dias.


Blog do Flávio Gomes

Dilma Rousseff, o poder da coragem





Por Luiz Inácio Lula da Silva (El Pais)
Se tivesse que escolher uma palavra que definisse o caráter da presidente Dilma Rousseff, essa seria coragem. Esta companheira lutou desde muito jovem para transformar o Brasil, para melhorar as condições de vida das pessoas mais humildes. Foi perseguida, presa e torturada durante a ditadura, mas nunca abandonou seus ideais. 
 
Em uma sociedade acostumada a ver sempre os homens em postos dirigentes, ela foi a primeira mulher secretária de Finanças do seu Estado, a primeira ministra de Minas e Energia do Brasil, a primeira chefe da Casa Civil, a primeira presidente.
Durante o meu governo, ela reorganizou o setor de energia levando a eletricidade a três milhões de casas nas zonas rurais. Dirigiu o maior programa de infraestrutura de nosso período que garantiu o crescimento econômico com uma grande inclusão social.
Em seu governo, o país alcançou a cifra de 36 milhões de pessoas resgatadas da miséria absoluta. Em meio a uma crise mundial, o Brasil da presidente Dilma é o país mais empenhado na luta contra o desemprego, que caiu para 5,2%.   


A violência “sem regras” do UFC: saudades de Mike Tyson

A grave contusão de Anderson Silva e o interesse generalizado pelo destino do ex-campeão expõe, mais uma vez, a popularidade dessa luta incrivelmente aceita que é o UFC, o Ultimate Fight Championship – a grande competição mundial de artes marciais mistas, ou MMA.
As disputas de MMA surgiram nos anos 1990, e substituíram em prestígio, especialmente entre o público masculino, o boxe. Embora essas lutas tenham, conforme passaram a se tornar atração televisiva (especialmente no Pay Per View), adotado algumas restrições – proibiu-se o “dedo no olho”, o puxão de cabelos e o ataque a genitais, por exemplo -, o esporte foi criado e prosperou como negócio sob o slogan “There are no rules!”, ou seja, nada de regras.
 
A proposta inicial era criar uma espécie de competição entre as diversas artes marciais, sem diferenciação de peso (isso foi mudado depois das primeiras edições do UFC), para que os “especialistas” nas modalidades – boxe, kung fu, karatê, kickboxing, jiu-jítsu – se enfrentassem e se chegasse à conclusão de qual seria a mais completa e eficaz arte marcial.
Como na economia neoliberal e na natureza darwinista em sua simplificação mais improdutiva, a lógica era “que vença o mais apto” (Darwin pensa nos limites naturais como um fator de diversificação, a seleção que em geral estimula a diferença e, ao cabo, a convivência, e não a destruição de todos pelo mais forte). Mas o que aconteceu de fato nesse ambiente da luta sem regras pela sobrevivência no octógono?
O MMA não levou ao aprimoramento das artes marciais. Pelo contrário: as artes marciais se dissolveram em um grande vale-tudo. Quando é preciso ter uma regra que iniba o puxão de cabelos e o “dedo-no-olho”, é porque na prática tudo é permitido.
 
Nesse ambiente, a lesão de Anderson Silva não é um mero acidente, é consequência lógica de um tipo de luta que tem muito pouco de arte e um excesso de guerra. Não se sabe ainda como não passou pela cabeça dos organizadores a ideia genial de por um homem para lutar com um felino de grande porte. Que vença o melhor, afinal. 


O octógono, novo palco que substitui as antigas arenas e os ringues

Há algo de infantilmente belo em todas as lutas marciais. A ideia de treino, de dedicação, de perfeição pela repetição é algo de fato admirável. É essa beleza que explica sucessos como a série Karatê Kid e que inspira a filosofia que está por trás, por exemplo, do karatê e do judô.
Mas toda essa beleza convive com a ideia do grotesco, especialmente quando o respeito ao saber e ao conhecimento do adversário sucumbe diante da ideia de que o melhor espetáculo não é o do movimento perfeito, mas o da violência absoluta. Aquela que não apenas dá cabo ao adversário, mas que o destrói e o desfigura.
Nunca fui um fã de boxe, mas confesso que, ao abrir os portais de internet neste ano da graça de 2013 que não acaba, fiquei com saudades daquele bom moço chamado Mike Tyson. Para não falar de Mohammed Ali, Sugar Ray Leonard, George Foreman e Éder Jofre.

sábado, 28 de dezembro de 2013

RAPIDO! - THE BEST OF SIR GEORGE HARRISON

 
o Mviva deseja á seus milhares de leitores do Brasil e do mundo, um ótimo final de semana, quiçá de ano, ao som de um dos maiores amigos da humanidade: Sir George Harrison, que dedicou uma existência inteira à compor maviosas  canções que pregavam a paz, enfeitando as nossas causas, humores, temores, alegrias e paixões, com a magia contida em suas belas canções. Abaixo um de seus melhores e inesquecíveis álbuns:


sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

REFLEXÕES DE UM CONTESTADOR ESQUECIDO


evil

O cineasta italiano Pier Paolo Pasolini (1922-1975) sempre foi um provocador, no bom sentido da palavra. Marxista de formação católica, ele era iconoclasta por natureza. 
Pasolini
Em pleno 1968, por exemplo, ele disse que se identificava mais com os policiais, os "verdadeiros proletários", do com os estudantes "pequeno-burgueses”, jovens infelizes, condenados pelos crimes dos pais, que foram responsáveis "primeiro pelo fascismo, depois por um regime clerical-fascista, falsamente democrático, e que, por último, aceitou a nova forma de poder, o poder do consumo, última das ruínas, ruína das ruínas". À parte boutades como esta, Pasolini tinha reflexões radicais e profundas, hoje quase esquecidas. Como esse texto, publicado pouco antes de ele ser assassinado. Pode-se discordar, mas não negar-lhe brilhantismo.



O novo fascismo

“Estou profundamente convencido que o verdadeiro fascismo é o que os sociólogos muito gentilmente chamaram sociedade de consumo, definição que parece inofensiva e puramente indicativa. Isso não é nada. Se se observar bem a realidade, e sobretudo se se souber ler os objetos, a paisagem, o urbanismo e acima de tudo os homens, vê-se que os resultados desta inconsciente sociedade de consumo são eles mesmos os resultados de uma ditadura, de um fascismo puro e simples. No filme de Naldini (Fascista, de Nico Naldini, 1974), vê-se que os jovens estavam enquadrados e em uniforme... Mas há uma diferença: naquele tempo, os jovens, mal despiam o uniforme e tomavam a estrada para casa, voltavam a ser os italianos de 50 ou 100 anos atrás. O fascismo fez deles realmente, fantoches, servidores, talvez em parte convictos, mas nunca lhes chegou ao fundo da alma, à sua maneira de ser. Pelo contrário o novo fascismo, a sociedade de consumo, transformou profundamente os jovens: ela tocou-os no que eles tinham de mais íntimo, deu-lhes outros sentimentos, outras maneiras de pensar, de viver, outros modos culturais. Já não se trata como na época mussoliniana, de uma arregimentação artificial, cenográfica, mas de uma arregimentação real, que roubou e modificou a sua alma. O que significa, em definitivo, que esta civilização de consumo é uma civilização ditatorial. Em suma, se a palavra ‘fascismo’ significa violência do poder, a ‘sociedade de consumo’ conseguiu realizar o fascismo”.

Pier Paolo Pasolini, L’Europeo, 26 de dezembro de 1974


ELE PODE ! : PRESIDENTE MUJICA QUEBRA O PROTOCOLO E VAI DE SANDÁLIAS PARA A POSSE DE MINISTRO URUGUAIO





Mujica novamente surpreendeu a todos pela sua simplicidade e seu desprezo ao protocolo assistindo à posse do seu novo ministro da Economia, Mario Bergara, de sandálias.
Devido ao calor intenso no Uruguai, Mujica aproveitou para arrear as calças, revelando suas pernas, quase como se estivesse de bermuda.
No evento, ele também abordou assumiu a responsabilidade pela forma como foi liquidada a companhia aérea estatal Pluna, um processo que está na Justiça, e pela demissão do ex-ministro da Economia Fernando Lorenzo.

BRASIL DEVE SE TORNAR A 5ª MAIOR ECONOMIA ATÉ 2023 AFIRMA CENTRO DE PESQUISA DO REINO UNIDO


BBC Brasil

O Brasil deve se tornar a quinta maior economia do mundo até 2023, atrás apenas de Estados Unidos, China, Japão e Índia, segundo projeções do Centro de Pesquisa Econômica e de Negócios (CEBR, na sigla em inglês).
 
Naquele ano, de acordo com estimativas da consultoria britânica, a economia brasileira superará a da Grã-Bretanha e da Alemanha.
Atualmente, o Brasil ocupa o sétimo lugar no levantamento do CEBR, que lista os 30 maiores países do mundo pelo tamanho de seu PIB nominal.
Segundo a consultoria, a economia brasileira vai se beneficiar do crescimento da população e do comércio de agricultura, este último impulsionado pelo acordo da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC) e pelos alimentos transgênicos.


 
O estudo destaca que, em 2011, o Brasil já havia superado a Grã-Bretanha, tornando-se a sexta maior economia do mundo, mas perdeu o posto no ano seguinte devido à desvalorização cambial, ao menor crescimento econômico e à elevação das tensões políticas.
Na edição deste ano, diz a consultoria, houve poucas mudanças no ranking.
 
Recuperada da recessão, a Rússia tirou o oitavo lugar da Itália. Já o Canadá passou a ocupar a décima posição, que até então pertencia à Índia, devido à desvalorização da rúpia.
Na outra ponta da lista, o Irã caiu do 21º para o 30º lugar por causa das sanções econômicas em reação ao programa de enriquecimento nuclear do país. E a África do Sul, que até o ano passado ocupava a 28ª posição, saiu da lista, prejudicada pelo baixo crescimento de sua economia e da desvalorização da moeda local, o rand.
2028
 
Neste ano, pela primeira vez, a consultoria fez previsões para o comportamento das maiores economias do globo para um período de cinco, dez e quinze anos. Até 2012, o levantamento só dispunha de estimativas para um período de dez anos.
Segundo a CEBR, a China se tornará a maior economia do mundo em 2028, à frente dos Estados Unidos. No mesmo ano, a Índia superará o Japão e se tornará o terceiro país mais rico do globo.
O estudo destaca ainda que, embora a Grã-Bretanha seja ultrapassada pelo Brasil e pela Índia, posicionando-se na sétima posição no levantamento, a economia britânica será, em 2028, apenas 3% menor do que a da Alemanha e deve superá-la para se tornar a maior economia da Europa em 2030.
 
Com o reposicionamento, a China passaria a liderar o ranking em 2028, seguida por Estados Unidos, Índia, Japão, Brasil, Alemanha, Grã-Bretanha, Rússia, México e Canadá.

O FUNESTO IMPÉRIO MUNDIAL DAS CORPORAÇÕES






Por Leonardo Boff

Os bons votos de um ano feliz são rituais. Não passam de simples votos, pois não conseguem mudar o curso do mundo onde os super-poderosos seguem sua estratégia de dominação global. Sobre isso é que precisamos pensar e até rezar pois as consequências econômicas, sociais, culturais, espirituais e para o futuro da espécie e da natureza podem ser nefastas.

Muitos como J. Stiglitz e P. Krugman esperavam que o legado da crise de 2008 seria um grande debate sobre que tipo de sociedade queremos construir. Erraram feio. A discussão não se deu. Ao contrário, a lógica que provocou a crise foi retomada com mais furor. Richard Wilkinson, um dos maiores especialistas sobre o tema desigualdade foi mais atento e dissse, há tempos, nums entrevista ao jornal Die Zeit da Alemanha: ”a questão fundamental é esta: queremos ou não verdeiramente viver segundo o princípio que o mais forte se apropria de quase tudo e o mais fraco é deixado para trás?”
Os super-ricos e super-poderosos decidiram que querem viver segundo o princípio darwinista do mais forte e que se danem os mais fracos. Mas comenta Wilkinson: “creio que todos temos necessidade de uma maior cooperação e reciprocidade, pois as pessoas desejam uma maior igualdade social”. Esse desejo é intencionalmene negado por esses epulões.
Via de regra, a lógica capitalista é feroz: uma empresa engole a outra (eufemisticamente se diz que se fizeram fusões). Quando se chega a um ponto em que só restam apenas algumas grandes, elas mudam a lógica: ao invés de se guerrearem, fazem entre si uma aliança de lobos e comportam-se mutuamente como cordeiros. Assim articuladas detém mais poder, acumulam com mais certeza para si e para seus acionistas, desconsiderando totalmente o bem da sociedade.
A influência política e econômica que exercem sobre os governos, a maioria muito mais fracos que elas, é extremamente constrangedor, interferindo no preço das commodities, na redução dos investimentos sociais, na saúde, educação, transporte e segurança. Os milhares que ocupam as ruas no mundo e no Brasil intuíram essa dominação de um novo tipo de império, feito sob o lema:”a ganância é boa” (greed is good) e “devoremos o que pudermos devorar”.
Há excelentes estudos sobre a dominação do mundo por parte das grandes corporaçõesmultilaterais. Conhecido é o de David Korten”Quando as corporações regem o mundo”(When the Corporations rule the World). Mas fazia falta um estudo de síntese.
Este foi feito pelo Instituto Suiço de Pesquisa Tecnológica (ETH)” em Zurique em 2011 que se conta entre os mais respeitados centros de pesquisa, competindo com MIT. O documento envolve grandes nomes, é curto, não mais de 10 páginas e 26 sobre a metodologia para mostrar a total transparência dos resultados. Foi resumido pelo Prof. de economia da PUC-SP Ladislau Dowbor em seu site. Baseamo-nos nele.
Dentre as 30 milhões de corporações existentes, o Instituto selecionou 43 mil para estudar melhor a lógica de seu funcionamento. O esquema simplificado se articula assim: há um pequeno núcleo financeiro central que possui dois lados: de um, são as corporações que compõe o núcleo e do outro, aquelas que são controladas por ele. Tal articulação cria uma rede de controle corporativo global.
Essse pequeno núcleo (core) constitui uma super-entidade(super entity).
Dele emanam os controles em rede, o que facilita a redução dos custos, a proteção dos riscos, o aumento da confiança e, o que é principal, a definição das linhas da economia global que devem ser fortalecidas e onde.
Esse pequeno núcleo, fundamentalmente de grandes bancos, detém a maior parte das participações nas outras corporações. O topo controla 80% de toda rede de corporações. São apenas 737 atores, presentes em 147 grandes empresas. Ai estão o Deutsche Bank, o J.P. Morgan Chase, o UBS, o Santander, o Goldes Sachs, o BNP Paribas entre outros tantos. No final menos de 1% das empresas controla 40% de toda rede.
Este fato nos permite entender agora a indignação dos Occupies e de outros que acusam que 1% das empresas faz o que quer com os recursos suados de 99% da população. Eles não trabalham e nada produzem. Apenas fazem mais dinheiro com dinheiro lançado no mercado da especulação.
Foi esta absurda voraciade de acumular ilimitadamente que gestou a crise sistêmica de 2008.
Esta lógica aprofunda cada vez mais a desigualdade e torna mais difícil a saída da crise.
Quanto de desumanidade aquenta o estômago dos povos? Pois tudo tem seu limite nem a economia é tudo. Mas agora nos é dado ver as entranhas do monstro. Como diz Dowbor: ”A verdade é que temos ignorado o elefante que está no centro da sala”. Ele está quebrando tudo, critais, louças e pisoteando pessoas. Mas até quando? O senso ético mundial nos assegura que uma sociedade não pode subsistir por muito tempo assentada sobre a super exploração, a mentira e a anti-vida.

Como os Jornalões tentaram estragar um Natal surpreendente !


Por Luis Nassif,

"Folha e Estadão esmeraram-se em tratar as vendas de Natal como um fracasso.
Manchete da Folha: “Comércio tem o pior resultado no Natal em 11 anos”.

Manchete do Estadão: “Com crédito contido e juros altos, vendas de Natal decepcionam”.
 
Ambos os jornais trabalham em cima de dados da Serasa Experian e da Alshop (a associação dos lojistas de shoppings).
Vamos a alguns erros de manchetes e de análises.
 
1. Erro de manchete: Se em 2013 vendeu-se mais do que em 2012, como considerar que foi o pior resultado em 11 anos?
2. A Serasa trabalha especificamente com pedidos de informação para crédito. Houve retração no crédito, mas a maior ferramenta de vendas têm sido o parcelamento (em até dez vezes) em cartões de crédito e de loja. Os jornalões trataram os dados da Serasa como se representassem o universo total de vendas.
3. As vendas em shoppings deixam de lado o comércio para classes C e D - justamente as que mais vêm crescendo. Mesmo assim, os jornalões trataram os dados como se representassem o todo.
4. A Alshop (associação dos lojistas) informou que as vendas cresceram 6% no Natal. O problema maior foi o aumento do número de lojas, que fez com que as lojas mais antigas permanecessem com o mesmo faturamento. Ora, o que expressa o mercado são as vendas totais. A distribuição entre lojas novas e antigas é problema setorial, que nada tem a ver com a conjuntura.
5. Os jornalões deixaram de lado o comércio eletrônico - que tem sido o principal competidor das lojas de shopping. Em 2013 os shoppings centers venderam R$ 138 bilhões, 8% a mais do que em 2012. O comércio eletrônico vendeu R$ 23 bilhões, ou 45% a mais do que em 2012. Somando a venda dos dois segmentos, saltou de R$ 151 bi em 2012 para R$ 161 bi em 2013, aumento de expressivos 12%.
6. Os jornais falam em “decepção”, porque a Alhosp esperava crescimento de 10% nas vendas de Natal e conseguiu-se “apenas" 6%. Esperar 10% de crescimento com uma economia rodando a 2% é erro clamoroso de análise. Mas, para os jornalões, o erro está na realidade, que não acompanhou os sonhos.
Se não houvesse essa politização descabida do noticiário econômico, as análises estariam em outra direção: a razão do consumo ainda não ter se acomodado mesmo com dinheiro mais caro, o crédito mais escasso, com a competição de Miami, com o PIB andando de lado etc. E suas implicações sobre as contas externas brasileiras. Estariam questionando também que raios de política monetária é esta, na qual aumenta-se a Selic para supostamente reduzir a demanda agregada, e ela continua crescendo.'

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

A COMPRA DOS GRIPEN E A DOUTRINA MILITAR DE DEFESA

Depois de 13 anos, finalmente o governo brasileiro deu sua aprovação à compra de 36 novos caças para a Força Aérea Brasileira, optando pelos Gripen NG suecos, em detrimento do Rafale, da Dassault francesa e do F-18 da Boeing norte-americana. O menor preço, unitário e por hora de voo, a transferência de tecnologia e a questão política foram fatores determinantes para a escolha.

Como ainda não está totalmente desenvolvido, o caça sueco-brasileiro será projetado em conjunto por técnicos e empresas das duas nações, como as brasileiras Akaer — que já participa do projeto — e Embraer e a própria Saab. Está prevista a criação inicial de aproximadamente 2 mil empregos em São Bernardo do Campo, São Paulo, onde seria instalada a unidade de montagem. O pacote financeiro — cada avião sairá por aproximadamente 125 milhões de dólares — também foi o mais atraente. O Brasil só começaria a pagar os aviões depois de recebida a última das 36 aeronaves, no começo da próxima década.

Para o Brasil, o Gripen NG representa um novo patamar, do ponto de vista da indústria aeronáutica militar, bem acima do turboélice de ataque leve e treinamento avançado Super-Tucano, da Embraer. Mas ele — como bem lembrou o ministro Celso Amorim, ao dizer que o país continuará negociando um caça de quinta geração — não solucionará todos os problemas do país nessa área.

Como o Brasil será dono do projeto, com o tempo, ele poderá ser vendido para outros países da Unasur e até mesmo do Brics, como é o caso dos sul-africanos, que já possuem Gripen mais antigos em sua Força Aérea. Com eles estamos desenvolvendo conjuntamente mísseis A-Darter, que podem armar esse avião.

O importante é que o Gripen NG possa render, estratégica e economicamente, o máximo de retorno para o investimento previsto.

Não é preciso dizer, da Engesa ao AMX, o quanto a descontinuação na fabricação de material bélico foi e pode ser danosa para o Brasil, tanto no desmonte da estrutura estabelecida para sua fabricação quanto na perda de conhecimento e na desmobilização do pessoal técnico envolvido.

Verificando o que está sendo feito no país, neste momento, não é racional gastarmos centenas de milhões de reais para montar um estaleiro para fazer quatro submarinos. O correto seria dar início, a partir daí, à fabricação de pelo menos uma nova belonave por ano, para manter ativos e operantes todos os elos da cadeia produtiva. O mesmo vale para blindados, helicópteros, mísseis, artilharia, avançando, a cada etapa, na nacionalização de componentes, até adquirir total autonomia do exterior.

Precisamos aprovar encomendas do governo que permitam garantir demanda suficiente para manter em funcionamento todas as linhas de produção, assegurando que elas possam eventualmente ser aceleradas, em caso de conflito.

É por essa razão, considerando-se preço, consumo de combustível e garantia de transferência de tecnologia, que os Gripen não deveriam ficar limitados, apenas, ao reduzido número de 36 aeronaves. Sua fabricação deveria durar, pelo menos, dez anos, a um ritmo de 12 aviões por ano, até completar — asseguradas as modernizações possíveis e o natural ganho de escala — um número mínimo de 120 caças, ainda assim insuficiente para garantir a vigilância de nossas fronteiras e uma condição militar à altura de nossa situação geopolítica.

O grande vetor para a projeção estratégica do Brasil fora do contexto geográfico sul-americano, considerando-se a concorrência e a competição entre os EUA, a Europa e os Brics, nos próximos anos, não será o Gripen mas o caça-bombardeio de quinta geração T-50 PAK-FA, que se encontra atualmente em desenvolvimento por russos e indianos, e para o qual o Brasil já foi convidado a participar oficialmente.

Poderíamos, assim, estabelecer uma teia de atuação aérea progressiva, complexa e abrangente, cobrindo nossas necessidades de defesa e de projeção de nosso poder militar, começando, em um anel mais externo, pelo uso de satélites, drones, Vants e Super-Tucanos para vigilância de nossas fronteiras. A seguir, viria uma rede de bases e esquadrilhas de Gripen NG BR, dispostas, estrategicamente, para a proteção de nossas maiores cidades, litoral e Amazônia Azul, e, em caso de grave ameaça, um número inicialmente menor de aviões mais avançados e ofensivos, como o Sukhoi Su-35, e, futuramente, o T-50, potencialmente adaptados aos sistemas de dirigibilidade, controle e manutenção da FAB.

A mera escolha do Gripen, fabricado a partir de peças ocidentais, não pode ser vista como um  fator limitante para a cooperação do Brasil com outro tipo de nações, que apenas contribuiria para consolidar nossa dependência, no campo da defesa, de países da Europa e dos próprios Estados Unidos.

O Ocidente não tem nenhum compromisso estratégico conosco e, muito menos, a médio e longo prazo. Nunca se poderá contar com nenhum país ocidental, em caso de eventual problema com um deles. Vide o caso da Argentina, abandonada  totalmente por seus fornecedores de armamento, na Guerra das Malvinas.

DE ESCOBAR AOS PERRELA


A polícia foi mais ligeira em negar a participação da família de políticos do que em achar o traficante.

 
 
Por Wálter Maierovitch na Carta Capital
Em 2 de dezembro, uma romaria de colombianos visitou, em razão do 20º aniversário de sua morte, o túmulo de Pablo Emilio Escobar Gaviria no cemitério dos Jardines Monte Sacro. 
 
Nascido em 1949, Pablo Escobar (foto acima), era carinhosamente chamado pelos colombianos pobres de “El Patrón”, e isso por ter, com o tráfico de cocaína operado pelo seu Cartel de Medellín, aberto 3 milhões de postos de trabalho, diretos e indiretos.
 
Fora isso, Escobar, considerado o maior traficante de cocaína andina de todos os tempos, realizou intensa e interesseira atividade assistencial aos carentes. Inspirado na lógica dopanem et circenses, ganhou fama de mecenas ao comprar passes de jogadores de futebol, como bem sabem os torcedores do Independiente de Medellín e do Atlético Nacional. Assim, provocava os traficantes rivais, Rodríguez Gacha, padrinho do Millonarios de Bogotá, e os irmãos Rodríguez Orejuela, donos do América de Cali. A propósito, todos eles inflacionavam o mercado da bola e dele se aproveitavam para lavar seus narcodólares.
Além de construir um presídio de luxo para uso próprio e fingir que cumpria pena reclusiva, quando sua meta era evitar a extradição para os EUA, o megatraficante Pablo Escobar montou um gigantesco e moderno centro de refino da pasta-base de coca peruana: refinava 5 mil quilos semanais da droga, como diz Luis Cañón na clássica obra: El Patrón, Vida y Muerte de Pablo Escobar.
Para os colombianos, a refinaria ficava em um lugar apelidado de Tranquilândia, pois a corrupta polícia não incomodava El Patrón. Quanto ao presídio luxuoso e de onde entrava e saía sem problemas, ganhou o significativo designativo de La Catedral, ou seja, o templo de Escobar. Com as atividades ilegais de Escobar, a Colômbia, que até então pouco contava no tráfico internacional, tomou em importância o lugar do Peru.
A marcante “jogada” de Escobar consistiu em comprar uma empresa de aviação civil, a ‘Servicios Aeroejecutivo de Aviación’, logo apelidada de “El Expreso de la Cocaína”. Sem nenhum helicóptero e com cerca de duas dezenas de pequenos aviões tipos Cessna e Turbo Commander, a empresa não só fazia o transporte da pasta-base do Peru, mas era eficaz, com reabastecimento nas Bahamas, no envio da cocaína em pó para os EUA, com desembarque da droga na Flórida.
Com os desmontes dos megacartéis de Medellín e Cali, a morte de Escobar, as prisões dos irmãos Orejuela e as delações premiadas nos EUA dos irmãos Ochoa, a indústria da cocaína andina sofreu mudanças. No mundo da droga, nenhum grande traficante internacional possui mais uma empresa aérea. Eles preferem terceirizar o transporte e fretar helicópteros, a exemplo do que fazem com as “mulas” humanas. No fundo, mudanças geoestratégicas, com uso maior do sistema bancário e financeiro internacional e a transformar Estados nacionais em narcodependentes, ou melhor, com o PIB a depender também do mercado das drogas proibidas.
Na Colômbia, os traficantes de cocaína andina trocaram os megacartéis pelos “cartelitos”, com estruturas enxutas, ágeis e atuação em rede planetária. Com a terceirização do transporte, as polícias encontram dificuldades na identificação dos mandantes e na prova de se ter agido com dolo no fretamento. Os donos dos helicópteros e aviões, por exemplo, repetem não saber de nada. Como regra, o piloto flagrado no transporte é poupado pelos patrões e, dessa maneira, abre-se espaço para declarar desconhecimento da mercadoria do fretamento.
O helicóptero da empresa familiar dos Perrella, pai senador e ex-presidente do Cruzeiro, e o rebento deputado ­estadual em Minas Gerais, transportava quase meia tonelada de cocaína. Pelo noticiado, até verba pública já serviu para abastecer esse helicóptero. 
A carga ilegal de cocaína restou apreendida em 24 de novembro passado, após aterrissagem do helicóptero no Espírito Santo, proveniente do Paraguai. Nesta semana, vazou a informação de as investigações policiais, em inquérito, terem concluído pela não responsabilização criminal dos dois Perrella parlamentares. A propósito, ainda não se sabe qual será a reação do representante do Ministério Público sobre essa apuração a envolver Zezé e Gustavo Perrella.
No caso, está claro ter a polícia trabalhado com mais velocidade na apuração de eventual participação criminosa dos Perrella do que na identificação do traficante, ainda um desconhecido. Pelo que se imagina, a cocaína apreendida seria vendida no Brasil. Num pano rápido, pelo menos a “culpa in vigilando” prevalece. Além do odor de cocaína nos Perrella.

O MACONHODRÓMO DA CISPLATINA E O PODER DOS SEM ROSTO








por Eduardo Bueres

Nestes dias sinistros, apesar do manto sagrado do Natal, mais do que nunca a humanidade precisa refletir sobre o flagelo das guerras sangrentas de dominação, especialmente no extremo oriente. São conflitos inspirados pelos gigantescos interesses dos conglomerados transnacionais, cujo o comando central, encontra-se  infiltrado  pelos quase invisíveis donos do capital apátrida, sem rosto, em meio a políticos conservadores, escolhidos para cumprir seus mandatos carniceiros - 'gerentões' eleitos a peso de ouro - , para bem servir e dirigir os grandes impérios industrial e militar do ocidente. 




 A OUTRA GUERRA

O flagelo das drogas ilícitas é um componente cruel que faz parte destes podres poderes que, sutilmente, tem um lugar de destaque no sofisticado contexto beligerante existente neste teatro macabro de dominação, por não se tratar de um fato  isolado: trata-se de uma das faces mais cínicas de um poder que não presta contas a ninguém!. 

O tráfico mundial livre do controle do estado, rende trilhões de dólares para os cofres dos mafiosos e felpudas autoridades, insuspeitas, que habitam o nosso continente e o nosso planeta, maldição que, em sua grande parte, é bancada pelos milhões de consumidores norte-americanos e europeus viciados, que alimentam a produção, multiplicando a geração de zumbis famélicos das periferias e usuários vips dos escritórios luxuosos e camarins, que matam e morrem em nome do tráfico. 

O Mviva separou uma matéria com o presidente do Uruguai, José Mujica, tido como um dos homens públicos mais lúcidos do seu tempo, que presta uma entrevista para o mestre jornalista brasileiro, Emir Sader. Nesta conversa o velho socialista, ex-guerrilheiro, fala sobre a liberação da maconha no cone sul, se estendendo sobre outros temas de igual importância. Confiram no ótimo vídeo abaixo:



Aviação militar do Brasil ganha força - empresa sueca de caças vai instalar fábrica em São Paulo




 Vencedora da concorrência no Programa FX2 para fornecimento de 36 caças para a FAB, a SAAB irá instalar uma fábrica em uma área próxima a rodovias

  A empresa sueca SAAB, que venderá 36 caças supersônicos Gripen ao governo brasileiro, vai instalar uma fábrica em São Bernardo do Campo, no ABC.

 De acordo com a Aeronáutica, o preço total da aquisição dos aviões será de US$ 4,5 bilhões, a serem pagos até 2023. 


A relação entre o município, a fabricante dos caças e o governo sueco não é nova. Foram pelo menos três anos de encontros e negociações. Já havia, inclusive, a promessa, por parte dos suecos, de instalação de uma fábrica na cidade, independentemente da decisão do governo brasileiro.



 A fábrica deverá ter em torno de 5.800 empregados e será instalada em uma área entre a Via Anchieta, a Rodovia dos Imigrantes e o Rodoanel Mário Covas.

 Para o prefeito Luiz Marinho do PT-SP (foto acima) alguns fatores, além do preço e das características do avião, foram decisivos na escolha da presidente Dilma Rousseff em preferir os caças suecos aos concorrentes norte-americano (o F-18 Super Hornet, da Boeing) e francês (o jato Rafale, da companhia Dassault). 



 Entre os pontos citados por Marinho estão a revelação da espionagem do governo dos Estados Unidos à presidente e à Petrobrás. “Isso tudo por exclusão acabou levando à decisão pelo Gripen.” 


 Decisão




Segundo o ministro da Defesa, Celso Amorim, que fez o anúncio, a decisão “foi objeto de estudos e ponderações muito cuidadosas”.

 As negociações levaram 15 anos. "A escolha, que todos sabem, foi objeto de estudos e ponderação muito cuidadosa, levou em conta performance, transferência efetiva de tecnologia e custo, não só de aquisição, mas de manutenção. A escolha se baseou no melhor equilíbrio desses três fatores.” Amorim acrescentou que a aquisição dos caças não terá “nenhuma implicação” no orçamento da União de 2013 nem no de 2014.


 Segundo ele, a etapa de discussão do contrato pode demorar entre 10 e 12 meses, e a transferência dos recursos para a empresa sueca só será feita após essa etapa. “[A negociação do contrato] é algo demorado. Implica garantias contratuais de que aquilo que foi ofertado efetivamente ocorrerá”, justificou Amorim. 


Segundo a assessoria de imprensa da Aeronáutica, ainda será negociado no contrato quando será feito o primeiro pagamento.


 O comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, informou que os primeiros aviões chegarão 48 meses depois da assinatura do contrato, prevista para o final de 2014. Assim, o Brasil deverá começará a receber as aeronaves a partir de 2018. Segundo Saito, serão entregues 12 aviões por ano. 



 Saito disse que a transferência de tecnologia será completa e feita diretamente à Embraer, que participará da montagem das aeronaves. “Quando terminar o desenvolvimento, nós teremos propriedade intelectual desse avião, isto é, acesso a tudo”, disse Saito. 

Segundo ele, a brasileira Embraer e a Saab vão atuar em conjunto na transferência de tecnologia e na produção do caça. Segundo ele, outras empresas poderão, posteriormente, participar do projeto.


 "Vamos pechinchar"


 O comandante da Aeronáutica informou que 80% da estrutura do avião será construída no Brasil. As asas, por exemplo, já estão sendo produzida por uma empresa de São José dos Campos e, segundo o comandante, já com padrão supersônico.


Segundo ele, serão mais de 15 empresas envolvidas. Saito esclareceu também que os US$ 4,5 bilhões equivalem a proposta feita pela empresa sueca, mas que, durante a negociação do contrato, o valor pode ser revisto. “Nós vamos pechinchar ao máximo”. Ele contou que a presidente Dilma Rousseff o informou da escolha somente na terça-feira (17). 


“Presidenta, muito obrigado. Eu acho que a Força Aérea e o Brasil ganharam muito com isso”, ele relatou ter dito à Dilma quando recebeu a notícia. Ele contou que participa do processo de escolha dos caças desde 1995. “Estou muito feliz de ter perseguido esse objetivo”, disse. Segundo ele, todas as empresas foram avisadas ao mesmo tempo da escolha. Aviões ‘à altura’ O ministro Celso Amorim disse que, com a decisão do governo, “em breve, teremos aviões à altura da necessidade de defesa do país”. 


O ministro ressaltou – dentro do acordo de transferência de tecnologia – a abertura do código-fonte de armas, que, segundo ele, permitirá adicionar ao avião armamentos brasileiros. De acordo com o brigadeiro Marcelo Damasceno, chefe da comunicação social da Aeronáutica, os caças Gripen “vão atender às necessidades operacionais da FAB pelos próximos 30 anos”. Segundo ele, as aeronaves ajudarão na defesa aérea do Brasil e serão capazes de promover ataques no solo e no mar. “Ele [o Gripen] permitirá à FAB enfrentar ameaças em qualquer ponto do território nacional com carga plena de armas. O conjunto de conhecimentos e capacitação tecnológicos contribuirá para que a indústria nacional se capacite para a produção de caças de última geração em médio e longo prazo”, disse Damasceno.


Fonte:G1.com