quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Boechat, a Band e o PIG também precisam pedir perdão à família de Santiago Andrade


A mais nova modalidade da praça é atribuir aos black blocs a responsabilidade por todos os problemas da violência no Brasil. E aproveitar o ensejo para criminalizar a todos os movimentos sociais que estão nas ruas. O mais estúpido dos atos neste sentido é a tentativa de aprovação a toque de caixa da lei anti-terrorismo no Senado.


Ricardo Boechat - Vandalismo é o cacete!

Isso isenta a tática da violência por parte de grupos que estão nas ruas de suas responsabilidades? Claro que não. E aqui neste espaço alguns textos já foram escritos neste sentido. A quem interessar possa, seguem dois: este e este.
Mas ao mesmo tempo será que não é o caso de verificar quem são os outros atores que apostaram nesta mesma violência que hoje condenam com tanta veemência? Um deles, você pode assistir no vídeo a seguir.
 
O jornalista Ricardo Boechat da TV Bandeirantes tem inúmeras qualidades. Mas fez neste vídeo o que muitos dos seus colegas fizeram, com, digamos, um pouco mais de acidez. Pede mais protestos violentos dizendo, entre outras coisas, diz:
“Sou favorável a arranhar carro, sou favorável a revolta, sou favorável a quebra-quebra e o caralho. Mas isso é vandalismo? Vandalismo é o cacete.”
 
Recentemente a apresentadora Racquel Sherazade, do concorrente SBT, também defendeu a legitimidade da violência contra “o marginalzinho amarrado ao poste”. E tratou a ação como legítima defesa coletiva.
A morte de Santiago Andrade precisa ser levada em consideração e se tornar um ponto de inflexão para aqueles que nas ruas ou no conforto do Facebook defendiam a tática da violência como instrumento legítimo de luta. Mesmo que houvesse quase nada a justificar essa opção no contexto atual. Mesmo que não houvesse nenhum indício de que isso poderia levar o movimento e o país a algum ponto melhor do que o atual.
Mas ao mesmo tempo a morte de Santiago Andrade não pode se tornar uma bandeira na mão de grupos da violência. Que em geral são mobilizados por discursos midiáticos do tom de Sherazade. E até de um jornalista muito mais responsável, como Boechat.
E que também são mobilizados por veículos de comunicação como a Band, que tem nos programas de violência policial suas principais audiências.
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Caetaninho Block
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