segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Caetano descobre que Globo é Globo


Freixo, agora sob o fogo cruzado da Globo

Por: Miguel do Rosário

Caetano Veloso descobriu, meio tarde, que o Globo costuma atacar todo político que “ameaça interesses não explicitados” do grupo.
Pena que o compositor se preocupe apenas com seu político de estimação, e não veja o quadro maior.
Hoje mesmo, domingo, há dezenas de exemplos. A diferença é que o PSOL sempre foi poupado, porque o Globo o via como uma arma a ser usada contra o PT.
Entretanto, por ser um partido de esquerda, o PSOL era apenas tolerado. A única virtude do PSOL, para a Globo, é sua postura sectária e hostil em relação ao PT. Todo o resto – as ideias socialistas, o programa da legenda – costuma ser diariamente ridicularizado e atacado pelo sistema de comunicação da Globo.
Abaixo, trechos da coluna de Caetano, publicada no… Globo.
*
Já O GLOBO, no qual detecto uma sinistra euforia por poder atacar um político que aparentemente ameaça interesses não explicitados, trata as falas de Tadeu sem crítica. Uma das manchetes se refere a vereadores do PSOL que teriam contribuído para uma ação na Cinelândia, na véspera de Natal, sugerindo ligação do partido com vândalos, quando se tratava de caridade com moradores de rua. O tom usado no GLOBO é, para mim, de profundo desrespeito pela morte de Santiago.
(…)
Quando Freixo era candidato a prefeito, escrevi artigo elogioso sobre ele. O jornal fez uma chamada de capa que, a meu ver, desqualificava meu texto. Manifestei minha indignação. A pessoa do jornal que dialogava comigo me assegurou não ter havido pressão dos chefes. Acreditei. Agora não posso deixar de me sentir mal ao ver a agressividade do jornal contra o deputado. Tudo — incluindo os artigos de autores por quem tenho respeito e carinho — me é grandemente estranho e faço absoluta questão de dividir essa estranheza com quem me lê.

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