A Polícia Federal
estimou o patrimônio bloqueado de Fernando Cavendish em aproximadamente
R$ 330 milhões. E a polícia acredita que esse valor deve ser equivalente
aos recursos desviados de obras da responsabilidade da Delta e pagas
com dinheiro público.
Com a Operação Saqueador da Polícia
Federal, deflagrada em outubro de 2013, o empresário foi impedido de
usar carros, movimentar contas e negociar ativos. O bloqueio também foi
referente à empresa SCF, que segundo investigadores, foi montada para
blindar o patrimônio do empresário. A defesa de Cavendish afirmou que
ele não pode ser responsabilizado "por eventuais fatos praticados por
outras pessoas".
Cavendish
está no grupo de amigos do governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral. A
relação de amizade entre o governador e o empresário veio a público com
o episódio da queda do helicóptero de Cavendish na Bahia. A aeronave
que saiu do Aeroporto Internacional de Porto Seguro tinha como destino
um hotel de Luxo em Trancoso, onde acontecia a festa de aniversário do
empresário e tinha entre os convidados o governador Cabral e seu filho
Marco Antônio.
Em uma das viagens entre o aeroporto e o hotel,
aconteceu o acidente que tomou proporções para além da esfera criminal e
revelou as estreitas ligações entre Cabral e Cavendish, que além de ser
acusado de tráfico de influência no governo federal para vencer
licitações da sua empresa, ainda é citado em outro processo, das
investigações contra o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos
Cachoeira. Na aeronave estava a namorada do filho do governador do Rio
de Janeiro, Sérgio Cabral, a estudante Mariana Fernandes Noleto, de 22
anos, além da mulher do empresário Fernando Cavendish, dono da
construtora Delta, Jordana Kfuri, o filho do casal, Luca Kfuri de
Magalhães Lins, de três anos, Fernanda Kfuri, Gabriel Kfuri Gouveia, a
babá Norma Batista de Assunção e o empresário Marcelo Mattoso Almeida.
Todos morreram no acidente.
No mesmo ano da queda do helicóptero
na Bahia, a Delta Construções tinha contratos com o governo do Rio e
faturou mais de R$ 1,4 bilhão em licitações de obras. Porém, uma
operação da Polícia Federal, a Monte Carlo, desmantelou as negociações
obscuras e fraudulentas de Cavendish no estado. A Delta Construções, que
inicialmente tinha privilégios somente no governo Cabral, virou alvo de
investigação da Polícia Federal em outros estados do país.
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