Entre as sanções estão a proibição de viagens e o
congelamento de bens de 21 pessoas da Rússia e da Ucrânia; alvos na
primeira fase incluem políticos responsáveis pela organização do
referendo de domingo na Crimeia
BRUXELAS, 17 Mar (Reuters) - Os ministros das
Relações Exteriores da União Europeia concordaram em impor sanções
contra 21 pessoas da Rússia e da Ucrânia nesta segunda-feira, incluindo
proibições de viagens e congelamento de bens, disse o chanceler da
Lituânia nesta segunda-feira.
Depois de uma reunião com duração de cerca de três horas, os 28
chanceleres da UE rapidamente chegaram a um acordo sobre a lista dos que
devem ser sancionados por participação na tomada da Crimeia pela Rússia
e do referendo de domingo para separar a península da Ucrânia e se
juntar à Rússia.
"O (Conselho dos Relações Exteriores) acaba de concordar com as
sanções -- restrições de viagem e congelamento de bens contra 21
autoridades da Ucrânia e Rússia", escreveu Linan Linkevicius em uma
mensagem no Twitter.
Ele acrescentou que mais medidas podem ser tomadas dentro de alguns
dias, quando líderes da UE vão se encontrar para uma reunião de cúpula
em Bruxelas. Os líderes devem expandir a lista para incluir mais
autoridades próximas ao presidente russo, Vladimir Putin.
Os alvos na primeira fase de sanções incluem políticos responsáveis
pela organização do referendo de domingo na Crimeia, quando 97 por cento
dos eleitores decidiram separar a região da Ucrânia para se juntar à
Rússia. A UE diz que o referendo foi ilegal e não reconhece o resultado.
Autoridades europeias disseram estar determinadas a pressionar a
Rússia por suas ações na Crimeia, com a imposição de sanções, incluindo a
proibição de viagens e congelamento de bens dos responsáveis. Os
Estados Unidos devem tomar medidas semelhantes também nesta segunda.
Há alguns sinais de que a ameaça de sanções está gerando um impacto na Crimeia e na Rússia.
Autoridades na Crimeia pediram formalmente a anexação à Rússia nesta
segunda-feira, e o chefe do Parlamento local disse que seriam
dispersadas unidades militares ucranianas na península.
O presidente russo, Vladimir Putin, vai discursar em uma sessão
conjunta do Parlamento da Rússia na terça-feira, quando possivelmente a
separação será formalizada.
Se isso acontecer, é provável que a UE passe à próxima fase de
sanções, logo que líderes se reunirem na quinta-feira, com a expansão da
lista de nomes.
Mesmo assim, não está claro se Moscou tem qualquer intenção de recuar
ou inverter o curso na Crimeia, e há indícios de que poderia ampliar
sua influência em regiões de língua russa do leste da Ucrânia.
A UE disse que vai aumentar ainda mais a pressão das sanções se isso
acontecer, incluindo a imposição de restrições comerciais e financeiras
de maior alcance sobre a Rússia, como as impostas com sucesso contra o
Irã.
Embora constantemente ampliando a ameaça de sanções, a UE também tem incentivado a Rússia a negociar diretamente com a Ucrânia.
Em um sinal de que Putin pode estar se preparando para responder a
essas chamadas, a Rússia apoiou nesta segunda a criação de um "grupo de
apoio" internacional para mediar a crise. Mas informou que um dos
objetivos do grupo seria a Ucrânia reconhecer a secessão da Crimeia,
inaceitável tanto para Kiev como para a Europa, os Estados Unidos e a
maior parte do mundo.
(Reportagem adicional de Justyna Pawlak, Phil Blenkinsop, Barbara Lewis e Luke Baker em Bruxelas)
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