segunda-feira, 16 de junho de 2014

Dilma e Merkel querem avanços nas negociações entre Mercosul e UE

Durante encontro em Brasília, presidente brasileira e chanceler federal alemã defendem acordo de livre-comércio entre os dois blocos econômicos e expansão das relações comerciais bilaterais.
Os governos do Brasil e da Alemanha farão todo o possível para que as negociações do tão aguardado acordo de livre-comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE) avancem neste ano. Foi o que garantiram a presidente brasileira, Dilma Rousseff, e a chanceler federal alemã, Angela Merkel, durante encontro na noite deste domingo.
Após anos de estagnação, um possível acordo comercial entre os blocos europeu e sul-americano voltou a ser discutido nos últimos meses.
 Num rápido pronunciamento à imprensa no Palácio da Alvorada, as duas líderes reforçaram o interesse em consolidar a parceria comercial entre os dois blocos – dos quais Brasil e Alemanha são as maiores economias – e também em ampliar os já bem estabelecidos laços econômicos entre os dois países.
A Alemanha é o quarto parceiro econômico mais importante do Brasil, atrás apenas de China, EUA e Argentina. Para os alemães, o Brasil é o parceiro de maior relevância na América Latina – Merkel ressaltou que há 1,3 mil empresas alemãs atuando no gigante sul-americano. No ano passado, o comércio bilateral entre os dois países movimentou 22 bilhões de dólares.
"Todavia, há espaço para aumentar nossos fluxos comerciais e também nossos fluxos de investimento", assegurou Dilma. Ao lado de Merkel, a presidente brasileira ressaltou que pretende aumentar as exportações de bens de maior valor agregado para a Alemanha e destacou as oportunidades que o Brasil oferece nas áreas de infraestrutura e de energia. "Há um enorme potencial em energias renováveis", concordou a chanceler federal alemã, que havia estado no Brasil pela última vez em 2008.
Parceiras contra espionagem
Após o encontro, seguido de um jantar na residência oficial, Dilma e Merkel ainda elogiaram a aprovação na Assembleia Geral da ONU, no ano passado, da resolução que prevê restrições na coleta de dados sigilosos na internet, proposta por Brasil e Alemanha. O documento, de caráter apenas simbólico, apela para que os países reavaliem práticas de vigilância e se comprometam a adotar medidas contra violações do direito internacional.
A iniciativa surgiu na sequência de um escândalo de espionagem envolvendo a Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA). Segundo informações vazadas pelo ex-colaborador da NSA Edward Snowden, a presidente brasileira e a chanceler federal alemã teriam tido e-mails e telefones celulares espionados pelo serviço secreto.
Fã de futebol e vibrante torcedora da seleção alemã, Merkel seguiu na noite de domingo para Salvador, onde assistirá à estreia da Alemanha na Copa do Mundo nesta segunda-feira, quando o time comandado pelo técnico Joachim Löw enfrenta Portugal.
Merkel desejou muito sucesso ao Brasil na organização da Copa. "Estamos convencidos de que esta será uma boa Copa do Mundo", afirmou Merkel, acrescentando que os brasileiros são conhecidos em todo o mundo pela sua paixão pelo futebol.
Anfitriã do Mundial, Dilma disse que esta é a "Copa da paz" e garantiu à Merkel que "o ambiente de confraternização e respeito" predomina em todas as 12 cidades-sede.

DW.DE

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