quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Evento pró-Aécio em SP reúne Meio Quilo de bosta cultural



Dos 600 lugares nem 200 estavam ocupados no ato tucano

“Todos os dias vejo gente querendo se mudar pra Miami. Acho que todos nós devemos ficar aqui e 
dar a passagem pro Lula e pra Dilma”, diz o ator Fulvio Stefanini. A plateia ri. “Estamos vivendo 
num país em que há falta de liberdade, em que há medo, em que as pessoas não se abraçam na rua. 
É uma ditadura”, emenda Sérgio Dantino, dono do Teatro Frei Caneca, em São Paulo, antes de 
mostrar que tem em suas mãos a delação premiada de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras. 
“Se tivesse no segundo turno o partido do satanás e o PT, eu votaria no de satanás.”
Declarações como essa deram o tom do evento de artistas pró-Aécio Neves (PSDB) na noite desta 
segunda (13), em São Paulo.
No palco do teatro Frei Caneca decorado com a bandeira do Brasil, Dantino e Stefanini tiveram a 
companhia do músico Lobão e dos deputados estaduais eleitos Coronel Telhada e Floriano Pesaro, de 
Andrea Matarazzo, do secretário estadual de Cultura, Marcelo Araújo, e de Roberto Corrêa de Mello, 
do Comitê Nacional de Cultura e Direitos Autorais. Na plateia com 600 lugares, nem 200 estavam 
ocupados.
A atriz Lucia Veríssimo também foi convidada a dar seu depoimento. Declarou primeiro sua paixão 
por Fernando Henrique Cardoso, por quem quem é “alucinada” e chama de “meu imperador”
Depois criticou a lei da meia-entrada e afirmou já ter sofrido “milhares de represálias”. E ficou 
“absolutamente quieta” sobre seu posicionamento político. Até agora.
“Me disseram que se eu votar no Aécio, vão privatizar meu c… . Mas meu c… sempre foi privado”, 
disse Lúcia, com um gesto fazendo um círculo com o polegar e o indicador para mostrar que está com 
medo de um próximo governo do PT.
Lobão, que não “quis” sair de casa para votar no primeiro turno, disse que no dia 26 estreará o voto no 
PSDB. Ele disse estar sendo ameaçado de morte por suas declarações contra o governo e que pensa 
em deixar o Brasil. “Não tenho medo, sou o Lobão. Mas tenho c…”
Para o roqueiro, o país vive uma ditadura de “atmosfera stalinista”. “Nas escolas, os professores são 
comunistas doutrinários.”
Voltando à cultura, dispara contra o primeiro ministro da pasta no governo do PT. O hoje marineiro 
Gilberto Gil teria valorizado ritmos de sua terra, a Bahia, como o axé. Já o rock ganhou a pecha de 
“coisa de reacionário branco”.
Coronel Telhada justificou sua presença no evento da classe artística dizendo que “PM também tem 
fanfarra”. Ele diz conhecer o meio por ter sido segurança de Gugu Liberato e Chitãozinho & Xororó. 
O próprio seria um artista: toca clarinete na orquestra da igreja e contrabaixo, além de ser autor de 
livros como “Quartel da Luz, Mansão da Rota”.
Para o ex-comandante da Rota, “Regina Duarte estava certa” e, 12 anos depois, “a resposta veio nas 
urnas”.

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