terça-feira, 7 de outubro de 2014

O mapa de forças para uma grande batalha




Por: Fernando Brito

Se algo de bom se pode extrair do que se passou ontem é a o desvanecimento das ilusões.
Nova política? Afirmação das minorias? Fim das oligarquias locais?
Ah, não esquecer: os “trogloditas”, como Jair Bolsonaro e Marco Feliciano estourando de votos no Rio e em São Paulo, onde os “rejeitados” Sérgio Cabral e Alckmin comemoraram suas vitórias. Até o bizarro Levy Fidélix multiplicou por oito sua votação. Cui prodest? A quem aproveita, no tempo dos latinismo…

Todos eles saíram gordos de um processo de radicalização vazio, que serviu essencialmente para unificar o conservadorismo e travar a sensível, visível e boa afirmação dos direitos, tanto os individuais quanto os sociais, de todos os cidadãos e cidadãs deste pais.
Não se iludam: não seus eleitores e talvez parte de seus apoiadores, talvez de maneira simulada mas quase que certamente de forma expressa, vai se alinhar a todo este conservadorismo.
Como Marina não se representa uma força política orgânica, isso não significará tanto. Ela, ontem, fez questão de dizer que “é da Rede”, talvez prevendo problemas com a estrutura de comando do PSB. A ver.
Mas é importante notar que houve, é evidente, uma transferência antecipada dos votos do conservadorismo que estavam com Marina e “pularam” para Aécio, desconcertando as previsões que se fazia até às vésperas da eleição.
Da mesma forma, serão importantíssimos os 1,6% conquistados pela combatividade pessoal de Luciana Genro, que foi madura ao admitir um apoio a Dilma no segundo turno, deixando claro que não há conversa com os tucanos.
Mas para por aí o que se pode fazer em matéria de abertura a alianças, afora consolidar, onde isso for possível, as alianças com o PMDB, o que não será fácil, especialmente no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro, o que tem, em princípio, mais efeito político que eleitoral.
A eleição está, creiam, muito mais longe de estar perdida do que de ser ganha.
A direita tem muitos obstáculos, a começar por um resultado do Nordeste, que aponta para uma vitória maior que a de 2010.
O Rio de Janeiro deve devolver a Dilma a maioria absoluta e a eleição aqui tenha tudo para ter novas surpresas.
A eleição vai tomar um rumo, e este, muito mais que no primeiro turno, será regido pela realidade, que se impõe sobre simpatias pessoais dos candidatos.
Dele, falarei no próximo post, mas é evidente: à frente, com o Brasil pós-Lula ou para trás, com o de Fernando Henrique Cardoso.

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