QUEM É QUE VAI INVESTIGAR E PRENDER A POLÍCIA FEDERAL?

 por Eduardo Bueres

Não há dúvida que os delegados debochados da Polícia Federal brasileira, fizeram chacota com a instituição Presidência da República e feriram lei e a disciplina. 

Se instalou uma guerra entre duas instituições chaves da República, cujas consequências, em caso de não apuração deste tipo de alteração, não apenas deixam de ser favoráveis ao Democracia, como fere de morte a construção doutrinária que moldaria a evolução da Policia Federal rumo ao século XXII. 

São muitos os cidadãos, de todas as classes, que acreditam que a PF ainda precisa encontrar seu caminho e se firmar como uma divisão republicana orgulhosa e independente, que concilia a verdade com a lei. 
 
É como diz o velho ditado: queres conhecer o homem, da-lhe o poder...

Qualquer cidadão sabe que não há ilegalidade nenhuma que policiais federais, em dias com a justiça eleitoral, tenham preferências partidárias e as manifestem nas urnas, não nas ruas - idem nas redes - , sem paixão e sem vaidades.

Snowden fez o trabalho que a PF brasileira não teve competência; revelou a espionagem de Obama.

Sobre a PF brasileira, as bem informadas e sinistras comunidades de informação estrangeiras, especialmente as norte-americanas, sabem bem disso: é uma instituição multifacetada, onde a luta e a concorrência interna pelo poder é um dos seus pontos mais fracos. 

Um dos exemplos dessa confusão, que seria hilária, caso não fosse tão grave, foi o escândalo referente a espionagem da Agência de Segurança Nacional dos EUA, que espionava investimentos, decisões e segredos de Estado e as estratégias de produção e mercado da Petrobras, dona de um dilúvio de óleo cru no Pré-sal, inclusive a vida privada da Presidenta da Republica, Dilma Rousseff, atitude criminosa e, mais que isso, imoral. 

Não fosse a delação do espião Edward Snowden, até os dias de hoje a Policia Federal Brasileira estaria em falta com seus deveres. 

A falta de investigação por esta falha, talvez, a partir da instalação de uma comissão parlamentar especial para apurar os culpados e a extensão dos danos de lesa pátria, afeta a todos!. Comprometeu a credibilidade desta instituição importante, que fragorosamente falhou, diante do mundo inteiro, vexatoriamente, na sua missão principal que consiste em prever e promover com toda competência a proteção do Estado. 

Com este  órgão americano, NSA, assim como com a CIA, DEA e o FBI -  já foi denunciado diversas vezes por jornalistas, dentro e fora do Brasil -  que  a PF brasileira tem uma relação de subserviência indesejada pela maioria dos brasileiros, pois que, funcionaria com o rabo preso com o Pentágono. Haveria possibilidade no Brasil da existência de agentes duplos?.

Todo esse escândalo hollywoodiano envolvendo a desmoralização,  demonização e a destruição da Petrobras, envolve um roteiro engendrado pelo mercado. A banda nacionalista e não pró euro-americana da polícia federal, não deve se deixar contaminar pelo canto de sereia dos políticos privatistas, comprometidos com os interesses estrangeiros, potências que desejam controlar o poder estratégico, tanto em nível militar quanto econômico, que esta representado no gigantesco filão de petróleo descoberto e produzido no Brasil.

Caso não fosse assim, os agentes brasileiros teriam clareado pelo menos um dos esquemas espiões de Barack Obama no Brasil, antes que estes viessem a acontecer. Alguns estudiosos que se debruçam sobre o delicado tabuleiro que envolve geopolítica e segurança nacional, acreditam que, como nada mudou na nossa instituição, tudo continua como dantes no quartel de Abranches, ao contrario, por exemplo, do que ocorreu com a Alemanha, onde a competente comunidade de informação germânica não perdeu a chance de retalhar e varrer o esquema nocivo onde tanto risco foi flagrado. Lá, a soberania passou a ser respeitada e foram impostos os limites; e cá?.

Como ocorre em instituições similares em todos os lugares do mundo, onde a importância desta  matéria prima, a informação, é tratada como sutil filigrana, que requer um aprendizado refinado e infinito, já que, o lidar com a lapidação das 'verdades', pressupõe o aperfeiçoamento linear do conjunto a que pertence este poder, se constituindo numa tarefa para especialistas virtuosos, pois que, o lidar com o domínio da parcela de força de uns, através das raias de transversalidade do poder de outros é,  institucionalmente, considerado um terreno enganoso.

São vários os grupos e facções internas que se  batem e debatem pelo controle da PF brasileira; para uma das partes para vencer a disputa cega, dependeria das circunstâncias e do cenário político. Acredita-se que, em caso da vitória do candidato de oposição, o grupo que estaria apoiando abertamente Aécio Neves, através das redes e promovendo vazamentos seletivos, com o intuito de atingir a credibilidade eleitoral do atual governo que foi duas vezes legalmente eleito, ganharia como grande premio o comando da instituição.

Os vendilhões da Petrobras já tem a cena montada. A ordem é destroçar a imagem interna e externa da Petrobras, em seguida vende-la

O que supõe-se é que, muitos policiais federais brasileiros no exercício do seu macro poder, deixam-se levar pela vaidade e ignorância através da extrapolação de suas funções, contaminação que vai da ambição de servir a um propósito de ascensão funcional á fragilidade diante a necessidade de resistência aos vírus de cunho político, como foi o caso do vazamento dos fragmentos especialmente pinçados do conjunto do depoimento do bandido Yossef, as vésperas das eleições presidências, fato que passa por uma percepção de intolerância com relação a linha imaginária da lei,  aquela que demarca o legal do ilegal. 

Com relação a Operação Lava Jato, o que todos nos brasileiros desejamos é que, a PF tenha competência, isenção e imparcialidade, encaminhando as suas conclusões por vias legais, na forma da lei, sem holofotes ou características de uma conspiração, em consonância com o que reza o artigo 364 do regimento disciplinar da Polícia Federal, que define transgressões disciplinares da seguinte maneira:

I - referir-se de modo depreciativo às autoridades e atos da Administração pública, qualquer que seja o meio empregado para esse fim.

II - divulgar, através da imprensa escrita, falada ou televisionada, fatos ocorridos na repartição, propiciar-lhe a divulgação, bem como referi-se desrespeitosa e depreciativamente às autoridades e atos da Administração;

III - promover manifestação contra atos da Administração ou movimentos de apreço ou desapreço a quaisquer autoridades; 

Fora desta deste universo aqui,  cabe perguntar: em caso de transgressão e extrapolação de suas funções, quem é que vai investigar e prender a Polícia Federal?.