terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Mídia, tucanos e Eduardo Cunha elegem Berzoini como alvo



 Blog do Rovai

Em todo começo de governo a oposição e a mídia escolhem um alvo para impor alguma derrota ao governo. Isso acontece repetidamente desde 2003. Não tem essa de lua de mel com governo petista. É 
porrada da cintura para baixo desde o primeiro dia.
Dessa vez a mídia e a oposição, que saiu fortalecida da disputa eleitoral, ainda contam com o deputado 
federal pelo PMDB do Rio de Janeiro, Eduardo Cunha, que fez campanha para Aécio Neves, disputa 
a presidência Câmara contra o governo, mas que não abre mão de indicar gente de sua confiança para 
cargos importantes em estatais.
Eduardo Cunha, que até os paralelepípedos das ruas do Rio de Janeiro conhecem muito bem, renderia 
matérias bastante suculentas na mídia tradicional. Mas isso não interessa às grandes corporações 
midiáticas no momento. Porque ele é o aliado da vez.
Na aprovação do Marco Civil, por exemplo, Cunha foi o principal opositor das propostas da sociedade 
civil. E o principal defensor dos interesses das teles.
Agora, ataca o ministro Ricardo Berzoini para se tornar ainda mais o queridinho da mídia na disputa 
pela presidência da Câmara. Mas isso não é tudo. Cunha com seus ataques abre caminho para uma 
campanha que buscará tornar o ministro das Comunicações no belzebu, no capeta, no cão chupando 
manga da censura petista.
É essa a senha que foi dada tanto por ele, quanto pelo senador Aloysio Nunes Ferreira. Eles buscam 
desqualificar o debate e acuar o governo, mas farão isso dando nome e sobrenome ao perigo: Ricardo 
Berzoini.
O momento exige do ministro e da presidência Dilma muita tranquilidade. E mais do que isso, muita 
firmeza. Dilma tem que unificar o governo em torna desta pauta. Na posse da presidência já havia 
gente falando pelos cantos que tratar disso agora era arriscado e que não era hora de brigar com a 
Globo, por exemplo.
Nunca é hora de brigar com ninguém. A questão é que é hora de avançar no processo democrático 
brasileiro. E sempre quando movimentos dessa natureza precisam ser realizados, há interesses 
contrariados. Para se democratizar politicamente o país, os militares perderam espaço. Para 
democratizar as comunicações e garantir mais liberdade de expressão e de imprensa no país, vai ser 
necessário que alguns (não são todos) veículos percam algo. Aliás, a Globo já perdeu metade de sua 
audiência desde o início da década de 90 até hoje. E sem regulação alguma. Simplesmente porque o 
povo brasileiro tem achado que há coisa melhor pra fazer do que ficar assistindo seus programas de 
baixa qualidade. Aliás, falando em baixa qualidade vejam o que a Globo fez com o filme do Tim Maia 
ao transformá-lo em minissérie. Vejam o que o diretor do filme disse sobre a deturpação do seu 
trabalho. É também disso que falamos quando tratamos de monopólio e o que isso impõe à qualidade 
da comunicação.
A indicação de Berzoini para o ministério das Comunicações foi a escolha mais ousada de Dilma para 
o seu ministério. A oposição já se deu conta disso e a mídia tradicional também. Ou seja, eles vão fazer 
de tudo para derrotá-lo, para derrubá-lo.
O movimento sindical, o MST, os partidos de esquerda, a sociedade civil que atua no segmento e todos 
aqueles que lutam há décadas para tornar o Brasil ao menos um EUA ou uma Inglaterra no que diz 
respeito à legislação das comunicações, precisam impedir esse golpe.
Não se pode permitir que mais uma vez o debate sobre regramentos civilizatórios no setor mais 
importante de uma sociedade que hoje é informacional sejam silenciados. O governo não pode se 
deixar abater pela chantagem. Ao contrário, Dilma foi eleita com essa pauta. Em nenhum momento ela 
escapou do tema e sempre disse que se vencesse as eleições o Brasil iria discutir o marco regulatório 
das comunicações. Quem perde é que tem que acatar a decisão das urnas. O que está em jogo, aliás, é 
ela: a democracia. A Globo não pode ser tratada como dona do país."

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