sábado, 28 de fevereiro de 2015

O Brasil não vai aceitar ser destruído pela mídia




Por Miguel do Rosário

Incrível.
O juiz Sergio Moro já concedeu três delações premiadas a Alberto Youssef.
Sempre que o noticiário da Lava Jato começa a esfriar, ele é chamado novamente, ou o próprio se convoca para depor, para fazer novas revelações bombásticas (e sem provas, claro) contra o PT.

A relação entre Sergio Moro e Youssef é promíscua.
Ambos são do Paraná.
Aliás, todo o circo da Lava Jato gira em volta de figurões do Paraná.
Youssef estava envolvido com o prefeito tucano Jairo Gianoto, de Maringá, condenado por um pesadíssimo esquema de corrupção.
Nessa época, o senador Alvaro Dias voava para lá e para cá no jatinho do doleiro.
Aí Sergio Moro vira juiz e vai cuidar do caso Banestado.
Quem é o doleiro envolvido? O mesmo Youssef.
Moro “perdoa” Youssef através da concessão da delação premiada.
Youssef dedura bagrinhos e protege os tubarões.
Volta a roubar.
É preso de novo. Dedura de novo.
Volta a roubar.
É preso pela terceira vez.
Delação premiada novamente.
Me perdoem se eu erro alguma coisa. Não sou biógrafo, nem quero ser, de Alberto Youssef.
Youssef se tornou uma espécie de coringa da oposição.
(Leia os posts: a história do doleiro que a mídia não contou e Youssef operava para FHC, Serra e Fernandinho Beira Mar, sobre as históricas relações de Youssef com o PSDB).
Sempre que querem um dedo-duro seletivo, alguém que entenda o jogo político da mídia, chamam ele.
E agora a imprensa nos informa que ele quer fazer “novo depoimento”, e a Veja já sabe até o que é.
Claro, tudo é combinado previamente com o advogado de Youssef, um tucaníssimo que desfrutou, por anos, de uma sinecura especial no governo do Paraná.
Enquanto isso, centenas de milhares de empregos são ameaçados porque alguns procuradores e um juiz, almofadinhas criados a leite de cabra, com o salário garantido ao fim do mês, querem “passar a limpo” o Brasil.
O Ministério Público, como instituição, perdeu o bom senso há tempos, desde a Ação Penal 470, uma farsa ridícula que começou por uma peça de acusação inteiramente fictícia.
Não canso de repetir: estão tentando o mesmo golpe. E usando os mesmos cérebros, os filhos mais brilhantes da direita aristocrática.
Sergio Moro foi o juiz que escreveu o voto de Rosa Weber, no qual ela condenou Dirceu com uma frase positivamente fascista: “não tenho provas para condená-lo, mas a literatura assim o permite”.
A frase de Weber me parece, inclusive, nascer de uma consciência desesperada, como se ela quisesse mandar um recado à história: estou encurralada; senão condenar Dirceu, minha cabeça estará em jogo.
Vladimir Aras, outro cérebro brilhante, foi o procurador que ajudou Gurgel a escrever a peça de acusação da AP 470.
É Aras que vai à Itália coordenar a extradição de Pizzolato. Aliás, é impressionante o esforço do MP para trazer o petista de volta da Itália. Usaram toda a sua estrutura.
Se tivessem usado um décimo dessa estrutura para investigar o trensalão, a sonegação da Globo, o Banestado, a privataria, o Brasil estaria bem melhor hoje.
Não, preferiram usar toda a sua estrutura para pegar Pizzolato, condenado por um crime que não cometeu.
A mesma coisa vale para João Paulo Cunha, condenado mesmo diante de provas cabais de sua inocência.
Agora, não nos enganemos.
Não sejamos tolos ou demagógicos.
Às vezes ouço críticas: “Engraçado, ver a esquerda defendendo empreiteiros”.
A esquerda democrática jamais pode defender prisões arbitrárias ou violência judicial, mesmo contra o homem mais rico do mundo.
A Constituição garante direitos iguais para todos.
No Brasil, parece garantir apenas para os amigos da Globo.
Não é amigo da Globo, pode ser o cara mais rico do Brasil: dê adeus a seus direitos e liberdades.

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