terça-feira, 24 de março de 2015

'Manifestante', Agripino agora é réu por corrupção

Agripino vai prestar contas com a Lei
247 – Menos de dez dias depois de participar dos protestos contra a corrupção e de defender, em entrevistas recentes, o impeachment da presidente Dilma Rousseff, o senador Agripino Maia (DEM/RN) se tornou réu no Supremo Tribunal Federal por... corrupção.
A ministra do Cármen Lúcia decidiu abrir uma investigação contra o senador Agripino Maia (RN), presidente do DEM, com base em denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Maia foi delatado pelo empresário do Rio Grande do Norte George Olímpio, que disse negociar propina com políticos. A denúncia foi feita por meio de delação premiada.
Ele contou que o senador lhe pediu R$ 1,1 milhão para campanhas políticas e o chantageou, afirmando que, caso não lhe desse o dinheiro, perderia o contrato que tinha por meio de um instituto para prestar serviços ao Detran/RN.
Ele disse que chegou a entregar R$ 300 mil a Agripino Maia e a fazer empréstimos a pessoas indicadas por ele para que completasse a quantia solicitada. O pagamento ajudaria a liberar serviços de inspeção veicular no Rio Grande do Norte.
Como presidente do DEM, Agripino recebeu a solidariedade de correligionários como o senador Ronaldo Caiado (DEM/GO). No 15 de março, Caiado participou dos protestos e chegou a usar uma camisa de inspiração fascista contra o ex-presidente Lula. Em relação a Agripino, ele afirmou que o senador potiguar deveria ter o benefício da dúvida e o direito de se defender.

De quem é a culpa pelos 20% do Jornal Nacional? Por Paulo Nogueira

Números desastrosos


Números desastrosos  do JN

 Se Mino Carta citou Jesus numa conversa sobre os protestos, me sinto autorizado a fazer isso também.
Minha citação é: “Não julgue para não ser julgado.”

Penso, especificamente, nas grandes empresas de jornalismo.
A Globo, por exemplo. Acaba de sair a notícia de que o Jornal Nacional bateu na histórica marca de 20 pontos de Ibope – uma migalha para quem já teve duas, três vezes isso.
Abaixo dos 20, o dilúvio.
Nos mesmos dias, soube-se que Babilônia, a nova novela, caiu vertiginosamente no espaço de uma semana.
E o BBB, como desgraças andam juntas, teve na semana passada a pior sexta de sua existência no Brasil.
A Globo bate sucessivos recordes negativos.
E então vamos a meu ponto: de quem é a culpa?
Se você julgar a Globo como seus comentaristas julgam o governo, a culpa é exclusivamente da própria Globo.
O diretor de telejornalismo Ali Kamel e o apresentador William Bonner teriam que ser impiedosamente despedidos pelos números catastróficos da audiência em sua gestão.
Na área de entretenimento, demissões sumárias teriam também que ocorrer. Novelas que se esfolam para bater em 30 pontos são uma vergonha para quem chegou a ter 100% dos televisores em últimos capítulos, como Selva de Pedra.
Feitas as demissões, os irmãos Marinhos teriam que se auto-substituir, como fez um jogador africano na Holanda depois de uma vaia interminável de sua própria torcida.
Atribuir a outras coisas?
Veja como a Globo lida com isso quando Dilma coloca o Brasil dentro de um contexto de crise global.
Pergunte a Kamel, ou a Bonner, ou a Míriam Leitão, ou a Merval, ou a quem for, qual a causa da derrocada das audiências da Globo – não apenas na tevê, mas em mídias como jornal, revista e rádio.
Ninguém, com certeza, dirá que a responsabilidade é da própria Globo. Ninguém admitirá falta de qualidade nos telejornais, ou nas novelas, ou na falta de capacidade de inovar na administração e nos produtos.
A culpa está lá fora.
Da mesma forma, pergunte aos Civitas como a Abril, em tão pouco tempo, se tornou uma empresa morta em vida.
Gestão ruinosa? Conteúdos desvinculados do espírito do tempo? Más escolhas, como Fabio Barbosa?
Mais uma vez, o problema está lá fora.
Muito bem. Por que circunstâncias externas valem para as empresas, e só para elas?
Todos sabem as restrições editoriais que faço à Globo e à Abril, e trabalhei nelas tempo suficiente para saber que não são administradas com excelência. (É o lado B de empresas que gozam de reserva de mercado e outras mamatas. Como filhos mimados, têm dificuldade em se virar fora de ambientes protegidos.)
Mas, com tudo isso, é inegável que o mundo externo responde e muito pela crise que Globo e Abril enfrentam.
A internet transformou seus produtos em velharias.
Mesmo que a Globo fizesse o melhor jornalismo do mundo, uma coisa do padrão da BBC, e ainda que a Abril fosse administrada por Rupert Murdoch, as coisas continuariam complicadas, dado o poder disruptivo da internet.
A situação do Brasil é bem menos grave do que a da Abril e a da Globo. Como a agência de avaliação de risco S&P avaliou ontem, o Brasil continua a ser um bom porto para os investidores.
A economia, previu a S&P, deve ter um soluço em 2015, uma queda de 1% no PIB, para voltar a crescer 2% em 2016.
Se Dilma for hábil em poupar os mais desfavorecidos, não haverá grandes problemas sociais – ou mesmo pequenos.
De novo: as empresas de mídia enfrentam desafios imensamente maiores que os do Brasil. A rigor, o cemitério as aguarda, a alguns quarteirões de distância.
Tudo isso considerado, seria uma injustiça atribuir o drama delas apenas a elas mesmas.
É o que elas fazem ao examinar as dificuldades econômicas do momento. Tudo culpa do governo, segundo elas.
Isso mostra cinismo, falta de visão e – a palavra é dura, mas não há outra mais precisa – um tipo de canalhice que faz você não lamentar o estado terminal em que elas se encontram.

BRASILEIROS JÁ NÃO PRESTIGIAM O 'JORNAL NACIONAL' DA REDE GLOBO

 

Ibope do Jornal Nacional derrete e marca 20 pontos

Do uol:

Um “terremoto” ocorreu na redação da Globo na noite de hoje. O “Jornal Nacional” registrou uma das mais baixas médias de audiência em dias úteis, segundo dados prévios obtidos pelo UOL.
A média de audiência esta noite foi de 20 pontos, que é equivalente ao índice do telejornal global em um sábado de feriado prolongado.
Na segunda-feira passada a média foi de 29 pontos. A segunda-feira de Carnaval, por exemplo, deu 25 pontos na Grande SP (cada ponto = 67 mil domicílios). Os dados consolidados do Ibope só serão divulgados amanhã e podem sofrer pequena variação (geralmente nunca maiores que um ponto).
Dez anos atrás a média do “JN” era de 35,8 pontos na Grande São Paulo.
Embora não seja possível afirmar categoricamente o motivo da queda desta noite, não é difícil apontar os prováveis motivos.
1) As novelas das 18h e 19h não estão tão bem quanto deveriam, em audiência. Isso atrapalha a “alavancagem” de público que está sintonizando as novelas e continua na Globo durante o telejornal
2) A nova novela das 21h, Babilônia, também não vai nada bem para os padrões da Globo, com média em torno de 31 pontos. Quando a novela vai bem, como o final de “Império”, um bom público sintoniza antes o “JN” já à espera da trama.

Remendo podre!. Para a Reuters, a corrupção vem desde FHC, mas... “podemos tirar se achar melhor”


 Por: Fernando Brito


O alemão Paul Julius Reuter, com os telégrafos com que criou a Reuters, no século 19, jamais imaginaria que sua agência de notícias, hoje uma das maiores do mundo, ia tão alegremente entregar-se aos padrões brasileiros de jornalismo.

Ontem, o site da Reuters publicou uma entrevista de Fernando Henrique Cardoso culpando Lula 
pelos casos de corrupção na Petrobras.
Lá no sexto parágrafo, o texto de Brian Winter, porém, citava as informações de Pedro Barusco de 
que o desvio de dinheiro começara no governo do tucano entrevistado.
Por distração, foi ao ar, junto do texto, uma observação do editor, semelhante àquela que andou 
frequentando os e-mail à redação da TV Globo: “Podemos tirar, se achar melhor”.
Assim, com este jeito meigo de ser.
Quando a Reuters percebeu a “mancada” correu a fazer a reedição que aparece acima deste post.
Um amigo viu e imprimiu a página e, com o texto exato, foi possível achar o resultado na varredura 
do Google, embora a página original já não mais esteja publicada.
Recortei da tela e apliquei na imagem para que você possa entender a estranha “reedição”, que 
corrige a mancada, mas não a bajulação.
Fica como mais um exemplo – de tantos e tantos – do sabujismo que a mídia adota, agora em versão 
internacional, para que o leitor – com o perdão da palavra – possa conhecer os intestinos das fábricas 
de notícias.

Ridículo!. Quem é Rogério Chequer, a 'celebridade' biônica do “Vem pra Rua” no Roda Viva




Por: Fernando Brito

Assisti a “entrevista” do “líder” do Vem pra Rua” no Roda Viva, aliás um festival de “levantadas de bola” para a nova celebridade.

Para dizer, entre outras pérolas que foi Lula que inventou esta história de “pobres contra ricos” e 
“empregados contra patrões” no Brasil, o que daria para ganhar um troféu de ignorância histórica e 
cara de pau política. O vídeo está na internet.
Como eu sou um cara curioso, fui descobrir coisas que seus intrépidos entrevistadores da TV Cultura 
e das páginas amarelas da Veja não cuidaram de saber. Aliás, como não cuidaram quando, em 
2013,apresentaram um dublê da Globo como líder dos coxinhas.
Por exemplo, que Chequer vivia, até poucos anos atrás, nos Estados Unidos. E desde 2004, pelo 
menos, porque é o endereço de 101 Summer Street, Stamford, Connecticut que dá à Junta Comercial 
de São Paulo na abertura da empresa Frida Participações, em 2004.
E que lá era sócio de uma empresa chamada “Atlas Capital Manegement“, até 2011, junto com 
David Chon e Harry Kretsky, que geria fundos de investimento. Um deles, o Discover Atlas Fund 
com US$ 115 milhões em ativos, segundo o site Institutional Investitor.
Não se sabe porque cargas d’água Rogério deixou o empreendimento, mas há um processo aberto 
contra ele e os sócios pelo fundo de hegde Discovery Capital Management na Corte Distrital do 
estado americano de Connecticut, aberto em 2012. Kretsky e Chequer, segundo a reportagem do 
Investitor trabalharam lá e é bem coincidente o nome do principal fundo que geriam (Discover x 
Discovery).
O mesmo ano em que foi admitido na empresa por onde hoje se apresenta, a Soap Comunicações, 
especializada apresentações de negócios.
De qualquer forma, seja por ter tido problemas nos negócios financeiros nos EUA, seja por ter sido 
acometido por uma terrível saudade do Brasil (não é?), Chequer voltou não faz muito tempo para cá 
e já lhe dão a janelinha.
Ele, como qualquer pessoa, tem o direito de se manifestar. Mas quando o tornam uma figura pública, 
uma “referência nacional”, o que ele faz, fez e qual é a sua trajetória passa a interessar e é dever dos 
jornalistas informar, salvo se não tiverem interesse em saber de onde vem o personagem que 
promovem nacionalmente.
Como é direito da gente perguntar: será o Vem para a Rua traduzível como Go to Street?

A crise política e a Tríplice Aliança




Luis Nassif
A crise política atual é uma crise de poder da Presidência da República. É lá que se cria o vácuo político. Vários grupos tentam prevalecer-se desse vácuo para ampliar seu poder e influência no país. E, nesse jogo oportunista, acabam se constituindo em fatores de desestabilização política.
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O principal fator de desestabilização reside na aliança pontual - e precária - de três grupos principais: o Ministério Público Federal, os grupos de mídia e a geleia geral representada pelo presidente da Câmara Eduardo Cunha, na qual se misturam evangélicos, baixo clero, interesses econômicos obscuros entre suspeitas mais graves.
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No primeiro momento, há quase um triângulo em que a hipotenusa são os grupos de mídia e os catetos o MPF e o grupo de Cunha. Ao mesmo tempo, o MPF investiga Cunha, o que aumenta a confusão e a instabilidade da tríplice aliança.
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A recente visita do procurador Deltan Dallagnol à Folha e o prêmio de O Globo recebido pelo juiz Sérgio Moro são a parte mais visível e menos importante dessa parceria. O MPF e o juiz Moro conseguiram midiatizar o julgamento da Lava Jato e, com isso, se impor sobre o Judiciário e sobre as restrições constitucionais ao seu trabalho.
É sintomática a maneira como levaram o caso José Dirceu para esse campo. O procurador diz que Dirceu recebeu pagamento de empreiteiras da Lava Jato. Dirceu mostra que houve trabalho de consultoria visando abrir mercado em países onde mantém relacionamento político. As empreiteiras confirmam. Ai o procurador diz que, de fato, o trabalho ocorreu, mas o pagamento foi descontado da propina do PT.
A informação não está em nenhum prova ou mesmo em delação premiada. Um dos prisioneiros comentou com um dos procuradores. Simples assim. Quem necessita de Código Penal tendo a chance de fazer justiça com as próprias mãos e as próprias manchetes?
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A mídia dá respaldo a essas arbitrariedades, da mesma maneira que puxou o tapete do MPF quando o alvo foi Daniel Dantas, da Operação Satiagraha, ou a Camargo Correia, da Operação Castelo de Areia. Aliás, na consultoria internacional de Dirceu não há nenhuma explicação para o contrato com uma empresa do grupo de Nizan Guanaes.
A pauta está com a mídia e será tirada sempre que ela quiser. Os procuradores e o juiz Moro sabem disso, mas aproveitam o momento para manobras oportunistas.
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Por sua vez, Eduardo Cunha aproveitou o vácuo para avançar firmemente sobre a estrutura de poder. Como atrapalha Dilma, recebe blindagem dos grupos de mídia. E aí o jogo fica curioso.
Numa ponta, o MPF investiga Cunha; na outra, a mídia blinda, escondendo sua biografia da forma mais canhestra possível - já que não existe político mais notório que Cunha.
Acontece que Cunha representa, também, os grupos evangélicos, que cada vez mais se apresentam como força política e midiática - a maior ameaça ao predomínio da Globo vem dos canais evangélicos e a maior ameaça às democracias têm sido de grupos religiosos que resolvem militar na política.
Em algum ponto do futuro, a parceria deixará de interessar ao establishment da mídia. Aí trará à tona a extensa capivara de Cunha e o MPF dará o golpe final.
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Resta saber qual o grau de influência que cada grupo acumularáæ até a implosão da Santa Aliança.

sábado, 21 de março de 2015

BOOOMBÁSTICO!: SELTAL DIZ QUE CARTEL CRIMINOSO INICIOU NA PETROBRAS NA ÉPOCA DE FHA

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247 - Em acordo de leniência firmado pela Setal Engenharia e Construções com a Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (SG-Cade), a empresa afirmou que as empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato operam cartel para participar de licitações da Petrobras desde o final dos anos 1990.
O posicionamento da companhia vai ao encontro do que disse o executivo Augusto Mendonça, ex-representante da Toyo Setal, à Justiça Federal. Após firmar o acordo de delação premiada, ele disse que o cartel, chamado por ele de "clube" de empreiteiras que atuava nas licitações da estatal existe desde meados da década de 1990, período que abrange a gestão de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Segundo Mendonça, ex-representante da Toyo Setal, o cartel "passou a ser mais efetivo a partir de 2004, graças às negociações dos diretores Paulo Roberto Costa (Abastecimento) e Renato Duque (Engenharia e Serviços)".
No histórico de conduta divulgado pelo Cade, com detalhes do acordo de leniência, a Setal e a SOG Óleo e Gás afirmaram que foi estabelecido "um sistema de proteção" entre as empresas para "combinar não competirem entre si em licitações relativas à obras da Petrobras no mercado 'onshore'".
O documento registra, ainda, que a empresas investigadas na Lava Jato se "reuniam, ainda que inicialmente de uma maneira não estruturada, com o objetivo de discutir e tentar dividir os pacotes de licitações públicas 'onshore' da Petrobras no Brasil".

PEGOU MAL, MAL, MAL, SEU DOUTOR ! : JANOT E O PROBO AÉCIO NEVES




Errou o Procurador Geral da República Rodrigo Janot ao não pedir abertura de inquérito contra o senador Aécio Neves.

Luis Nassif

Primeiro, porque na delação do doleiro Alberto Yousseff havia indícios suficientes para a abertura de inquérito. Conforme o PGR cansou de alertar, pedido de inquérito não significa condenação nem incriminação de ninguém. É apenas um procedimento de levantamento de provas, em cima de indícios. Se nada for encontrado, arquive-se; se forem encontradas provas, proceda-se à denúncia, que poderá ou não ser aceita pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Em seu depoimento oral, Yousseff apresenta dados objetivos de fácil apuração.



* Diz que Aécio Neves recebia propinas através de uma diretoria de Furnas, segundo relato do finado deputado José Janene (PP), que também tinha uma diretoria por lá.

* Informa por onde passava o dinheiro da propina, a empresa Bauruense.

* Informa o valor presumido da propina, de US$ 100 mil mensais.

* Informa a possível destinatária da propina.

* Diz basear-se nas conversas que tinha com Janene e com o proprietário da Bauruense.

Ora, com base nessas informações, bastaria requerer a quebra de sigilo da Bauruense, analisar seus extratos e balanços e fazer o mesmo da suposta ponta recebedora.
Tinha razão o Ministro Teori Zavaski quando comentou com pessoas próximas que foram abertos inquéritos com elementos muito menos robustos do que aqueles que constavam contra Aécio. Ele não entrou em juízo de valor, se deveria ou não ter sido solicitado o inquérito. Apenas comparou condições.
O segundo erro do PGR foi não considerar que, ao livrar Aécio do inquérito, ele reforçou a manipulação política da Lava Jato. E aí reside o grande risco: valer-se da operação não para corrigir desvios históricos, mas apenas como ferramenta de ataque político.
O grande fator de legitimação do trabalho da Lava Jato - e do Ministério Público Federal em geral - é a isenção. Para setores relevantes da opinião pública, o MPF tem lado, pela resistência em atuar em casos envolvendo o PSDB. E até pelos vazamentos seletivos, aceitos passivamente por Janot. É só comparar o depoimento de Alberto Yousseff sobre Aécio com o que foi dito sobre Dilma - com o que saiu na mídia na véspera das eleições.
Pode ser fama injusta, mas é real.
O pedido de abertura de inquérito contra Aécio teria a tripla finalidade de mostrar isenção, reduzir seus ímpetos golpistas e desmanchar a hipocrisia histórica da política brasileira para quem o jogo político se resume aos "seus ladrões" e aos "meus operadores de bem".
A consequência dessa piscada de Janot está aí: o probo Aécio pedindo o fim do partido adversário, devido ao recebimento de propinas.

sexta-feira, 20 de março de 2015

VOVÔ METRALHA ASSASSINAVA JOVENS A SANGUE-FRIO, SABIAM,MENINOS REVOLTADINHOS DA AVENIDA PAULISTA?






Esse assassino rola-bosta e abestalhado protagonizou os protestos no tucanonistão...
No Tijolaço
Meu bom companheiro Fernando Molica, colunista de O Dia, publicou ontem, em seu blog, um excelente artigo sobre o vídeo que havíamos mostrado aqui, feito pelos jornalistas da revista Trip na manifestação da Avenida Paulista de domingo.
Resultado de imagem para the horror of tortureReproduzo o artigo ao final, mas peço licença a Molica para trazer logo para o início a ficha do aparentemente inofensivo “Carlinhos Metralha” louvado pelos manifestante e digno até de uma esdrúxula continência por parte de um policial militar.
Carlos Alberto Augusto, vulgo ‘Carteira Preta’ e ‘Carlinhos Metralha’, o ex-delegado do Dops que discursou na manifestação, levou para a Avenida Paulista um cartaz em que dizia querer ser ouvido pela Comissão da Verdade. Pena que só diz isso agora, quando os trabalhos da comissão foram encerrados. O relatório diz que ele foi convocado a depor, mas não foi localizado. Na hora de prestar contas à história, ele tratou de não aparecer. Segue trecho do relatório sobre ele Carlos Alberto Augusto (1944-) Delegado de polícia. Serviu no Departamento de Ordem Política e Social de São Paulo (DOPS/SP), sendo conhecido como “Carteira Preta” e “Carlinhos Metralha”. 
 
Integrou a equipe do delegado Sérgio Paranhos Fleury. Teve participação em casos de detenção ilegal, tortura e execução. Convocado para prestar depoimento à CNV, não foi localizado. Vítimas relacionadas: Carlos Marighella (1969); Eduardo Collen Leite (1970); Antônio Pinheiro Salles e Devanir José de Carvalho (1971); Soledad Barrett Viedma, Pauline Reichstul, Jarbas Pereira Marques, José Manoel da Silva, Eudaldo Gomes, Evaldo Luiz Ferreira de Souza e Edgard de Aquino Duarte (1973).

FRAGMENTOS DA ÓTIMA ENTREVISTA COM HISTORIADORA ANITA PRESTES


Professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e doutora em história pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Anita Prestes nasceu na prisão feminina do campo de concentração de Barnimstrasse, em Berlim, na Alemanha, após ser separada da mãe, a alemã Olga Benário. 

Judia e comunista, Olga veio ao Brasil para ajudar Prestes, mas foi entregue grávida aos nazistas pelo governo brasileiro e executada aos 34 anos em um campo de concentração de Bernburg em 23 de abril de 1942.

Anita Prestes
Motivada pelo legado familiar, Anita dedicou a maior parte da vida acadêmica a pesquisar sobre os 70 anos de atuação política do pai Luiz Carlos Prestes, falecido aos 92 anos em 1990. Ao longo da carreira, publicou inúmeros livros. O mais recente, “Luiz Carlos Prestes – O Combate por um Partido Revolucionário”, lançado em 2012, aborda o período de 1958 a 1990. Atualmente a pesquisadora está terminando a biografia mais completa sobre a história de Prestes. O livro que reúne informações coletadas em mais de 30 anos tem previsão de lançamento para maio ou junho pela Boitempo Editorial, de São Paulo.
Se tratando de política de esquerda, o Brasil hoje tem algum partido realmente representativo?
Olha, acho que não. Há uma pobreza muito grande de lideranças e de partidos. Existe muita propaganda mentirosa sobre o que é o socialismo, além da indiscutível falsificação da história. Muitos se aproveitam disso. O que temos hoje é o PCB, um partido pequeno, pouco representativo e que tem como atual secretário geral o Ivan Pinheiro que faz um bom esforço de organização popular, mas enfrenta muitas dificuldades.
Por que quando se fala em políticas de esquerda, principalmente na internet, as pessoas trocam agressões com tanta facilidade?

O papel da mídia é muito poderoso. Há um conjunto de meios que influem na mente das pessoas. Mas não há nada como a realidade, né? Na medida em que as próprias contradições do capitalismo se acentuam, as pessoas começam a ver a necessidade de mudança. Com isso, muita gente chega ao marxismo e percebe a necessidade de lutar por transformações mais profundas na sociedade.
Na sua opinião, o neoliberalismo se opõe à democracia?
Vejo o neoliberalismo como um eufemismo do capitalismo. Quando o capitalismo surgiu havia um anseio de democracia, mas de democracia voltada para as elites, para a burguesia, não para os trabalhadores. Um exemplo foi o que aconteceu na Revolução Francesa. Hoje vivemos um período em que a burguesia se sente a perigo porque vê que há mais insatisfação e contestação social. A realidade é que nesse ambiente de luta crescem também as probabilidades de haver menos democracia e mais repressão. Sem dúvida, a democracia no Brasil ainda é só para os poderosos.
O socialismo pode reacender no Brasil no futuro?

Mais cedo ou mais tarde, a luta vai ser intensificada. Acredito que as lideranças populares do Brasil têm condições de estudarem mais, se prepararem, se organizarem e conduzirem o país para o verdadeiro caminho do socialismo. Acho que Cuba é uma grande referência porque lá o socialismo ainda sobrevive, apesar de todas as dificuldades. Eles sofrem muito porque é um país pobre, sem recursos naturais, uma pequena ilha perseguida e bloqueada ao lado dos Estados Unidos. Além disso, como diz o próprio Fidel Castro, não existe receita para a construção do socialismo. Logo cometem-se muitos erros que precisam ser corrigidos. Eles reconhecem isso e se empenham em aperfeiçoar o sistema.
As vitórias do Syriza na Grécia e do Podemos na Espanha representam mais proximidade com os ideais socialistas?

Independente das vitórias desses partidos, não acredito que Grécia e nem Espanha estão a caminho de um governo socialista. Os próprios partidos não têm posições socialistas. São dois países vivendo um renascimento da social-democracia, com políticas que no fundo mascaram a exploração capitalista, o que não contribui efetivamente para a emancipação dos trabalhadores.
Como a senhora qualifica o papel da mídia brasileira nas mudanças políticas das últimas décadas?
A mídia continua nas mãos das classes dominantes, favorecendo os interesses da burguesia. No Brasil, há uma grande resistência do Congresso Nacional que não quer a democratização da mídia porque defende os interesses das elites reacionárias, de direita. A TeleSUR, emissora de televisão da Venezuela, tem um convênio assinado com o Brasil desde 2005 para transmitir os seus programas pela TV Brasil. O acordo não sai do papel por causa da resistência da diretoria da emissora e do congresso. Eles não querem que os brasileiros conheçam a versão venezuelana dos fatos. A Argentina já transmite programações de emissoras da Venezuela e da Rússia. A RT, por exemplo, que é uma TV russa, faz oposição ao Ocidente. É importante ter a oportunidade de comparar apresentações antagônicas sobre um mesmo acontecimento. Essa infeliz unilateralidade das informações também se aplica ao que acontece na Ucrânia.
O trabalho da Comissão da Verdade e as revisões sobre os acontecimentos do período da ditadura militar significam avanços?

Acho que foi um avanço pequeno e atrasado, diferente do que aconteceu na Argentina, Uruguai e Chile. Nesses países, generais e torturadores foram condenados e presos. Aqui no Brasil houve uma anistia muito problemática, tanto para a esquerda quanto para os torturadores, o que é uma coisa absurda. Afinal, a tortura é um crime inafiançável. Infelizmente o Supremo Tribunal Federal declarou há dois ou três anos que não se pode mexer na lei da Anistia. Reconheço que a Comissão da Verdade esclareceu alguns casos e movimentou o assunto, mas ainda precisamos de uma revisão da Lei da Anistia e o julgamento dos torturadores que estão vivos. Falta também um posicionamento da Anistia Internacional e da ONU.
O PCB antigamente mantinha bastante contato com partidos internacionais. Ele ainda mantém a tradição?

Ele mantém sim. O PCB tem bastante contato com partidos comunistas internacionais. No geral, com partidos de esquerda da América Latina e da Europa.
Existe a possibilidade de haver uma unificação dos partidos de esquerda, seguindo o exemplo da Internacional Comunista?

Já foi levantada essa questão e está ainda em discussão. Realmente não é uma coisa fácil de se colocar em prática.
Como estão os preparativos para o lançamento da nova biografia sobre o Luiz Carlos Prestes?
A previsão é de que saia em maio ou junho, pela Boitempo Editorial, de São Paulo. Tive que reavaliar todo o material de pesquisa acumulado em mais de 30 anos. Fui para Brasília em setembro do ano passado e recebi uma grande ajuda da presidente do Superior Tribunal Militar que me disponibilizou DVDs com muitas informações sobre os acontecimentos de 1935. A biografia já tem mais de mil notas de rodapé citando fontes. Não tinha como ser diferente porque a trajetória do meu pai começou no tenentismo e foi até 1990. Ele participou de diferentes movimentos políticos no Brasil e no cenário mundial. Era um importante membro da comissão executiva da Internacional Comunista, assim como minha mãe.
 


FONTE: ODiario.Info

FILA DO PSDB PARA 2018 ANDOU E AGORA TEM MARCONI

"Em algum momento o PSDB terá que trocar a espada pelo florete, como fez o PT radical do passado para eleger Lula em 2002. Em algum momento o Brasil se cansará da guerrilha política e das hipocrisia", diz a colunista Tereza Cruvinel, sobre o discurso de ontem do governador de Goiás, Marconi Perillo, que, embora tenha sido pressionado por setores do PSDB, participou de um ato ao lado da presidente Dilma Rousseff e combateu de forma veemente a "intolerância".

Por Tereza Cruvinel

Talvez o governador de Goiás, Marcone Perillo, já tenha levado umas bicadas tucanas pela defesa que fez da presidente Dilma Rosseff no evento de ontem, quinta-feira. Muitos o haviam aconselhado a não comparecer ao ato, disse ele no discurso vigoroso com que calou um início de vaias, condenou a intolerância e defendeu Dilma “das injustiças que vem sofrendo”. Perillo vem se distinguindo pela moderação e a responsabilidade institucional num PSDB cada vez mais sectário, liderado por Aécio Neves. Deu uma aula de civilidade e republicanismo.
Em Goiânia, um grupo tentou apupar Dilma com faixas e gritos pró-impeachment. Foi barrado. 
Dentro da prefeitura, governada pelo PT, foram partidários da presidente que tentaram vaiar Perillo. 
Seu discurso foi surpreendente para alguns (mereceu longa reprodução no Jornal Nacional) mas não é novo. 
Ainda antes dos protestos do dia 15 ele havia condenado o impeachment sem fundamentos jurídicos como golpe, ao passo que seu partido, embora dizendo que não patrocina o movimento, o alimenta. 
Como fez agora, ao pedir ao STF que investigue Dilma.
No primeiro mandato, Perillo e Dilma tiveram uma relação republicana e cordial. Republicanismo foi o mote de seu discurso, entendendo-se pela palavra a convivência civilizada e respeitosa entre adversários, no interesse daqueles que se propõem a governar. “O Brasil não pode ser vítima da intolerância, do desrespeito. Não pode ser vítima de minorias que não querem uma democracia onde o republicanismo possa prevalecer”, disse Perillo, depois de garantir que Dilma pode contar com seu apoio para a governabilidade. Visivelmente grata, a presidente também emendou um discurso sobre o respeito ao pluralismo e a necessidade do diálogo.
É possível que com este voo solo e livre Perillo passe a ser olhado de lado por alguns tucanos. Mas este mesmo voo, ainda que hoje contrário à cartilha do sectarismo, pode levá-lo a outras paragens. 
Em algum momento o PSDB terá que trocar a espada pelo florete, como fez o PT radical do passado para eleger Lula em 2002. Em algum momento o Brasil se cansará da guerrilha política e das hipocrisias. Vide o sucesso que vem fazendo Internet afora o “sincericídio” do ex-ministro Cid Gomes na Câmara.
A fila tucana para 2018 anda. O predomínio de paulistas e tucanos já incomoda outras seções estaduais do partido. Na fila estão Aécio, Alckmin e Serra mas também Perillo. Ele governa Goiás pela quarta-vez e nunca perdeu uma eleição. Seu estado acha que já cresceu o suficiente para poderdisputar a Presidência. Ali já existe o movimento “Perillo Presidente”, que tem até página na internet.

Senador Paulo Paim pensa em sair do PT

Senador é filiado ao PT desde 1985.

Jornal GGN – Ontem, quinta-feira (19), o senador Paulo Paim conversou com o ZH Notícias e não descartou a possibilidade de sair do PT. A relação dele com o partido estaria abalada desde que o diretório estadual o proibiu de aparecer na campanha. “Isso me causou surpresa. Eu era o único que não podia falar. Baixaram uma norma de que só falariam na TV e nos palanques os candidatos e o presidente do partido. Essa decisão me atingiu diretamente”, disse.
 
Ele confessa que é assediado por outras siglas, mas disse que ainda não há nada concreto. Paim é filiado ao PT desde 1985. 

O senador Paulo Paim admitiu nesta quinta-feira que tem sido abordado por líderes partidários para uma possível saída do PT. Paim vem perdendo espaço no partido desde as eleições passadas, quando foi proibido pelo diretório estadual de aparecer na campanha.
— Isso me causou surpresa. Eu era o único que não podia falar. Baixaram uma norma de que só falariam na TV e nos palanques os candidatos e o presidente do partido. Essa decisão me atingiu diretamente — lembra o caxiense.
O petista diz que a hipótese de sair do partido existe: — Há conversas. Tem pessoas achando que o PDT seria um possibilidade, o PTB, o PSB, até mesmo o PMDB. Mas, por enquanto, não há nada de concreto.
Nas últimas semanas, o senador tem sido um dos mais combativos às medidas de ajuste propostas pela presidente Dilma Rousseff, principalmente as que envolvem os direitos dos trabalhadores. Outro fator que pode influenciar na decisão de Paim é a possibilidade de o PT não querer que ele concorra à reeleição em 2018, quando serão disputadas duas cadeiras da bancada gaúcha.
— Em nenhum momento me disseram se vou ou concorrer ou não. O partido está em um momento difícil, é preciso reflexão, diálogo. O PT e o Brasil precisam entrar nos trilhos.
Oriundo do movimento sindical, Paulo Paim é filiado ao PT desde 1985 e exerceu quatro mandatos 
como deputado federal antes de ser eleito para o Senado, onde está desde 2003.

Vergonha!: um caso didático para expor a ditadura da mídia

Youssef e Aécio: o silêncio que grita da mídia brasileira

por Fernando Brito

A única ditadura que existe, mesmo, no Brasil, é a da mídia.
Estamos em tempo de ruas cheias, fervor cívico, indignação popular contra a corrupção, não é?
O que diz Alberto Youssef, o ladrão que virou oráculo da verdade é o bastante para demolir reputações, prender, quase para linchar alguns.
Alguns, mas não a outros.
Os grandes jornais fizeram silêncio quase absoluto diante do vídeo em que ele expõe a informação que Aécio dividia com o PP as “mesadas” de uma diretoria de Furnas.
Um ou outro, discretamente, fala num “ouviu dizer”, “suposto”, “alega” e outros melindres que jamais se fez em relação a qualquer outro.
Um vago “sabiam” em relação a Lula e Dilma deu capa da Veja na véspera das eleições.
O “Aécio levava US$ 100 mil por mês dá notinhas evasivas.
E olhem que não é um “vazamento”, não é o trecho de um documento, mas um vídeo, com toda a sua carga chocante.
Mesmo interrogado por um promotor que, além de “trocar” diversas vezes no nome de José Janene por José Gen0íno – ah, o que vai na alma de nossos promotores! – não se preocupa em perguntar que diretoria, em que negócios, e outras informações objetivas, o vídeo é mais que notícia, seria manchete em qualquer país onde houvesse uma imprensa livre e independente.
Afinal, é um candidato presidencial, “dono” de 51 milhões de votos, que é diretamente acusado de receber propinas.
Vejam bem: não doações para a campanha eleitoral, mas “mesada”!
Mais, de uma empresa que tinha em seu Conselho de Administração ninguém menos que o pai de Aécio, Aécio Ferreira da Cunha, que ficou lá no Governo Fernando Henrique Cardoso e nos primeiros anos do governo Lula!
Isso não merece sequer investigação, não é, Dr. Janot?
Não precisa mais censor.
O seu direito de saber dos fatos, agora, está completamente vinculado a que seja da conveniência do cartel da mídia.
Ou de que você os procure em matérias pequenas, no meio do texto ou em referências esparsas.
Não se trata mais de “parcialidade”.
É silêncio.
Se alguém quer saber como é que uma ditadura encobre a corrupção, olhe para o que está acontecendo.