quarta-feira, 13 de maio de 2015

FACHIN É APROVADO APÓS JORNADA GLORIOSA

"Embora a oposição tenha feito o possível para transformar a sabatina de Luiz Fachin num comício fora de hora e de lugar, a aprovação de seu nome só foi possível porque o candidato ao STF colocou-se acima do jogo baixo dos adversários e fez uma apresentação de alto nível na Comissão de Constituição e Justiça do Senado", afirma o jornalista Paulo Moreira Leite, diretor do 247 em Brasília; após 12 horas de debates, o jurista foi aprovado pelos membros da CCJ da Casa por 20 votos a 7 na noite desta terça (12); segundo PML, após o desempenho que exibiu ontem, ficou difícil negar que tenha méritos para integrar o plenário do STF — "o que pode tornar bastante penoso o esforço dos adversários para arrebanhar votos contra sua 
nomeação".

Por: Fernando Brito

A vitória por 20 a 7 da indicação do jurista Luiz Edson Fachin mostra que, se é verdadeiro o 
empenho de Renan Calheiros a rejeitar seu nome, não será fácil sabotar o nome do jurista paranaense.
Dos sete votos contrários, ainda que em votação secreta, ao menos seis é possível saber a origem: os 
dois tucanos escalados para esta missão – Aloysio Nunes Ferreira e Cassio Cunha Lima – da banda 
de música “impixista” – os dois demistas Ronaldo Caiado e Agripino Maia e o do peeemedebista 
Ricardo Ferraço, um dos maiores opositores da indicação. Restam dois, provavelmente o de Magno 
Malta e de outro peemedebista.
Só que os senadores do PMDB titulares da comissão são sete, o que daria a Fachin um quase empate 
nos votos peemedebistas restantes (sete, com a morte de Luis Henrique) nos votos em igual número 
dos do PT que não têm assento na comissão.
Mas Renan não conseguirá levar para o não todos os sete votos restantes do PMDB, o que é 
virtualmente impossível, até porque pelo menos um, Garibaldi Alves Filho, do RN, já declarou voto 
favorável. E Roberto Requião, cuja posição é pública e desassombrada. O mesmo deve acontecer 
com Sandra Braga, senadora pelo Amazonas e mulher do Ministro das Minas e Energia, Eduardo 
Braga.
Logo, ainda que acontecesse todo o poder de Renan, somados aos votos já dados na comissão, 
seriam 31 a 11.
O bloco tucano-demista tem ainda 11 votos, além de Álvaro Dias, que somados aos quatro negativos 
já dados na comissão, totalizariam levariam o placar para 22 votos contrários e 33 favoráveis (os 20 
da comissão, mais oito do PT, um do PCdoB e um do PSOL, além dos três peemedebistas).
Ou 23 contra, no caso de não ter entrado em exercício o suplente de Luiz Henrique Ferreira, um 
tucano, embora o grupo do falecido senador peemedebista fosse um pólo hostil a Renan.
No PDT, além do líder Acyr Gurgaz, Fachin dificilmente deixará de ter o voto de Telmário Mota e, 
provavelmente, Cristóvam Buarque.
No PR, Blairo Maggi deve votar sim. Idem Fernando Collor, do PTB.
São 37 votos favoráveis, num total de 59 ou 60 senadores, dependendo da posse de Dalírio Berer, de 
Santa Catarina.
São necessários, ao menos, mais quatro votos em 20 votos,
Possível, até provável, mas não garantido.
Portanto, ninguém se iluda com o placar relativamente folgado da votação na Comissão de 
Constituição e Justiça.
A menos que Renan, em lugar de expor-se a um risco de uma votação perigosa, baixe as armas e não 
mobilize seu grupo para uma votação contrária em bloco, que o colocaria numa situação delicada.

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