Legalidade versus golpe separam Alckmin de Aécio |
"O PSDB vive em dois universos. No oficial, os
líderes tucanos jamais discutem. No paralelo, eles quase nem se falam.
Quando conversam, se desentendem falando o mesmo idioma", escreveu,
nesta quinta-feira, o colunista Josias de Souza, ao comentar o crescente
distanciamento entre o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o governador
paulista Geraldo Alckmin; o que os separa, na realidade, são os
interesses pessoais; enquanto Alckmin defende parcerias com o governo
federal e dá apoio à presidente Dilma Rousseff, com quem esteve e a quem
emprestou um guarda-chuva nesta semana, Aécio age, nos bastidores, pela
interrupção precoce do mandato presidencial; a ruptura pelo TSE criaria
espaço para eleições antecipadas; tucanos em pé de guerra.
247 – O jornalista Josias de Souza explicitou, nesta quinta-feira, a guerra interna do PSDB, no artigo Relações de Alckmin com Aécio se deterioram.
"O PSDB vive em dois universos. No
oficial, os líderes tucanos jamais discutem. No paralelo, eles quase nem
se falam. Quando conversam, se desentendem falando o mesmo idioma",
disse Josias.
A rusga mais recente entre os dois presidenciáveis tucanos, segundo Josias, ocorreu em Sergipe. No estado,
"a presidência do partido foi retirada de José Carlos Machado,
vice-prefeito de Aracaju, para ser entregue a um advogado chamado
Pedrinho Barreto, que acaba de trocar o PR pelo PSDB". Segundo Josias, o
primeiro nome era simpático às pretensões de Alckmin e foi substituído
por um nome aecista. Ele afirma, ainda, que Alckmin se queixou da "pouca
visibilidade que teve nos últimos comerciais que o PSDB levou ao ar em
rede nacional de rádio e tevê".
Na realidade, o que separa os dois
líderes tucanos são seus projetos e interesses pessoais. Alckmin defende
parcerias com o governo federal e dá apoio à presidente Dilma Rousseff,
que, na sua visão, deve ter apoio para concluir seu mandato em 2018,
dentro dos marcos da legalidade. Nesta semana, Alckmin e Dilma
participaram de uma cerimônia de entrega de casas populares em Catanduva
(SP) e Alckmin, numa foto emblemática, emprestou a ela um guarda-chuva.
Na direção oposta, Aécio age, nos
bastidores, pela interrupção precoce do mandato presidencial. Embora
tenha adiado a reunião dos partidos oposicionistas sobre eventual
impeachment, a ruptura pelo TSE criaria espaço para eleições
antecipadas, uma vez que tanto a presidente Dilma como o vice Michel
Temer seriam cassados por abuso de poder econômico.
Nesta quinta-feira, uma pesquisa
Ibope, divulgada na coluna do jornalista José Roberto Toledo, apontou
que tanto Aécio como Alckmin teriam condições de vencer Lula, se as
eleições presidenciais fossem hoje. Por isso mesmo, os tucanos já estão
em pé de guerra.
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