Durante o discurso de abertura da 70ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, na segunda-feira, 28, a presidente Dilma Rousseff irá destacar os avanços obtidos no Brasil, como ter atingido antecipadamente as chamadas Metas do Milênio, redução da desnutrição, da mortalidade infantil e materna e dos avanços em educação, e mencionará os esforços do governo para sair rapidamente da crise econômica; estratégia é convencer o mercado externo da solidez da economia brasileira; presidente vai defender ainda a reforma da ONU, mais ampla do que apenas a do Conselho de Segurança, com a qual o Brasil tem se debatido nas últimas duas décadas.
BRASÍLIA (Reuters) -
A presidente Dilma Rousseff irá cobrar, em seu discurso na abertura da
70ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), uma reforma
ampla da instituição que dê mais poder à própria Assembleia Geral, mas
também aproveitará a plateia internacional para mencionar os esforços
que estão sendo feitos pelo Brasil para sair rapidamente da crise
econômica.
Dilma deve chegar na madrugada desta sexta-feira a Nova York --o
horário de saída do Brasil ainda não está definido por conta das
negociações sobre a reforma administrativa-- e já na manhã do mesmo dia
assiste ao discurso do Papa Francisco na ONU. O discurso da presidente
brasileira, que abre a Assembleia Geral, será na manhã da próxima
segunda-feira.
De acordo com fontes do Palácio do Planalto, a economia não deverá
ser a parte central da fala da presidente, que se centrará na reforma da
ONU, no orgulho de o Brasil ter atingido antecipadamente as chamadas
Metas do Milênio --com a redução da desnutrição, da mortalidade infantil
e materna e dos avanços em educação-- e no engajamento nas Metas de
Desenvolvimento Sustentável.
Ainda assim, Dilma irá aproveitar o fórum internacional para defender
as medidas de ajuste que o Brasil está tomando e garantir que fará todo
o possível para que o país saia rapidamente da crise.
A avaliação do governo é que tentar convencer o mercado externo da
solidez da economia brasileira é tão ou mais importante do que acalmar o
mercado interno, já que as impressões externas se refletem no país.
Nos últimos meses, a presidente deu entrevistas a órgãos financeiros
internacionais e em Nova York há também previsão, ainda não confirmada,
de que tenha conversas com a mídia.
Dilma iniciará sua fala com um tema recorrente na diplomacia
brasileira, a reforma da ONU. No entanto, ao elogiar os 70 anos da
instituição, o tom do discurso será uma cobrança mais ampla por reformas
do que apenas a do Conselho de Segurança, com a qual o Brasil tem se
debatido nas últimas duas décadas.
A presidente cobrará mais poder para a Assembleia Geral, afirmando
que só uma Assembleia atuante será capaz de dar conta de temas da
atualidade que estão sendo debatidos à margem da ONU, como a questão dos
refugiados. A reforma, dirá Dilma, precisa ser ampla e envolver todas
as instituições do sistema ONU para fazer jus ao mundo atual, 70 anos
depois da criação das Nações Unidas.
Ao tocar na questão dos refugiados, a presidente irá reforçar o
orgulho do Brasil ser um país mestiço, formado por imigrantes de todas
as partes do mundo, e dirá que o país está de braços abertos para
receber refugiados. Dilma reforçará a ideia de que essa mistura faz do
Brasil um país melhor.
Ela ainda participará, na manhã de domingo, da sessão plenária da
Conferência das Nações Unidas para a Agenda do Desenvolvimento Pós 2015,
onde vai apresentar as metas de redução de emissão de gases do efeito
estufa que o Brasil irá levar para a Conferência das Partes 21, em
Paris, em dezembro deste ano.
A previsão é que a presidente volte ao Brasil ainda na segunda-feira.
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