terça-feira, 8 de setembro de 2015

Fábio Nóia Jr. fala mal do Brasil graças à democracia que não ajudou a construir




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Tereza Cruvinel


Não me lembro de uma palavra, um gesto, um dedinho levantado do cantor Fabio Júnior contra a ditadura. Agora, graças à democracia que ele não ajudou a construir, enrola-se na bandeira do Brasil para falar mal do país no exterior. Na festa do Brazilian Day em Nova York. Achei pela Internet afora uma boa definição do ocorrido feita pelo Chico Buarque. "Fabio Júnior foi falar mal do Brasil para os coxinhas que vivem em Nova York porque não gostam do Brasil".

Vá lá que a festa, mesmo em território estrangeiro, era para brasileiros, poderia dizer o cantor para justificar sua malhação do Brasil, que ele reduziu a uma terra de "roubalheira". Vá lá que só agora o coroa Fabio Junior tenha sentido as indignações cívicas que não sentiu na juventude, quando cantava canções melosas sem prestar atenção ao som político em seu redor. Geralmente ocorre o contrário, jovens têm exaltações políticas que se exaltam com o passar da idade. Mas vá lá que ela não tenha se contido de tão indignado. Com todas as indulgências, entretanto, não se lhe é possível perdoar a grosseria, a canastrice, a chulice, enfim, de seu discurso. Depois de uma torrente de asneiras, depois de conseguir despertar os instintos mais primitivos da platéia, que inicialmente não se deu por achada, ele saiu-se com esta, segundo a Folha Online.
"Vocês sabem onde tá aquele dedinho que o Lula perdeu, né? Onde é que ele enfiou, né? No nosso!".
É muita baixaria. Muito feio para um suposto artista nacional. E o chiste estúpido nem é novo, nem foi criado por ele.
Fábio Júnior indignado em Nova York? Onde andava o cantor na ditadura, quando era proibido protestar?

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