domingo, 10 de junho de 2012

ROLANDO LERO - CANDIDATO ARNALDO JORDY FALOU MUITO E NÃO DISSE NADA

O deputado Arnaldo Jordy, que é candidatíssimo á prefeitura de Belém, conseguiu a proeza de dar uma entrevista para um jornal local, que também reproduzo aqui neste domingo 10.06, onde no idioma 'politiquês' falou muito e ficou sem dizer nada, ou quase nada - só faltando a Valsa Danúbio Azul de fundo musical - sobre as suas esperadas propostas de melhoria para a nossa sofrida Belém, idem  sobre a sua plataforma de governo. 

É claro que sabemos que ele não precisa de nenhum par de óculos para enxergar os perigos que residem no antecipar de seus projetos, fato que, poderia servir - dependendo das formulas como seriam tratados e interpretados por seus adversários - de pedra para baladeira hostil. 

Não é  implicância com o Arnaldo, político respeitável que já defendemos aqui no blog, quando foi atacado de forma vil durante  um recente caso, que foi artificialmente insuflado pela chamada 'grande imprensa' da terrinha, por obra e graça do interesse politico de alguns não muito inocentes e hipócritas, envolvendo uma bem proposital 'defesa' á  namorada do candidato que, gestante, teria sofrido um pseudo abandono e incitação ao aborto; tudo muito bonito e politicamente correto mas, com a mira focada no  calcanhar do pré-candidato bom de voto. 

Fato é que, Arnaldo deu uma entrevista bastante atucanada - até onde foi publicado - onde a maior parte do tempo o candidato ficou em cima de um enorme muro, de onde repetiu uma série engatilhada de velhos clichês requentados, batendo e soprando, chegando a insinuar injustamente que "a população está cansada de ficar nesse “chororô” ao se referir  á gestão do atual prefeito Dulciomar Costa, pedindo para que ninguém 'satanizasse' o Dudu. Falou um pouquinho de tudo, menos sobre aquilo que a população e seus eleitores queriam mesmo ouvir: proposições reais de Arnaldo Jordy para melhorar a atordoada vida dos belemwaras. 

Eduardo Bueres

Cofira na matéria abaixo do DOL:

"É hora de separar o joio do trigo, diz Jordy"

Ele recebeu a reportagem no seu escritório político. Por quase duas horas, falou sobre os problemas da cidade, apoios políticos e também comentou a recente polêmica em que esteve envolvido - após o vazamento de um áudio em que conversava com a então namorada sobre um possível aborto. O deputado federal Arnaldo Jordy, o pré- -candidato do PPS à prefeitura de Belém, já foi vereador e deputado estadual. Nas últimas eleições municipais, disputou a prefeitura e ficou em terceiro lugar. Desta vez, Jordy afirma estar confiante de que chegará ao segundo turno. A seguir, confira os principais trechos da conversa, que dá prosseguimento à série de entrevistas que o DIÁRIO DO PARÁ faz com os pré--candidatos à prefeitura de Belém:
P: O que levou o senhor a ser candidato nesta eleição à prefeitura?
R: Uma conjugação de fatores. Primeiro o apelo do meu partido, o PPS, que já vem alimentando isso desde o ano passado. Eu já tinha dito, reiteradas vezes, que em 2011 não discutiria o assunto, até porque eu tive uma votação no Estado e em Belém que me empurrava para mergulhar de cabeça no cumprimento das coisas que eu me dispus a fazer durante a campanha (para deputado federal). Foi uma campanha muito bonita. Não dei um palito de fósforo para ninguém; não dei um saco de cimento, não dei uma cesta básica, e tive a terceira votação do Estado. Essa votação surpreendeu a todos, inclusive pessoas da minha campanha, porque não fizemos campanha pra esse nível de votação. Fui o único deputado federal votado nos 144 municípios do Estado do Pará. Alguns deles, aliás, boa parte deles, eu nem visitei durante a campanha.
P: O senhor acha que a atuação na CPI da pedofilia foi determinante para isso?
R: A CPI da Pedofilia e o trabalho sério que a gente vem fazendo. Fui vereador de Belém por quatro mandatos. Fizemos uma campanha para prefeito na eleição passada e houve certo reconhecimento porque a gente conseguiu pelo menos pautar os debates considerados importantes para a cidade. Muita gente dizia que eu era um cara preparado, mas que não tinha chance. Então eu acho que foi essa somatória de coisas.
P: Que temas o senhor acha que vão dominar a campanha?
R: Belém está em uma situação de múltipla falência. Mais de 500 mil pessoas, 40% da população, vivem com menos de meio salário mínimo de renda per capita. É a terceira pior cidade, no Brasil, em distribuição de renda. Na área da saúde, temos o pior teto da atenção básica da média e da alta complexidade. Veja o programa Saúde da Família, por exemplo: há dez anos tínhamos 38% a 40% de cobertura. Hoje estamos em 15%. Outra questão será o transporte público, que não é só um problema de comodidade e conforto. Antes de mais nada, é problema de cidadania, inclusão e economia. Belém está completamente congestionada. Foram cerca de 16 mil a 17 mil veículos particulares novos (incluídos no sistema), por ano, na última década, e nesse período não houve qualquer estrutura viária de mobilidade na cidade. Um cidadão que passa uma hora e 40 minutos imobilizado no trânsito está ocioso e poderia estar estudando, estar num lazer. Imagine um milhão de pessoas por dia vivendo esse drama. Quanto isso representa para a economia da cidade? Quanto estamos perdendo em atividade humana, em PIB?
P: O BRT, o ônibus rápido, poderá resolver esse problema?
R: Em parte resolveria. O projeto é absolutamente importante. O arranjo que foi feito é que está dando uma confusão danada. O Ministério Público ainda está questionando. Há questionamento técnico.
P: O senhor acha que é uma obra eleitoreira?
R: É uma obra desastrosa. Estou inclusive convocando outros deputados no sentido de procurar o Ministério das Cidades para saber como está o acompanhamento do projeto. O Ministério das Cidades, que é o dono dos recursos, tem que fazer um supervisionamento técnico disso. Não sou contra o projeto. Ninguém pode ser contra um projeto que vai melhorar a mobilidade urbana na cidade. Voltando aos temas da campanha, a segurança também deve ser um assunto a ser debatido. Segurança é muito mais do que repressão. Uma criança de doze anos que faz um assalto não é problema de polícia. A sociedade é devedora dela muito antes de começar a assaltar. Essa criança deveria estar vivendo sua infância, mas está pegando em armas.
P: A prefeitura deve assumir a prevenção da violência?
R: Acho que deveria ser parceria dos outros entes do Estado. Sugiro a criação da secretaria municipal de segurança urbana comunitária. Outra ação: iluminação pública, que a gente sabe que inibe a prática da delinquência. Enfim, um conjunto de ações e também de investimento em educação. A Região Metropolitana de Belém tem 40 mil jovens em situação de risco. Vai resolver isso com polícia? Com colete à prova de bala? Como a gente vai se desenvolver em plena sociedade do conhecimento sem investir em educação?
P: Como estão as conversas em torno de alianças?
R: A gente está tendo diálogo com vários partidos, mas estamos tentando fazer uma coisa diferente. Fugir do debate fulanizado, em torno de pessoas. Estamos fazendo em torno de programas. E nossas conversas estão girando em torno do programa “Cidades Sustentáveis”, que envolve várias autoridades, políticos, artistas. O programa contém doze eixos de desenvolvimento urbano, tendo como mote a sustentabilidade.
P: O senhor tem exigido que os possíveis aliados façam a adesão a esse programa?
R: Não é uma exigência. Foi voluntário. Nós já conversamos com PT do B PTN, Democratas, PSB , PSDB, PV, com vários partidos que já aderiram a essa articulação.
P: Todos esses partidos estarão com o senhor na campanha?
R: Não necessariamente, até porque alguns deles, como o PV, apresentaram candidato.
P: Em termos de aliança eleitoral, o que foi efetivamente fechado?
R: Estamos conversando e há possibilidade de termos uma chapa com compromisso de cumprir a agenda do programa “Cidades Sustentáveis”. Não tem ainda aliança fechada. O que se tem é muita conversa, muita vontade, muito interesse de fazer uma aliança programática de pessoas e partidos sérios que possam estar motivados pelo interesse público.
P: O governador Simão Jatene vai ter mais de um candidato na base aliada. Que comportamento o senhor espera dele na campanha?
R: Eu espero contar com a simpatia, com apoio do governador Simão Jatene e isso deve motivar outras candidaturas da base aliada. O PPS foi parceiro de primeira hora, até antes do PSDB. O PSDB ainda estava em disputa interna para saber quem seria o candidato e o PPS já sinalizava que se o candidato fosse o Simão Jatene a gente teria uma simpatia. Fomos muito leais, corretos.
P: Mas o PSDB tem candidato. O senhor acha que o governador vai trabalhar para o candidato do partido dele?
R: Eu tenho conversado com o governador e ele tem estimulado a candidaturas da base. Acho que, no primeiro momento, ele vai tratar de forma respeitosa todos os aliados.
P: O que isso significa?
R: Com isonomia, manifestando simpatia, apoio para aqueles candidatos que no seu conceito podem construir um projeto para Belém correspondendo aos desafios que a cidade tem.
P: Recentemente, houve o vazamento de áudio de uma conversa sua em que é tratado um tema pessoal (Jordy fala com uma ex-namorada sobre a possibilidade de um aborto). O senhor acha que isso virá à tona na campanha?
R: Não houve absolutamente nada, não houve crime. A pessoa envolvida foi assistida o tempo todo. No dia seguinte convoquei entrevista coletiva onde mostrei os registros bancários de apoio a essa pessoa, o plano de saúde pago, enfim, tudo. Essa criança já nasceu, está feliz, amada, saudável.
P: O senhor acha que isso será usado na campanha?
R: Na campanha se pode usar tudo. O Brasil, em pleno século XXI, ainda convive com situações como essa. Acho que tem tantos problemas sérios, graves, importantes, estruturais para a vida das pessoas, como a saúde, a violência que traumatiza a vida, e a gente ainda tem espaço para essa política sórdida, do lamaçal, do vale tudo, do jogo baixo. Lamento que tenha chegado nesse nível.
P: O senhor pensou em renunciar à candidatura após o vazamento do áudio?
R: De forma alguma. A nossa responsabilidade é muito grande para ajudar esse povo sofrido de Belém. Ao longo da minha vida pública já dei demonstrações de meus compromissos. Não há uma política pública em Belém que não tenha tido participação do meu mandato nos 16 anos em que fui vereador.
P: O senhor foi candidato na última eleição e ficou em terceiro lugar. O que lhe dá esperança de que dessa vez o resultado possa ser diferente?
R: A receptividade das ruas. Eu tenho ido para as ruas, para as feiras, para as reuniões, plenárias, e o calor é muito grande, talvez reverberando o reconhecimento que tivemos na eleição passada. Meu mandato teve uma atuação muito intensa na Câmara Federal, procurando com muita dignidade representar os interesses do povo do Pará e de Belém. E essa experiência da eleição passada (para prefeitura), quando o PPS não tinha nada, não tinha aliança nenhuma e tivemos essa performance... então temos muito que discutir, ouvir da população. Estou muito animado com a receptividade.
P: Na última eleição à presidência o tema do aborto veio à tona. Agora, com o vazamento do áudio com esse assunto, como o senhor se posicionaria se essa questão fosse colocada em um debate?
R: O Supremo acabou de consagrar o que pode, quais os limites institucionais. Esse assunto, do ponto de vista legal, está fechado. Se esse debate vier, vai ter a reposta natural, até porque não houve (aborto). É um factóide. Isso é uma criação criminosa porque foi uma coisa clandestina. No dia seguinte convoquei entrevista coletiva, esclareci os fatos e encerrei os debates.
P: Nas redes sociais houve críticas porque as pessoas ficaram com a impressão de que senhor publicamente se manifestava de uma maneira e pessoalmente de outra. Houve inclusive uma montagem com uma camiseta contra o aborto...
R: Aquilo foi uma montagem. Foi uma foto em favor da Universidade do Marajó, e foi feita uma montagem torpe, criminosa, fruto do jogo baixo, do lamaçal que contamina a política.
P: O prefeito de Belém Duciomar Costa vai ser o principal alvo de críticas dessa campanha?
R: É natural que os candidatos que estão pleiteando posto na administração pública critiquem os que estão saindo, até porque essa administração não é lá essa coca-cola. É uma administração pífia. Mas acho que não é questão de satanizar. A população está cansada de ficar nesse “chororô”. Temos que dizer como vamos fazer. Tem duas coisas que tem descredenciado os políticos no Brasil: a roubalheira, a apropriação do dinheiro público de forma descarada e a mentira, o discurso fácil, a promessa do paraíso a qualquer preço. A sociedade está madura para fazer esse julgamento e separar o joio do trigo.


(Diário do Pará)

Um comentário:

  1. Essa foi uma falha dele porque foi uma oportunidade muito legal desse candidato mostrar suas ideias,a oportunidade foi dada, e ele desprezou na boa. As pessoas verão varias vezes outras manifestação de candidatos paroquianos falando as mesmas coisas sobre coisa nenhuma.Não basta ele apenas 'ver' e falar das coisas que ele 'acha' que estão erradas tipo saúde,segurança e educação que é um modismo politiqueiro.Queremos refletir sobre as melhores propostas, a entrevista inteira ele não fez.Tchau pra ele!

    ResponderExcluir