sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Bancários e servidores dos correios fazem passeata


Nessa sexta-feira (21), a categoria bancária e os funcionários dos Correios em greve realizam uma passeata em defesa de salários decentes e melhores condições de trabalho. A atividade terá concentração a partir das 8h na escadinha da Estação das Docas e seguirá pela Avenida Presidente Vargas, com parada em frente às agências bancárias e da sede dos Correios. O encerramento será em frente ao Banco da Amazônia.

Greve dos bancários avança
A greve da categoria bancária começou na última terça-feira (18) No terceiro dia da greve (20), quase 9 mil agências de bancos públicos e privados aderiram ao movimento no país a fora, mais de 300 delas no Estado do Pará.

De acordo com o sindicato da categoria até agora a Fenaban não chamou o Comando Nacional para apresentar uma proposta melhor que os 6% de reajuste oferecido e rejeitado em assembleia pelos trabalhadores. Banpará e Banco da Amazônia chamaram reuniões nos dias 19 e 20 deste mês, respectivamente, mas não apresentaram nada de novo para a categoria.

Por isso, a orientação do Comando Nacional e do Sindicato dos Bancários do Pará é pelo fortalecimento da Greve em todos os bancos. “É fundamental a participação de cada bancário e bancária de instituições públicas e privadas nessa greve, pois será através da força da nossa luta que conseguiremos derrotar a ganância dos banqueiros e garantir novas conquistas para a nossa categoria”, conclama a presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará, Rosalina Amorim.

Para os grevistas os bancos podem atender a reivindicações deles por conta dos lucros que obtêm. Segundo nota divulgada por eles os seis maiores bancos, que empregam 90% da categoria, lucraram R$ 25,2 bilhões no primeiro semestre de 2012, um aumento de 1,20% em relação ao mesmo período do ano passado. A nota acrescenta ainda o que chamam de manobra contábil de superdimensionamento das provisões para devedores duvidosos (PDD) diante de uma inadimplência em queda. O lançamento em PDD foi de R$ 39,15 bilhões no primeiro semestre, 64,3% a mais que o lucro líquido dos bancos.

A reclamação da categoria ainda se acentua ainda mais pois o sindicato reclama que enquanto a Fenaban propõe reajuste de apenas 6% aos bancários, a remuneração já milionária dos altos executivos dos bancos aumentou este ano em 9,7%, segundo dados fornecidos pelos próprios bancos à Comissão de Valores Mobiliários. Assim, a remuneração anual de cada diretor estatutário chegará até R$ 8,4 milhões este ano.

Quase todos os acordos salariais assinados no primeiro semestre de 2012 resultaram em aumento real de salários dos trabalhadores, segundo pesquisa do Dieese. Muitos desses acordos foram até superiores a 5% acima da inflação, enquanto a Fenaban ofereceu meros 0,58% de ganho real aos bancários.

Enquanto os bancos pagam piso de 1.090 dólares no Uruguai e de 1.200 dólares na Argentina, aqui no Brasil o salário de ingresso de um bancário é de 681 dólares, ou seja, R$ 1.400. Os bancários querem um piso de R$ 2.416,23, equivalente ao salário mínimo do Dieese.

As principais reivindicações dos bancários são:

Reajuste salarial de 10,25% (aumento real de 5%). Piso salarial de R$ 2.416,38. PLR de três salários mais R$ 4.961,25 fixos. Plano de Cargos e Salários para todos os bancários. Elevação para R$ 622 os valores do auxílio-refeição, da cesta-alimentação, do auxílio-creche/babá e da 13ª cesta-alimentação, além da criação do 13º auxílio-refeição. Mais contratações, proteção contra demissões imotivadas e fim da rotatividade. Fim das metas abusivas e combate ao assédio moral. Mais segurança. Igualdade de oportunidades.

Edmilson Rodrigues e a bancária Sandra Batista 100% solidários com a luta dos trabalhadores




(DOL, com informações de assessoria)




 Ilustração independente: Mviva

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