quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Terra arrasada em Minas Gerais: Pimentel vai encontrar cenário delicado no primeiro ano de governo em MG


Contas vermelhas em alta. Pimentel recebe herança maldita do governo tucano, emblema da propaganda fajuta aecista 


Jornal GGN

Arrecadação em baixa, dívida alta e auditoria à vista em MG

A expectativa do governador eleito em Minas, Fernando Pimentel (PT), de assumir o Executivo dando uma nova cara ao Estado, com mudanças previstas já no primeiro mês de gestão, pode encontrar uma barreira. Dados atualizados sobre o caixa estadual mostram que a arrecadação está abaixo do esperado. E só no orçamento previsto para o ano que vem, o petista já não poderá contar com pelo menos R$ 6 bilhões – o equivalente a 7,3% da receita total do Estado. O recurso precisará ser destinado ao pagamento de empréstimos e da dívida pública mineira com a União.
O temor com relação à baixa disponibilidade de recursos para investimentos – com queda prevista de R$ 500 milhões – e despesas tem gerado uma expectativa negativa em lideranças do PT e em pessoas próximas a Pimentel. Tanto que alguns parlamentares defendem e já colocaram em discussão a contratação de uma auditoria para avaliar possíveis rombos nos cofres.
“As informações nunca são completas. Já são R$ 20 bilhões em empréstimos para os próximos anos. Só com uma auditoria será possível saber o que realmente está acontecendo e as dificuldades que vamos ter”, argumenta o deputado estadual Adelmo Carneiro Leão (PT). A situação fiscal de Minas também é alvo da comissão de transição de Pimentel, que neste mês passou a ter acesso aos documentos do governo e, agora, trata o tema como “prioridade total” para definir ações administrativas no próximo ano.
Abaixo. Para 2014, a previsão do governo é arrecadar R$ 77,7 bilhões com recursos das administrações direta, indireta, fundos e empresas estatais, mas, até outubro, o valor não ultrapassou R$ 57,1 bilhões, segundo o Portal da Transparência de Minas. O que ficou mais distante do esperado foi a verba proveniente de operações de crédito junto a instituições financeiras. Da expectativa de R$ 3,2 bilhões em empréstimos, R$ 293,3 milhões foram conseguidos, cerca de 9% do previsto.
A justificativa apresentada pelo Estado é o baixo crescimento econômico do país, previsto em 0,24% para este ano. No entanto, a Secretaria de Estado de Fazenda garante que ainda é possível recuperar a situação até dezembro e alcançar os R$ 77,7 bilhões previstos. “O Estado trabalha objetivando alcançar as metas previstas. Muitas receitas acontecem nos últimos meses do ano, como a FEX (auxílio à exportação), que a União repassa em novembro e em dezembro de cada ano”, informou o governo em nota.
Sobre as operações de crédito, o Executivo diz que a obtenção de R$ 3,2 bilhões em empréstimos foi uma previsão feita no Orçamento de 2014 e que sua concretização dependia da contratação de novos empréstimos. O período eleitoral teria impedido que as contratações com instituições financeiras fossem concluídas como esperado.
A expectativa é que ainda entrem R$ 1,3 bilhão do Banco do Brasil e do BNDES até o fim de dezembro.
Endividamento
Teto. Pimentel deverá enfrentar dificuldades para contratar empréstimos, já que a dívida total é de R$ 79,7 bilhões e já está próxima do limite de 200% da receita, permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
Segundo especialista, será preciso ajuda federal
Para o mestre em Ciências Contábeis pela UFMG e professor do Ibmec Thiago Borges, a situação do Estado que o governador Fernando Pimentel (PT) vai receber é “delicada”. Segundo ele, com a arrecadação em baixa, os investimentos ficarão comprometidos e será preciso iniciar o ano com despesas mais controladas.
“Sendo necessário fazer cortes para adequar o orçamento. O primeiro passo é reduzir pessoal, e os investimentos em obras também ficarão prejudicados”, destaca.
A “salvação” do petista, na opinião de Borges, será contar com o governo federal, alinhado à nova gestão mineira. “Será preciso fazer convênios federais, e é provável que o novo governador conte com a ajuda nacional”, ressalta o especialista, que não vê as operações de crédito com instituições financeiras como solução para a crise. “Senão, vai ultrapassar o teto da Lei de Responsabilidade Fiscal”, diz.
O professor ainda argumenta que uma reviravolta na receita só vai acontecer após a recuperação da economia. “Minas depende da exportação de produtos que estão em baixa no exterior”, afirma.

Nenhum comentário:

Postar um comentário