Ator da Globo chora arrasado e constrangido com “homenagem” apelativa de Faustão

 por Eduardo Bueres

A revolta maior de Caio Castro, foi com a monstruosidade do sistema desumano com o qual esta envolvido; isso o chocou, o revoltou e o desesperou.

Ele se deu conta que é apenas um produto, um produto humano, que tem que gerar lucro para o seu patrão a partir da exploração da sua imagem.

Aquela máxima do pensamento cristão que prega: 'O que uma mão faz, a outra não sabe' é sagradamente levado a sério por pessoas honradas, de caráter, moral alta e espiritualmente elevadas.

O extraordinário exemplo sobre essa rara prática de caridade silenciosa de amor amor incondicional ao próximo, foi dada secretamente pelo ator Caio Castro,um dos protagonistas da novela “I Love Paraisópolis”, quando tomou conhecimento da história de uma adolescente moradora em Rondônia, interior da Amazônia,uma menina doente, de origem humilde, cujo sonho era conhecê-lo, mas que desanimou e desistiu de realizar a sua festa de quinze anos, por ter descoberto meses antes, ser portadora de câncer terminal. 

Ao tomar conhecimento do drama,o ator viajou por conta própria, seis mil quilômetros ao encontro da mocinha Juliane, que se encontrava muito debilitada, mas a tempo ainda de propor uma sessão de fotos, sendo que, no meio dos flashes, ele entraria e surpreenderia a aniversariante convidando-a para dançar uma valsa, que seria colocada para tocar lá mesmo no Stúdio. 

Esse pequeno roteiro, foi um singelo ato de amor e solidariedade combinado entre os pais da jovem e Caio Castro, fato que deveria permanecer em mais absoluto segredo entre os envolvidos: o ator não cobrou nada pelo que estava fazendo, além da reserva sobre todo o ocorrido. 

Esses acontecimentos de caráter pessoal, restrito e particular, acabou de alguma forma sendo descoberto pela produção do 'Domingão', que resolveu explorar a comovente  história; fez imagens e tomou depoimento dos pais da jovem em Rondônia, onde a menina já havia falecido dias antes. Segundo o apresentador, foram eles, os genitores de Juliani, que  que 'solicitaram' que a matéria fosse exibida.

De posse do material feito no dia da visita do ator, foi tudo repassado para o Faustão que, numa atitude desrespeitosa, insensível e até desumana, sempre em busca de fatos comoventes que possam turbinar a audiência do seu decadente programa - o modela da atração esta desgastada, vem perdendo patrocinadores antes mesmo desses tempos de crise - que nada fez para reverter o quadro.

Faustão poderia ter evitado levar a reportagem ao ar, até mesmo para evitar que alguém insinuasse que, para manter seu gordo salário, ele não se importa se a 'mercadoria' que vai vender aos telespectadores vai ou não machucar alguém. 

Em vez disso,pediu para a emissora escalar o ator para ser 'homenageado' no quadro "Arquivo Confidencial". 

Como se sabe, por força de  cláusulas contratuais, todos os atores da casa são obrigados a participar quando convocados pela produção dos programas abobrinhas da Globo, tipo: 'Vídeo Show', 'Domingão', 'Esquenta', entre outros. 

Depois de fazer uma bateria de elogios mecânicos e um falso rasga-sêda ridículo, sobre a personalidade do ator - como se ele, Caio, precisasse -  Faustão colocou no ar o VT com as imagens do ator dançando com com a falecida fã, enquanto o público ouvia depoimentos dos pais da jovem e via imagens de Juliane muito debilitada. Surpreendido e muito chocado, ator entrou em parafuso, se voltou e falou alguma coisa no ouvido do Faustão, e  em seguida começou a chorar. 

Quem assistiu ao VT imediatamente compreende que lágrimas não eram por conta do dramalhão, como o apresentador tentou enfeitar, história que o ator já conhecia e participara antes.

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A revolta maior de Caio Castro foi com a monstruosidade do sistema desumano com o qual esta envolvido; isso o chocou, o revoltou e o desesperou.

Ele se deu conta que é um produto, um produto humano, que tem que gerar lucro para o patrão a partir da exploração da sua imagem.

Em busca de audiência, Faustão pisoteou sem piedade e sepultou sua privacidade ao vivo e a cores, exagerando na apelação.

Lição amarga, principalmente, pela impotência em não poder fazer algo contra aquela bizarrice circense em que se transformou tudo aquilo que havia realizado de grandioso. O sonho da jovem, a morte, a dança, a longa viagem, foi tudo tristemente transformado em meras salvas de palmas da claque do auditório e pontos na audiência.