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terça-feira, 5 de abril de 2011

ABRIL VERMELHO: LUTAR NÃO É CRIME! E 12 MIL FAMILIAS MARCHAM RUMO A JUSTIÇA SOCIAL

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"Abril Vermelho": MST ocupa 30 fazendas na Bahia em quatro dias
Quinze anos após o Massacre de Carajás, MST faz Abril Vermelho para colocar reforma agrária na pauta de Dilma
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Trinta fazendas distribuídas pela Bahia foram ocupadas entre sexta-feira (1º) e hoje por integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). As ações fazem parte do “Abril Vermelho”, jornada de lutas que o movimento faz para relembrar o massacre de Eldorado dos Carajás --ocorrido em 17 de abril de 1996-- e exigir do governo medidas para a reforma agrária.

A maior parte das ocupações ocorreu na madrugada de hoje, segundo Márcio Mattos, integrante da direção nacional do movimento. “Até o dia 17 vamos fazer 50 ocupações. A Bahia é o Estado do país que tem a maior demanda de famílias a serem assentadas (25 mil), e 70% dos território é composto por áreas devolutas [propriedades públicas]. É preciso que o governo tome medidas”, disse. De acordo com a liderança, as ocupações no Estado irão mobilizar cerca de 12 mil famílias.

No sábado, duas fazendas nos municípios de Alcobaça e Teixeira de Freitas, no extremo sul do Estado, foram ocupadas por 200 famílias. Segundo os sem-terra, as propriedades foram abandonadas pelos proprietários. Nesta segunda, outras oito ocupações foram realizadas no extremo sul por cerca de 2.000 famílias, três delas em propriedades da multinacional do eucalipto Veracel Celulose.
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Em Camacã, na Costa do Cacau, o MST afirma que 120 famílias ocuparam a fazenda Sapucaia, considerada improdutiva pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) há dois anos, segundo o movimento. Outras três fazendas foram ocupadas no Norte do Estado por 800 famílias, entre elas a propriedade do traficante colombiano Juan Carlos Abadia, em Juazeiro, de acordo com o movimento.

Na região da Chapada Diamantina, cerca de 600 famílias ocuparam três fazendas de Augusto César Requião, preso pela Polícia Federal em 2010 durante operação para combater a exploração de caça-níqueis e jogos de azar. Os sem-terra também entraram em propriedades nos municípios de Camamu, Venceslau Guimarães, Curaçá, Feira de Santana, Sátiro Dias, Itapatinga, entre outros.
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De acordo com Matos, não houve conflitos durante as ações, e as famílias vão permanecer nas propriedades até começarem os processos de negociação. “Cada área vai ter o seu processo de negociação. Só sairemos quando concretizarem a desapropriação dessas áreas”, afirma a liderança.

Além das ocupações, 430 sem-terra fizeram uma marcha em direção a Paulo Afonso e bloquearam a BR-110. Os manifestantes exigem uma reunião com a Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf) e com o Incra para que as terras do grupo sejam utilizadas para assentar 250 famílias que ocupam o local há cinco anos.

Ao longo das eleições presidenciais, a maioria dos setores do MST manifestou apoio à candidatura de Dilma Rousseff, sob o argumento de que a vitória do tucano José Serra traria o “pior dos mundos” aos sem-terra. Para Matos, o MST não vai usar o apoio para barganhar políticas a seu favor.
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“Apoiamos a Dilma por acreditar que ela era a melhor opção. Agora vamos pressionar o governo para que faça a reforma agrária, que é uma obrigação do Estado brasileiro prevista na Constituição. Se fosse o Serra pressionaríamos da mesma maneira”, diz.

Os sem-terra argumentam que a reforma agrária vai ao encontro da proposta de Dilma de erradicar a pobreza no país. “A meta principal do governo é combater a miséria, e não tem instrumento mais eficaz para fazer isso do que a reforma agrária.”

Com a jornada, o MST da Bahia também exige melhorias na infraestrutura nos assentamentos, construção de escolas, entre outras medidas.
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Sul

No Rio Grande do Sul, 400 sem-terra deram prosseguimento à marcha que realizam no interior do Estado. Hoje, eles saíram do município de Barra Funda, passaram por Carazinho e devem chegar a Sarandi amanhã (5). Uma reunião está marcada para essa terça entre representantes dos governos federal e estadual para tratar do assentamento de 1.000 famílias que estão acampadas no Rio Grande do Sul.
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Guilherme Balza
Do UOL Notícias
Em São Paulo




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