247 – A guerra eleitoral em pleno curso por meio de trocas de farpas e
criticas entre os pré-candidatos a presidente da República chegou ao
nível dos economistas com PhD. Aqueles que estudaram em escolas globais,
ocuparam e ocupam cargos na alta administração pública e conseguem, com
suas análises, alterar os humores dos mercados e mexer em perspectivas.
Nos últimos dias, três desses professores tiraram suas baoinetas do armário e entraram, definitivamente, no teatro de operações.
Armínio Fraga, tucano de quatro costados, ex-presidente do Banco Central no governo Fernando Henrique, foi o primeiro a disparar. Em entrevista de dois terços de página no jornal O Estado de S. Paulo, na quinta-feira 17, o golfista Fraga mostrou seu lado de Black Bloc do debate econômico.
- Aqui no Brasil, a sensação de frustração com crescimento baixo e inflação alta é grande, disse ele ao jornalista Fernando Dantas. O governo continua, até prova em contrário, com uma postura geral muito fechada, antiquada.
Neste ponto, avançou sem dó.
- Esse governo repete muita coisa que a gente já viveu, principalmente nos anos 70, no governo Geisel, cutucuou Armínio.
Explica-se: na ditadura militar, o governo Erneste Geisel vendeu a idéia do Brasil Grande, com fórmula de crescimento baseada na forte presença estatal na economia.
O que mais doeu no ministro Guido Mantega, o titular da Fazenda que até então estava em sua trincheira mais pilotando o dia a dia da economia do que terçando armas com os adversários, foi o golpe de Fraga sobre o jeito atual de se combater a inflação.
- Não dá para alguém que foi do governo, e teve uma inflação média de 8,77% no período dele a frente do BC, dizer que temos inflação alta, retrucou Mantega, no dia seguinte, no mesmo O Estado de S. Paulo.
- Ele trouxe esse sistema de metas para o Brasil, mas não cumpriu, descarregou o ministro sobre o peito do ex-presidente do BC tucano.
Detalhe: o Estadão deu a entrevista de Fraga, hoje líder do Gávea Investimentos, em forma de ping-pong, numa entrevista de 16 perguntas do jornalista Dantas.
Para Mantega, apesar de o jornal ter destacado quatro profissionais para ouvir o ministro, nenhuma pergunta e resposta foi públicada na íntegra. Num gráfico com o BC como fonte, a publicação mostrou, entre outros dados, que a inflação durante o governo FHC, quando Fraga estava no BC, chegou a mais de 11% ao ano, enquanto a projeção, para 2013, no terceiro ano do governo Dilma Rousseff, é de 5,7%.
Armínio Fraga, hoje, também assessora informalmente o presidenciável tucano Aécio Neves. Ele não descartou voltar a um cargo de primeiro escalão na área econômica se o PSDB vencer as eleições. "Eu já participei duas vezes de governo, não posso descartar", afirmou.
Com um tanto menos estofo, mas igualmente um PhD, o também tucano e também ex-presidente do BC Gustavo Franco igualmente deu seus disparos. Ele se notabilizou, durante sua passagem pelo Banco Central, por inundar o mercado com bilhões de dólares de reservas brasileiras numa tentativa inútil de manter a paridade entre a moeda americana e o real.
Neste momento, Franco também está no ataque dos adversários da atual política econômica.
- O custo de uma política econômica mal formulada se transforma em um setor público que funciona mal, destravou Frano em seminário econômico na quinta-feira 17, no Rio de Janeiro.
Ele elogiou a postura da ex-senador Marina Silva, hoje no PSB, de fazer uma profissão de fé no tripé econômico de controle de contas públicas, austeridade fiscal e combate à inflação.
- É sinal de que alguma coisa está mudando.
O que não muda, pelo que se vê, é o acirramento de posições, mesmo entre PhDs, quando o campo da batalha acontece em meio as paixões da política.
Nos últimos dias, três desses professores tiraram suas baoinetas do armário e entraram, definitivamente, no teatro de operações.
Armínio Fraga, tucano de quatro costados, ex-presidente do Banco Central no governo Fernando Henrique, foi o primeiro a disparar. Em entrevista de dois terços de página no jornal O Estado de S. Paulo, na quinta-feira 17, o golfista Fraga mostrou seu lado de Black Bloc do debate econômico.
- Aqui no Brasil, a sensação de frustração com crescimento baixo e inflação alta é grande, disse ele ao jornalista Fernando Dantas. O governo continua, até prova em contrário, com uma postura geral muito fechada, antiquada.
Neste ponto, avançou sem dó.
- Esse governo repete muita coisa que a gente já viveu, principalmente nos anos 70, no governo Geisel, cutucuou Armínio.
Explica-se: na ditadura militar, o governo Erneste Geisel vendeu a idéia do Brasil Grande, com fórmula de crescimento baseada na forte presença estatal na economia.
O que mais doeu no ministro Guido Mantega, o titular da Fazenda que até então estava em sua trincheira mais pilotando o dia a dia da economia do que terçando armas com os adversários, foi o golpe de Fraga sobre o jeito atual de se combater a inflação.
- Não dá para alguém que foi do governo, e teve uma inflação média de 8,77% no período dele a frente do BC, dizer que temos inflação alta, retrucou Mantega, no dia seguinte, no mesmo O Estado de S. Paulo.
- Ele trouxe esse sistema de metas para o Brasil, mas não cumpriu, descarregou o ministro sobre o peito do ex-presidente do BC tucano.
Detalhe: o Estadão deu a entrevista de Fraga, hoje líder do Gávea Investimentos, em forma de ping-pong, numa entrevista de 16 perguntas do jornalista Dantas.
Para Mantega, apesar de o jornal ter destacado quatro profissionais para ouvir o ministro, nenhuma pergunta e resposta foi públicada na íntegra. Num gráfico com o BC como fonte, a publicação mostrou, entre outros dados, que a inflação durante o governo FHC, quando Fraga estava no BC, chegou a mais de 11% ao ano, enquanto a projeção, para 2013, no terceiro ano do governo Dilma Rousseff, é de 5,7%.
Armínio Fraga, hoje, também assessora informalmente o presidenciável tucano Aécio Neves. Ele não descartou voltar a um cargo de primeiro escalão na área econômica se o PSDB vencer as eleições. "Eu já participei duas vezes de governo, não posso descartar", afirmou.
Com um tanto menos estofo, mas igualmente um PhD, o também tucano e também ex-presidente do BC Gustavo Franco igualmente deu seus disparos. Ele se notabilizou, durante sua passagem pelo Banco Central, por inundar o mercado com bilhões de dólares de reservas brasileiras numa tentativa inútil de manter a paridade entre a moeda americana e o real.
Neste momento, Franco também está no ataque dos adversários da atual política econômica.
- O custo de uma política econômica mal formulada se transforma em um setor público que funciona mal, destravou Frano em seminário econômico na quinta-feira 17, no Rio de Janeiro.
Ele elogiou a postura da ex-senador Marina Silva, hoje no PSB, de fazer uma profissão de fé no tripé econômico de controle de contas públicas, austeridade fiscal e combate à inflação.
- É sinal de que alguma coisa está mudando.
O que não muda, pelo que se vê, é o acirramento de posições, mesmo entre PhDs, quando o campo da batalha acontece em meio as paixões da política.
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