quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

O estrondoso silêncio de Aécio e do PSDB no caso do brasileiro executado na Indonésia


Eles  

por : Kiko Nogueira
 
Um silêncio estrondoso foi o que Aécio Neves e o PSDB ofereceram no caso da execução do brasileiro Marco Archer na Indonésia, apanhado com 13 quilos de cocaína. Nenhum pio sobre Archer e nem sobre a atuação de Dilma.
 
É uma mudança de paradigma inédita para uma oposição acostumada a criticar qualquer coisa, 
especialmente em relação à diplomacia.
Dilma divulgou uma nota se dizendo “consternada e indignada”. O embaixador brasileiro foi chamado 
para consultas, o que representa um agravo. Na sexta, fez um apelo ao presidente Joko Widodo pelo 
telefone — rechaçado.
O secretário geral do Itamaraty reuniu-se com o embaixador indonésio e manifestou sua “profunda 
inconformidade”, afirmando que a pena de morte representava “uma sombra” nas relações.
Nesse período, Aécio, Aloysio, Serra e seu governo paralelo no eixo Leblon-Higienópolis-
Transilvânia não abriram a boca. Por quê? Férias?
Quando o Brasil foi chamado de “anão diplomático” por um estafeta de Israel, Aécio se locupletou. O 
país deveria ter dado “palavra mais clara de convocação ao cessar-fogo” entre israelenses e palestinos.
“Temos que condenar o uso excessivo de força de Israel, mas também temos que condenar as ações do 
Hamas com lançamento excessivo de foguetes. O Brasil se precipitou, ao meu ver”, declarou.
Sobre o Estado Islâmico, ele foi mais duro. “Fiquei estarrecido com as declarações da presidente da 
República na ONU”, falou. “A presidente propõe diálogo com um grupo que está decapitando 
pessoas”.
O que teria feito Aécio Neves se acoelhar? Ainda que Dilma tenha acertado no episódio, há sempre 
um flanco a ser atacado para quem vive disso. Comparar a indignação com a Indonésia à complacência 
com Cuba nos direitos humanos, por exemplo?
Ou, como fez Rachel Sheherazade, avisar que Dilma Rousseff pode “bater o pé, mandar voltar o 
embaixador, mas não tem poder de interferir na decisão judicial de um outro país”. Para Rachel, 
Archer “deu azar de ser flagrado num país sério, onde a Justiça dá o exemplo: aqui se faz, aqui se 
paga.” (Essa tara por justiceiros ainda vai dar muita alegria à cada vez mais aloprada Sheherazade).
Aécio Neves e seu partido ficam devendo a seus eleitores uma resposta sobre por que ficaram na moita 
e deixaram Dilma solar num capítulo de gigantesca comoção nacional.

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