A queda acentuada das ações da Petrobras nos
últimos pregões, que levou a cotação a R$ 4,80 (o menor nível desde
2003), terá um efeito colateral: o fim das discussões em torno do
projeto do senador José Serra (PSDB-SP), que pretendia abrir a
exploração do pré-sal para empresas estrangeiras como Shell, Exxon,
Chevron e BP; com o petróleo a menos de US$ 30, nem mesmo os
ultraliberais defenderão que o Brasil abra mão de suas reservas, no pior
momento possível; em conversa com jornalistas, a presidente Dilma
Rousseff já avisou que não haverá novos leilões e disse que a Petrobras,
comandada por Aldemir Bendine, reduzirá seus investimentos; a abertura
proposta por Serra também vinha sendo defendida fervorosamente pela
Globo.
247 –
A queda acentuada das ações da Petrobras nos últimos pregões, que levou
a cotação a R$ 4,80, no menor nível desde 2003 (leia mais aqui),
terá um efeito colateral: o fim das discussões em torno do projeto do
senador José Serra (PSDB-SP), que pretendia abrir a exploração do
pré-sal para empresas estrangeiras como Shell, Exxon, Chevron e BP.
Desde que tomou posse como senador,
no início de 2015, Serra fez de tudo para tentar emplacar seu projeto,
que ganhou certo embalo após a Operação Lava Jato, que expôs casos de
corrupção na Petrobras.
No entanto, com
o petróleo a menos de US$ 30, nem mesmo os ultraliberais defenderão que
o Brasil abra mão de suas reservas, no pior momento possível. "Ceder
parte do pré-sal, em um momento de baixa do petróleo, é entregar isso ao
capital internacional", argumenta o deputado Davidson Magalhães
(PCdoB-BA), que coordena a frente parlamentar em defesa do pré-sal.
Diante do atual cenário de preços da
commodity, a presidente Dilma Rousseff também apontou, em conversa com
jornalistas no início deste ano, que os leilões de novas bacias de
petróleo serão revistos neste ano. "Ninguém faz leilão de bloco de
exploração a US$ 30. Como faço, em 2016, com o petróleo a US$ 30, uma
concessão de 30 anos?", questionou a presidente. "A menos que alguém
queira doar".
A abertura do pré-sal a empresas
internacionais vinha sendo uma bandeira editorial do grupo Globo, da
família Marinho, nos últimos anos. "Ainda que mantenha o modelo de
partilha para o pré-sal, o governo terá então de rever a obrigação de a
Petrobras ser a operadora única dos futuros blocos e ter um limite
mínimo de participação nos consórcios", dizia editorial do Globo,
publicado em dezembro do ano passado. Mais recentemente, os Marinho
ironizaram a situação, afirmando que o pré-sal, "bilhete premiado do
ex-presidente Lula", seria "inútil" (leia aqui).
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