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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

MIOPIA: ATUAL DIREÇÃO DO PT PARAENSE ISOLA A MILITÂNCIA

 

Por: Eduardo Bueres

Não é somente ridícula: é  despropositada da realidade e apartada dos componentes ideológicos, dos valores e das bandeiras históricas  defendidas pelo Partido dos Trabalhadores e do conjunto da esquerda brasileira, a posição tomada pela 'direção' que atualmente controla o Partido dos trabalhadores no Estado do Pará que esperneia, embora legalmente, contra a civilizatória lei da Ficha Limpa.

Continua na contramão essa  minoria que compõe este núcleo duro que, ontem, 10.01.2011, protocolou no TRE-PA,  um recurso pedindo a anulação da eleição de 3 de outubro ao Senado e a realização de um novo pleito, sem que essa importante questão tenha sido alvo de mínima discussão interna no seio das tendências e  da escabreada militância papa-chibé que anda, como diz o paraense, 'mordida' com esse descaso. 

Quanto mais desta forma continuar agindo e operando, mais se auto condena  esse pequeno grupo, a ser desidratado de valores representativos da parte de quem ali os colocou, pois que, representa somente a si mesmo.

Essa afirmativa se faz porque, essas práticas  despolitizadas, tão anti-socialistas e anti-democráticas que consistem em empurrar goela abaixo do coletivo essas decisões alopradas que estão sendo tomadas por dirigentes que parecem perturbados ideologicamente, não podem  permanecer para sempre intactas e desprovidas de consequências.

Mesmo porque, foram esses mesmos operadores que levaram recentemente o  partido dos Trabalhadores á beira do precipício favorecendo com sua intercessão sofrível, despersonalizada e  prenhe de subserviência, fato que contribuiu fortemente para que este se  deparasse com a maior derrota eleitoral já sofrida em toda sua história no Estado do Pará, desde a sua fundação, se for levado em conta todo o conjunto  de condições e circunstâncias verdadeiramente extraordinárias proporcionadas pelo ex-presidente Lula que, carregou, como na famosa fábula "pegadas na areia" a ex-governadora no colo.Foi como perder um pênalti sem goleiro.

A quem mais interessa esse movimento, se não ao ex-deputado Jader Barbalho e ao principal carrasco politico do projeto regional do PT, o velho PMDB, (artífice de tanta trairagem e senhor das grandes pirotecnias em nível de recursos judiciais, tão guloso de poder que, já reassumiu durante o novo governo tucano os velhos cargos que antes mamavam em nossas tetas). O criador e criatura se regozijam com  as atitudes diligentes e muy gentis de nossas lideranças. Qual é a agenda oculta? 

Tem dirigente velha guarda que resiste a modernidade petista, que ainda não entendeu que grande parte da militância  e do movimento social - faz tempo- já  esta de saco cheio de fazer o papel de boi de presépio e que chegou a hora das mudanças acontecerem e que, a outra alternativa fora desse campo é a atrofia provocada pela perversidade da mesmice. 

Precisamos retomar a caminhada, por isso  cabe perguntar: 

1) onde nessa atual gestão se escondeu o tradicional princípio das convocações de plenárias e dos debate coletivos e setoriais que, antigamente, norteavam e propunham os novos rumos do nosso querido PT, quando, e onde, eram analisadas e debatidas as conjunturas em nível internacional, nacional, estadual e municipal ?; 

2) Por que até hoje a direção do partido dos trabalhadores não convocou seus membros e lideranças distritais para discutir os ônus e bônus referentes as eleições 2010, já que, para aqueles jovens que estudarão a história política do nosso partido em nosso  Estado num futuro bem próximo, com a finalidade de aprender com os equívocos dos iluminados da época,  constatarão terem existidos erros estratégicos e  táticos flagrantes, praticados por quem deveria ter proposto á toda sociedade e a militância, por exemplo,  a possibilidade da escolha de dois nomes do PT para disputar o senado nas eleições passadas, sabendo-se com larga antecipação que, o nome do companheiro Paulo Rocha não estava despossuído do risco de ser caçado politicamente (menos pela forma da lei) pelo TSE e que, os petistas verdadeiros jamais votariam  ou transfeririam votos para o  senhor Barbalho, como sugeriu, hipocritamente, a época, a atual direção?;

3)Por que tapar o sol com a peneira quando toda sociedade paraense e mundial sabe que, os votos que elegeram, legitimamente, a atual senadora Marinor Brito, partiram de militantes do PT,como segunda opção. 

E que, essa mesma militância e massa de simpatizantes a preferem ocupando a vaga no senado que ao senhor Jader Barbalho?.

Existem valores perenes estabelecidos na no exercício da construção partidária que muitos dos nossos não possuem mais idade, nem escolhas de sobra para abrir mão por tudo o que já se passou e se construiu...

Somente serão restabelecidos  os laços de confiança e afastados os que geram desconfianças e descréditos mediante uma repactuação pelo restabelecimento do diálogo interno, nunca proposto pelo núcleo duro no comando do partido; talvez por temer se defrontar com as críticas fraternais e construtivas e idéias modernas que possam contrariar o seu livre comando e arbítrio. 

Diante da necessidade de reagrupamento do PT, precisamos aceitar que perdemos as eleições e que, nesta derrota recebemos quase 50% de votos,que foram depositados como crédito moral que nos impõe retribuir com seriedade e trabalho, fazendo uma oposição firme, superior e construtiva porque, há muitos suores, passados já construímos todas as  possibilidades de estarmos presentes no segundo turno de quaisquer disputas majoritárias futuras, seja em 2012 ou 2014.

5) Quando tempo nos, petistas, ainda teremos  que esperar para ver o partido sair do atual marasmo e estado paralisante de constante defensiva e sofrível defesa em que se encontra,se o tempo político e diferente do tempo comum e essas gotas de ouro nos não a possuimos?. 

Se não existirem respostas para este conjunto de inquietações e, se  a finalidade da manutenção de todo esse jogo fechado  numa camisa de força de sectarismo for o  estabelecimento da contradição pura e simples expondo o verdadeiro poder que não pertence a nem um grupo e nem a todos por que não o alcançam, e sim ao povo dessa terra: porque então isolar  em vez de contemplar a maioria daqueles que compõe o maior partido socialista e democrático do ocidente se  estes são os que instrumentalizam as mudanças com o seu labor incansável, que vão muito alem da sua mera teimosia e frustração?. 

Não sendo assim, melhor seria que a atual direção eleita renunciasse conjunta e solidariamente aos cargos que ocupa já que, percepcionalmente - e na prática -  não esta conseguindo exerce-los a contento. 

É lamentável que, por conta desse estreitamento no horizonte de comunicação e por falta de iniciativas visando a  convocação coletiva para o  estabelecimento interno do diálogo, esse tipo de questão esteja sendo tratada através de blogs e não nos legítimos e adequados fóruns, talvez porque tenham  virado cal de sepulcro na atual gestão.

2 comentários:

  1. Bom dia,Bueres.
    O poder é um privilégio.A questão colocada é:quem; e, o que toma conta dessa força?.O que deveria esta sendo melhor focado aqui,meu velho companheiro, é o sentido do verdadeiro papel e a finalidade do (s) "donos do poder",se é que existem, dentro de um partido continental como é o PT e mais especificamente no Pará, onde a democracia interna esta sendo considerada menor, seria de: "domesticar"o universo da militância através de formação? é possível isso?a custa de quanto tempo,se é ele que nos falta;tutela-la?por ser dispersa e alheia aos rumos com vias subliminares, e rejeitar os amargos que o avanço impõe?,sem querer entrar naquele mérito comum de "ter que dar um passo atrás, para dar dois para frente"?;amansar e tentar civilizar um gigantesco faqueiro de vaidades e interesses existente entre grupos e personalidades com expressão e sem limitações de inteligencia suficientes para colocar por terra quaisquer arquiteturas de macro entendimento em nível de disputa interna ,provocando consequências que extrapolam para o externo?.Acho que voce não exagerou ao criticar o distanciamento entre a cúpula dirigente e a massa de militantes,mas isso acontece em qualquer partido e até time de futebol;se isso é ruim ou se é bom,só mesmo uma avaliação coletiva ou freudiana poderá acertar.
    Possuímos, e quanto a isso não há negligencias ou omissões, mecanismos estatutários que, só funcionam se forem acionados, para resolver ou mitigar qualquer tipo de impasse ou conflito, sempre através do diálogo,que voce nega existir no seu texto,dentro da nossa melhor tradição democrática.compreendo sua preocupação olhando por outro aspecto, que seria o de modernizar essas relações. Mas, tudo a seu tempo; as mais difíceis tarefas e desafios que estão colocados agora para todo o conjunto do nosso partido,por serem mais urgentes e prioritárias,são mais de reordenamento politico interno que propriamente estrutural e domestico, que são importantes por,obviamente, interagirem.Para encerrar, Bueres, lembro ao companheiro que nunca concordaríamos com um modelo de gestão onde os indivíduos fossem colocados acima dos interesses do partido, por sermos todos socialista e por conta disso possuidores de respeito muito á democrática interna.Quanto a "ter o poder" sobre;conter;reprimir e elevar-se acima de agrupamentos,tendencias,movimentos,não cabe quanto tarefa á nenhum grupo dirigente a quem cabe: fazer esforços constantes e sutis para administrar as demandas do dia e os conflitos subjetivos e vitais,com a obrigação de manter-se acima,conter-se diante os excessos,buscar encaminhamentos e ter gozar de confiança bastante para influenciar e exercer mediação com a devida serenidade.De qualquer forma, a sua matéria é um convite para reflexão e demonstra um tipo de preocupação bastante construtiva com os rumos do PT e sua importância dentro do contexto do Estado, coisa que ajuda a oxigenar dialeticamente as nossas contradições.Concordo quanto ao seu lamento referente a exposição pública das nossas questões que deveriam ser tratadas coerentemente nos fóruns apropriados, jamais através dos blogues.

    Saudações Socialistas!

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  2. CARO BUERES

    FAZ TEMPO QUE NÃO EXISTE MAIS DEMOCRACIA INTERNA DENTRO DO PT, FORMAÇÃO POLÍTICA, PLENÁRIAS SETORIAIS E DEBATE POLÍTICO. TRANSFORMARAM O PT EM PARTIDO DE CAUDILHO. E EXATEMENTE POR ISSO, QUE O PED SE TORNOU UM INSTRUMENTO OBSOLETO E DESPOLITIZADO.

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