Produção do caça francês Rafale pode parar por falta de compradores.
SÃO PAULO – A produção dos caças Rafale da França pode ser interrompida se os compradores estrangeiros não se materializarem, alertou nesta quarta-feira o ministro da Defesa francês Gerard Longuet. Ele sustentou que o Rafale – que há muito tempo não consegue vencer uma concorrência internacional e atualmente é usado somente pelas forças armadas francesas – é um “excelente avião”. Porém, o ministro reconheceu que o caça é prejudicado pelo seu preço, que é mais alto que seu concorrente dos EUA.
“Se a Dassault [companhia de aviação francesa] não exportar o avião, sua produção será de fato interrompida”, disse Longuet em entrevista para a tevê francesa. Ele acrescentou que a produção não será reduzida até a Dassault completar a entrega das encomendas das Forças Armadas Francesas.
As alardeadas vendas para o Brasil e a Líbia falharam em se materializar, mas Longuet destacou que os Rafale continuam na disputa para obter um contrato nos Emirados Árabes Unidos e na Índia. A Dassault está concorrendo com o consórcio europeu Eurofighter por um contrato de US$ 11 bilhões para fornecer 126 aviões de combate para a Índia.
No mês passado, a Suíça optou por desistir do Rafale e preferiu comprar 22 caças Gripen da sueca Saab por 3,1 bilhões de francos suíços (US$ 3,37 bilhões). O Gabinete suíço disse que o custo foi um fator na escolha do Gripen.
Questionado sobre a derrota na Suíça, Longuet disse que “o exército suíço estava inclinado em direção ao Rafale”, mas que o governo decidiu que o Gripen era “suficiente” para atender as necessidades de um país neutro, onde os caças não são usados em missões de combate.
Em serviço na Força Aérea da França desde 2006, os Rafale são usados para dar apoio aéreo no Afeganistão desde 2007 e desempenharam um importante papel na recente campanha da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) na Líbia, no qual foi utilizado apenas o poder aéreo.
Longuet acrescentou que no evento de uma suspensão da produção, a Dassault continuar a fazer a manutenção dos aviões Rafale existentes até o fim de sua vida de 40 anos.
POUSO FORÇADO
Durante uma entrevista a TV LCP, o Ministro da Defesa da França Gerard Longuet afirmou que a produção do caça Rafale poderá parar se o avião não for exportado antes das forças francesas receberem todas as suas unidades.
A alegação foi imediatamente divulgada de maneira distorcida por vários meios de comunicação da França (AFP e EFE) e também no meio internacional, indicando que a produção seria terminada em breve, mas segundo o minstro deve permanecer em funcionamento até 2018 no mínimo, e mantendo o ritmo atual, até 2025. Apesar da crise com a falta de pedidos do caça frances ,o ministro garantiu que todas manutenções e peças continuarão disponíveis por muito mais tempo.
INDEFINIÇÃO BRASILEIRA
Nos últimos três anos, a imprensa francesa chegou a alardear várias vezes que o Brasil anunciaria a escolha dos Rafale para modernizar a Força Aérea Brasileira, apesar do avião da Dassault ter o maior preço entre os três finalistas da concorrência, que inclui a americana Boeing com o F-18 e a sueca Saab com o Gripen (foto abaixo). Em setembro de 2009, durante uma visita do presidente francês Nicolas Sarkozy ao Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que o país assinaria um contrato multibilionário com a França para receber os Rafale. Essa manifestação provocou forte reação dos demais concorrentes e o anúncio final sobre o vencedor da concorrência foi sendo adiado sucessivamente, atropelado pela conjuntura nacional e internacional – incluindo a eleição presidencial de 2010, a posse do governo Dilma Roussef e, finalmente, a incerteza gerada pela atual crise econômica mundial.
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