Edmilson e Marinor: sempre juntos na luta do povo (foto: blog Marinor)
A seguir, a íntegra do pronunciamento do deputado Edmilson Rodrigues realizado na manhã de hoje (15) da tribuna da Alepa:
"Senhor Presidente,
Senhores Deputados,
Senhoras Deputadas,
Ocupo esta tribuna para expressar em meu nome e de meu partido, o PSOL, minha fraterna e irrestrita solidariedade à companheira Marinor Brito, senadora do povo do Pará. A decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro César Peluso, que no dia de ontem determinou o seqüestro do mandato legitima e legalmente conquistado nas últimas eleições, corresponde a uma agressão ao povo brasileiro e um enorme retrocesso na dura caminhada em favor da imposição da ética na política em nosso país.
Esta decisão, questionável sob todos os pontos de vista, ocorreu após ostensiva pressão sobre o STF por parte da cúpula do PMDB, partido do candidato benefiado pelo polêmico voto de minerva proferido pelo presidente daquela corte. Ora, em duas oportunidades anteriores em que o placar de votação ficou empatado, o próprio ministro Peluso havia recusado utilizar a faculdade de votar duas vezes por reconhecer que se tratava de matéria do mais elevado interesse da sociedade civil, preferindo, naquelas ocasiões, aguardar o preenchimento da 11ª cadeira no pleno do Tribunal. O que terá acontecido agora para essa mudança de posição? Quais argumentos terão sido colocados sobre a mesa para que um único cidadão, embora investido das atribuições de presidir a mais alta corte do país, tenha resolvido adotar um posicionamento que, ao fim e ao cabo, contribui para agravar o quadro de profunda desmoralização da política e da própria justiça?
A posse no Senado do candidato Jader Barbalho, cuja trajetória é por demais conhecida, será mais uma página lamentável de um sistema político que resiste, com unhas e dentes, a medidas efetivamente moralizadoras. A Lei Complementar 35/2010, a Lei da Ficha Limpa, nasceu com a marca da iniciativa popular e foi aprovada pelo Congresso Nacional com ampla maioria. Decorreu, assim, de pressão da sociedade que não suposta mais que política seja, na maior parte das vezes, sinônimo de negociatas e do mais desavergonhado patrimonialismo. Foi uma grande vitória da cidadania, mas, como o acidentado processo de sua implementação veio confirmar, ainda há um enorme caminho a percorrer no combate aos interesses escusos que insistem em manter a democracia refém das polpudas (e suspeitas) contas bancárias e dos patrimônios que se formaram fruto de simbiótica e espúria relação entre o público e o privado.
A senadora Marinor está de cabeça erguida e não deve temer absolutamente nada. Seu mandato foi exercido com altivez e profundo compromisso com o povo do Pará e do Brasil. Em quase um ano de atuação, Marinor soube honrar cada voto que recebeu do eleitorado paraense realizando um trabalho incansável em defesa dos direitos das maiorias e na denúncia das mazelas sociais que infelicitam nosso povo.
Marinor, no Senado, votou para elevar o valor do Salário Mínimo, votou contra a privatização dos Correios e dos Hospitais Universitários. Foi uma guerreira na luta contra a aprovação do novo Código Florestal que anistia os desmatadores e incentiva a destruição da floresta. Votou favoravelmente ao aumento de recursos para a saúde (regulamentação da emenda 29) e contra a prorrogação da DRU (Desvinculação das Receitas da União).
Ela propôs e aprovou a CPI que investiga o Tráfico de Pessoas, crime que movimenta mais de R$ 32 bilhões ao ano. Está sendo decisiva na luta para criminalizar a homofobia e está na linha de frente da defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes. É uma guerreira na defesa dos 10% do PIB para a educação, representando assim todos os trabalhadores em educação do Brasil.
Seu mandato sempre esteve nas ruas e nas lutas. Seja apoiando as mobilizações e greves de diversas categorias seja na luta contra a construção da Usina de Belo Monte, símbolo da política desastrosa dos “grandes projetos” para a Amazônia. Os trabalhadores em educação sentiram a importância de termos uma senadora paraense comprometida com a educação em sua recente greve.
Em cada luta Marinor sempre escolheu o lado dos trabalhadores e cerrou fileiras com outros lutadores e parlamentares igualmente comprometidos com as demandas presentes e históricas do povo brasileiro.
Por tudo isso, seu mandato é e permanecerá sendo um orgulho para os que não abrem mão de fazer da política um espaço permanente de luta contra as injustiças e de anúncio de dias de igualdade e justiça para todos.
Quero afirmar que a luta de Marinor não se esgota no exercício de seu mandato, agora tão violenta e injustamente interrompido. Ela permanecerá na luta do povo, como sempre esteve. Como disse o grande escritor uruguaio Eduardo Galeano, o direito de sonhar é o pai e a mãe de todos os direitos. E o direito de sonhar e de lutar para realizar escrupulosamente o sonho da felicidade humana estará sempre presente na militância de Marinor, uma guerreira do povo paraense".
Enquanto as indicações do STF, TCEs, TCMs, forem através de indicações políticas, não se pode esperar outra coisa: bandalheira. E das grossas.
ResponderExcluirAgora está resolvido: ela se candidata a vereadora e o SR. a Prefeito. Caso ela não se eleja e o Sr. siu, ela então vai prá uma secretaria ou não?
ResponderExcluir