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quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

A luta continua - Marinor, guerreira do povo paraense


Edmilson e Marinor: sempre juntos na luta do povo (foto: blog Marinor)

A seguir, a íntegra do pronunciamento do deputado
Edmilson Rodrigues realizado na manhã de hoje (15) da tribuna da Alepa:

"Senhor Presidente,
Senhores Deputados,
Senhoras Deputadas,
Ocupo esta tribuna para expressar em meu nome e de meu partido, o PSOL, minha fraterna e irrestrita solidariedade à companheira Marinor Brito, senadora do povo do Pará. A decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro César Peluso, que no dia de ontem determinou o seqüestro do mandato legitima e legalmente conquistado nas últimas eleições, corresponde a uma agressão ao povo brasileiro e um enorme retrocesso na dura caminhada em favor da imposição da ética na política em nosso país.
Esta decisão, questionável sob todos os pontos de vista, ocorreu após ostensiva pressão sobre o STF por parte da cúpula do PMDB, partido do candidato benefiado pelo polêmico voto de minerva proferido pelo presidente daquela corte. Ora, em duas oportunidades anteriores em que o placar de votação ficou empatado, o próprio ministro Peluso havia recusado utilizar a faculdade de votar duas vezes por reconhecer que se tratava de matéria do mais elevado interesse da sociedade civil, preferindo, naquelas ocasiões, aguardar o preenchimento da 11ª cadeira no pleno do Tribunal. O que terá acontecido agora para essa mudança de posição? Quais argumentos terão sido colocados sobre a mesa para que um único cidadão, embora investido das atribuições de presidir a mais alta corte do país, tenha resolvido adotar um posicionamento que, ao fim e ao cabo, contribui para agravar o quadro de profunda desmoralização da política e da própria justiça?
A posse no Senado do candidato Jader Barbalho, cuja trajetória é por demais conhecida, será mais uma página lamentável de um sistema político que resiste, com unhas e dentes, a medidas efetivamente moralizadoras. A Lei Complementar 35/2010, a Lei da Ficha Limpa, nasceu com a marca da iniciativa popular e foi aprovada pelo Congresso Nacional com ampla maioria. Decorreu, assim, de pressão da sociedade que não suposta mais que política seja, na maior parte das vezes, sinônimo de negociatas e do mais desavergonhado patrimonialismo. Foi uma grande vitória da cidadania, mas, como o acidentado processo de sua implementação veio confirmar, ainda há um enorme caminho a percorrer no combate aos interesses escusos que insistem em manter a democracia refém das polpudas (e suspeitas) contas bancárias e dos patrimônios que se formaram fruto de simbiótica e espúria relação entre o público e o privado.
A senadora Marinor está de cabeça erguida e não deve temer absolutamente nada. Seu mandato foi exercido com altivez e profundo compromisso com o povo do Pará e do Brasil. Em quase um ano de atuação, Marinor soube honrar cada voto que recebeu do eleitorado paraense realizando um trabalho incansável em defesa dos direitos das maiorias e na denúncia das mazelas sociais que infelicitam nosso povo.
Marinor, no Senado, votou para elevar o valor do Salário Mínimo, votou contra a privatização dos Correios e dos Hospitais Universitários. Foi uma guerreira na luta contra a aprovação do novo Código Florestal que anistia os desmatadores e incentiva a destruição da floresta. Votou favoravelmente ao aumento de recursos para a saúde (regulamentação da emenda 29) e contra a prorrogação da DRU (Desvinculação das Receitas da União).
Ela propôs e aprovou a CPI que investiga o Tráfico de Pessoas, crime que movimenta mais de R$ 32 bilhões ao ano. Está sendo decisiva na luta para criminalizar a homofobia e está na linha de frente da defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes. É uma guerreira na defesa dos 10% do PIB para a educação, representando assim todos os trabalhadores em educação do Brasil.
Seu mandato sempre esteve nas ruas e nas lutas. Seja apoiando as mobilizações e greves de diversas categorias seja na luta contra a construção da Usina de Belo Monte, símbolo da política desastrosa dos “grandes projetos” para a Amazônia. Os trabalhadores em educação sentiram a importância de termos uma senadora paraense comprometida com a educação em sua recente greve.
Em cada luta Marinor sempre escolheu o lado dos trabalhadores e cerrou fileiras com outros lutadores e parlamentares igualmente comprometidos com as demandas presentes e históricas do povo brasileiro.
Por tudo isso, seu mandato é e permanecerá sendo um orgulho para os que não abrem mão de fazer da política um espaço permanente de luta contra as injustiças e de anúncio de dias de igualdade e justiça para todos.
Quero afirmar que a luta de Marinor não se esgota no exercício de seu mandato, agora tão violenta e injustamente interrompido. Ela permanecerá na luta do povo, como sempre esteve. Como disse o grande escritor uruguaio Eduardo Galeano, o direito de sonhar é o pai e a mãe de todos os direitos. E o direito de sonhar e de lutar para realizar escrupulosamente o sonho da felicidade humana estará sempre presente na militância de Marinor, uma guerreira do povo paraense".

2 comentários:

  1. Enquanto as indicações do STF, TCEs, TCMs, forem através de indicações políticas, não se pode esperar outra coisa: bandalheira. E das grossas.

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  2. Agora está resolvido: ela se candidata a vereadora e o SR. a Prefeito. Caso ela não se eleja e o Sr. siu, ela então vai prá uma secretaria ou não?

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