Romário põe a Veja de joelho, e revista “se desculpa” após sustentar mentira por 2 semanas
Num dia de tanto constrangimento, uma alegria.
A de ver, mesmo de forma hipócrita, a Veja pedir desculpas a Romário
por ter publicado um extrato falso de uma suposta conta bancária no
exterior, que pertenceria ao Senador fluminense.
Hipócrita porque, das duas uma: ou a revista foi criminosamente
irresponsável ao reproduzir um documento falso recebido de alguém, e
neste caso tem a obrigação, até para que sejam tomadas as providências
legais, de dizer como e quem o forneceu; ou, então, a revista foi
deliberadamente criminosa ao participar como autora ou cúmplice de uma
falsificação abjeta.
Se não foi, porque alegar que não se retratou porque ” pairavam
perguntas sem respostas sobre a real natureza do extrato, de cuja
genuinidade VEJA não tinha razões para suspeitar”. É mesmo? Vai, então, a
revista preservar o “sigilo da fonte” de um bandido que a usou para
demolir a reputação alheia?
Se não veio do Ministério Público – que é o que diz a edição difamadora -, de onde veio?
Que meio de bandidagem é este onde a Veja é ferramenta da desonra e,
quando descoberta nesta imundície, diz que está só fazendo “jornalismo”?
Que turma é a da Veja? Os Demóstenes, os Youssef, os falsários?
Romário fez um golaço para a democracia e para o jornalismo brasileiro.
Deveria estar sendo aplaudido de pé pelos jornalistas, porque fez o
que a Veja não fez: buscou as provas da verdade e honrou o que havia
afirmado. Não se intimidou pelo clima de “todo mundo é ladrão”
construído pela mídia, com a Veja à frente, e “peitou” um veículo quase
sempre impune de notas de esgoto.
Tomara que não tenha esquecido os tempos de craque como jogador e aja
como craque na política. O adversário levou um gol no contra-ataque e
balançou. Hora de ir em frente e marcar o segundo: a revistá é confessa,
não há mais materia de prova a discutir, é só a de direito –
inquestionável – à indenização proporcional ao dano causado.
E que dano, para um político, um mandatário, ser apontado pela
revista de maior circulação do país (não é o que ela própria afirma?),
com repercussão em toda a imprensa do país, como um praticante de crime
financeiro?
Faça a Veja desculpar-se com aquilo que ela ataca nos outros, mas pratica a rodo: exposição degradante e dinheiro.
Mate o jogo, Romário.
Leia a nota da Veja:
Em seu perfil no Instagram e em sua página na internet, o senador
Romário de Souza Faria publicou a informação de que recebeu do banco
suíço BSI um documento (leia a íntegra em francês) enviado por aquela
instituição financeira às autoridades daquele país. “Nós estabelecemos
como certo que este extrato bancário é falso e que o Sr. Romário de
Souza Faria não é o titular desta conta em nosso banco na Suíça.”
O extrato em questão foi publicado há duas semanas por VEJA como
prova de que Romário era titular de uma conta bancária na Suíça com
saldo equivalente a 7,5 milhões de reais. O comunicado do BSI não deixa
dúvida sobre as adulterações no documento e pede às autoridades que
investiguem a autoria da falsificação.
Por ter publicado um documento falso como sendo verdadeiro, VEJA
pede desculpas ao senador Romário e aos seus leitores. Esse pedido de
desculpas não veio antes porque até a tarde desta quarta-feira ainda
pairavam perguntas sem respostas sobre a real natureza do extrato, de
cuja genuinidade VEJA não tinha razões para suspeitar.
A nota do BSI dissipou todas as questões a respeito do extrato. Ele é falso.
A investigação desse episódio, no entanto, continuará sendo feita por VEJA.
Estamos revisando passo a passo o processo que, sem nenhuma má
fé, resultou na publicação do extrato falso nas páginas da revista,
evento singular que nos entristece e está merecendo toda atenção e
cuidado para que nunca mais se repita.
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