O MViva!, espaço aberto, independente, progressista e democrático, que pretende tornar-se um fórum permanente de ideias e discussões, onde assuntos relacionados a conjuntura política, arte, cultura, meio ambiente, ética e outros, sejam a expressão consciente de todos aqueles simpatizantes, militantes, estudantes e trabalhadores que acreditam e reconhecem-se coadjuvantes na construção de um mundo novo da vanguarda de um socialismo moderno e humanista.
Em mais uma movimentação para criar o seu novo partido, a ex-senadora
Marina Silva conseguiu agendar uma audiência com o presidente do Supremo
Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, para a próxima semana, na
terça-feira, 7.
O tema da conversa será o projeto de lei que dificulta as regras para a criação de novas legendas. Desde
fevereiro, Marina vem articulando a criação da Rede Sustentabilidade,
sigla pela qual pretende concorrer ao Palácio do Planalto em 2014. Na
semana passada, o ministro do STF Gilmar Mendes concedeu uma liminar
que suspendeu a tramitação no Senado do projeto de lei de autoria do
deputado federal Edinho Araújo (PMDB-SP).
A proposta, que já foi aprovada da Câmara, tem o apoio do governo
federal e restringe o repasse de recursos do Fundo Partidário e tempo na
TV a novos partidos.
O argumento usado pela ex-ministra do Meio Ambiente é o de que é preciso
ter isonomia, pois, no ano passado, o Supremo concedeu esses benefícios
ao PSD, partido criado pelo ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab.
O general Muñoz Grandes (1896-1970), que na fotografia acima vemos à
esquerda num encontro com Adolf Hitler acompanhado de um tradutor, foi o
comandante da 250ª divisão de infantaria
do exército alemão durante a Segunda Guerra Mundial (1941-42), uma
unidade totalmente constituida por voluntários espanhóis e alcunhada de divisão azul por causa disso (azul era a cor das camisas dos membros da Falange,
a componente política do franquismo).
A 250ª permaneceu na Frente
Leste, uma divisão entre mais de duzentas que ali estiveram engajadas do
lado do Eixo, combatendo contra os soviéticos até Outubro de 1943, quando a evolução do conflito fez com que o prudente Franco,
antecipando o desfecho da Guerra, lhe deu ordem de retirada. A esta
intervenção espanhola ao lado da Alemanha costuma ser dado um
incontornável significado político, mas o seu impacto militar para o
desfecho da Guerra, o que houve de grande, perdoe-se-me o trocadilho, só mesmo as grandes orelhas do general Muñoz Grandes...
A denúncia feita com exclusividade pela Carta Capital revela a
situação de Goiás e mostra que o estado precisa da atenção do Governo
Federal, é o que diz ao Comunique-se o repórter Leandro Fortes, que
assinou a matéria da revista.
“É uma situação muito semelhante à vivida pelo Acre na década de 1980
[época em que houve o embate entre fazendeiros e trabalhadores e que o
seringueiro e sindicalista Chico Mendes foi assassinado].
É preciso que o governo federal, lance seus olhos para o que está acontecendo em Goiás”.
Segundo o jornalista, a imprensa faz a sua parte, mas “não tem
capacidade de fazer isso sozinha”. Nas 450 mensagens a que Fortes teve
acesso, “é explicitamente dito que o contrato foi feito em nome do
governador Marconi Perillo [PSDB]”.
A reportagem divulga suposto esquema de espionagem de políticos e jornalistas, orquestrado pelo governo de Goiás.
Durante duas semanas, Fortes teve acesso a e-mails e DMs (direct
messages enviadas pelo Twitter) entre o cracker, conhecido como Mr.
Magoo, e o publicitário Gercycley Batista. “Separei essas mensagens por
dia, hora e tema, para criar o mínimo de linearidade. Tive acesso
digital à informação, que desde quinta [25] é pública, porque foi
entregue ao Ministério Público Federal. Recebi a informação por uma
fonte de Goiás, apurei, cruzei os dados e verifiquei que eram idôneos”.
Em contato com o Comunique-se, a chefia do gabinete de imprensa do
governo de Goiás informa que não teve acesso à reportagem, porque a
Carta Capital ainda não chegou ao estado. A equipe diz que “a revista
não é muito conhecida por aqui” e indicou que a reportagem deveria
entrar em contato com a Secretaria de Segurança Pública e Justiça.
O órgão, por sua vez, diz ter tido conhecimento do caso "por meio de um
jornalista que procurou a pasta em nome de um veículo de circulação
nacional". Por ordem do secretário Joaquim Mesquita, a Polícia Civil
abriu inquérito em 8 de abril e os resultados "serão divulgados tão logo
a apuração seja concluída".Sumiço de revistas
A Carta Capital enviou um lote maior de revistas para Goiás do que o
usual. Além disso, segundo Fortes, as bancas do estado estão recebendo
encomendas antecipadas de cidadãos que querem comprar o impresso. Os
jornaleiros também estão tomando o cuidado de anotar os nomes dos
leitores que adquirem a publicação dirigida por Mino Carta.
O esquema se deve à experiência vivida em abril do ano passado, quando a
revista foi retirada das bancas. Reportagem de capa mostrava o eventual
envolvimento do então senador Demóstenes Torres (ex-DEM) e de Perillo
com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. “A última vez que fiz uma matéria
sobre a presença física da quadrilha do Carlinhos Cachoeira, as revistas
sumiram das bancas”.
Na época, denúncias feitas à Carta Capital indicavam que as compras eram
feitas por homens que chegavam em carros com placas frias,
“possivelmente ligados ao P2, que é o código para o serviço militar
secreto brasileiro”, lembra Fortes.
Falsos profetas acusam crianças de bruxas para ganhar dinheiro. Pastores pentecostaispromovem violentos exorcismos em pequenos africanos para ganhar dinheiro.
Uma tragédia - uma a mais - está ocorrendo na África em nome de Jesus: a exploração religiosa de inocentes por falsos profetas de igrejas pentecostais.
O texto abaixo é de Clóvis Pacheco Filho, antropólogo, professor e jornalista.
Vídeos postados no Youtube mostram como a expansão do pentecostalismo na
Nigéria, no Congo, em Angola, em sua vertente dita Teologia da
Prosperidade, vem causando seríssimos problemas, ao se sincretizarem com
a crença dos povos locais nos ramos africanos da feitiçaria.
Os pastores das instituições religiosas citadas, após acusarem crianças e
jovens da prática de bruxaria, exigem dinheiro de seus pais, para
procederem ao exorcismo.
Como a quantia exigida em geral supera a capacidade de pagamento dos
pais dos acusados, o exorcismo prescrito – que em si mesmo é bastante
violento – acaba sendo realizado pelos familiares, que assim acreditam
que irão sair da miséria econômica, curar doenças, resolver problemas
que, no seu entender, são causados por seus filhos. E esses filhos,
muitas vezes, são menores de dois anos.
Os resultados dos exorcismos sempre são os piores possíveis, como morte,
ferimentos, mutilações e os traumas psíquicos, o abandono social e a
exclusão total da vítima, que fica atirada à própria sorte.
Quero ressaltar que tanto os pais quanto os pastores acreditam na
existência da feitiçaria, em si mesma, traço comum em várias culturas
africanas. Esse fato corrobora minha tese de que raramente ocorre
conversão completa em massa de todo um povo a uma nova religião, mas
somente conversões completas em casos individuais, que são, quase
sempre, muito raros.
O que se dá, em geral, é o surgimento de um sincretismo, na maior parte
dos casos históricos conhecidos. E os próprios pastores africanos
citados, que alegam sua condição de cristãos seguidores da Bíblia,
acreditam no poder da feitiçaria, como qualquer outro africano de suas
comunidades de origem.
Daí a facilidade que encontram para a prática da manipulação das
consciências, para os ganhos pecuniários pessoais e para a consolidação
de seu poder.
Observe o vídeo abaixo:
A respeito da atitude dos tais pastores nigerianos e congoleses que
maltratam crianças depois de, publicamente, acusarem-nas de bruxaria, é
bom que se tenha em mente, repito, é a demonstração de que não há nada
mais enganoso do que a crença na hipotética conversão em massa de um
povo, de uma religião tradicional a outra, a uma religião nova.
Conversão bem sucedida pode acontecer individualmente, mas quanto a um
povo, em sua grande massa, a história demonstra que isso jamais
aconteceu.
Isso porque o homem jamais faz uma faxina mental completa, eliminando
tudo o que antes estava em sua mente, para aceitar outro conteúdo,
mormente se trazido de outra cultura.
Há, sobre isso, uma frase famosa, dita por um ilustre bispo católico do
início da Idade Média, da cidade francesa de Reims, canonizado como São
Remígio, que disse ao rei Clovis, do povo franco sicambro, estabelecido
na região onde hoje está Paris, quando ele se converteu, depois de ter
sido perseguidor do cristianismo: “Curva a cabeça, altivo sicambro.
Adora o que queimaste e queima o que adoraste”.
Atualmente, na Nigéria, o cristianismo tem mais espaço social, em
especial pelo pentecostalismo, em sua variante mais conhecida, a que deu
origem à Teologia da Prosperidade, corrente que, no meu entender, é uma
das maiores vigarices dos tempos modernos.
Os pastores citados, antes de qualquer coisa, manipulam abertamente o
sincretismo, uma vez que seus rebanhos são compostos por pessoas que
acreditam tanto nos conteúdos do cristianismo pentecostal, quanto nos
valores tradicionais da crença em bruxaria. Daí a eficácia do que o
pastor fala, diante de seu público, com relação aos que lhes dão o
dinheiro como pagamento dos tais atos de exorcismos.
A ideologia subjacente à fala dos tais pastores é a que garante que se o
fiel der dinheiro para os pastores, que se apresentam como
representantes de Deus, homens e mulheres de Jesus, portadores da
Palavra, Deus devolverá em dobro.
Para que é que Deus precisa de dinheiro é a pergunta correta, mas se
torna facilmente explicável se forem observados os carros, jóias, casas
de luxo, roupas de griffe ou pelo menos, de boa qualidade, possuídos
pelos santos homens e santas mulheres de Jesus.
Em alguns dos casos mostrados pelos vídeos, o cinismo dos tais pastores é
evidentíssimo. Podemos perguntar como é que pais e mães aceitam tal
vigarice sem se revoltar, uma vez que as vítimas são seus próprios
filhos, e quase sempre, crianças inocentes e apavoradas.
Acontece que em tais culturas tribais, quase sempre a criança tem uma
personalidade diminuída, e que somente é realizada de modo integral com a
maioridade, e que na maioria dos casos é quando se torna elemento
ativo, pode se casar, exercer todos os atos da vida normal. E, geral,
esse momento é demarcado por um rito de iniciação, um rito de passagem,
como dizemos nós, antropólogos.
Crianças na Nigéria tentam se defender de acusações de bruxaria
Enquanto não passaram pela iniciação, eles são indivíduos muitíssimo
pouco diferenciados, e contam bem pouco, socialmente, tanto que quando
morrem, pelo motivo que for, recebem ritos fúnebres bem menos
elaborados. E sua morte é compensada sentimental e afetivamente por um
novo filho.
Daí a facilidade com que famílias miseráveis aceitam a acusação de
bruxaria, por envolverem crianças, que contam muito pouco na vida
social.
Não estamos nós, no Brasil, isentos de tais acusações de bruxaria e
similares. Houve vários casos atuais, publicados na imprensa, nos quais
membros de igrejas do gênero, e seus membros fanatizados exorcismaram
por meio de pancadaria várias pessoas que praticam (entre os
sobreviventes) ou praticavam a umbanda, candomblé, e outros cultos do
gênero.
Tais casos foram numerosos na Baixada Fluminense, por parte de obreiros,
“bispos” que tais. Por isso, é bom que tais fatos sejam conhecidos.
Já escrevi sobre os efeitos nocivos do pentecostalismo na África. Um
pentecostal e se doeu. Parece que no modo de pensar dele, nenhum
pentecostal seria capaz de fazer atrocidades, assim como “não fazem
achaques de dinheiro dos fiéis”, porque no modo dele entender isso é
mais que correto, pois é adepto da tal de Teologia da Prosperidade.
Todos os seus pastores são santos homens de Deus, em sua visão
maniqueísta.
Dada a simploriedade dele, se vê que não é pastor, é ovelha, das que
gostam de ser tosquiadas. Fosse pastor, do gênero em questão, os tais da
prosperidade, seria, pelo menos, um pouco mais esperto.
Com apenas dois dias de debate, a oposição qualificou a aprovação da medida como “violação da democracia parlamentar”
O Parlamento da Grécia aprovou neste domingo (28/04) um novo pacote de
medidas para o corte de gastos do orçamento do país. A medida estipula a
“reestruturação” do setor público e prevê a demissão de 15 mil
funcionários do governo nos próximos dois anos.
As exigências foram feitas pela troika (formada por Comissão Europeia,
Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) para que os
gregos recebessem o próximo empréstimo econômico, estipulado em 8,8
bilhões de euros (cerca de 23 bilhões de reais). O governo se justificou
dizendo que os trabalhadores demitidos serão aqueles envolvidos com
corrupção, os “incompetentes” ou aqueles que vão se aposentar
voluntariamente. No total, serão 4 mil demitidos em 2013 e outros 11 mil
em 2014. A medida foi aprovada sob protestos da população e da oposição. A
votação foi feita em procedimento de urgência, com apenas dois dias de
debate, fato que a oposição grega - composta por alianças de esquerda -
qualificou como “violação da democracia parlamentar”.
Agência Efe Gregos protestam contra medidas que prometem demitir 15 mil funcionários públicos até o fim de 2014 Segundo informações da Agência Efe, o ministro das Finanças,
Yannis Sturnaras, defendeu a votação de urgência com o argumento de que o
acordo deveria sair antes da reunião desta segunda-feira (29/04) do
grupo de trabalho do Eurogrupo, em que deve ser dado sinal verde ao
desembolso do lance correspondente a março, no valor de 2,8 bilhões de
euros.
A Grécia necessita com urgência da liberação de fundos da troika para
quitar salários, pensões e os bônus que vencem no mês de maio, afirmou
Sturnaras durante a votação.
No mês passado, o Eurostat, órgão estatístico da UE (União Europeia),
já havia divulgado dados alarmantes sobre a taxa de desemprego na
Grécia. Mais de 50% dos jovens gregos, por exemplo, estão
desempregados.
A taxa de desemprego da Grécia atingiu um novo recorde em janeiro e
situa-se, agora em abril, nos 27,2%. Este é o valor mais alto desde
2006, ano em que o instituto oficial de estatística da Grécia começou a
divulgar os dados. A Grécia tem a taxa mais alta de toda a zona do euro,
que equivale a mais que o dobro da média do bloco, de 12% em janeiro. Novos protestos na Europa Milhares de pessoas ligadas aos movimentos sociais de Portugal,
Espanha, Grécia, Chipre, França e Alemanha prometem para o dia 1° de
junho uma grande manifestação contra as políticas de austeridade
adotadas pelos dirigentes de diversos países da Europa.
Segundo informações da Agência Brasil, os protestos terão como
alvo os governos nacionais, os credores internacionais e a troika. Na
internet, os movimentos sociais responsabilizam o controle fiscal das
despesas públicas, exigido por essas instituições, como a principal
razão da crise que causa desemprego em massa na região.
Fonte: OperaMundi
Jatene, que aparece acima na foto á esquerda do O seu correligionário, Mario Couto, volta a virar manchete no blogosfera.
Uma turma da pesada: sobrinho do governador Simão Jatene é sócio do empresário que seria mandante de assassinatos em Tomé-Açu
No Blog da Perereca O
empresário castanhalense Eduardo Salles, sobrinho do governador Simão
Jatene, é sócio do também empresário Carlos Antonio Vieira, que teve a
prisão preventiva decretada pela Justiça, sob a acusação de encomendar
um duplo assassinato em Tomé-Açu, município do Nordeste do Pará. As
vítimas, o madeireiro Luciano Capaccio e o advogado Jorge Guilherme de
Araújo Pimentel, foram mortas a tiros por pistoleiros, no último dia 2
de março, quando jantavam em um restaurante, no centro daquela cidade. Além
de Carlos Antonio Vieira, também é acusado como mandante dos crimes o
filho dele, Carlos Vinícius de Melo Vieira, prefeito de Tomé-Açu. Até a tarde de hoje, ambos continuavam foragidos, apesar de rumores acerca da obtenção de habeas corpus. Segundo
a Junta Comercial do Pará (Jucepa), Carlos Antonio Vieira é sócio
majoritário e administrador da Valle Empreendimentos Imobiliários Ltda
(CNPJ: 12.429.651/0001-80). A Valle Empreendimentos e a E Salles
Construções (CNPJ: 14.057.335/0001-50), que pertence ao sobrinho do
governador, são sócias na empresa Salles e Valle Empreendimentos
Imobiliários, que executa o loteamento Salles Jardins, no município de
Castanhal. Informações divulgadas pela polícia, no mês passado, dão
conta que os assassinatos de Capaccio e Pimentel foram motivados por
disputas políticas e por denúncias sobre irregularidades em um
empreendimento imobiliário de Carlos Antonio Vieira. Porém, o blog
ainda não sabe qual é o empreendimento – e a Valle executa vários
loteamentos no Nordeste do Pará, por meio de parcerias com outras
empresas, como essa que estabeleceu com o sobrinho de Jatene. Na Valle também figura como sócio um cidadão chamado Moisés Carvalho Pereira, de Redenção. Um
empresário com esse mesmíssimo nome (Moisés Carvalho Pereira, também de
Redenção) chegou a ter a prisão preventiva decretada, no ano passado, a
pedido do Grupo de Combate a Organizações Criminosas do Ministério
Público de Alagoas. A acusação foi a de participar de uma fraude
imobiliária naquele estado, através da compra, por R$ 700 mil, de um
terreno que valeria mais de R$ 21 milhões. Detalhe: o sobrinho de
Jatene e Carlos Antonio Vieira também estão envolvidos em disputas
judiciais pela posse de grandes áreas de terras, aparentemente
destinadas a empreendimentos imobiliários, e que teriam sido adquiridas
de forma irregular. Eduardo Salles, o sobrinho do governador, pagou
R$ 1 milhão, em abril do ano passado, por um amplo terreno em
Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém. A venda é contestada
pela Asder, a associação dos funcionários do extinto Departamento de
Estradas de Rodagens (DER), que afirma ser a verdadeira proprietária do
imóvel e tenta anular a transação. (Leia a reportagem da Perereca “Sobrinho de Jatene enriquece a olhos vistos e comanda o Nordeste do Pará”: http://pererecadavizinha.blogspot.com.br/2013/02/sobrinho-de-jatene-enriquece-olhos.html) Já
Carlos Antonio Vieira comprou por R$ 600 mil, em Rondon do Pará, um
terreno que valeria R$ 50 milhões, quando loteado, segundo afirmam
integrantes da Associação Agropecuária Rondonense, que ingressaram na
Justiça contra a venda do imóvel. (Veja a ação aqui: https://docs.google.com/file/d/0B8xdLmqNOJ12U2VYZndmeDRMbUk/edit?usp=sharing). Ambos os processos se encontram em grau de recurso, a desembargadores do TJE.
Em três anos, capital da Valle subiu de R$ 250 mil para quase R$ 20 milhões.
São Paulo -
Morreu às 23h35 deste domingo o compositor e zoólogo Paulo Vanzolini,
que tinha 89 anos.
Ele estava internado com pneumonia extensa desde
quinta-feira na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Israelita
Albert Einsten, na Zona Sul de São Paulo.
A causa da morte ainda não foi divulgada. O corpo de Vanzolini era
velado na manhã desta segunda-feira e será enterrado no Cemitério da
Consolação. Enterro e velório são fechados ao público.
Autor de composições como “Ronda” e "Volta por cima", Vanzolini foi
gravado por grandes nomes da MPB, como Chico Buarque - confira abaixo o samba Praça Clóvis, que foi o primeiríssimo samba gravado na carreira do ainda desconhecido Chico Buarque, mostrando assim a fonte boa quebeberia para compor -... Paulinho da Viola e
Martinho da Vila. O autor também foi diretor do Museu de Zoologia da
Universidade de São Paulo (USP), onde trabalhou por mais de 40 anos.
O poeta cientista compos também o inspirado 'Samba do Suicídio',ouça abaixo: Confira Maria Bethânia interpretando "Ronda" .
O MVIVA presta aqui sua homenagem á este brasileiro imortal e conclama aos mais jovens para que tomem posse desse patrimonio artistico e cultural que nos deixa esta impagável herança.
(JB)-Todos
os povos do mundo têm seu orgulho nacional, o que os faz supor serem melhores
que os demais. Em alguns casos, ostentam seus conhecimentos técnicos; em
outros, seu talento artístico, e, nos casos extremos, a excelência racial. Em
nome dessa superioridade, reivindicam o direito de governar os outros povos.
Mas, no interior dessas sociedades presunçosas há – felizmente – os que
percebem as coisas com lucidez.
A Alemanha é um país estranho. Deu ao mundo alguns dos melhores pensadores
humanistas, ao longo dos séculos. As idéias igualitárias encontraram ali o
terreno fértil para que se desenvolvessem e encontrassem instrumentos coletivos
de transformação da sociedade. As idéias socialistas nasceram da associação entre
o pensamento filosófico, a solidariedade e a luta dos trabalhadores contra a
opressão. Ao mesmo tempo, ali medraram o militarismo, o culto ao corpo, a
fascinação pela beleza, e o desprezo aos débeis, aos pacifistas, aos enfermos,
aos diferentes de um modo geral.
O racismo sempre existiu em todos os povos, mas na Alemanha ele conduziu
à brutalidade que se conhece.
Ontem, Portugal lembrou a bela jornada da Revolução dos Cravos. Suas razões,
seus atos e seus resultados são conhecidos. Os portugueses se livraram da carga
de um colonialismo anacrônico, redigiram uma constituição avançada, deram
passos enormes rumo a um regime plenamente democrático. A direita, no entanto,
ao tomar o governo fez reverter essas conquistas, e Portugal se entregou às
razões neoliberais, além de aliar-se a Washington, seguindo a Espanha, na ação
contra o Iraque. Um ano depois de Lisboa, era a vez de Madri – com mais
dificuldades, é certo – iniciar o processo de sepultamento do período
ditatorial de Franco.
Espanha e Portugal passam hoje por imensas dificuldades sociais. Quase um
terço dos espanhóis em idade de trabalhar estão desempregados (27,16%). Em
Portugal, a taxa é menor (17,5%), mas as dificuldades não o são.
Os dois países executam uma política orçamentária enlouquecida, a fim de pagar
as dívidas assumidas com o sistema financeiro internacional. Mas se a situação
é grave na Península Ibérica, não é muito melhor no continente. A Itália, que
havia sido entregue a um fiel servidor dos bancos, Mario Monti, não conseguiu
superar a crise política, e teve que se apoiar em um dos poucos homens sensatos
do país, Giorgio Napolitano. A França começa a assustar-se com o desemprego. Os
britânicos não saem das ruas, em protesto contra a mal chamada “austeridade”.
Mario Soares
Como lembrou o grande estadista português Mário Soares, em entrevista
reproduzida ontem neste jornal, os países podem deixar de pagar seus débitos,
se não conseguirem fazê-lo, e ninguém morre por isso. É velho o entendimento de
que, embora todos devam cumprir os pactos, situações de força maior conduzem às
renegociações necessárias.
A crise econômica européia é conseqüência das fraudes e incompetência de
alguns dos grandes bancos do mundo que se associaram para a prática do crime
organizado. Em lugar de punir os banqueiros irresponsáveis, que devem responder
com seus bens e o castigo da justiça aos delitos cometidos, os governantes
europeus, sob a arrogante determinação de Frau Merkel, exigem os sacrifícios de
seus povos, a fim de reunir os recursos a serem pagos ao “mercado”.
A situação é dramática, com hospitais sendo fechados; a mortalidade infantil
retornando, o desespero assolando as camadas mais débeis da sociedade, e o
racismo em ascensão.
O presidente de Portugal, Cavaco Silva, embora tenha feito um discurso dúbio,
resumiu a situação de que o país está sofrendo “fadiga de austeridade”, da
mesma austeridade que todos os governantes europeus estão impondo a seus
cidadãos. Mas não deixou de exigir que Portugal “honre seus compromissos”, ou
seja, que continue a sua política de corte de gastos sociais.
A pequena e sacrificada Grécia, submetida a um regime de fome pelas
exigências da “troica” (A Comissão Européia, o Banco Central Europeu e o Fundo
Monetário Internacional) parece decidida a reclamar da Alemanha 126 bilhões de
euros, como reparação de guerra. Durante três anos de ocupação do país, de1941
a 43,
os alemães mataram de fome mais de 300.000 pessoas, destruíram toda a
infraestrutura do território e obrigaram os gregos a pagar todos os
gastos da ocupação. Sabemos que sua postulação é inútil. Os alemães não
tomarão conhecimento da reclamação.
E, tal como ocorreu com a Europa dos anos 30 e 40, todos procuram
apaziguar-se com Berlim. A Alemanha que, com Willy Brandt, deu provas ao mundo
de sua disposição para a paz, recorre hoje à sua superioridade econômica a fim
de avançar no velho propósito de dominar o continente. A única esperança é a de
que a outra Alemanha reaja nas urnas e volte ao bom senso de homens como
Brandt. É provável que ainda haja alguns.
O Congresso
Nacional preparava-se para votar um projeto de lei que limita a criação de
novos partidos políticos, mas uma liminar do ministro Gilmar Mendes, do Supremo
Tribunal Federal, congelou sua tramitação até a apreciação do projeto pelo plenário
da Corte. No mesmo dia, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou
um Projeto de
Emenda Constitucional (PEC) que dá ao Parlamento o poder de rever
decisões do STF sobre ações de inconstitucionalidade. O presidente do Senado,
Renan Calheiros, classificou a liminar como “invasão” do Poder Judiciário sobre
as competências do Poder Legislativo e disse que iria recorrer.
Bem, o
projeto limitando o tempo de TV e o acesso ao Fundo Partidário aos novos
partidos se faz necessário, face à proliferação de legendas de aluguel no país.
Mas sua votação agora é oportunista, porque vem no exato momento em que líderes
de oposição articulam a criação de mais dois partidos, a Rede, de Marina Silva,
e o Mobilização Democrática, fusão do PPS com o PMN, com vistas a 2014. No ano
passado, quando Gilberto Kassab criou o seu PSD, ele teve as vantagens que hoje
se pretende eliminar. Mesmo assim, a votação faz parte do jogo político, mas
esse jogo se complica quando quem não tem votos apela para o Poder Judiciário.
Por causa de
ações dessa natureza, o Parlamento vem se mostrando incapaz de cumprir seu
papel. O resultado é um processo perigoso de judicialização da política e conseqüente
politização do Judiciário. O protagonismo do Supremo chegou a empossar candidatos
derrotados e não eleitos (caso do Maranhão) e a definir a fidelidade partidária,
o que seria finalidade dos partidos políticos. E, no caso da Ação Penal 570 – o
caso do mensalão –, o STF cedeu à pressão da “opinião publicada” e julgou os réus
em período eleitoral, ignorando a jurisprudência e o princípio da inocência dos
réus até prova em contrário, entregando cabeças ao gosto do “clamor popular”.
E as últimas
decisões do STF comprometem a autonomia do Congresso, o que constituiu uma violação
flagrante da Constituição de 1988, que garante o equilíbrio de poderes, um dos
fundamentos da democracia representativa. Segundo o art. 102 da Carta Magna, o
Supremo Tribunal é o “guardião da Constituição”, mas o Congresso Nacional tem
poderes, sim, para anular quaisquer decisões, do Executivo e do Judiciário
(art. 49). Um Congresso soberano tomando decisões políticas sobre os destinos da
nação não é ameaça, mas fundamento da democracia. Atualmente, o que estamos
vendo é um poder técnico e não-eleito (o Judiciário) avançando celeremente, com
o aplauso da mídia, sobre a competência de um poder democraticamente eleito e
soberano (o Legislativo). Quem realmente ameaça a democracia?
Repetindo o que eu já disse aqui, segundo os clássicos pensadores
do Direito (Montesquieu e os Federalistas, por exemplo), o Legislativo pode e
deve exercer o controle sobre o Judiciário, a exemplo do que já acontece em
relação ao Executivo. Como dizia o filósofo do Direito Norberto Bobbio, “a democracia
nasceu com a perspectiva de eliminar para sempre das sociedades humanas o poder
invisível e de dar vida a um governo cujas ações deveriam ser desenvolvidas
publicamente”.
LEÃO AZUL - CLUBE DO REMO FILHO DA GLORIA E DO TRIUNFO!
vence clássico e está na final do returno do Parazão
Em mais uma tarde chuvosa em Belém, Clube do Remo e
Paysandu entraram em campo pelo segundo jogo da semifinal do segundo
turno do Campeonato Paraense. No duelo entre Leão e Papão neste sábado
(27), às 18h30, melhor para os comandados de Flávio Araújo, que
repetiram o resultado do sábado passado e conquistaram mais uma vitória,
por 2 a 1 e garantiram a vaga na final do returno.
Em um jogo cheio de emoções, expulsões e gols, o Clube de Periçá
mandou a redonda para o fundo da rede com Leandro Cearense e com o meia
Clebson. O Paysandu descontou com o meia Djalma, aproveitando jogada
pelo lado esquerdo de Rafael Oliveira.
A vitória, além de dar moral para a sequência do Parazão e manter o
sonho do título, encaminha a classificação do Leão para o Campeonato
Brasileiro da Série D, que será disputada na final da Taça Estado do
Pará, conta Tuna Luso ou Paragominas, que jogam neste domingo (28).
O Paysandu, por sua vez, foca na Copa do Brasil e fica no aguardo do
campeão do segundo turno, para decidir o Campeonato Paraense em dois
jogos.
O primeiro jogo da decisão da Taça Estado do Pará será na próxima
quarta-feira (1). O segundo será no final de semana, domingo (5).
1º Tempo: Jogo emocionante e Leão na frente -
Com diversos jogadores se recuperando de virose, campo encharcado e
muita empolgação nas arquibancadas, Remo e Paysandu iniciaram sua saga
rumo à final do segundo turno do Parazão e, diferente do sábado passado,
mais de 15 mil torcedores acompanharam o clássico ‘Rei da Amazônia’.
Precisando reverter o placar do último final de semana, que o obrigou
vencer, o Paysandu tomou a iniciativa nos primeiros minutos de bola
rolando. O time de Lecheva partiu pra cima e teve a chance de abrir o
placar, logo aos 3 minutos. Desfalque nos treinamentos da semana e
dúvida para a partida, Eduardo Ramos arrancou em velocidade pelo lado
direito e cruzou rasteiro para João Neto, que tocou na bola e a mandou
por cima do gol.
A resposta do Clube do Remo, no entanto, chegou com mais perigo e
mudando o placar. Após troca de passes no meio de campo, o volante
Jhonnatan encontrou Leandro Cearense livre dentro da grande área. O
camisa 9 do Leão olhou para o goleiro Paulo Rafael e mandou um foguete,
de perna esquerda, sem chances. Aos sete minutos, Remo 1 a 0.
O gol do adversário não diminuiu o ímpeto dos bicolores na busca pelo
gol. Em contra-ataque puxado no circulo central do meio de campo,
Iarley fez lançamento longo e em velocidade para Djalma que, da entrada
da área, chutou rasteiro e viu a bola passar perto da trave direita do
goleiro Fabiano.
O Leão respondeu com Leandro Cearense, dessa vez
servindo de pivô e dando assistência. Após chutão do zagueiro Henrique
para o campo de ataque, o atacante remista dominou no peito, com estilo,
olhou e achou Diogo Capela na entrada da grande área. O meia do Clube
do Remo chutou colocado e Paulo Rafael espalmou pela linha de fundo.
Após os sustos nas torcidas de Fenômeno Azul e Fiel Bicolor, o jogo
diminuiu a intensidade. Os dois times trocaram passes e passaram a ser
mais cautelosos com seus respectivos sistemas defensivos, especialmente o
Paysandu, que já não dava tanta liberdade para o setor de criação do
Remo.
Aos 44 minutos a torcida do Paysandu foi à loucura no Estádio
Olímpico do Pará. Iarley recebeu bola no ataque, tabelou com Yago
Pikachu e deixou o lateral do Papão frente a frente com o goleiro
Fabiano. Pikachu adiantou, chutou e o goleiro remista executou grande
defesa, garantindo a vitória parcial do Leão.
CLUBE DO REMO
2º Tempo: Vitória azulina e vaga na final -
No início dos 45 minutos finais do clássico Re-Pa, o técnico Lecheva
apostou em duas substituições para mudar a postura do time dentro das
quatro linhas. O meia Alex Gaibu e o atacante Rafael Oliveira entraram
nos lugares dos experientes Vânderson e Iarley, respectivamente.
Mesmo conseguindo reter a posse de bola nos momentos iniciais, foi o
Clube do Remo que começou assustando o goleiro Paulo Rafael. Em jogada
pelo lado esquerdo ofensivo, Alex Ruan subiu ao ataque como uma bala e
emendou um chutaço, rasteiro, mas o goleiro bicolor colocou para
escanteio.
A resposta do Paysandu foi mais eficaz e mais feliz para o lado B das
arquibancadas do Mangueirão. Rafael Oliveira, que saiu do banco, ganhou
na raça no lado esquerdo, cruzou para dentro da pequena área e a
redonda sobrou para Djalma apenas empurrar para o fundo da rede. Aos
cinco minutos, Remo 1 x 1 Paysandu.
O gol deu ânimo para a equipe alviceleste e pressionou o Clube do
Remo, que não sabia se mantinha o resultado que lhe favorecia, ou
tentava desempatar o clássico. Rafael Oliveira, aceso na partida,
recebeu cruzamento da direita e quase faz um golaço, de voleio. O
goleiro Fabiano defendeu.
Tentando conter o esboço de pressão do Papão, o técnico Flávio Araújo
mexeu no time. O meia Ramon, cansado, deu lugar para Clebson. O
cabeludinho entrou e logo mostrou serviço. Aos 16 minutos, no primeiro
toque do jogador na bola, Clebson mandou um chutaço, de fora da área, no
canto esquerdo de Paulo Rafael, que falhou e fez com que o placar
ficasse 2 a 1 para os azulinos.
O gol azulino esquentou os lances de perigo e também os ânimos dos
atletas. Em uma disputa de bola na lateral, Eduardo Ramos e Jhonnatan
trocaram ofensas e foram separados pelos companheiros. Dentro do jogo, o
Remo repetia a estratégia de quando esteve à frente no placar no
primeiro tempo, aproveitando os contra-ataques e levando muito perigo
para os zagueiros do Papão.
A chance do empate veio em jogada iniciada pelo atacante João Neto.
Ele ganhou da zaga remista no lado esquerdo do ataque bicolor, chegou na
linha de fundo e cruzou para o meio da área. Pablo apareceu como homem
surpresa e cabeceou para o chão, mas a bola foi fraca nas mãos de
Fabiano, bem posicionado.
Após o susto, o Clube do Remo priorizou o sistema defensivo e ia ao
ataque somente na chamada ‘boa’. Flávio Araújo colocou o zagueiro
Gabriel no posto de Alex Ruan, que deixou o gramado reclamando de dores.
Com a situação sob o controle, os torcedores do lado A, azulinos,
ensaiaram até um coro de 'olé'.
Os gritos vindos das arquibancadas parece ter mexido com o zagueiro
do Paysandu, Thiago Costa, e com o volante do Clube do Remo, Jhonnatan.
Após jogada na linha de fundo do ataque remista, os dois trocaram
farpas, empurrões e até socos e foram expulsos pelo árbitro.
Após a confusão, o Clube do Remo esperou o tempo passar, com vários
chutões para frente e o árbitro apitou pela última vez no jogo que
garantiu o Leão na final do returno.
Tenham todos um ótimo final de semana. Fiquem com esse 'bolerão' antológico na voz do legendário Bienvenido Granda, acompanhado da maior orquestra romantica do mundo, a cubana Sonora Mantacera.
Mais que bajulação, o que ficou estampado foi a ignorância do ministro da Educação.
Ignorância desumana
Uma das frases de Sêneca que mais me agradam fala o seguinte: “Quando penso em certas coisas que disse, tenho inveja dos mudos.”
Ela me ocorreu ao ter ciência da carta que o ministro Aloízio Mercadante escreveu para a Folha de S. Paulo.
Mercadante fez um desagravo da memória de Octavio Frias de Oliveira, falecido dono do jornal, depois que um delegado dos tempos da ditadura militar disse, na Comissão da Verdade, o que todos sabem, exceto talvez ele mesmo, Mercadante: que Frias colaborou ativamente com a repressão a “terroristas”, “subversivos” e “assassinos”.
Frias foi o chamado colaborador total. De um lado forneceu carros do jornal para a perseguição de “subversivos” pela Oban, Operação Bandeirante, um grupo particularmente selvagem dedicado a exterminar a resistência à ditadura.
De outro, usou sua empresa jornalística para publicar conteúdos pró-ditadura.
Meu pai, editorialista e com carreira na Folha estabelecida antes que Frias comprasse o jornal em 1961, se recusou a escrever um editorial no qual Frias mandou que fosse dito que não existiam presos políticos – todos eram criminosos comuns.
Frias, nos piores anos da ditadura, manteve um jornal, a Folha da Tarde, que era uma espécie de porta-voz da repressão. (Mercadante poderia conversar sobre isso com Frei Betto, que foi jornalista da FT antes de Frias transformá-la numa extensão da Oban.)
O jornal de Frias para a ditadura, a Folha da Tarde
Num certo momento, com a abertura política, Frias, como empresário, enxergou uma boa oportunidade de negócio ao engajar a Folha na campanha das diretas e deixá-la mais arejada.
Era um movimento óbvio. O concorrente Estadão já estava morto editorialmente, então. E a Globo era, como a FT, porta-voz da ditadura na tevê.
O distanciamento oportunista da Folha em relação ao regime não impediria Frias de acatar servilmente uma ordem de um general para que afastasse o diretor Claudio Abramo depois que o grande cronista Lourenço Diaféria escreveu, com toda razão, que os paulistanos mijavam na estátua do Duque de Caxias, no centro da cidade, perto da Folha.
Bastava passar por lá e sentir o cheiro.
Para Claudio Abramo foi um desdobramento irônico e amargo do editorial que meu pai recusou e ele, Claudio, escreveu, sabe-se lá a que custo emocional e mesmo físico, uma vez que era um homem de esquerda.
Frias pôs imediatamente no lugar de Claudio um jornalista que ele mantinha por causa das relações deste com o regime: Boris Casoy, egresso do Comando de Caça ao Comunista e antigo locutor de rádio. (Anos depois, na televisão, ao falar dos lixeiros, Boris mostrou quão pouco mudou nestes anos todos.)
Como os infames caminhões da Ultragaz, os carros da Folha foram usados na caça a dissidentes
Assustado, medroso, Frias tratou também de tirar seu nome da primeira página do jornal, como responsável. Boris passou a figurar como o responsável.
Apenas para situar, Boris marcou uma ruptura na Folha. Até ali, os chefes de redação eram jornalistas completos: tinham feito grandes reportagens a partir das quais subiram até serem testados também como editores.
Boris simplesmente não sabia escrever. Ele estava no jornal, e num cargo elevado, por razões políticas, e não jornalísticas.
Isso gerou situações bizarras. Na morte de Samuel Wainer, cabia a Boris escrever um pequeno tributo na coluna “São Paulo”. Boris chamou meu pai para escrever por ele por não ter capacidade para realizar a tarefa.
Mercadante mostrou uma ignorância desumana ao desconhecer tudo isso na carta que mandou à Folha.
A demonstração espetacular de desconhecimento é tanto mais grave por vir do ministro da Educação. Se ele não conhece com alguma profundidade um assunto tão próximo dele, o que ele conhecerá?
Terá lido livros? Quais?
Pela ignorância, mais ainda do que pela bajulação despropositada, Mercadante deveria ser afastado sumariamente do cargo que ocupa. Daqui por diante, ele será sempre lembrado como aquele sujeito que disse que o “seu Frias” foi um quase mártir na “luta pelas liberdades democráticas”.
A carta de Mercadante cumpre o papel inevitável das mensagens estapafúrdias, o de ser alvo de desprezo dos chamados dois lados. É altamente provável que Otávio Frias Filho não tenha enxergado na carta o que todo mundo enxergou.
Se existe um atenuante para Mercadante, é que parece haver no DNA do PT uma espécie de submissão mental aos donos da mídia.
Essa patologia ajuda a entender por que o Brasil não avançou nada, em dez anos de PT, na questão crucial para a sociedade de discutir os limites da mídia, a exemplo do que a Inglaterra acaba de fazer.
O momento simbólico dessa submissão – que o grande Etienne de La Boétie chamava de “servidão voluntária” – é assinado por Lula, ao escrever na morte de Roberto Marinho que ali se ia um, pausa antecipada para rir, um grande brasileiro, merecedor de três dias de luto oficial.
Brasil247 - Em entrevista exclusiva, o deputado Nazareno Fonteles (PT-PI)
afirma que sua emenda constitucional, já aprovada pela Comissão de
Constituição e Justiça, visa resgatar a soberania do voto popular, ao
submeter ao Congresso algumas decisões tomadas pelo Supremo Tribunal
Federal."Estimulado pela mídia, que hoje é um partido político de oposição, o STF se converteu em linha auxiliar da minoria", afirma. De acordo com o parlamentar, ou o Congresso passa "da covardia à coragem" ou perde sua própria razão de existir.
Sem receio de comprar brigas, ele defende o impeachment dos ministros Luiz Fux e Gilmar Mendes e rotula ainda o jornalista Merval Pereira, do Globo, como um personagem de conduta fascista.