O MViva!, espaço aberto, independente, progressista e democrático, que pretende tornar-se um fórum permanente de ideias e discussões, onde assuntos relacionados a conjuntura política, arte, cultura, meio ambiente, ética e outros, sejam a expressão consciente de todos aqueles simpatizantes, militantes, estudantes e trabalhadores que acreditam e reconhecem-se coadjuvantes na construção de um mundo novo da vanguarda de um socialismo moderno e humanista.

sexta-feira, 31 de maio de 2013

ESCÂNDALO NA TV - COMO O PROGRAMA VIROU A MATÉRIA MAIS COMENTADA NA INTERNET

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Uma das participantes recebeu cinco propostas de casamento e disse que se sentiu valorizada.

Muita controvérsia e muita audiência

O artigo abaixo, de autoria da jornalista Emma Jane Kirby, foi publicado originalmente na BBC.

Um ano atrás, visitei a sede da emissora pública dinamarquesa DR para fazer um vídeo sobre o sucesso internacional de duas séries, Borgen e The Killing.
 
Os protagonistas nessas duas séries eram mulheres fortes, resolutas, que não tomavam desaforo de ninguém.
Espetáculo homônimo de Thomas Blachman \ "Blachman \" causas indignação ao ser acusado sexista
Assim, parece um pouco surreal estar de volta à Dinamarca agora para falar com a mesma emissora sobre seu novo programa, chamado Blachman (na foto á esquerda com um convidado), em que uma mulher fica nua na frente de homens completamente vestidos e permanece em silêncio enquanto eles falam sobre seu corpo.
 
“Não é um reality show”, protesta o inventor e apresentador do programa, Thomas Blachman. “E isso é poesia, não pornografia.”
É desconfortável ver Blachman, camisa desabotoada cuidadosamente, sentado com um amigo estilista e olhando os pêlos pubianos de uma mulher.
 
“Eu não gosto realmente de depilação”, ele diz, antes de comentar com seu amigo que a mulher tem pés agradáveis. A mulher recebeu 250 euros (cerca de 600 reais) por sua aparição.
“Oh, vamos lá!”, reage Blachman quando digo que acho o silêncio da mulher profundamente irritante.
 
“As mulheres falam o tempo todo. Esse programa é para que os homens digam o que pensam sobre os corpos das mulheres.”
 
Blachman acredita na Dinamarca moderna, onde há leis estritas de igualdade e oportunidades, os homens se tornaram emasculado por mulheres poderosas e silenciados sob o manto do politicamente correto.
 
“Os corpos das mulheres anseiam pelas palavras dos homens”, ele insiste. “Eu não podia imaginar que fôssemos ter uma reação tão negativa das feministas agressivas. Claro que eu queria provocar um pouco, mas o programa não é machista.”
 
Quando conversei com Nina – uma atraente, falante professora primária que foi um dos estudos de nus de Blachman – ela me disse que sentiu valorizada pela aparição no programa.
 
Mas ela admite que gostaria de ter podido falar, especialmente quando Blachman e seu convidado estavam discutindo sua cicatriz de cesariana.
Após o programa, Nina não recebeu apenas dezenas de cartas de fãs. Ela recebeu também cinco propostas de casamento.

Mas as feministas – como a comediante Sanne Sondergaard – estão indignadas. “Na Dinamarca, o sexismo não é assunto”, diz ela. “E então surgiu esse programa. É lixo sexista.”
 
“Sinto muito, mas mesmo que ele diga coisas boas, um homem não tem o direito de falar sobre o meu corpo só porque eu sou uma mulher!”
 
A emissora DR2 teve mais queixas sobre o programa Blachman do que em qualquer outra ocasião. Teve também uma audiência enorme, ampliada pela internet, onde você pode ver outra vez o programa.
Sofia Fromberg

Sofia Fromberg, editora do programa, insiste que não está perseguindo audiência com seios e traseiros.
“Blachman está longe das maiores audiências da emissora”, diz ela. “Nosso objetivo é gerar discussão sobre questões importantes na sociedade. E o programa criou um monte de debate.”
Thomas Blachman tem sido acusado nos meios de comunicação dinamarqueses de ser pouco mais do que um “homem de meia idade desprezível em um clube de strip”.
 
Na maior parte do programa ele parece pouco à vontade e um pouco estranho. Seu foco tende a ser mansamente posto abaixo dos joelhos, em vez de colocar os olhos em pontos mais previsíveis como os seios e os traseiros.
 
“Belos tornozelos”, diz ele. “Sou o tipo de cara que gosta de tornozelos.” Antes de fazer uma única observação sobre a mulher nua na frente dele, um de seus convidados leva uns bons cinco minutos para explicar que tinha sido casado por 50 anos até que sua esposa morresse no ano passado.
 
Em tais ocasiões, a mulher nua em silêncio na frente deles parece quase esquecida e irrelevante.
Mas não há como esconder o fato de que, quanto mais escandaloso o programa, mais ele puxa telespectadores.
Na semana passada, durante uma discussão sobre o aleitamento materno numa estação na Holanda, o anfitrião disse que gostaria de experimentar o leite materno.
Uma mulher da audiência ofereceu um pouco de leite, mas ele disse que preferia tirá-lo de sua fonte e chupou seus seios ao vivo na TV.
 
Uma enorme onda de reclamações logo tomou as mídias sociais, ainda que a emissora tenha dito que não houve conotação sexual no ato.
Há alguns anos fiz uma reportagem sobre outro programa holandês controverso chamado Quero seu Bebê!
Nele, uma mulher solteira selecionava o pai de seu bebê entre um grupo de homens, descartando um a cada semana. Esse programa causou alvoroço na Holanda e levantou questões no Parlamento – e nunca foi além do piloto.
 
No mês passado, um reality show na França foi submetido a uma saraivada de críticas depois que um competidor morreu num duro desafio no deserto e o médico do programa – que não foi capaz de salvá-lo – se matou.
Na Itália, baixas audiências levaram a emissora estatal RAI a se desfazer de todos os seus reality shows em 2007. A RAI disse que iria colocar o dinheiro economizado em filmes e programas mais cerebrais.
Agora, a nova diretora da RAI suspendeu showgirls vestidas sensualmente para projetar uma imagem mais sofisticada das mulheres na emissora.
O APRESENTADOR THOMAS BLACHMAN COMANDO O PROGRAMA (Foto: Divulgação)

Para espectadores que sintam falta de mulheres seminuais, restam os programas transmitidos nos canais privados de propriedade do ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi.
De volta à Dinamarca, Blachman (foto acima) afirma que nunca criticou o corpo da mulher nua.
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“O programa na verdade é uma homenagem às mulheres,” diz ele. Infelizmente para ele o seu “tributo” não terá uma segunda temporada. 


Diario do Centro do Mundo / Free ilustration by: militanciaviva!

quarta-feira, 29 de maio de 2013

INDIOS RESISTEM FIRMEMENTE EM BELO MONTE


O post cá abaixo, é de 08 de maio de 2013. Foi extraído do site do professor deputado Edmílson Rodrigues. o Mviva o publica na íntegra, por estar inserido 100% no contexto.

Solidariedade à luta e à resistência dos povos do Xingu

Estamos acompanhando, diariamente, pela mídia e redes sociais a situação de tensão que encontra-se no Sítio Belo Monte. Na guarita principal, homens da Força Nacional monitoram e fazem rondas no canteiro de obras. Jornalistas e advogados estão proibidos de entrar e alguns já foram até colocados para fora do local, o que já causou grande repercussão e notas de repúdio de sindicatos e entidades de representação de classe. Cerca de duzentos índios permanecem no local.
Indígenas de pelo menos cinco etnias continuam em processo de resistência e voltaram a protestar. Eles protocolaram um documento no Ministério Público Federal (MPF) pedindo a regulamentação das consultas indígenas em áreas onde há projetos hidrelétricos, a suspensão de operações policiais no Xingu e Tapajós e a paralisação das obras da hidrelétrica de Belo Monte. Os índios querem conversar diretamente com um representante da Secretaria Geral da Presidência da República.
A situação de conflito no canteiro de obras de Belo Monte só aumenta. A Norte Energia, responsável pelas obras, informa que já foi feito um novo pedido de reintegração de posse à Justiça Federal. E em nota, a Secretaria Geral da Presidência da República diz que não vai negociar com os índios enquanto durar a ocupação, iniciada na última quinta-feira, 2.
Senhores deputados e senhoras deputadas, o que os povos indígenas estão cobrando é o direito constitucional de serem consultados antes da implantação do empreendimento e a retirada de tropas militares da região, que estão levando terror ao local, com as revistas e monitoramentos constantes de quem entra no canteiro de obras.
Chama a atenção também a nota oficial emitida pela Secretaria Geral da Presidência da República que, não só desrespeita o direito dos índios como também faz acusações às lideranças indígenas, colocando nelas a responsabilidade pelo conflito. De acordo com a nota, divulgada na última segunda-feira, 6, “em sua relação com o governo federal essas pretensas lideranças Munduruku têm feito propostas contraditórias e se conduzido sem a honestidade necessária a qualquer negociação”.
O governo federal também acusa os indígenas da prática de garimpo ilegal. A nota da Presidência da República deixa bem clara a posição do governo federal nesse projeto desenvolvimentista, que desrespeita os direitos dos povos indígenas. Nesta terça-feira, 7, os índios divulgaram uma carta à imprensa, na qual destacam que “o governo perdeu o juízo”. No documento, eles reclamam da militarização da região do Xingu, que impede a entrada de jornalistas no local da ocupação e, segundo os manifestantes, intimida quem participa do protesto. “É o governo que não quer cooperar com a lei. E faz manobra para tentar desqualificar nossa luta, inventando histórias para a imprensa”, disseram os ocupantes.
Como pesquisador tenho destacado que Belo Monte é uma catástrofe anunciada. É um sistema de engenharia condenável em todos os aspectos possíveis. Em primeiro lugar porque afeta cerca de 30 terras indígenas e não foram realizadas as audiências públicas prévias e bem informadas com os povos, conforme determina a Constituição Federal. Há também incertezas sobre a vazão e a capacidade do hidrograma (canal de concreto) em construção para redirecionar a água nos 100 km da volta Grande do Xingu. Ou seja, se os impactos negativos não foram identificados, obviamente torna-se inviável o planejamento de ações mitigadoras para compensá-los.
Além disso, o rio Xingu, em 35 anos só alcançou 22 mil m3/s de volume em 6% dos dias. De acordo com ele, são necessários 14 mil m3/s para produzir energia e, pelo menos, 8 mil m3/s para manter a vida nos 100 km da Volta Grande. “Isso evidencia que a usina vai impor uma escolha absurda: ou se sacrifica a Volta Grande ou se sacrifica a geração de energia. E mais: a obra custará mais de R$ 30 bilhões, ou seja, muito acima dos R$ 19 bi previstos no período licitatório”, concluiu o pesquisador.
Nesse sentido, nos termos regimentais, requeiro que este Poder manifeste solidariedade à luta e à resistência dos indígenas do Xingu, bem como solicite ao governo federal a imediata abertura de negociações com as lideranças que ocupam há dias o canteiro de obras de Belo Monte.
Requeiro, também, que seja dado conhecimento do teor integral desse Requerimento ao Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Movimento Xingu Vivo para Sempre, Fundação Nacional do Índio (Funai), Secretaria Geral da Presidência da República e à Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SPDDH).

 Edmílson Rodrigues é ex-prefeito de Belém, escritor, historiador, poéta  e esta deputado estadual

CHÊ GUEVARA: O PEREGRINO IMORTAL !



Soy loco por ti, América, yo voy traer una mujer playera
Que su nombre sea Marti, que su nombre sea Marti
Soy loco por ti de amores tenga como colores la espuma blanca de Latinoamérica
Y el cielo como bandera, y el cielo como bandera
Soy loco por ti, América, soy loco por ti de amores
Sorriso de quase nuvem, os rios, canções, o medo
O corpo cheio de estrelas, o corpo cheio de estrelas
Como se chama a amante desse país sem nome, esse tango, esse rancho,
Esse povo, dizei-me, arde o fogo de conhecê-la, o fogo de conhecê-la

Soy loco por ti, América, soy loco por ti de amores
El nombre del hombre muerto ya no se puede decirlo, quién sabe?
Antes que o dia arrebente, antes que o dia arrebente
El nombre del hombre muerto antes que a definitiva noite se espalhe em Latinoamérica
El nombre del hombre es pueblo, el nombre del hombre es pueblo

Soy loco por ti, América, soy loco por ti de amores
Espero a manhã que cante, el nombre del hombre muerto
Não sejam palavras tristes, soy loco por ti de amores
Um poema ainda existe com palmeiras, com trincheiras, canções de guerra
Quem sabe canções do mar, ai, hasta te comover, ai, hasta te comover

Soy loco por ti, América, soy loco por ti de amores
Estou aqui de passagem, sei que adiante um dia vou morrer
De susto, de bala ou vício, de susto, de bala ou vício
Num precipício de luzes entre saudades, soluços, eu vou morrer de bruços
Nos braços, nos olhos, nos braços de uma mulher, nos braços de uma mulher
Mais apaixonado ainda dentro dos braços da camponesa, guerrilheira
Manequim, ai de mim, nos braços de quem me queira, nos braços de quem me queira

Soy loco por ti, América, soy loco por ti de amores

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ESCÂNDALO CABELUDO!: EX-DELEGADO E ATUAL DEPUTADO FEDERAL ACUSA MULHER DO PODEROSO PROCURADOR -GERAL DA REPÚBLICA DE LEVAR PROPINA


:
Deputado federal pelo PCdoB afirmou que a subprocuradora Cláudia Sampaio recebeu R$ 280 mil do banqueiro Daniel Dantas e que o dinheiro também teria sido oferecido ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel; empresário do Banco Opportunity entra com queixa-crime contra o parlamentar no STF e Gurgel vê a acusação como "calúnia" de um deputado que, agora, será investigado pelo Supremo; Protógenes é acusado de ter vendido a Operação Satiagraha a interesses privados
O deputado federal Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) acusou a subprocuradora Cláudia Sampaio de ter recebido propina do banqueiro Daniel Dantas e levantou suspeitas sobre seu marido, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Segundo o parlamentar, que deu as declarações no último dia 9, num encontro na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Caetano do Sul (Grande São Paulo), o dinheiro teria como objetivo fazer com que o empresário não fosse investigado e que a subprocuradora desse parecer ao STF favorável à quebra dos sigilos telefônico, fiscal e bancário do deputado.
O encontro onde ocorreu a fala do parlamentar teve como tema "Os bastidores da Operação Satiagraha", ação iniciada em 2008 e comandada por Protógenes, então delegado da Polícia Federal. Na ocasião, Dantas acabou sendo preso e solto em menos de 24 horas por ordem do ministro Gilmar Mendes, do STF. A operação foi suspensa por conta de atuação irregular de agentes da Abin. No final de abril, no entanto, Cláudia Sampaio, que já havia se manifestado pelo arquivamento da apuração, reapresentou parecer favorável à investigação, alegando que Protógenes tinha conta na Suíça e que a PF havia encontrado R$ 280 mil na casa do deputado.
Na palestra, Protógenes rebateu as acusações, afirmando que pedirá certidão à Justiça comprovando que não houve a apreensão do dinheiro. "Essa mulher (Cláudia) fez isso (...) Essa certidão vai ter que atestar que não existe 280 mil apreendidos, eu não sei de onde ela tirou, talvez seja os 280 mil que o Daniel Dantas tenha dado para ela, prá dar esse parecer... de cafezinho, né?", disse o deputado. Ele ressalta o fato de que em nenhum outro caso a Procuradoria voltou atrás, como ocorreu com esse, em que Cláudia Sampaio mudou seu parecer. "É perigoso para o Estado ver instituições superiores comprometidas e corruptas", declarou.
O advogado do banqueiro Daniel Dantas, que foi chamado de "bandido" por Protógenes, apresentou queixa-crime no STF contra o deputado por calúnia e difamação, como noticiou nesta terça-feira o 247. Andrei Zenkner argumenta que as ofensas do delegado afastado não têm qualquer relação com a atividade de deputado e que o Supremo vem afastando a imunidade parlamentar em casos como esse. Já Roberto Gurgel definiu como "calúnia" as acusações de Protógenes. "A calúnia foi feita imediatamente após terem sido requeridas diligências em inquérito a que o deputado responde no STF, circunstância que fala por si mesma", disse o procurador-geral.
 
No 247

Requião vê retrocesso e rendição ao neoliberalismo na privatização


O senador analisou nesta terça-feira (28), no plenário do Senado, a privatização dos portos brasileiros e os leilões de 289 blocos para a exploração de petróleo e gás, ocorridos nos dias 14 e 15 de maio.
Classificando a sessão do Senado que aprovou a MP dos Portos como "trágica", Requião lembrou que, em 2011, o governo mobilizou toda a sua base para rejeitar uma proposta da senadora Kátia Abreu (PSD-TO) que propunha tudo o que, em essência, agora o próprio governo fez aprovar.
Para mostrar o "surrealismo" da votação da MP, Requião leu o relatório da liderança do governo contra a proposta de 2011, mostrando, ponto por ponto que, hoje, os opositores da MP usam os mesmos argumentos usados pelo governo naquele ano: e que, em contrapartida, o governo assume todos os argumentos da senadora Kátia Abreu em defesa da proposta de 2011. Requião lembrou que a privatização do petróleo, com o leilão dos 289 blocos, insere-se no mesmo movimento de capitulação aos interesses "de um capitalismo claudicante, baleado pela crise financeira global".

ADIVINHEM O QUE JOE BIDEN VEIO FAZER NO BRASIL?

 
Joe Biden, o vice-presidente dos Estados Unidos está no Brasil.
Esqueçam as louvações e os salamaleque da mídia da plantation.
 
Joe não veio ao Brasil para fazer negócios ( pode até realizar alguns).
A razão da vinda se prende a apenas um fator: bomba atômica.
Nas últimas semanas têm sido ensurdecedores os rumores na terra do Pai Thomaz( o da Cabana, alguém já leu?) de que alguns militares brasileiros, nacionalistas, têm dirigido sua atenção sobre a defesa do país contra a voracidade insaciável dos mascadores de fumo.
 
Em Brasília, dizem, os nacionalistas já falam abertamente da necessidade do Brasil iniciar a produção de bombas para se defender.
Ou isso, ou não poderá pertencer ao concerto das nações respeitáveis.
Dirão: mas ele precisa vir?
E os espiões da CIA aninhados nos escaninhos do poder?
Para as pessoas que contam nos EUA, a CIA não é mais confiável.
Há algum tempo se tornou independente, um poder dentro do poder, apesar dos esforços do presidente Obama em contrário.
Grande parte dos organismos de espionagem dos Estados Unidos estão trabalhando por conta própria, com verba de bilhões de dólares à disposição.
Adivinhem quem paga a conta?
Façam um esforço, observem onde estão as deflagrações e concluam por si.
O planeta nunca esteve tão próximo do precipício.
Apesar do empenho de uns e outros, mas impotentes.
Esses nacionalistas brasileiros sabem que os Estados Unidos não dão a mínima para a autodeterminação dos povos e colocam seus interesses acima da lei e justiça.
Haverá algum ingênuo que duvide disso?
Sempre os há, claro, mas o importante é que brasileiros que contam estão se mexendo.
Vamos observar as entrelinhas.
E voltar ao assunto se for o caso.
 
 
 

BRASIL: OS CRIMES DA DITADURA TEM QUE SER CONHECIDOS



A Comissão da Verdade traz revelações doídas, mas essenciais.

Os brasileiros estão sendo apresentados a relatos brutais de lesa humanidade ocorridos na ditadura militar, por conta da Comissão da Verdade.
A historiadora Dulce Pandolf foi cobaia de tortura
A historiadora Dulce Pandolf foi cobaia de tortura
Hoje mesmo, ao depor no Rio de Janeiro, uma professora afirmou ter servido de cobaia numa lição de tortura.
É duro saber essas histórias, mas é essencial.
Elas ficaram, em grande parte, sob o tapete da história, em razão da Anistia de 1979 – melhor, Autoanistia, uma vez que foi construída pelo regime que perseguiu, torturou e matou milhares de brasileiros.
Torturadores e assassinos foram torrencialmente beneficiados pela Anistia, e isso só foi bom para eles.
Rever os crimes é vital, e rever a Anistia para que os responsáveis possam responder por eles é um ato de justiça, não de revanche.
Na Argentina, Videla terminou seus dias na cadeia – e esse tipo de castigo é importante para que candidatos a golpes militares pensem duas vezes antes de se aventurarem.
Uma das teses mais falaciosas que correm no Brasil é a de que o que está ocorrendo é uma “tentativa de revanche dos perdedores”.
Perdedores?
O que houve, ao longo da ditadura, não foi uma guerra. Foi um massacre. A ditadura ceifou a possibilidade de fazer política para a sociedade e depois, armada e com a retaguarda americana, triturou os que se insurgiram contra isso.
Combate digno é Waterloo, Trafalgar, Estalingrado, entre forças equivalentes. No Brasil houve uma chacina covarde a pretexto — pausa para risadas — de evitar a “dominação comunista”, aspas.
Quantos crimes não foram cometidos no mundo sob esse argumento cínico? Governos populares e democráticos como o de Mossadegh, no Irã, o de Arbenz, na Guatemala, e o de Allende, no Chile, foram derrubados sob essa mentira.
No Brasil, a queda de João Goulart, em 1964, e a dizimação da esquerda, depois, obedeceram à mesma lógica hipócrita.
O Brasil tem muitas tarefas a executar para se tornar uma sociedade avançada e deixar de ser um dos eternos campeões mundiais de desigualdade.
Mas, para construir o futuro que todos desejamos, tem também que enfrentar o passado – e punir crimes que ficaram impunes, até para que eles não se repitam.

 Paulo Nogueira no DCM

A MÍDIA PAUTA A POLÍCIA FEDERAL?

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Por: Fernando Brito

O velho Brizola, volta e meia, saía-se com essa: tem cara de jacaré, tem couro de jacaré, tem boca de jacaré, como é que não é jacaré?
Lembrei disso agora cedo lendo a matéria de O Globo dizendo que “PF diz que tese do telemarketing perdeu força” na investigação da boataria sobre o Bolsa-Família.
Tese? Vamos reler o que as fontes do jornal disseram no dia 24 :
“Em menos de uma semana de investigação, a Polícia Federal descobriu indícios de que uma central de telemarketing com sede no Rio de Janeiro foi usada para difundir o boato de que o Bolsa Família, o principal programa social do governo federal, iria acabar”.
A matéria dizia que a transmissão do boato era feita através de mensagem de voz.
Só que agora, quando a mídia e a oposição se juntam para dizer que a causa do boato foi a liberação dos pagamentos, a versão muda.
Houve a mensagem de voz, sim, dizem as fontes da direção da PF. Mas o número era inexistente. Leiam:
“Em depoimento ao chefe da Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos da PF, Carlos Eduardo Miguel Sobral, a beneficiária teria dito que recebeu uma mensagem de voz no celular sobre o fim do programa. Mas, segundo o gabinete do diretor-geral, a partir de um rastreamento da ligação, os policiais chegaram à conclusão que o número de onde teria partido o telefonema é inexistente”.
Como assim? Como é que um número inexistente faz ligações? Um número oculto, disfarçado, trocado, sim. Mas inexistente?
E tem mais: se a afirmação de que a empresa era do Rio foi feita sem outras informações, é algo que só poderia ser concluído se, ao menos, houvesse a indicação do código 21 no número chamador.
(Detalhe: a fonte, segundo o próprio jornal, é do gabinete do Diretor Geral. Não é o “sub do sub do sub”)
Partindo do princípio de que a cobertura é honesta e que a versão é da direção da PF, será que não ocorreu aos repórteres perguntar como é que um telefone que não existe faz ligações?
Será que vivemos naquele thriller de terror “O chamado”?
Infelizmente, às vezes a gente tem de pensar que De Gaulle tinha razão.

PUTY DEVERÁ SER SUBSTITUIDO POR MÉDICO SANTARENO

O que é motivo de tristeza para uns, é motivo de alegria para outros. 
Caso Cláudio Puty não reverta essa situação no TSE, quem entra é o primeiro suplente do PT, o médico e ex-deputado estadual Carlos Martins, que é irmão da ex-prefeita de Santarem, Maria do Carmo. 
Carlos Martins

Tem gente dentro e fora do PT mocorongo torcendo para Puty voltar a trabalhar como um cidadão comum. Comenta-se que, em quaisquer circunstancias, caso não haja nenhuma restrição legal, o ex-deputado Cláudio Puty, que pertence a tendencia DS, seguirá tentando se impor como principal nome para assumir o comando estadual do Partido dos Trabalhadores, em substituição ao pacato, pacatíssimo, presidente João Batista, pretensão esta que, já vinha sendo costurada com a força do cargo que o ex-congressista exercia, mas  sob resistência de outras lideranças da sua legenda mais afinadas com o projeto do PMDB para 2014. 
 
O futuro de Puty é incerto e este fato novo, é claro, vai promover uma reestruturação das forças que disputam o poder por dentro do PT paraense.

terça-feira, 28 de maio de 2013

Um governo sitiado


Wanderley G. Santos
Wanderley Guilherme denuncia a proliferação de organizações sem autenticidade democrática ou popular, que juntamente com uma imprensa adversativa e adversária, tem conseguido bloquear obras e ações do governo. Os sindicatos estão dormentes e os parlamentares que teriam obrigação de defender o projeto do partido no governo tem se caracterizado por uma ação pouco mais que medíocre.

A imprensa adversativa e o governo sitiado

Por Wanderley Guilherme dos Santos, cientista político.

Com a adesão nada discreta do diário Valor Econômico, o jornalismo de perfil adversativo alcançou a unanimidade. Nenhuma notícia positiva é impressa sem um embargo – mas, porém, todavia, contudo – seguido de uma desapontadora lembrança má. Algo no seguinte estilo: “a inflação está cadente, mas as contas externas entraram no vermelho”. Esse é o moto universal da imprensa brasileira atual.
O sindicalismo anda entorpecido. Em épocas de emprego farto e ganhos salariais sucessivos, cabe à liderança manter permanente sinal amarelo junto às bases, precisamente para que quase nada mude, isto é, que continue a bonança na oferta de empregos e apropriado aumento na renda. São constantes os alarmes conservadores denunciando pleno emprego e aumento da renda dos trabalhadores como responsáveis por recrudescimentos inflacionários. Estão acontecendo agora, sem que as lideranças sindicais contraponham diagnóstico e terapia alternativas.
Inflação daninha grassa na criação de siglas de organizações sem correspondente mobilização social efetiva. Não são grupos, mas siglas de interesse. Na biografia delas encontra-se a eleição de uma diretoria e a incorporação de meia dúzia de “especialistas”, freqüentes em bombásticas declarações à imprensa. Não possuem legitimidade social nem mobilizam ninguém. São, antes, mobilizadas pela imprensa adversativa nas declarações que antepõem especulações pessimistas aos fatos materiais satisfatórios. Atuam em todos os segmentos da vida econômica e social, com representatividade restrita à diretoria e aos membros fundadores.
Há dez anos, ousado programa de subversão na estratificação social, na inovação econômica e na modernização institucional tem sido responsável por substanciais transformações na infra e na superestrutura do país. A cada ano, aumenta a resistência dos tradicionais setores beneficiados pelos projetos de poder das oligarquias às mudanças na agenda de prioridades dos projetos de governos populares. Hoje, sitiado por uma imprensa adversativa e adversária, por um sindicalismo dormente e por um carrossel de siglas de chantagem, um punhado de figuras no Executivo tem garantido a continuidade, projeto a projeto, conquista a conquista, sem contar senão com uma representação parlamentar de seu partido principal – o PT – disciplinada, mas de qualificação pouco acima de medíocre. Sindicatos, grupos sociais efetivamente vulneráveis e aliados políticos usufruem preguiçosamente das conseqüências de bons governos sem retribuir em defesa e mobilização de apoio. São caronas do sucesso. Ou os interessados muam ou podem ser obrigados a se mudar.



Análise de Conjuntura

TRE cassa o mandato do deputado federal petista Cláudio Puty

O Tribunal Regional Eleitoral do Pará cassou o mandato do deputado federal Cláudio Puty (PT-PA) nesta terça-feira (28). 
Os desembargadores do TRE decidiram, por quatro votos a um, acatar a denúncia feita pela Justiça Federal sobre abuso de poder político e captação ilícita de votos.
A denúncia é de 2010 e ocorreu após a operação Alvorecer, deflagrada pela Polícia Federal no Pará. 
Segundo a relatora do processo, juíza Eva do Amaral, a investigação policial utilizou interceptação telefônica - autorizada pela Justiça Federal - para concluir crimes eleitorais que englobam abuso de poder político e compra de votos.
Ainda de acordo com a juíza, o parlamentar poderá recorrer da decisão ao TRE do Pará e posteriormente em outras esferas da justiça eleitoral, se necessário.

Do Portal ORM


                            NOTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL 

 

Tribunal deu razão ao Ministério Público Eleitoral, que acusou o deputado de compra de votos, abuso de poder econômico e conduta vedada nas eleições de 2010


28/05/2013 às 18h30 Por quatro votos a um, o Tribunal Regional Eleitoral do Pará cassou hoje o mandato do deputado federal Cláudio Puty (PT). O deputado foi acusado pelo Ministério Público Eleitoral de conduta vedada, compra de votos e abuso de poder nas eleições de 2010. Ainda cabe recurso ao Tribunal Superior Eleitoral.

As três ações do MP Eleitoral pedindo a cassação de Puty se basearam em investigações da Polícia Federal sobre um esquema de corrupção que se instalou na Secretaria de Meio Ambiente do Pará, desarticulado durante a operação Alvorecer, em dezembro de 2010.

Várias provas, entre documentos e escutas telefônicas, demonstraram o envolvimento do então candidato no esquema. Planos de manejo madeireiro, aprovados irregularmente, eram usados pelo parlamentar como moeda de troca para apoio político e votos.

Em conversas telefônicas, vários investigados deixam explícito que os planos de manejo liberados irregularmente seriam usados como forma de obter votos. Outras provas demonstraram que o então Chefe da Casa Civil do Governo do Pará usava sua influência política para interferir diretamente na liberação das autorizações definitivas de exploração florestal. E existem ainda evidências na investigação de que grupos de fazendeiros, principalmente da região sul e sudeste do Pará, decidiram apoiar a candidatura do deputado em troca das liberações de exploração florestal.

Nos mesmos processos pelos quais Puty teve o mandato cassado, foram condenados José Cláudio Moreira Cunha, que era secretário adjunto de meio ambiente e Aníbal Picanço, Secretário de Meio Ambiente. Como não são detentores de mandatos eletivos, ambos foram multados.

Por envolvimento com o mesmo esquema, também respondem a processos eleitorais no TRE do Pará os  deputados estaduais Bernadete Ten Caten (PT) e Gabriel Guerreiro (PV). A investigação criminal sobre o esquema resultou em uma ação penal com 11 réus que tramita na Justiça Federal em Belém. Apenas as provas relativas ao deputado Claudio Puty foram enviadas para a Procuradoria Geral da República em Brasília porque ele tinha direito a foro privilegiado.

Ministério Público Federal no Pará
Assessoria de Comunicação
(91) 3299-0148 / 3299-0177
ascom@prpa.mpf.gov.br
http://twitter.com/MPF_PA
http://www.facebook.com/MPFPara



O Gabinete do deputado divulgou :


                       Nota Oficial
28/05/2013 05:43





1. Hoje, 24.05, o Tribunal Regional Eleitoral do Pará decidiu, por maioria,  cassar o mandato de deputado federal, outorgado a mim por mais de 120.000 paraenses;

2. Respeito a decisão judicial, todavia dela discordo, por ter sido tomada em franca contradição com as provas colhidas no processo e tão logo esta seja publicada, recorrerei ao  Tribunal Superior Eleitoral em Brasília;

3. A decisão foi baseada em um inquérito policial de 2010, no qual não fui indiciado pela Polícia Federal e não respondo a qualquer ação penal dele oriundo;

4. Nos autos do processo, hoje julgado pelo TRE, chega mesmo a constar declaração do delegado da PF que presidiu o inquérito, nos seguintes termos:



“ o advogado perguntou se em algum momento da investigação existe alguma conversa/mensagem interceptada onde o  investigado ou alguém em seu nome solicita  qualquer tipo de bem ou apoio político para aprovação de planos de manejo perante a SEMA. A TESTEMUNHA RESPONDEU QUE NÃO.”



5. Minha prestação de contas de campanha foi aprovada sem qualquer ressalva e nunca fui beneficiado com qualquer recurso decorrente de tráfico de influências junto à administração pública.

6. Continuarei a exercer meu mandato parlamentar até quando a Justiça permitir, na certeza de que minha inocência será plenamente esclarecida quando do Recurso perante o TSE.



Belém, 28 de maio de 2013



 CLAÚDIO ALBERTO CASTELO BRANCO PUTY

Deputado Federal do Pará

O artista que apanhou do prefeito do Rio é um idiota?

Botikay



Um escritor xingou Eduardo Paes, tomou dois socos e comemorou a façanha no Facebook.
Botikay
Quando me sentei para escrever isto, estava bastante desconfiado. Como diz o enunciado marxista: “Ele pode parecer um idiota e falar como um idiota, mas não deixe que isso engane você. Ele é mesmo um idiota” (O Marx aqui, claro, é o Groucho).
Gracejo à parte, vamos tentar entender o que aconteceu na noite de domingo no restaurante Yumê (quatro estrelas e meia no site Tripadvisor; aparentemente, serve pratos japoneses “não tradicionais”, tem um aquário de trutas abaixo do pé dos clientes e uma conta típica fica entre R$ 51 e R$ 100 por pessoa)
O que aconteceu ali fez o prefeito do Rio aterrissar na seção de polícia dos jornais. A crônica diz: estavam no mesmo recinto Paes e Bernardo Botikay, escritor e músico. Botikay e sua namorada agrediram o prefeito verbalmente. Foi embora. Decidiu voltar. Os repórteres não dizem, mas tenho certeza que indicadores em riste voaram próximos das caras um dos outros. Botikay chamou o prefeito de “bosta” e “vagabundo”. Daí, Paes soltou o braço. Deu alguns socos no jovem de 30 anos.
Bernardo Botikay abandonou o restaurante (e seu relativo anonimato) para ir direto para sua rede social de preferência, num post que foi reproduzido intensamente no dia que se seguiu. Sobre a natureza dos socos, escreveu no Facebook: ” Infelizmente, os socos não deixaram marcas. Não pude ter provas da agressão”. Sobre suas palavras, comemorou: “Não aguentei e fui brusco, agressivo e certeiro”.
Em nota oficial, Paes disse que foi “gratuita e insistentemente ofendido por um casal desconhecido”. Sobre sua recém-descoberta verve pugulística: “Apesar da agressividade do casal, eu não poderia ter reagido como o fiz. Peço desculpas à população da minha cidade pela maneira como agi”.
 
O prefeito do Rio nós sabemos quem é. Botikay, de acordo com testemunhas, não sabia, o que não deixa de ser um pouco constrangedor. Ele e sua namorada chegaram perto de Paes e perguntaram: “Quem é você?”. “Sou o César Maia”, brincou Paes. Quando viram que era, deveras, o atual prefeito, começaram a voar os impropérios.
Mas, vamos lá. Quem, afinal, é Bernardo Botikay? Em entrevista ao site da livraria Saraiva, um sereno Botikay, de pernas cruzadas num sofá branco e cercado de plantas, deu alguns insights sobre o que pensa e sente. Filho de um músico que compõe para teatro, ele assumiu o nome artístico Botika (só “Botika”), porque “não se identifica com ‘Bernardo’”.  Aos 12 anos, fez sua primeira peça com Zezé Polessa e logo depois descobriu que não seria ator. Experimentou a carreira do pai. Teve uma banda de rock chamada Aneurisma. Hoje tem uma também de rock chamada “Os Outros”. Numa entrevista a O Globo em 2010, dizia esperar ser produzido por um de seus ídolos, o músico pernambucano Otto. “Não consigo esconder/ a vontade de morder/ sua boca de chiclete”, diz uma das canções.
Ele também escreve. Dois livros. Um, Uma autobiografia de Lucas Frizzo (Azougue), lançado em 2004, foi “vomitado” de acordo com o autor.  Não tem parágrafo nem capítulo e ele disse que não cortou nada do que atirou às páginas.  Um trecho:
Decidi usar minha mente que brilha e iria fazer de Malu Mader uma espécie de secretária esquizofrênica. Amputei seus braços e pernas durante o sono em que eu a mergulhei e agora ela apenas tinha cabeça e tronco. No dia seguinte comprei um cachorro labrador que eu sempre quis ter e ela acordou chorando e dava para ver que ela tentava movimentar os membros que não tinha mais, pois os cotocos que restaram estavam se mexendo”
(Ele não pediu à Malu para citá-la e expressou em entrevista que durante certo tempo ficou preocupado com o que ela poderia achar. Ela não fez nada).
Eduardo Paes
Eduardo Paes
O não menos “desafiador” Mario Bortolotto diz de Botiktay: “Tem pegada pop e sofisticada” — seja lá o que isso queira dizer. O livro seguinte, Búfalo (Eucleia Editora) não foi um “vômito”, como o livro anterior, algo que ele comemora.
Bom. Bernardo Botkay é um artista? Ao que tudo indica, sim. “Depois que entrei nessa parada, que eu senti que tinha que expressar, não tem mais saída, é uma coisa de sobrevivência, mesmo”, disse, parecendo sério. “Já é intenso para todo mundo lidar com a coisa de estar vivo. Se eu não fizesse essas coisas, eu seria infeliz, triste.”

Bernardo Botkay é um artista infantil? Ao que tudo indica, sim. Sua música é uma espécie de rockabilly atualizado sem muita inspiração. As letras, pobres, das rimas aos temas. Sua prosa, no temido estilo “fluxo de consciência”, deve ser inteligível apenas por inteligências mais apuradas, como de seu compadre Bortolotto.
Mas o que mais me incomoda nas atitudes do artista Botika é que não o vi usar o espaço que conquistou para dizer por que Eduardo Paes lhe tira tanto a paciência. Agredir um político é um ato político. Qual é sua posição, portanto? Onde consigo ver suas propostas para um Rio de Janeiro melhor?
O artista dentro dele parece mais confuso do que nunca. Após tentar ser ator, músico, romancista, poeta, parece que Botkay espera expressar sua arte com palavrões — o que não é novidade há muito nas rodas mais incensadas da cultura brasileira.
O pior é Botika (ou Botkay; a essa altura, estou confuso) achar que um artista é aquele que vai a um restaurante de classe média alta, bebe bastante, chama um homem que janta acompanhado da mulher de “bosta” e “vagabundo”, vai embora, decide voltar para fazer tudo de novo até levar a paciência do homem (treinado a não reagir a esse tipo de provocação) até o limite. Eu disse infantil mais acima? Não. Isso é algo idiota. Uma criança saberia a hora de parar.
Paes jamais deveria ter dado os socos. Ele mesmo sabe disso e pediu desculpas à população de sua cidade. Deve estar retraído, pensando em como seus adversários vão usar o ato de destempero contra ele.
 
Francisco Bosco, filho do compositor e cantor João Bosco, estava à mesa com o prefeito. Disse que ajudou a separar o sururu e que não voltou à mesa por discordar da agressão. Condenou, por fim, ambas agressões. Para mim, dos atores presentes à cena, foi o que desempenhou o melhor papel e deixou o recado mais coesamente sensato. Ninguém ali estava certo.
No começo da noite de segunda (27), o delegado Orlando Zaccone, responsável pela investigação do caso, deu uma declaração que coloca Botkay numa situação complicada. Segundo o delegado, na delegacia, o artista não disse que foi agredido. Ele na verdade teria se apresentado como testemunha de uma agressão à sua namorada. Nem sequer fez exame de corpo de delito.
Zaccone disse ao Globo: “Existem várias questões que precisam ser esclarecidas para nós. No mínimo é esquisito o músico não ter dito na delegacia que levou dois socos do prefeito. No RO [registro de ocorrência] ele aparece como testemunha. Outra coisa estranha: ele diz que fez exame de corpo de delito, mas a verdade é que quem fez foi a mulher dele, que teria machucado o joelho por truculência dos seguranças de Paes. Já o prefeito assume publicamente que agrediu o músico e pede desculpas. Está tudo muito estranho”.
Botika foi um grande de um babaca.
Eduardo Paes: não dê socos.
Bernardo Botkay: não chame repetidamente um homem de “bosta” num restaurante em frente a seus amigos e sua mulher. A não ser que você não consiga  fazer isso através da sua arte. Aí você deixa de ser um artista. E vai ficar sendo apenas um idiota.
A obra de Botika é ter conseguido fazer todo cidadão de bem do Brasil ter ficado a favor de um político apoiado por Silas Malafaia e pastores da Igreja Universal do Reino de Deus. 



Por :Marcelo Zorzanelli no DCM