O MViva!, espaço aberto, independente, progressista e democrático, que pretende tornar-se um fórum permanente de ideias e discussões, onde assuntos relacionados a conjuntura política, arte, cultura, meio ambiente, ética e outros, sejam a expressão consciente de todos aqueles simpatizantes, militantes, estudantes e trabalhadores que acreditam e reconhecem-se coadjuvantes na construção de um mundo novo da vanguarda de um socialismo moderno e humanista.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Coitada da Cidade Velha II - Projeto urbanístico volta à pauta de hoje da CMB



Projeto urbanístico volta à pauta de hoje da CMB  (Foto: Ney Marcondes)
Vereador Marquinho do PT, soltando o verbo contra os vendilhões
O projeto que dispõe sobre o modelo urbanístico do Centro Histórico de Belém e seu entorno, de autoria do vereador Raimundo Castro (PTB), mais uma vez não foi votado ontem, por falta de quórum. Apenas 15 vereadores registraram presença na sessão de ontem da Câmara Municipal de Belém (CMB). O projeto deve entrar na pauta de hoje.
A proposta, que abrange a área do Centro Histórico, tem causado polêmica. O projeto de lei, de fevereiro deste ano, altera o anexo IV- B da Lei nº 7.709/1994, que dispõe sobre a Preservação Histórica, Artística e Cultural do Município. O projeto em si ainda não foi votado, mas algumas emendas já foram aprovadas, como a que garante a construção de prédios de até 30m de altura no Centro Histórico de Belém. Agora, o autor do projeto tenta levar para votação um artigo que restringe a área para tais construções, limitando a extensões de 10 mil m².
Assim, somente o quadrilátero correspondente à avenida Padre Eutíquio, avenida Almirante Tamandaré, rua Veiga Cabral e travessa São Pedro seria atingido pelo projeto. No fim das contas, o Shopping Pátio Belém seria beneficiado e poderia expandir a área construída. “Passaria de 22 para 30 metros de altura, ou seja, apenas mais um andar seria criado”, explica Castro. 
Segundo ele, o projeto foi formulado a partir de uma visita de representantes do shopping à CMB. “Quando eles quiseram expandir, esbarraram na questão legal da altura máxima. Como estão surgindo outros empreendimentos em Belém, para competir em igualdade, é necessário que o shopping possa alterar o padrão de suas lojas”, justifica.
“Só estão divulgando o projeto original, que não delimitava a área”, afirmou Castro. No site da CMB, o vereador frisou que vai “aproveitar o projeto para revogar a lei que permite construções de até 40m no setor II B, do Centro Histórico, que está em vigor”. Ele se compromete a criar um Fórum permanente de apreciação do Plano Diretor do Município de Belém, com a participação de todos os membros do atual grupo técnico.
Na semana passada, foi aprovada a emenda que trata da área de carga e descarga no entorno do Shopping Pátio Belém, de autoria do vereador Fernando Dourado (PSD). Segundo a emenda, o shopping tem que aumentar o número de vagas destinadas a esse fim, se quiser expandir o empreendimento.

REPERCUSSÃO
Perder a memória de Belém. Este é o medo dos moradores da Cidade Velha e demais bairros que compõe o Centro Histórico, assim como de órgãos que defendem a sua preservação. Para tentar impedir a votação, ou ainda conseguir um parecer contrário ao projeto de Castro, que estava na pauta de ontem, algumas pessoas acompanharam a sessão com cartazes de “Belém está de luto” e “Fora Morgado”. Gervásio Morgado é autor de outro projeto que trata de construções.
“Estão deteriorando a memória das nossas futuras gerações. Não acho justo sacrificar o Centro Histórico para beneficiar o shopping. Se o projeto fosse exclusivamente voltado ao shopping e isso trouxesse desenvolvimento, seria válido por ser legal”, considera a aposentada Graça Brasil. A opinião dela é compartilhada pelo designer gráfico Maurício Paraense, 21. “A especulação imobiliária está se sobrepondo aos interesses da população e da história de Belém”.
Durante a sessão de ontem da CMB, vereadores eleitos que ainda não foram empossados, compareceram ao plenário para pressionar os atuais membros da casa. Alguns chegaram a discutir com o autor de um dos projetos, o vereador Gervásio Morgado, e sugeriram que ele saísse da Câmara “com moral” e abandonasse o projeto que está em tramitação desde outubro do ano passado.

(Dol)

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Por que o Furacão Sandy é resultado do aquecimento global

Kiko Nogueira
As mudanças climáticas funcionam como esteroides nos fenômenos. 35 mortos nos EUA, 69 no Caribe
Sandy na noite de 28 de outubro, em foto de satélite
Sandy, a tempestade tropical mais devastadora das últimas décadas, foi apelidada carinhosamente de Frankenstorm. Com ventos de 140 quilômetros por hora, cidades alagadas, mortos, desabrigados e alertas oficiais de catástrofe, ela colocou no olho do furacão, com o perdão do trocadilho, a questão do aquecimento global, assunto solenemente ignorado pelos candidatos a presidente (por ora, claro). As mudanças climáticas amplificam a intensidade e a duração dos fenômenos. Segundo a cientista americana Amanda Staudt, da Federação Nacional da Vida Selvagem, o aquecimento global funciona como “esteroides para furacões”.
Ou seja, o impacto de Sandy está sendo intensificado pelas temperaturas alteradas da atmosfera. O diretor da Seção de Análise do Clima do Centro Nacional de Pesquisas Atmosféricas (NCAR em inglês, entidade acima de qualquer suspeita, bancada pelo governo americano e por empresas privadas), Kevin Trenberth, afirma que “as temperaturas da superfície do mar ao longo da costa do Atlântico têm subido mais de 3 graus Celsius acima do normal”. Ele continua: “O aquecimento global fornece um novo pano de fundo, no sentido de aumentar os riscos de furacões mais ativos”.

Mike Tidwell, diretor da Rede de Ação Climática de Maryland e autor do livro The Ravaging Tide (A Maré Devastadora), é taxativo. “Nós já aquecemos o planeta”, diz. “Todo mundo sabe disso. Todos concordam que os oceanos estão mais quentes? Que as temperaturas terrestres têm se elevado? Que há mais umidade no ar? A resposta é sim. Portanto, é impossível ter uma super-tempestade que não possua a impressão digital da mudança climática sobre ela.”
Sandy já matou pelo menos 69 pessoas no Caribe. Jamaica, Cuba, Bahamas, Haiti e República Dominicana foram atingidos. Os voos partindo do Brasil para a Costa Leste dos EUA foram cancelados. Trinta e cinco morreram nos Estados Unidos, até o momento. O número de voos suspensos foi de 10 mil. O prejuízo é calculado entre 10 e 20 bilhões de dólares, talvez a catástrofe natural mais cara do país desde sempre. O metrô de Nova York foi paralisado pela segunda vez na história. Uma subestação de eletricidade explodiu (assista o vídeo abaixo).

Sandy passará, mas pode haver estragos no futuro por causa do que alguns cientistas chamam “novo normal” das condições climáticas. E não só na América do Norte. Ou você achava que Sandy e Junior eram nosso maior desastre natural?
Selecionamos algumas imagens da tormenta. Como diz o poeta alemão Rainer Maria Rilke nas Elegias de Duíno: “Pois o belo apenas é o começo do terrível, que só a custo podemos suportar, e se tanto o admiramos é porque ele, impassível, desdenha destruir-nos. Todo Anjo é terrível.”
Em Havana
O que sobrou da montanha russa do Casino Pier, em Nova Jersey
Em Southampton, estado de Nova York
Uma das imagens da Nasa
Em Nova Jersey
Em Atlantic City
O Battery Park, em Nova York
A parede desmoronada de um prédio em Nova York
Os bombeiros tentam pôr ordem no caos
Times Square vazia
Em Miami, deu onda
Frankenstorm chegou…
… e Obama não foi poupado

Mercadante defende destinação de 100% dos royalties do petróleo para educação

!00% para a educação verde e amarela: o começo de uma longa jornada

Segundo o ministro, a proposta é a forma 'concreta' para garantir 10% do PIB ao setor em dez anos

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, voltou a defender hoje (30) a destinação de 100% dos royalties decorrentes da exploração do petróleo, tanto na camada do pré-sal como na área do pós-sal, à educação. Segundo ele, a proposta, que tem apoio da presidenta Dilma Rousseff, é a alternativa “concreta” para garantir a destinação, em dez anos, de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) ao setor, conforme prevê o Plano Nacional de Educação (PNE), aprovado este mês pela Câmara dos Deputados. 
 
O Projeto de Lei 8035/2010, que trata do PNE, ainda será votado no Senado. “A única alternativa real e concreta que eu vejo é vincularmos todos os royalties do petróleo à educação em todos os níveis, federal, estadual e municipal, além de 50% do fundo social [do pré-sal]. Como o petróleo é uma energia não renovável, a que a próxima geração não terá acesso, a nossa obrigação é deixar um Brasil melhor e o único passaporte é a educação”, disse, após participar de um seminário sobre os desafios da educação no Brasil, no Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), em Brasília. Mercadante acredita que o novo modelo de partilha dos royalties decorrentes da exploração do petróleo na camada pré-sal possa ser votado na próxima semana no Senado. “Essa proposta tem apoio do governo, agora precisamos de voto no Congresso e não vai ser uma disputa fácil. Estão marcando para votar quarta-feira, não sei se votam. Eu acho que vão votar neste fim de ano”, disse. O governo já sinalizou que a aprovação, até o final do ano, no Congresso Nacional, do Plano Nacional de Educação (PNE) e do novo modelo de partilha dos royalties é prioridade. A intenção é tratar os dois assuntos de forma casada para que o pré-sal assegure recursos para a educação.  
Fonte: Agência Brasil

Aneel aprova transferência de controle da Celpa



A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) concedeu nesta terça-feira (30) a anuência prévia para a transferência do controle societário da distribuidora de energia Centrais Elétricas do Pará (Celpa). 


Com a decisão, o controle da concessionária, pertencente às empresas QMRA Participações e Rede Energia, passará a ser da Equatorial Energia.
Os diretores da Aneel constataram que a Equatorial tem idoneidade financeira e regularidade jurídica e fiscal. A agência reguladora deu prazo de 90 dias para implementação e formalização da transferência. A Equatorial terá mais 30 dias para mandar a documentação comprobatória da transferência para a Aneel, sob pena de perder a anuência concedida. A Eletrobras permanecerá com 34,24% das ações da Celpa.
Na reunião de hoje, os diretores da Aneel autorizaram a Celpa a destinar os recursos das compensações por violação de indicadores de continuidade e de nível de tensão deste ano para investimentos na área de concessão da empresa, até a próxima revisão tarifária da Celpa.


(Agência Brasil)

Nunca houve tanto ódio na mídia conservadora do Brasil

Os textos de Demétrio Magnoli, Ricardo Noblat, Merval Pereira, Reinaldo Azevedo, Augusto Nunes, Eliane Catanhede, entre outros, são fontes preciosas para as futuras gerações de jornalistas e estudiosos da comunicação entenderem o que Perseu Abramo chamou apropriadamente de “padrões de manipulação” na mídia brasileira


Jaime Amparo Alves*
Os brasileiros no exterior que acompanham o noticiário brasileiro pela internet têm a impressão de que o país nunca esteve tão mal. Explodem os casos de corrupção, a crise ronda a economia, a inflação está de volta, e o país vive imerso no caos moral. Isso é o que querem nos fazer crer as redações jornalísticas do eixo Rio – São Paulo. Com seus gatekeepers escolhidos a dedo, Folha de S. Paulo, Estadão, Veja e O Globo investem pesadamente no caos com duas intenções: inviabilizar o governo da presidenta Dilma Rousseff e destruir a imagem pública do ex-presidente Lula da Silva. Até aí nada novo.
Tanto Lula quanto Dilma sabem que a mídia não lhes dará trégua, embora não tenham – nem terão – a coragem de uma Cristina Kirchner de levar a cabo uma nova legislação que democratize os meios de comunicação e redistribua as verbas para o setor. Pelo contrário, a Polícia Federal segue perseguindo as rádios comunitárias e os conglomerados de mídia Globo/Veja celebram os recordes de cotas de publicidade governamentais. O PT sofre da síndrome de Estocolmo (aquela na qual o sequestrado se apaixona pelo sequestrador) e o exemplo mais emblemático disso é a posição de Marta Suplicy como colunista de um jornal cuja marca tem sido o linchamento e a inviabilização política das duas administrações petistas em São Paulo.

O que chama a atenção na nova onda conservadora é o time de intelectuais e artistas com uma retórica que amedronta. Que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso use a gramática sociológica para confundir os menos atentos já era de se esperar, como é o caso das análises de Demétrio Magnoli, especialista sênior da imprensa em todas as áreas do conhecimento. Nunca alguém assumiu com tanta maestria e com tanta desenvoltura papel tão medíocre quanto Magnoli: especialista em políticas públicas, cotas raciais, sindicalismo, movimentos sociais, comunicação, direitos humanos, política internacional… Demétrio Magnoli é o porta-voz maior do que a direita brasileira tem de pior, ainda que seus artigos não resistam a uma análise crítica.
Agora, a nova cruzada moral recebe, além dos já conhecidos defensores dos “valores civilizatórios”, nomes como Ferreira Gullar e João Ubaldo Ribeiro. A raiva com que escrevem poderia ser canalizada para causas bem mais nobres se ambos não se deixassem cativar pelo canto da sereia. Eles assumiram a construção midiática do escândalo, e do que chamam de degenerescência moral, com o fato. E, porque estão convencidos de que o país está em perigo, de que o ex-presidente Lula é a encarnação do mal, e de que o PT deve ser extinguido para que o país sobreviva, reproduzem a retórica dos conglomerados de mídia com uma ingenuidade inconcebível para quem tanto nos inspirou com sua imaginação literária.
Ferreira Gullar e João Ubaldo Ribeiro fazem parte agora daquela intelligentsia nacional que dá legitimidade científica a uma insidiosa prática jornalística que tem na Veja sua maior expressão. Para além das divergências ideológicas com o projeto político do PT – as quais eu também tenho -, o discurso político que emana dos colunistas dos jornalões paulistanos/cariocas impressiona pela brutalidade. Os mais sofisticados sugerem que a exemplo de Getúlio Vargas, o ex-presidente Lula cometa suicídio; os menos cínicos celebraram o “câncer” como a única forma de imobilizá-lo. Os leitores de tais jornais, claro, celebram seus argumentos com comentários irreproduzíveis aqui.
Quais os limites da retórica de ódio contra o ex-presidente metalúrgico? Seria o ódio contra o seu papel político, a sua condição nordestina, o lugar que ocupa no imaginário das elites? Como figuras públicas tão preparadas para a leitura social do mundo se juntam ao coro de um discurso tão cruel e tão covarde já fartamente reproduzido pelos colunistas de sempre? Se a morte biológica do inimigo político já é celebrada abertamente – e a morte simbólica ritualizada cotidianamente nos discursos desumanizadores – estaríamos inaugurando uma nova etapa no jornalismo lombrosiano?

Para além da nossa condenação aos crimes cometidos por dirigentes dos partidos políticos na era Lula, os textos de Demétrio Magnoli , Marco Antonio Villa, Ricardo Noblat , Merval Pereira, Dora Kramer, Reinaldo Azevedo, Augusto Nunes, Eliane Catanhede, além dos que agora se somam a eles, são fontes preciosas para as futuras gerações de jornalistas e estudiosos da comunicação entenderem o que Perseu Abramo chamou apropriadamente de “padrões de manipulação” na mídia brasileira. Seus textos serão utilizados nas disciplinas de ontologia jornalística não apenas com o exemplos concretos da falência ética do jornalismo tal qual entendíamos até aqui, mas também como sintoma dos novos desafios para uma profissão cada vez mais dominada por uma economia da moralidade que confere legitimidade a práticas corporativas inquisitoriais vendidas como de interesse público.
O chamado “mensalão” tem recebido a projeção de uma bomba de Hiroshima não porque os barões da mídia e os seus gatekeepers estejam ultrajados em sua sensibilidade humana. Bobagem! Tamanha diligência não se viu em relação à série de assaltos à nação empreendidos no governo do presidente sociólogo! A verdade é que o “mensalão” surge como a oportunidade histórica para que se faça o que a oposição – que nas palavras de um dos colunistas da Veja “se recusa a fazer o seu papel” – não conseguiu até aqui: destruir a biografia do presidente metalúrgico, inviabilizar o governo da presidenta Dilma Rousseff e reconduzir o projeto da elite ‘sudestina’ ao Palácio do Planalto.
Minha esperança ingênua e utópica é que o Partido dos Trabalhadores aprenda a lição e leve adiante as propostas de refundação do país abandonadas com o acordo tácito para uma trégua da mídia. Não haverá trégua, ainda que a nova ministra da Cultura se sinta tentada a corroborar com o lobby da Folha de S. Paulo pela lei dos direitos autorais, ou que o governo Dilma continue derramando milhões de reais nos cofres das organizações Globo e Abril via publicidade oficial. Não é o PT, o Congresso Nacional ou o governo federal que estão nas mãos da mídia.
Somos todos reféns da meia dúzia de jornais que definem o que é notícia, as práticas de corrupção que merecem ser condenadas, e, incrivelmente, quais e como devem ser julgadas pela mais alta corte de Justiça do país. Na última sessão do julgamento da ação penal 470, por exemplo, um furioso ministro-relator exigia a distribuição antecipada do voto do ministro-revisor para agilizar o trabalho da imprensa (!). O STF se transformou na nova arena midiática onde o enredo jornalístico do espetáculo da punição exemplar vai sendo sancionado.
Depois de cinco anos morando fora do país, estou menos convencido por que diabos tenho um diploma de jornalismo em minhas mãos. Por outro lado, estou mais convencido de que estou melhor informado sobre o Brasil assistindo à imprensa internacional. Foi pelas agências de notícias internacionais que informei aos meus amigos no Brasil de que a política externa do ex-presidente metalúrgico se transformou em tema padrão na cobertura jornalística por aqui. Informei-lhes que o protagonismo político do Brasil na mediação de um acordo nuclear entre Irã e Turquia recebeu atenção muito mais generosa da mídia estadunidense, ainda que boicotado na mídia nacional. Informei-lhes que acompanhei daqui o presidente analfabeto receber o título de doutor honoris causa em instituições européias, e avisei-lhes que por causa da política soberana do governo do presidente metalúrgico, ser brasileiro no exterior passou a ter uma outra conotação. O Brasil finalmente recebeu um status de respeitabilidade e o presidente nordestino projetou para o mundo nossa estratégia de uma America Latina soberana.
Meus amigos no Brasil são privados do direito à informação e continuarão a ser porque nem o governo federal nem o Congresso Nacional estão dispostos a pagar o preço por uma “reforma” em área tão estratégica e tão fundamental para o exercício da cidadania. Com 70% de aprovação popular, e com os movimentos sociais nas ruas, Lula da Silva não teve coragem de enfrentar o monstro e agora paga caro por sua covardia.Terá a Dilma coragem com aprovação semelhante, ou nossa meia dúzia de Murdochs seguirão intocáveis sob o manto da liberdade de e(i)mprensa?
* Jaime Amparo Alves é jornalista, doutor em Antropologia Social, Universidade do Texas em Austin – amparoalves@gmail.com

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Três calunistas e um funeral


Em clima de velório, Augusto Nunes, Reinaldo Azevedo e Marco Antônio Villa comentaram a derrota de José Serra em São Paulo no site de Veja; indignação com as pesquisas deu o tom; assista (se quiser)
No site de Veja.com, destaca-se o último debate promovido sobre as eleições municipais. Ancorado por Augusto Nunes, comentam os resultados o jornalista Reinaldo Azevedo e o historiador Marco Antônio Villa. O clima é de enterro. 
A indignação maior de Reinaldo dirige-se aos institutos de pesquisa, que previram uma diferença maior para Fernando Haddad. Enquanto o Datafolha cravou 60% a 40%, o Ibope deu 59% a 41% e as urnas mostraram 56% a 44%. Villa concorda e diz que muitos tucanos, já cientes da derrota, preferiam até não votar. Fazia muito sol em São Paulo no dia das eleições. Assista ao vídeo, no link abaixo, se tiver coragem:

Tucanalhada se fortalece - Dudimar Paxiúba assumirá a vaga de Zenaldo Coutinho na Câmara Federal

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Com a eleição de Zenaldo Coutinho (PSDB) para a prefeitura de Belém, a partir de 1° de janeiro de 2013 assumirá a Câmara Federal, como titular, o 2° suplente da coligação PPS/DEM/PSDC/ PRTB/PMN/PRP/PSDB, o tucano Dudimar Paxiúba, 56 anos.
O advogado natural de Itaituba obteve 25.092 votos em 2010, quando ficou na 2° suplência da referida coligação. Na 1° suplência ficou André Dias (PSDB), com 36.782 votos, que a renunciou para assumir o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Pará.
Como o deputado federal Nilson Pinto (PSDB) licenciou-se da Câmara Federal para assumir uma secretaria de Estado, enquanto ele não retornar permanece em seu lugar o 3° suplente da coligação ao norte referida, Valry Moraes, do PRP, que obteve, em 2010, 11.482 votos.
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Tanto Paxiúba quanto Valry já exercem o mandato de deputados federais. O primeiro porque Zenaldo Coutinho licenciou-se para a campanha de Belém e o segundo porque Nilson Pinto licenciou-se para assumir uma secretaria de Estado.
A diferença é que, em janeiro de 2013, Dudimar Paxiúba (PSDB) torna-se titular do mandato.

O TAMANHO DA VITÓRIA DO NUNCA DANTES

O Nunca Dantes derrotou o principal líder da oposição.
O Nunca Dantes derrotou o principal líder da oposição, que jogava em casa, com a plateia dele.
O Nunca Dantes derrotou a extrema-direita mais obscurantista, o malafismo medieval.
O Nunca Dantes derrotou a campanha mais baixa, mais suja da República.
O Nunca Dantes ganhou em São Paulo capital e no cinturão vermelho em torno da capital, logo, do Palácio dos Bandeirantes.
Caiu a Stalingrado tucana.
O Nunca Dantes ganhou em 68 cidades de São Paulo – o que nunca tinha acontecido antes.
O Nunca Dantes botou a batata do Alckmin pra assar.
Falta cair Moscou.
O Nunca Dantes derrotou o único ideólogo da extrema direita, o Farol de Alexandria.
Ele é um jênio: disse que o PSDB precisa renovar-se e considerou que Cerra foi um bom candidato.
O Nunca Dantes derrotou o Supremo.
Derrotou a cronologia do julgamento do Supremo, afinada com a Superintendência de programação da Globo.
O Nunca Dantes derrotou o Ayres Britto, que organizou os prazos e as datas.
O Nunca Dantes derrotou os 18′.
A mais deslavada tentativa de Golpe da Globo: 18′ na ante-véspera da eleição, para ferrar o Haddad.
Foi uma derrota acachapante, a tal ponto que o filho do Roberto Marinho deveria mandar o Ali Kamel embora, pra escrever “Memórias de uma Guerra Suja – II”.
O Nunca Dantes fincou a bandeira do PT na classe média paulistana.
O partido do Nunca Dantes passará a comandar a maior parcela dos orçamentos municipais do país – e, portanto, governar para os pobres.
O partido do Nunca Dantes sai da eleição com a vitória sobre o maior número de eleitores do país – logo, um eleitor com mais chances de votar na Dilma do que no Padim Pade Cerra, o eterno candidato da Globo.
O principal partido da oposição, os tucanos, encolhe desde 2000.
Ou seja, Cerra é o Jim Jones do partido.
O Nunca Dantes saiu engrandecido da eleição.
A derrota de Haddad seria um tiro no peito.
Por isso o PiG e o Supremo se uniram, no tempo e no espaço.
No Supremo é assim, agora: na dúvida, pau no réu.
Na vida real, é assim: na dúvida, com o Lula.
Em tempo: um pedaço da vitória do Nunca Dantes e do Haddad se deve ao trabalho de José Dirceu, o arquiteto da obra do PT amplo, fora do gueto que o professor Wanderley chamou de “sindicalismo messiânico”. Essa obra foi tão profunda – 


 clique aqui para ler o que disse o André Singer sobre “o reformismo do Lula vai durar muito tempo” – que é preciso algemá-lo diante das câmeras da Globo.

Paulo Henrique Amorim

Como Lula escolheu Haddad para concorrer à prefeitura



Vera Rosa, de O Estado de S.Paulo

Mil duzentas e quarenta e seis páginas com anotações feitas a lápis desapareceram na Universidade de São Paulo (USP). De tão detalhados, os apontamentos escritos na margem de cada folha, dos dois lados, pareciam fazer parte do livro Economia e Sociedade , de Max Weber, que sumiu na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas.
 
Fernando, fã de Paul McCartney e dono do livro, chegou em casa inconformado. “Estela, roubaram o meu Weber. É inacreditável! Todas as minhas anotações viraram pó”, disse ele para a mulher. “Roubaram? Mas onde estava o livro?”, insistiu Estela, curiosa. “No estacionamento. Dentro do carro”, respondeu Fernando, de supetão. Sem entender nada, ela prosseguiu o interrogatório. “E o que aconteceu com o carro? ” A conclusão foi lógica: “Ué, roubaram também”.
O Fernando do livro é Fernando Haddad, novo prefeito de São Paulo. O “Santana” velho de guerra de “Dandão”, seu apelido na juventude, foi furtado em 1995, época do doutorado em Filosofia, na USP. Dezessete anos depois, porém, ele só se lembra das anotações perdidas naquela edição especial da Fondo de Cultura Económica. “Você não tem ideia do que é ler aquele livro inteiro e anotar…”, diz o ex-ministro da Educação, professor licenciado de Teoria Política na USP. Ana Estela, casada com Haddad há 24 anos, já está acostumada com essas divagações. “Ele não liga para coisas materiais. Essa parte é comigo. “
Escolhido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para representar a nova geração do PT, pós-mensalão, Haddad agora só tem tempo para ler relatórios sobre São Paulo. “Comprei na Bienal aquele livro do Mandela, mas está no meu criado-mudo. Confesso que durmo a cada cinco páginas”, afirma, rindo, o filho de imigrante libanês
Foi às margens do Lago Paranoá, em Brasília, que começou a ser desenhada a candidatura de Haddad, um calouro na política, a exemplo da presidente Dilma Rousseff. A conversa que selou o destino do então ministro da Educação ocorreu num almoço no Gazebo, especializado em comida francesa, em março de 2011. Os emissários de Lula foram o presidente do PT paulista, Edinho Silva, o vice-presidente do partido, Rafael Marques, o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, e o vereador Alfredinho (PT). “O chefe mandou construir a sua candidatura. E aí, você topa?”, perguntou Marinho. “Eu topo. Estou à disposição”, respondeu Haddad. “Então, vamos discutir as tarefas que você tem de executar. Vamos montar o grupo de apoio para sustentá-lo, mas a liderança tem de ser sua. ” Com os tradicionais nomes do PT desgastados, muitos fora de combate desde o escândalo do mensalão, em 2005, Lula fazia planos para Haddad havia algum tempo. Chamava-o de “menino de ouro” e chegou a sondá-lo para concorrer ao governo paulista, em meados de 2009, quando já articulava a candidatura de Dilma à Presidência. “Mas eu ainda não tinha encerrado o meu ciclo em Brasília”, diz o candidato.
A crise do mensalão foi o passaporte de Haddad para o comando do Ministério da Educação (MEC), em 29 de julho de 2005. Foi nesse dia que ele assumiu a cadeira de Tarso Genro, convocado às pressas por Lula para presidir o PT, que teve a cúpula dizimada. “Meu filho, mas você aceitou ser ministro com o governo nessas circunstâncias?”, indagou dona Norma, mãe de Haddad, preocupada com a nomeação. “Mãe, se não fossem essas as circunstâncias, nunca me ofereceriam o ministério”, reconheceu ele.
No fim de 2010, com Dilma já eleita, Haddad estava de malas prontas para retornar a São Paulo, decidido a entregar o cargo, quando Lula fez a proposta que mudou sua vida. “Eu pensei no Fernando como pensei na Dilma. Eu disse a ele: o PT precisa de um nome novo, com um perfil como o seu, para atrair a classe média e ser candidato a prefeito de São Paulo”, conta o ex-presidente.
Haddad se entusiasmou, mas expôs uma dúvida: “Há espaço no PT para discutir essa tese? ” Lula admite que “não foi uma tarefa fácil” convencer o partido a aceitar o pupilo e, por isso, pediu ajuda a Marinho. “Diziam para mim: ‘Ele nem cumprimenta a gente’. Eu respondia: ‘Ele é tímido’. “
Apesar de filiado ao PT desde 1983, Haddad não era da corrente majoritária Construindo um Novo Brasil (CNB), do próprio Lula e de José Dirceu, ex-chefe da Casa Civil e réu do mensalão. Além disso, havia assinado, em 2005, um manifesto do grupo Mensagem ao Partido, liderado por Tarso, pregando a “refundação” do PT, na esteira da crise. “Foi aquele terremoto político que desencadeou a renovação de quadros no PT”, comenta Tarso, hoje governador do Rio Grande do Sul.
Os capítulos seguintes desse enredo tiveram momentos de alta tensão. Favorita nas pesquisas para a sucessão do prefeito Gilberto Kassab (PSD), que chegou a flertar com o PT, a então senadora Marta Suplicy queria ser candidata. Com rejeição na faixa de 30%, foi preterida por Lula, pressionada por Dilma e obrigada a desistir da prévia, que nunca saiu do papel.
Na conversa com ele, em 3 de novembro, Marta chorou. “Eu não entendo, Lula, o que você tem contra mim”, desabafou a ex-prefeita.
Os deputados Jilmar Tatto e Carlos Zarattini e o senador Eduardo Suplicy também se retiraram do páreo, a pedido do ex-presidente. “Quando me chamou, Lula falou assim: ‘O Fernando implantou o ProUni e fez excelente trabalho. Para ganhar a classe média, tem de ser bonitinho, são-paulino e uspiano’”, recorda Tatto. “Ele achava que os votos da periferia já eram nossos e ninguém contava com Russomanno. Foi o nosso erro. ” Magoada, Marta boicotou a campanha por quase dez meses e só foi para as ruas um dia antes de virar ministra da Cultura. Para apoiar Haddad, o deputado Paulo Maluf (PP) – que está na lista de procurados da Interpol – exigiu uma fotografia com Lula, no jardim de sua mansão. Era o preço da aliança, que garantiu ao candidato do PT 1 minuto e 35 segundos na propaganda eleitoral de TV, a perda da deputada Luiza Erundina (PSB) como vice da chapa e uma queda de dois pontos porcentuais nas pesquisas. Erundina desistiu da dobradinha com Haddad 24 horas após o anúncio da coligação com Maluf. “Não preciso ser vice para fazer política”, protestou. Presidente do PSB, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, abriu mão da vaga para o PC do B de Nadia Campeão, sob o argumento de que a ex-prefeita Erundina era “incontrolável”.
Aos 49 anos, Haddad foi “vendido” pela campanha como “o homem novo para um tempo novo”. Pesquisas mostraram que as falhas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não colaram nele, mas a foto com Lula e Maluf foi interpretada como a volta do velho coronelismo na política. “Nós fizemos uma cagada”, disse Lula depois, a portas fechadas. Marinho admite que, horas antes do almoço na casa de Maluf, em 18 de junho, procurou o ex-presidente na academia onde ele faz reabilitação desde que terminou o tratamento do câncer na laringe. “Ele não queria fazer a foto. Fui porta-voz de um pedido da direção do PT. Fiz e faria novamente”, diz o prefeito, candidato à reeleição.
Haddad conquistou Lula ainda em 2004, quando lhe mostrou um esboço do ProUni, programa que concede bolsas de estudo em universidades a alunos carentes. Na época, era secretário executivo na Educação e vinha da assessoria especial do Planejamento, então chefiado por Guido Mantega. Antes, tinha trabalhado com João Sayad na Secretaria de Finanças, na gestão de Marta. “Confesso que achei ruim quando Tarso Genro levou o Haddad para o MEC. Ele ia ser promovido”, revela Mantega, hoje ministro da Fazenda. “Dei-lhe a missão de elaborar as Parcerias Público-Privadas e ele conseguiu entregar dentro do prazo um projeto difícil, que funciona bem até hoje. ” O candidato do PT odeia atrasos. Na campanha, muitas vezes chegou antes que os aliados aos compromissos. Nem sempre teve a companhia de seus pares e muitos reclamaram de sua falta de traquejo político e do linguajar da academia. Na semana passada, por exemplo, Haddad disse que Russomanno não tinha plano de governo, mas, sim, um “simulacro”. Depois, afirmou que a disputa começava a sair da “mornidão” para a fase da empolgação. “Todo mundo tem um Houaiss em casa”, devolveu ele, quando questionado sobre o uso de palavras difíceis, numa referência ao dicionário de Antonio Houaiss.
Com 1,83 metro e pinta de galã, Haddad faz sucesso com as mulheres, que não raro trocam o seu sobrenome por “Andrade”. Ana Estela confessa ter um pouco de ciúme. “A gente é humano, né? ” Além da pontualidade, o petista tem como característica a obsessão por metas. Adquiriu o hábito quando era vendedor da Mercantil Paulista de Tecidos, a loja de seu pai, Khalil, na Rua Comendador Abdo Schahin, paralela à 25 de Março. “Ele saía da Faculdade de Direito, no Largo São Francisco, e ia a pé até lá. Na sobreloja, tinha duas pilhas de livros: uma só aumentava, com aqueles já lidos, e a outra diminuía, com os que tinha de ler”, descreve o jornalista Eugênio Bucci, seu amigo e antecessor na presidência do Centro Acadêmico 11 de Agosto, a única eleição que Haddad já disputou. “Eugênio foi o Lula para mim”, compara o ex-ministro, ao lembrar que o amigo patrocinou sua candidatura ao 11 de Agosto, em 1985, após o sucesso da chapa The Pravda na diretoria. “Fernando tinha dois ídolos: Karl Marx e Paul McCartney”, entrega Bucci, ex-presidente da Radiobrás. Tinha? Até hoje, quando se cansa de assuntos áridos, Haddad surpreende o interlocutor: “Vamos falar de outra coisa. O que você acha de Paul McCartney? “.
 
 
Análise de Conjuntura

A LUTA CONTINUA ! - ATÉ 2014...

Todos concordam: travar a boa e velha luta foi uma honra para os militantes e simpatizantes da aguerrida esquerda paraense que, dia e noite, incansávelmente, se esforçou para eleger um trabalhador de verdade, para arrumar a nossa amada e administrativamente esculhambada cidade de Belém.
Ainda não foi desta vez; sofremos todos uma derrota meramente eleitoral, mas obtivemos uma emblemática vitória política, onde, quase a metade da população da capital, eu disse quase a metade da população!, acreditou,votou e assistiu  ao espetacular ato de bravura e resistência viva, oferecida com paixão e responsabilidade histórica pelos altivos companheiros do PSOL, PT, PSTU, PCdoB, entre outras  forças progressistas, que se juntaram aos camaradas da chapa Edmílson Rodrigues e Jorge Panzera, para fazer frente a proposta de mais um projeto conservador dos niilistas tucanos. 

O Povo é soberano e, o que ficou decidido nas urnas, será sagradamente respeitado e defendido por quem sempre esteve nas ruas e até nos cárceres por defender a liberdade,ao contrário de um outro candidato ligado a uma era de trevas.

O que lamentamos porém, quanto cidadãos e militantes, foi a demonstração por parte do governo do Estado  - não do candidato  que é desposado de carisma - que, partidariamente, demonstrou um poderio financeiro e econômico descomedido, para conseguir o intento de impor o seu candidato despreparado para exercer por quatro anos um mandato de prefeito. 

Desejamos, sim, apesar da derrota, uma boa gestão ao senhor Zenaldo Coutinho,vivemos é criamos nossos filhos aqui nesta cidade e clamamos por melhorias mas, lembrando sempre que, a partir de ontem, mais atentos do que sempre, o estaremos fiscalizando na forma da lei e acompanhando todos os seus atos e ações, especialmente, cobrando todas as suas suas pirâmedais promessas de campanha. 

Segundo se escuta através das palavras saídas da boca de dezenas de milhares de companheiros, o saldo de energia renovada brotada desta refrega, é saldo altamente positivo, já que ousamos vibrar diante de uma vitória política possível forjada pela marca da esperança ideológica que representamos e deixamos. Até 2014!, com muita garra!

sábado, 27 de outubro de 2012

EDMÍLSON NO RUMO Á VITÓRIA - SOMOS TODOS EDMÍLSON !

EDMILSON RUMA PARA VITÓRIA!. PODEM FALAR E PUBLICAR O QUE QUIZER...! AQUI EM BELÉM, APESAR DO JOGO SUJO DO PIG E DA MONTANHA DE DINHEIRO E DE MENTIRAS QUE FOI DESPEJADA NA CAMPANHA DA DIREITONA PARA ELEGER UM VENTRÍLOGO, É IGUAL AO DITADO DO FUTEBOL: 
'O JOGO SÓ TERMINA QUANDO ACABA'! 

FORÇA MILITÂNCIA VIVA! QUE A NOSSA LUTA  JUSTA É  CONTRA UM PODEROSO GRUPO QUE, HÁ MUITO TEMPO, DEIXOU DE SER O REFÚGIO DE FÉ DOS OPRIMIDOS, PARA SE TORNAR INSTRUMENTO DE PODER DE UM SISTEMA PERVERSO, CONSERVADOR E OPRESSOR DOS PARAENSES. 

AMANHÃ PODEREMOS TODOS, A ESSA HORA, ESTAR COMEMORANDO O QUE O POVO DECIDIU NAS URNAS, NA CERTEZA QUE COM O RESULTADO, ESTAREMOS MELHOR PREPARADOS,COMEMORANDO E TRABALHANDO PARA NOVOS E INFINITOS EMBATES.

ALEGRAI-VOS CAMARADAS!,A MAIOR CIDADE DO BRASIL, SÃO PAULO, AMANHECERA VERMELHA E SOB O SIGNO DA ESPERANÇA.
ESTE AMANHÃ,POR SÍNA, TEM UM OUTRO NOME QUE TAMBÉM AMAMOS: BELÉM!!!

Edmilson e Zenaldo aparecem tecnicamente empatados

Sábado, 27/10/2012,
O candidato à Prefeitura de Belém Edmilson Rodrigues (Psol) aparece com 51% dos votos válidos (excluídos bancos, nulos e indecisos) e Zenaldo Coutinho (PSDB) com 49% na pesquisa eleitoral do Instituto de Pesquisas Sociais Políticas e Econômicas (Ipespe), que será destaque deste domingo (28), no Diário do Pará. Os dados mostram que a disputa para o segundo turno na capital está tecnicamente empatada.
Com a margem de erro, de três pontos e meio para mais ou para menos, Edmilson oscila entre 54,5% e 47,5% e Zenaldo entre 52,5% e 45,5% nos votos válidos. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sob protocolo PA 00342/2012 e ouviu 800 eleitores entre os  dias 24 e 26 de outubro.
Edmilson Rodrigues aparece na frente também na pesquisa estimulada, quando os nomes dos candidatos são apresentados aos eleitores pelos pesquisadores, e não descartando os votos brancos, nulos e os que estão indecisos. Nas intensões de voto, o candidato do Psol aparece com 48% e o tucano com 45%. Brancos e nulos somam 3% e os que não souberam ou não opinaram são 4%.
Já na pesquisa espontânea, Edmilson aparece com 45% dos votos e Zenaldo com 43%. Nesta pesquisa, o eleitor precisa lembrar o nome do candidato.
REJEIÇÃO
Ao serem indagados sobre o candidato em que não votariam de jeito nenhum, os eleitores colocaram Zenaldo na frente, com 37%, e Edmilson em seguida, com 33%. Os que disseram que poderiam votar em qualquer um dos candidatos somaram 25%, e os que não souberam ou não responderam a essa questão somaram 5%.
Os eleitores também foram perguntados sobre quem tem mais chances de ser o novo prefeito de Belém, independente de em quem votarão. A resposta foi que 54% acreditam em Zenaldo Coutinho e outros 35% disseram ser Edmilson. 11% não souberam ou não responderam.
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LULA 67 ANOS ! - PARABÉNS AO ESTADÍSTA BRASILEIRO





"Amanhã está fazendo dez anos que ganhamos a eleição, lembra?", foi logo me dizendo o ex-presidente Lula quando liguei para ele na manhã desta sexta-feira (26) para cumprimentá-lo pelo seu aniversário.
O tempo corre tão depressa que já não me lembrava direito daquele 27 de outubro de 2002, quando Lula comemorou no mesmo dia o seu aniversário e a vitória nas eleições para presidente da República.
Como estamos novamente na antevéspera de uma eleição, Lula desistiu de fazer neste sábado, em que completa 67 anos, uma comemoração para lembrar a data da primeira vitória do PT.
Preferiu deixar para organizar com calma, no começo de janeiro, uma série de atividades em que pretende fazer um balanço dos dez anos de governo do PT (oito dele e dois de Dilma).
"Vamos discutir o que era o Brasil antes do governo do PT e o que é agora", anunciou Lula, depois de voltar de mais uma longa maratona de comícios pelo País.”
Bastante animado com o que viu, e principalmente com a dianteira que seu candidato Fernando Haddad abriu nas pesquisas para a eleição de domingo em São Paulo, Lula já começou a fazer planos para 2014, sem citar nomes. "Precisamos ter competência para montar uma chapa forte na disputa pelo governo do Estado."
Desde que ele entrou de cabeça nas campanhas do PT, como estava sempre em trânsito, não falava com o velho amigo. Em nenhum momento da nossa breve conversa por telefone, o ex-presidente se queixou de qualquer problema de saúde, o que demonstra que ele está recuperado do tratamento do câncer na laringe, descoberto há exatamente um ano.
Até a voz está voltando ao normal. E combinamos de nos encontrar na próxima semana para colocar os assuntos em dia.
 
Balaio do Kotscho

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

JUIZ CONDENA DOMINGOS JUVENIL

Juvenil, á   direita dabraçado por  seu amigo Jatene
 A sentença do juiz federal Pablo Dourado que condenou o ex-deputado e prefeito eleito de Altamira, Domingos Juvenil, por improbidade administrativa foi publicada no Diário Oficial de Justiça do último dia 15 de outubro. O juiz acolheu parcialmente as acusações do Ministério Público Federal (MPF) em ação impetrada no ano de 2006.  
Ele entendeu que o gestor praticou ato de improbidade administrativa por aplicar irregularmente verbas de um convênio firmado com a Fundação Nacional da Saúde (Funasa) em 2004, época em que Juvenil era prefeito de Altamira. 
A sentença do juiz pede a suspensão dos direitos políticos de Juvenil, perda da função pública e proibição de contratar com o poder público. Como ainda cabe recurso da decisão, Juvenil deve assumir a prefeitura normalmente no início do ano que vem, enquanto a decisão não transitar em julgado.
De acordo com a sentença, de 8 de agosto, o convênio firmado pela Prefeitura de Altamira com a Funasa envolveu verbas no valor aproximado de R$1,1 milhão. 
O objetivo era a execução de ações complementares à saúde indígena no Distrito Sanitário Especial Indígena do município. Segundo sustentou o Ministério Público, um relatório da Funasa apontou que não houve licitação para aquisição de bens necessários ao atendimento dos indígenas. O MPF requereu, portanto, o enquadramento de Domingos Juvenil na Lei de Improbidade Administrativa (8.249/92). 
O juiz confirmou que não foi realizado o processo licitatório devido, configurando ato de improbidade. O réu tentou justificar que a aquisição dos equipamentos era urgente, hipótese afastada pelo juízo. 'Não há nos autos decreto de situação de emergência ou calamidade pública', reforça na sentença.
O MPF pedia, ainda, a condenação do réu por danos materiais e por danos materiais coletivos, mas os pedidos não foram acatados pelo juiz. 'Não vejo nos autos a demonstração do dano material alegado pelo autor. Nem o MPF nem a Funasa diligenciou no sentido de verificar a efetiva diferença existente entre o valor de mercado dos bens adquiridos, na época da aquisição, e os preços pagos pelo requerido', justifica. Para o juiz, no entanto, não restaram dúvidas de que ato ímprobo existiu, daí a condenação parcial.

( ORM)
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Termina hoje propaganda eleitoral no rádio e na tv


Termina hoje propaganda eleitoral no rádio e na tv (Foto: )
Termina hoje (26) a propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão dos 100 candidatos a prefeito que disputam o segundo turno. A disputa está sendo realizada em 50 cidades com mais de 200 mil eleitores onde nenhum candidato obteve mais de 50% dos votos válidos no primeiro turno.

De acordo com o calendário eleitoral, hoje também é o último dia para os candidatos divulgarem propaganda eleitoral paga na imprensa escrita e para a realização de debates. O confronto entre os candidatos não poderá passar da meia-noite.

Segundo o cronograma das eleições deste ano, os presidentes das mesas receptoras que não receberam o material destinado à votação de domingo (28) têm até hoje para solicitar o envio.

A dois dias da votação em segundo turno, termina o prazo para que a Receita Federal encaminhe à Justiça Eleitoral, por meio eletrônico, as listas contendo os nomes do candidato ou comitê financeiro, número do título de eleitor e de inscrição no CPF do candidato ou do presidente do comitê, conforme o caso, número de inscrição no CNPJ e data da inscrição.

No domingo, 31,7 milhões de eleitores de 50 cidades com mais de 200 mil votantes retornarão às urnas para escolher prefeito e vice-prefeito. São 17 capitais e 33 cidades do interior.

Nas capitais onde haverá segundo turno, o PSDB é o partido com maior número de candidatos - oito, seguido pelo PT, com seis, o PMDB, PSB e PDT, com três cada, e o PSOL, com dois. O PPS, PCdoB, PP, PSC, PV, DEM, PTC, PSD e PTB têm um candidato cada na disputa.


(DOL)

China abre caminho para processo contra Bo Xilai

Reuters
O Parlamento chinês cassou o mandato do político Bo Xilai, (foto acima), informou a agência de notícias Xinhua nesta sexta-feira, numa decisão que abre caminho para que ele seja processado criminalmente.
A cassação, que priva Bo da imunidade parlamentar, ocorre a menos de duas semanas do início de um congresso partidário que encaminhará a sucessão política no país, que acontece uma vez a cada década.
Bo, ex-chefe do Partido Comunista na localidade de Chongqing, era uma estrela em ascensão na hierarquia chinesa, até cair em desgraça por causa de uma série de crimes. 
Gu Kailai, wife of China's former Chongqing Municipality Communist Party Secretary Bo Xilai
Sua mulher, Gu Kailai (foto acima), e seu ex-chefe de polícia, Wang Lijun, foram presos e condenados pelo assassinato de um empresário britânico.
No mês passado, o governo chinês acusou Bo de corrupção e de acobertar o assassinato.
O inquérito contra ele ainda está em andamento, mas o Ministério Público e a Justiça da China estão subordinados ao Partido Comunista, e dificilmente irão se contrapor às acusações.

(Reportagem de Sui-Lee Wee)

CAVALOS E BAIONETAS


O terceiro e último debate entre Mitt Romney e Obama teve um bom momento de risos, mas traz reflexões.  
Quando o candidato republicano, notório belicista, reclamou contra a fragilidade da defesa do país, ao afirmar que a Marinha tem menos navios do que os tinha em 1916, foi contestado com ironia por Obama: mas, governador, também temos menos baionetas e menos cavalos.
          Ter menos navios, menos cavalos e menos baionetas não torna os Estados Unidos um país militarmente débil. Como sabemos, eles continuam sendo a maior potência militar do mundo, a que dispõe de mais efetiva tecnologia para a destruição e a morte. Além de seus mísseis, capazes de atingir com precisão qualquer ponto do planeta, e de seus artefatos nucleares, com o poder de arrasar o mundo, os arsenais ianques dispõem de armas novas, já testadas, movidas a propulsão magnética, e  de aviões não tripulados que identificam eletronicamente os alvos e os atingem sem interferência humana. A cada dia mais, a tecnologia   dispensa os soldados nas operações destrutivas, e os reserva para tarefas de ocupação.
           Quando qualquer nação não consegue defender seus interesses, legítimos, ou não, mediante a diplomacia - o meio mais antigo e efetivo da política externa - apela para as armas. O uso da força é proporcional à debilidade do convencimento político. Na maioria das vezes, como demonstra a história, as nações com ambição imperial combinam  pressões diplomáticas e ameaça militar, antes do uso efetivo das armas. Nesse particular, os Estados Unidos são exemplo mais duradouro, desde que surgiram como estado independente.
          Ao mesmo tempo, a guerra pode ser vista como expediente do medo. É preciso, nesta razão zarolha, destruir o inimigo, antes que ele ameace a nossa existência. Não foi a coragem germânica que fez Hitler, mas o medo. E o medo cresce, na medida em que se acumulam os atos de violência bélica contra os outros. Sempre se teme a possível retaliação. 
           
 Outro problema é o desgaste do poder militar, quando lhe falta o apoio moral dos povos a que pretende servir. Sem convicção é difícil vencer os conflitos armados.  É o que ocorreu na guerra do Vietnã, e volta a ocorrer hoje, com relação ao Oriente Médio, não só nos Estados Unidos, mas também na Europa. Ainda assim, os analistas consideram que o debate sobre política internacional interessa menos aos eleitores norte-americanos de hoje. O que os move é a situação econômica, com o empobrecimento da maioria da população, e o enriquecimento, sempre mais atrevido, dos rentistas. O predomínio da ganância, na estrutura do poder nos estados modernos, está – mais uma vez – dividindo as sociedades nacionais. Isso tanto pode conduzir às revoluções libertadoras, quanto à apatia e ao conformismo, sob a tirania plutocrática. 

Mauro Santayana

CONTRA A CORRENTE

Um texto – um dos poucos da grande imprensa – que vai na contramão do coro dos contentes e da unanimidade burra que assola a grande mídia, principalmente no que se refere ao julgamento do "mensalão".


Ditadura gostava de criminalizar a política

Paulo Moreira Leite, em seu blog

George W. Bush
Eu estava nos EUA, em 2000, quando George W. Bush tornou-se presidente por decisão da Suprema Corte. Havia ocorrido uma fraude na Flórida, que necessitava recontar seus votos. A Suprema Corte, de folgada maioria republicana, decidiu interromper o processo e deu posse a Bush. Nós sabemos as consequências.

Em 2009, quando Manoel Zelaya foi deposto em Honduras, a Corte Suprema local deu respaldo ao golpe.

O mesmo ocorreu no Paraguai, quando Fernando Lugo foi afastado do cargo sem direito de defesa, por uma acusação que, está demonstrado agora, não tinha fundamento em provas – mas em denúncias que, conforme a oposição não teve medo de anunciar, envolviam fatos que “todo mundo sabe.”

Silvio "bunga-bunga" Berlusconi
Para quem só enxerga uma face da Operação Mãos Limpas, não custa recordar que a Justiça italiana colocou muitos corruptos fora de combate na Itália e transformou o bunga-bunga Silvio Berlusconi no grande protagonista da política atual italiana. Os partidos foram destruídos e, em seu lugar, ficou uma rede de TV. Quem é o dono? O bunga-bunga. É tão bunga que, quando os mercados quiseram afastá-lo do cargo, foi preciso convencer Berlusconi a renunciar. Não havia quem desse a bungada de misericórdia.

Lembra da guilhotina da Revolução Francesa? Após dois anos de terror, de condenados em processos sumários, o saldo foi o esvaziamento da democracia e a lenta recuperação da aristocracia. Depois de guerras e ditaduras, proclamou-se o Império.

É claro que esses fatos servem de advertência e angustia diante do julgamento do mensalão.
O Supremo está diante de crimes graves, que devem ser investigados e punidos.  O inquérito da Polícia Federal aponta para vários crimes bem demonstrados.

Mas não dá para aceitar longas condenações sem que as acusações não estejam provadas nem demonstradas de forma clara e consistente. O  mesmo inquérito não oferece base para denúncias contra vários condenados. O confronto de depoimentos e as mudanças de versões da principal testemunha, Roberto Jefferson, mostra a fragilidade da acusação.

Vamos reconhecer o seguinte. Não tenho condições de afirmar, entre 38 réus, quantos foram condenados com provas e quantos não foram. Não conheço cada caso em cada detalhe. 

As confusões das votações e debates sobre as penas mostram que os próprios ministros têm dificuldade para armazenar tantas informações, o que não diminui a responsabilidade de cada um deles pelo destino de todos.

Embora tivesse até uma conta em paraíso secreto, o publicitário Duda Mendonça saiu são e salvo do processo. Me explicam que seu advogado fez uma defesa técnica e nada se provou que pudesse demonstrar seu envolvimento no caso.

Me parece impecável.

E justo, porque embora se possa falar em domínio do fato, é preciso mostrar quem tinha o domínio em cada fato.

José Dirceu e José Genoíno estão sendo condenados porque “não se acredita” que não tivessem participado  de nada… Não é possível, dizem.

O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu 
Dirceu era o chefe… Genoíno assinou um cheque.
O problema é que a denuncia é de 2005 e até hoje não surgiu uma prova consistente para condená-los.

Eu posso até “imaginar” uma coisa. Mas o fato de poder imaginar, admitir que faz muita lógica, não quer dizer que tenha acontecido.
O risco é alvejar pessoas honradas em nome da indignação popular, estimulada por uma visão unilateral da acusação e da defesa. Nem todos os meios de comunicação cobrem o caso da mesma maneira. Mas é fácil perceber o tom da maioria, certo?

Assim se cria um ambiente de linchamento, que pode ocorrer até em situações que ninguém acompanha. A justiça brasileira está cheia de cidadãos – anônimos e pobres, de preferência – que são julgados e condenados a penas longas e duríssimas até que, anos e até décadas depois, descobre-se que foram vítimas de um erro e de uma injustiça.(continua)