O MViva!, espaço aberto, independente, progressista e democrático, que pretende tornar-se um fórum permanente de ideias e discussões, onde assuntos relacionados a conjuntura política, arte, cultura, meio ambiente, ética e outros, sejam a expressão consciente de todos aqueles simpatizantes, militantes, estudantes e trabalhadores que acreditam e reconhecem-se coadjuvantes na construção de um mundo novo da vanguarda de um socialismo moderno e humanista.

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Assessor do tucano Aécio Neves é parceiro do multimilionário e mega especulador norte-americano que bancou o golpe na Ucrânia.

Armínio, em uma reunião social com o sócio George Soros, em Nova York, EUA                          

Via Correio do Brasil

Armínio, em uma reunião social com o sócio George Soros, em Nova York, EUA Parceiro de Armínio Fraga neto, ex-presidente do BC e homem de confiança do presidenciável tucano, Aécio Neves (MG), o multimilionário norte-americano George Soros reconheceu, nesta quarta-feira, sua responsabilidade sobre o golpe de Estado na Ucrânia, aplicado pela ultradireita, com apoio de forças neonazistas. Fraga, que se propõe a colaborar na campanha de Neves, baseia-se na sua experiência como sócio de Soros em fundos de investimento.  
Soros admitiu ter contribuído com a extrema direita para a derrubada do regime democrático ucraniano e a implantação do governo de facto que assumiu em seguida.
Em entrevista à rede norte-americana de TV CNN, Soros afirmou que “uma das coisas que muitas pessoas reconhecem (sobre ele) foi o financiamento das atividades dos grupos dissidentes na Polônia e na República Checa”, o que provocou a pergunta seguinte, se ele estaria “fazendo coisas similares na Ucrânia”.
– Criei uma fundação na Ucrânia antes mesmo que o país declarasse sua independência da Rússia. Esta fundação está funcionando desde então e tem representado um papel importante nos acontecimentos atuais – revelou Soros.
No portal de internet InfoWars, reportagem publicada há alguns dias rompeu o cerco midiático em curso quanto à realidade na Ucrânia ao apontar a participação de Soros, em colaboração estreita com a Fundação Nacional para a Democracia (USAID, na sigla em inglês) – que assumiu parte das atribuições da Agência Central de Inteligência (CIA, também na sigla em inglês) – no golpe de Estado. O Instituto Republicano Internacional, a Casa da Liberdade (Freedom House) e o Instituto Albert Einstein também foram citados como cúmplices no financiamento e na derrubada de governos na Europa Oriental e na Ásia Central, logo após a dissolução da União Soviética.
Muitos dos participantes das manifestações em Kiev assumiram fazer parte de determinadas Organizações Não Governamentais (ONGs) responsáveis por treiná-los em táticas de guerrilha urbana, em numerosos cursos e conferências promovidos pela Fundação do Renascimento Internacional (IRF, em inglês), criada por Soros. A IRF, fundada e financiada pelo multimilionário, orgulha-se de ter feito “mais do que qualquer outra organização” para a “transformação democrática” da Ucrânia, afirmou.
A ação de Soros, no entanto, permitiu que ultranacionalistas passassem a controlar os serviços de segurança ucranianos, como a polícia e as forças armadas. Em abril, o secretário do Conselho de Segurança Nacional e da Defesa, Andréi Parubiy, foi acusado por testemunhas de aceitar suborno da CIA para ajudar no combate àqueles que se opõem ao governo autoproclamado. Ainda segundo o InfoWars, a operação militar de Kiev, com seu caráter violento, incluindo o incêndio na sede de um sindicato em Odesa, no qual morreram mais de 80 pessoas, também pode ser atribuído ao ativismo de George Soros e das outras organizações ligadas à IRF.
Estas mesmas ONGs foram detectadas no Brasil com um serviço semelhante àqueles prestados pela IRF à ultradireita na Ucrânia. A ONG Brazil No Corrupt seria mais uma na lista de organizações patrocinadas por organismos internacionais para a promoção de atos de vandalismo e de violência nas manifestações de rua, principalmente agora, às vésperas da Copa do Mundo, no movimento #naovaitercopa. Compete, ainda, a estas organizações, o patrocínio de páginas nas redes sociais, como a TV Revolta, entre outras, criadas para disseminar o ódio e promover a desestabilização do governo instituído, em manifestações violentas nas principais capitais do país.

EDUARDO CAMPOS - DEVIDAMENTE AMESTRADO - É CONTRA REVISÃO DA ANISTIA E REGULAÇÃO DA MÍDIA


O pré-candidato do PSB à Presidência República, Eduardo Campos, afirmou nesta terça-feira ser contra uma revisão da Lei da Anistia para punir os responsáveis por crimes praticados durante a ditadura militar.
“Acho que a Lei da Anistia foi para todos os lados. O importante agora não é ter uma visão de revanche. Falo isso muito à vontade porque a minha família foi vítima do arbítrio.”
O avô de Campos, Miguel Arraes foi preso em 1964, quando era governador de Pernambuco, após o golpe e depois teve que se exilar na Argélia. O pré-candidato do PSB acredita que a lei foi importante para permitir a volta da democracia.
“A anistia naquele momento foi ampla, geral e irrestrita. Essa foi a regra que nós aceitamos para fazermos a transição democrática do jeito que fizemos”, disse.
O presidenciável comentou ainda a decisão da Executiva do PT de incluir, nas diretrizes do programa de governo da candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff, a previsão de regulação dos meios de comunicação para “proteger e promover os direitos humanos e combater os monopólios”.
“Quem regula a imprensa é o eleitor. Se eu não gosto de determinado veículo eu passo para outro.”


Saiba Mais: globo

RONALDO GORDO : UM FENÔMENO DE OTÁRIO



 
O “fenômeno” Ronaldo nem parece o mesmo da final da Copa de 98.
 
Por: Fernando Brito

“Tem que baixar o cacete nos vândalos”, diz ele na Folha, estreando em seu papel de porta-voz de Aécio Neves.
Baixar o cacete, Ronaldo, é antijogo, mesmo quando o adversário está praticando lambanças.
Quando morrer um na pancadaria, não adianta ficar de “mimimi”. É um ser humano que morre.
Vidraça, lata de lixo, a gente põe outra, com sacrifício e prejuízo.
Mas lançar uma tropa em cima de um grupo, mesmo um grupelho como os “blackblocs” gritando a ela “baixe o cacete à vontade” termina nisso, Ronaldo.
É o que você quer, logo você que se entupiu de dinheiro de propaganda da Copa e gozou sabe-se lá que mordomias do Comitê Olímpico da Fifa?
Esse aqui é um país civilizado, Ronaldo, por mais que gente que se comporta como “black bloc”, por mais que grupos de mídia e personagens como você ganhem o dinheiro a rodo com a Copa e depois apontem o dedo para o poder público e se finjam de “envergonhados” achem que isso é uma terra de bobos, de otários, que não vêem a hipocrisia?
Porque os gastos públicos são transparentes, expostos, todo mundo pode saber.
Mas os ganhos desta turma de “bacanas”, ah, este é sigiloso, secreto, impublicável e, só na visão de vocês, meritório.
Até a pobrezinha da Fifa “está traumatizada”, embora o trauma não a impeça de se entupir de dinheiro, quase o necessário para construir todos os estádios três vezes: US$ 10 bilhões , ou R$ 22 bilhões.
Agora você convoca o povo para “ fazer a maior manifestação de todos os tempos, em 5 de outubro, nas eleições”.
É isso o que você vai fazer no microfone da Globo?
Vai pedir que a polícia “baixe o cacete” numa meia dúzia de imbecis que sonha com isso, muita cacetada, bomba, fumaça de gás tudo o que possa radicalizar o clima, estragar a festa do futebol - aí, sim – envergonhar o Brasil?
E como ficam nossos jogadores, disputando uma partida em uma praça de guerra, com a PM baixando o cacete a torto e a direito, porque, você sabe, quando o marmelo começa a cantar, dá em Pedro, João e Antônio sem a menor cerimônia.
Vai torcer para o nosso time tremer na base, como você, e entregar o ouro, também?
Como diz o pessoal do “mercado”, isso ajuda o Aécio?
Você preste atenção, Ronaldo.
O povo brasileiro, na sua quase infinita generosidade o perdoou por muitas “derrapadas”.
Você virou algo mais ridículo que o personagem-símbolo do “mala sem alça” do esporte.
Cala a boca, Ronaldo.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

BARBOSA VISITOU HOJE DILMA, RENAN E ALVES: JOGOU A TOALHA ?



Presidente do STF esteve na manhã desta quinta-feira 29 no Palácio do Planalto, em audiência com presidente Dilma Rousseff; em seguida, foi ao Congresso, onde teve encontros formais com os presidentes Renan Calheiros, do Senado, e Henrique Alves, da Câmara (foto acima); ilhado 
nos meios jurídicos e a cinco meses do final de seu mandato na presidência do Supremo, ele está antecipando suas despedidas do cargo, a cinco meses do fim do seu mandato; agora é só uma questão de horas.

247 – O presidente do STF, Joaquim Barbosa, está cumprindo nesta quinta-feira 29 um roteiro de audiências formais que representa uma verdadeira cerimônia do Adeus. Pela manhã, ele esteve com a presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto, e em seguida foi ao Congresso encontrar os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e Henrique Alves, da Câmara dos Deputados. 247 apurou que Barbosa está antecipando suas despedidas do cargo, a cinco meses do final de seu mandato (aqui).
Ilhado nos meios jurídicos e criticado abertamente pela Procuradoria Geral da República e todas, sem exceção, associações de magistrados, ele perdeu a admiração de seus pares. Barbosa já havia antecipado que iria deixar o cargo de presidente do STF antes do final de seu mandato. Hoje, colocou em prática a promessa. Acredita-se que, agora, é questão de horas ou poucos dias para ele pendurar a toga.

A COPA NOS TEMPOS DE FEBRE CANINA




SO FALTARAM OS BRIOCHES DE ANTONIETA - SUPREMO ALTERA O SISTEMA DE JULGAMENTO DE CONGRESSISTAS, MINISTROS E OUTROS SEMI-DEUSES

Os tucanos agradecem !

O STF (Supremo Tribunal Federal) aprovou nesta quarta-feira (28) uma resolução que altera a forma como o tribunal vai julgar congressistas e ministros de Estado.
(…)

 

Os julgamentos nas turmas devem garantir ainda mais privacidade aos ministros, tendo em vista que as sessões não são transmitidas pela TV Justiça. Hoje, as sessões do plenário passam pela TV do Supremo. Alguns ministros, nos bastidores, chegam a criticar a transmissão e defendem sessões mais reservadas.
A discussão teria começado após o julgamento do mensalão, em 2012, maior e mais turbulento caso analisado na história do tribunal que consumiu 69 sessões, ao longo de 20 meses.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Após invasão de hackers, e-mails do Itamaraty devem ser normalizados nesta quarta-feira

Alguém no Brasil duvida quem é o suspeito principal?

Governo garante que não houve acesso a dados confidenciais durante o ataque

Do R7, com Cláudia Gonçalves, da TV Record, em Brasília

Itamaraty garante que nenhum dado confidencial foi acessado.

Depois da invasão de hackers à rede de comunicação interna do Ministérios das Relações Exteriores em todo mundo, nesta terça-feira (27), a assessoria do Itamaraty informou que o sistema de e-mails do órgão será totalmente normalizado até o fim desta quarta-feira (28).
O sistema de e-mails do Itamaraty sofreu um ataque nos últimos dias deixou o Ministério sem comunicação com as embaixadas brasileiras ao redor do mundo.
Segundo o Itamaraty, o ataque detectado foi o chamado de fishing, quando criminosos virtuais tentam roubar senhas das contas de e-mail ao mandar e-mails disfarçados de fontes e empresas confiáveis.

No entanto, o governo garante não houve acesso a dados confidenciais e elimina o risco de vazamento de informações importantes. De acordo com o Itamaraty, os dados sigilosos não são transmitidos por e-mails, mas sim por telegramas.
O Itamaraty acionou a Polícia Federal e ao Centro de Tratamento de Incidentes de rede do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, que investigam o caso.
Segundo Ministério de Relações Exteriores, a rede do Itamaraty sofre constantes ataques de hackers, mas essa foi a primeira vez que a ação dos invasores teve maior impacto no sistema.

Dilma: oposição representa retrocesso e desemprego

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Em jantar com lideranças do PMDB, presidente trocou afagos com partido, obteve de Michel Temer garantias para renovar apoio e cutucou adversários: “Essa é uma aliança para governar e garantir os ganhos para a população e uma das chapas que está aí representa retrocesso, recessão e desemprego”, em alusão ao tucano Aécio Neves; em outro momento, mirou diretamente Eduardo Campos (PSB): “Tem candidato que uma hora diz que é contra o agronegócio, porque polui, porque é a favor do meio ambiente. Outra hora diz que vai colocar meta de inflação em 3%, o que representa desemprego e recessão” 

No 247

E a Folha contou a história pela metade - omitiu a crítica negativa do Papa sobre a mídia argentina



A notícia capenga da Folha de SP

Agora foi a vez do Papa criticar os meios de comunicação


Depois da polêmica envolvendo uma carta enviada pelo Papa Francisco à Cristina Kirchner para felicitar a Argentina pela comemoração do dia 25 de maio, data que marca o início do processo de Independência do país, foi a vez do próprio Papa criticar os meios de comunicação local.

Tudo começou quando o governo argentino tornou público o comunicado do Vaticano dirigido ao país. Para surpresa do governo, logo depois de transmitida a informação, um importante representante da Igreja argentina negou a veracidade do documento, acusando o governo de divulgar documentos falsos. Não demorou muito tempo para os grandes grupos de comunicação começarem a fazer chacota com o episódio, criando um sensacionalista clima de escândalo, sem antes mesmo de checar se a informação era correta, apesar de o governo ter confirmado que o documento era legítimo.

Somente hoje de manha, a Igreja confirmou a veracidade da carta. Por meio de um comunicado do Embaixador argentino no Vaticano, o Papa Francisco se mostrou "incomodado" com alguns meios de comunicação que "quiseram tirar água de terra árida para gerar conflitos sem ter o rigor de informar à sociedade com a verdade"



Saiba mais sobre a polêmica aqui.

Fonte: Argentina etc

O AVANÇO CULTURAL E ELITORAL DA DIREITA FASCÍSTA

Por Theófilo Rodrigues, no jornalCorreio do Brasil:
Neste domingo o povo europeu foi para as urnas. Diversos países realizaram eleições para escolher seus representantes para o Parlamento Europeu. Além disso a Ucrânia elegeu seu novo presidente. O resultado foi um verdadeiro balde de água fria para os cosmopolitas e internacionalistas de todo o mundo. 
 
A vitória da direita anti-imigrantes foi generalizada no Parlamento Europeu enquanto um bilionário assumiu a presidência da Ucrânia. Também no domingo ocorreram eleições municipais na Venezuela onde candidatas anti-chavistas venceram. Mas o que tudo isso significa para o Brasil?



Na França o partido da extrema-direita, Frente Nacional, foi o maior vitorioso da eleição para o Parlamento Europeu que ocorreu neste domingo. O partido de Jean Marie Le Pen e de sua filha Marine Le Pen alcançou 25% dos votos dos franceses ampliando a voz da xenofobia e do racismo no país. Para os desavisados, Le Pen é aquele que disse em recente comício que a solução para o fim da imigração na Europa seria o mortal vírus africano Ebola. “O ‘Sr. Ébola’ é capaz de resolver tudo isso em três meses”, afirmou um sombrio Le Pen. Gente finíssima. O partido conservador UMP ficou em segundo lugar com 20% dos votos, enquanto o Partido Socialista, do presidente François Hollande, em terceiro com 14%. O que mais impressionou foi o alto nível de abstenção que passou de 57%.



Na Alemanha, o partido conservador CDU, de Angela Merkel, venceu a eleição para o Parlamento Europeu mais uma vez. Contudo, o dado mais relevante está no fato de pela primeira vez, o partido neonazista alemão NPD ter eleito um representante para o Parlamento Europeu.



Na Inglaterra o Partido da Independência do Reino Unido (UKIP), de extrema direita, liderado por Nigel Farage e que se posiciona abertamente contra a imigração também foi o vitorioso na eleição para o Parlamento Europeu. Isso num país que já é dirigido pelo Partido Conservador do primeiro-ministro David Cameron. Já na Dinamarca foi o anti-imigrantes Partido do Povo Dinamarques o grande vitorioso.



Na Ucrânia o magnata Petro Poroshenko, conhecido como o “rei do chocolate”, acabou de vencer a eleição presidencial do país. Em sua primeira declaração pública disse que irá governar o país como se fosse sua empresa, a Roshen. O que isso quer dizer ainda não se sabe.



Do lado de cá do Atlântico a Venezuela realizou também neste domingo eleições em dois municípios. Candidatas da oposição antichavista, Patricia de Ceballos e Rosa de Scarano conquistaram as prefeituras de San Cristóbal, capital do estado de Táchira, e de San Diego, em Carabobo, respectivamente. Patricia de Ceballos ganhou a prefeitura de San Cristóbal com 73,4% dos votos, enquanto Rosa de Scarano conquistou 87,8% dos votos em San Diego.



O Brasil não parece ser um caso diferente do que vem ocorrendo no resto do mundo. Não que a direita esteja ganhando eleições por aqui nos últimos anos. Todavia, suas ideias vem ocupando certo espaço no imaginário social e político.



O principal candidato do campo conservador para as eleições que ocorrerão em outubro deste ano, Aécio Neves, do PSDB, afirma publicamente que está “preparado para medidas impopulares”. Seu principal consultor econômico, Armínio Fraga, em entrevista para o jornal Estado de São Paulo mencionou quais serão as balizas do programa econômico do PSDB: (1) para reduzir os custos do governo será necessário baixar o salário mínimo que está muito alto; (2) para baixar a inflação terá que aumentar a taxa de desemprego. Tudo isso sob a elegante insígnia de “choque de gestão”.



No entanto, não é apenas na dimensão eleitoral que a direita vem arregaçando suas mangas. No espectro simbólico e cultural o preconceito truculento e reacionário também vem crescendo. Após alguns comentários recheados de ódio feitos pela comentarista do Jornal do SBT, Rachel Sheherazade, uma série de crimes de vingança e linchamento começaram a ocorrer por todo o país, como o caso da jovem que foi agredida até a morte no interior de São Paulo. Papel tenebroso televisionado absurdamente por uma concessão pública e que encontra sócios em grande parte dos meios de comunicação.



O Brasil que na luz do dia vem retirando milhares de pessoas da condição da pobreza, desenvolvendo suas forças produtivas, redistribuindo renda e avançando nas relações sociais de produção não pode perder para o Brasil da minoria obscura que quer o ódio elitista e a volta do passado. O Brasil não merece tal retrocesso. Mas isso depende da nossa capacidade criativa de construir e vocalizar um projeto coletivo de futuro, feito de baixo para cima e alicerçado na solidariedade. Como diria Martin Luther King, “o que me preocupa não é o grito dos maus, mas sim o silêncio dos bons”.


Altamiro Borges

EX-PRESIDENTE TUCANO FERNANDO HENRIQUE CARDOSO E REPSOL ,VIRAM ALVOS DA CPI DA PETROBRAS



Ausentes, oposicionistas levam drible; CPI da Petrobras no Senado aponta baterias para período do governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002); pedido formal sobre documentos sigilosos de troca de ativos entre a Petrobras e a multinacional espanhola Repsol é formalizado ao STJ; para ficar com refinaria de Bahía Blanca, na Argentina, companhia brasileira cedeu, em 2001, participação em duas refinarias nacionais e mais 750 postos de combustíveis; prejuízo estimado em US$ 2,5 bilhões; presidente Graça Foster falou hoje à CPI, na terceira ida dela ao Congresso; "Nas condições do momento em que foi feita, compra de Pasadena foi um bom negócio. Depois, não", repetiu ela; sem novidades, foco muda.

Fantasma do passado:


Em 7 de março de 2002, o jornal Estadão noticiava "Subsidiária da Petrobras na Argentina tem prejuízo de R$ 790 milhões". Da notícia tratada com discrição extraímos as informações:
Em dezembro de 2001 a Argentina estava quebrada, implantando o "curralito", ou seja, o confisco da poupança e depósitos bancários, semelhante ao Plano Collor no Brasil.
Nem precisa desenhar que quem estava com investimentos na Argentina queria sair, como a Repsol que tinha perspectivas de obter retorno na refinaria de Bahia Blanca. E quem não estava com dinheiro investido lá nem pensava em entrar. Menos a diretoria tucana da Petrobras, naquele governo FHC/PSDB/Aécio.
No mesmo mês de dezembro de 2001, os tucanos fecharem o negócio da troca da refinaria argentina da Repsol por parte da REFAP (Refinaria Alberto Pasqualini, no Rio Grande do Sul) e entregando centenas de postos de gasolina BR no Brasil para a Repsol, no mesmo pacote.
Um presentão de mãe para filho aos espanhóis donos da Repsol.
Menos de um mês depois, em janeiro de 2002, a Petrobras já contabilizava o prejuízo na refinaria Argentina de R$ 790 milhões em dinheiro da época, pela desvalorização do peso frente ao dólar (coisa que era mais do que prevista e anunciada, na época).
O peso argentino valia US$ 1,15 em dezembro de 2001 e disparou para US$ 1,95 em janeiro de 2002.
Corrigindo o valor do prejuízo da Petrobras de apenas um mês na Argentina para valores de hoje (2014) dá R$ 2 bilhões (pelo IGP-M).
A Repsol se deu bem em cima dos cofres públicos da Petrobras, quando era administrada pelos tucanos. A REFAP deu lucro líquido de R$ 190 milhões em 2001.
O prejuízo total das perdas do patrimônio cedido no Brasil pode chegar a bem mais do que isso. Fala-se até em US$ 2,5 bilhões.
Detalhe curioso: a troca da refinaria foi fechada três dias antes do então presidente da Petrobras Henri Phillipe Reischstul deixar o cargo.
Qual a diferença deste caso com o caso Cacciolla? Em ambos os casos teve uma operação cambial lesiva ao erário. No caso Cacciolla foi com o Banco Central que "comprou" o rombo com dinheiro público. No caso da Repsol foi a Petrobras que "comprou" o prejuízo anunciado da Repsol.
Hoje (27) a CPI da Petrobras aprovou por unanimidade requerimento pedindo as cópias de processos em análise no Superior Tribunal de Justiça (STJ) que tratam da troca dessa suposta negociata.
Isso explica porque o senador Aécio Neves (PSDB-MG) passou a fugir do assunto Petrobras, e não passa nem na porta da sala da CPI.

terça-feira, 27 de maio de 2014

UCRÂNIA: NOVO PRESIDENTE INICIA MANDATO DERRAMANDO MAIS SANGUE - GUERRA ABERTA EM DONETSK


Grief: A woman in the city of Slovyansk after seeing the body of her neighbour, a civilian killed by shrapnel

Caças do governo de Kiev bombardeiam posições de independentistas que tomaram o aeroporto internacional de Donetsk, e há também combates em torno da estação de metrô. 
Action: The crisis in eastern Ukraine spilled over into violence, with pro-Russian separatists (pictured) coming under fire from the government after descending with guns and rocket launchers on the airport
Forças pro-Rússia ocuparam o aeroporto se mobilizam durante o ataque ao aeroporto

Petro Poroshenko, novo presidente ucraniano eleito com 54% dos votos, promete lutar por uma Ucrânia unificada.
Helicóptero sobrevoando o aeroporto de Donetsk. Imagem da RT

O aeroporto e a estação de comboios de Donetsk, no leste da Ucrânia, estão transformadas em cenário de guerra... 
Killed: The fighting was not limited to Donetsk airport. In the eastern city of Slovyansk, 60-year-old Olga Prokhorenko lay dead by the roadside (pictured) after being hit by shrapnel. She was attended to by medics
Mulher ferida por estilhaços de bomba é atendida por paramédicos

pouco mais de 24 horas após a vitória do milionário Petro Poroshenko nas eleições presidenciais ucranianas. 
A Pro-Russian insurgent takes position on the roof of the Donetsk international airport
pró-russos se posicionam no alto do aeroporto

Caças e helicópteros do governo de Kiev dispararam sobre as milícias de autodefesa que defendem a independência da região. 
Death: Citizens react as they see the lifeless body of a man killed by shrapnel following a shelling from Ukrainian government forces in Slovyansk
Morte: Cidadãos reagem chorando indignados diante do corpo sem vida de um conhecido morto por estilhaços após um bombardeio das forças do governo ucraniano em Slovyansk

Estas forças ocuparam na madrugada desta segunda-feira o aeroporto internacional, e agora as tropas ucranianas tentam desalojá-las.

Segundo o colaborador do Público.es Alberto Sicília, que se encontra próximo do aeroporto, vários caças Sukoi e MiG sobrevoaram o aeroporto e bombardearam as posições daqueles a quem o governo de Kiev chama de “terroristas”. 
Injury: Pro-Russians helped a fellow fighter into the back of a car after he was hurt near Donetsk airport
Combatente Pró-russo ferido é socorrido por companheiros

Um comunicado da autoproclamada República Popular de Donetsk afirma que “os ocupantes ucranianos bombardeiam o aeroporto internacional de Donetsk. 
The air strikes appeared to be the most visible operation of the Ukrainian troops since they started a crackdown on insurgents last month. Pictured: A flare released by one of the Ukrainian helicopter gunships
Há caças-bombardeiros. Sobre o céu de Donetsk há aviões e helicópteros.”
 Militants: Pro-Russians arrived earlier today and demanded the withdrawal of Ukrainian patrol troops
Ao mesmo tempo, tropas dos dois lados combatiam pelo controle da estação de metrô de Donetsk, onde teriam já morrido pelo menos duas pessoas.

                        Primeiro teste de Poroshenko

Vow: Prior to news of the strike, Ukraine's new president-elect Petro Poroshenko had promised to negotiate an end to a pro-Russia insurgency in the east and saying he was willing to begin talks with Moscow
Petro Poroshenko - inicio de mandato com as mãos sujas de sangue
O milionário Petro Poroshenko venceu as eleições com 54% dos votos, evitando um segundo turno eleitoral. Em segundo lugar ficou a ex-primeira-ministra Yulia Tymoshenko, com cerca de 13% dos votos.
Um porta-voz do governo ucraniano afirmou que foi dado um ultimato para que as instalações sejam desocupadas; caso contrário, serão tomadas “medidas de força para libertar o aeroporto”.

Caught in the crossfire: A civilian in summer shorts was forced to run for cover amid fighting near the airport
O novo presidente ucraniano, Petro Poroshenko, anunciou que o seu primeiro objetivo é pôr fim à guerra que se instala no oriente do país. O milionário venceu as eleições com 54% dos votos, evitando assim ter de se apresentar a um segundo turno eleitoral. Em segundo lugar ficou a ex-primeira-ministra Yulia Tymoshenko, com cerca de 13% dos votos.
On the run: Journalists flee from the fighting outside the airport amid tensions unseen since the Cold War
Poroshenko afirmou que a eleição presidencial foi de âmbito realmente nacional, tendo votado todo o país. Prometeu uma amnistia às forças pró-independência que entregarem as armas, mas prometeu uma luta sem quartel aos responsáveis pela morte de pessoas na região.
Sporting chance: Mr Poroshenko appeared alongside Kiev mayoral candidate, heavyweight boxer Vitalii Klitschko at the press-conference in Kiev today
Poroshenko
Poroshenko comprometeu-se na campanha eleitoral a lutar por uma Ucrânia unificada, o que inclui a devolução da Crimeia, e uma opção europeia, com o reforço das ligações com a União Europeia.

 Fonte: Público

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LEMBRANDO UM CERTO BÚLGARO CÉLEBRE


Georgi Mikhailovich Dimitrov.

Georgi Dimitrov (1882-1949), líder comunista, dirigente da III Internacional (Komintern, a internacional comunista) e por fim premiê da Bulgária. Resistiu ao golpe de Estado na Bulgária em 1923 e foi obrigado a fugir para a Iugoslávia, sendo condenado à morte in abstensia. Acabou indo para a União Soviética, onde viveu até 1929. Foi deslocado para Berlim para chefiar a seção Europa Central do Komintern. Ganhou notoriedade em 1933, quando foi preso com outros dois búlgaros sob a falsa acusação de ter organizado o famoso incêndio do Reichstag (Parlamento) alemão. 
Hitler, Goering e Goebbels

Dimitrov desmoralizou o julgamento e irritou líderes nazistas como Goering e Goebbels no Tribunal de Leipzig ao desmontar provas fabricadas, defender a posição dos comunistas e acusar os próprios nazistas de terem provocado o incêndio. O julgamento teve repercussão internacional e os nazistas, ainda engatinhando, foram obrigados a absolver e libertar Dimitrov.
(Stálin certamente tomou precauções para não repetir os erros dos nazistas nos Processos de Moscou, de 1936-1938).


Léon Blum e a Frente Popular na França (1936)
Dimitrov tornou-se secretário-geral da III Internacional em 1934 e conduziu a mudança da linha politica ultraesquerdista então vigente no organismo, a linha do "social-fascismo", que não reconhecia diferenças entre social-democratas e nazistas e foi em grande parte responsável pela vitória de Hitler. No VII Congresso do Komintern, em 1935, Dimitrov apresentou a proposta de formação de Frentes Populares, coalizões de forças antifascistas (comunistas, socialistas e democratas). Governos com esse caráter ganharam eleições na Espanha e na França (1936) e no Chile (1938) e essa política orientou os PCs durante a Segunda Guerra e por um longo período. A ideia de Frente Popular posteriormente daria origem a movimentos reformistas como o "Compromisso Histórico" do PCI com a Democracia Cristã na Itália e o Eurocomunismo, na Europa ocidental, uma tentativa de transformar alguns PCs em "terceira via" entre a social-democracia e o bolchevismo. Era a utopia da revolução por via democrática, que levou Salvador Allende ao poder no Chile em 1970 e foi tragicamente afogada em sangue em 11 de setembro de 1973.

Berlinguer, um dos pais do Eurocomunismo
Em 1946 Dimitrov se tornou primeiro-ministro da Bulgária, embora tivesse cidadania soviética. Tentou formar, com o dirigente iugoslavo Josip Broz Tito, uma Federação Balcânica que unisse a Iugoslávia, a Macedônia e a Bulgária, mas as negociações fracassaram. Tito acabaria sendo excomungado pelo movimento comunista internacional e a ideia da federação foi um pretexto para condená-lo - ao qual o próprio Dimitrov depois aderiu. O dirigente búlgaro sempre foi um fiel stalinista e instaurou um regime repressivo na Bulgária, mas seria um erro julgá-lo à luz das condições históricas atuais. Até a morte de Stálin, em 1953, muitos dos que depois seriam considerados reformistas - como Kruschóv e Imre Nagy - também eram stalinistas. Dentro das circunstâncias históricas   -"O homem é ele e suas circunstâncias", segundo Ortega y Gasset -  Dimitrov desempenhou um papel central na luta contra o fascismo. E a a ideia de Frente Popular inspirou tentativas de transformação social como o primeiro governo de François Mitterrand na França e os da Concertación no Chile.   

BOMBA! - TUCANOS OFERTARAM R$ 20 MILHÕES PARA O PMDB COLIGAR EM MINAS GERAIS


No Blog do Parsifal

O ex-ministro da Agricultura do governo Dilma Rousseff, deputado federal Antônio Andrade (PMDB-MG), ateou fogo na pré-campanha mineira: afirmou ontem (26), em entrevista coletiva, que o presidente do PSDB de Minas, deputado federal Marcus Pestana, ofereceu a ele R$ 20 milhões, e a vaga do Senado, para que o PMDB coligasse com o PSDB no estado.
 


O PMDB já está fechado com o PT em Minas e, segundo Andrade, a intenção do PSDB ao fazer a oferta era isolar o PT no Estado.
"A declaração é uma mistura de irresponsabilidade, delírio e leviandade. Nosso padrão ético é diferente e ele que não venha nos medir com a régua e compasso de suas medidas, que não são a nossa", reagiu Pestana, ao saber das declarações de Andrade.


As declarações de Andrade não são inverossímeis: não raro, e até frequentemente, as articulações partidárias passam por argumentos impressos na Casa da Moeda.
Crível, idem é, que Andrade tenha aumentado, ou até inventado a trolha, pois embora se diga que “o povo aumenta, mas não inventa”, não é isso vero na política, onde se aumenta e se inventa.
Uma coisa, porém, na frase de Pestana, ao norte escrita, não é verdade: o padrão ético do PSDB não é diferente coisíssima nenhuma, pois na política a régua que mede o metro é a mesma que toma o comprimento do centímetro, e a única coisa que muda na prova da roupa é o tamanho da contabilidade.
Os ranfastídeos adoram fingir que são éticos.  O pior é que alguns acreditam que o são, o que passa a ser cinismo. E aí mora um grande problema, pois com disse Alphonse Allais, “o cinismo destrói a eficácia”.

O maior estadista da America Latina, Lula da Silva, ganha estátua de bronze ao lado da Casa Branca nos Estados Unidos (Chora,Jabor!)

  Ex-presidente Lula ganha estátua em Bronze ao lado da Casa Branca

Peça faz parte da exposição de artista chinês em homenagem aos dez maiores homens das Américas de todos os tempos.

Carolina Martins, do R7, em Brasília
Uma estátua em bronze do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi instalada, nesta segunda-feira (26), no centro de Washington (EUA), próximo à Casa Branca – centro do poder nos Estados Unidos.

 
Lula é homenageado em exposição sobre os grandes homens das Américas e ganha busto ao lado da Casa Branca, nos EUA Reprodução / Facebook

O busto de Lula faz parte de uma exposição, inaugurada nesta segunda, no National Mall – um grande jardim localizado ao lado do centro administrativo de Washington. A obra é do artista chinês Yuan Xikun, que faz uma homenagem aos que ele considera os dez grandes homens daa Américas.

Além da estátua de Lula, há representações do presidente assassinado dos Estados Unidos, Abraham Lincoln, do líder político das guerras de independência da América Espanhola, Simon Bolívar, e do escritor colombiano Gabriel García Márquez, que morreu em abril.
De acordo com a assessoria do Instituto Lula, o ex-presidente foi convidado para participar da inauguração, mas não pôde comparecer porque tinha compromissos agendados que não poderiam ser remarcados.
O Instituto ainda não sabe dizer se Lula vai visitar a exposição.

O 'CINEASTA'' MEDÍOCRE E 'BABA OVO' MAIS FERRENHO DA FAMIGLIA MARINHO TENTA NOVAMENTE DESQUALIFICAR O BRASIL

247 - Arnaldo Jabor, em campanha aberta pelo insucesso da Copa de 2014 e pela derrota do PT nas eleições de outubro, agora se coloca como uma espécie de anti-Nelson Rodrigues. Se o dramaturgo via o Brasil como a "pátria de chuteiras", Jabor enxerga "chuteiras sem pátria". Se Jabor criticava o "complexo de vira-latas" do brasileiro, Jabor nos vê como um bando de fracassados. "Somos hoje uma nação de humilhados e ofendidos, debaixo da chuva de mentiras políticas, violência e crimes sem punição. Descobrimos que o País é dominado por ladrões de galinha, por batedores de carteira e traficantes", diz ele.
Para ele, não teremos uma Copa do Mundo, mas sim a "Copa do medo", sobre a qual paira o risco de um vexame planetário. "O mais claro sinal de que vivemos uma mutação histórica é esta Copa do Medo. Há o suspense de saber se haverá um vexame internacional que já nos ameaça. Será péssimo para tudo, para economia, transações políticas, se ficar visível com clareza sinistra nossa incompetência endêmica, secular", diz Jabor.
Na verdade, para as pretensões de Jabor, não será tão ruim assim. Ele torce por esse vexame. Leia, abaixo, seu artigo:
A Copa da esperança e a Copa do medo
Arnaldo Jabor
Meu avô chegou em casa chorando. As ruas estavam desertas e o silêncio era total. Isso, no dia 16 de julho de 1950, quando o Brasil perdeu para o Uruguai. Lembro de meu avô dizendo que só se ouviam os sapatos. Os chinelos, até pés descalços desciam as rampas do Maracanã e, vez por outra, alguém soluçava. Eu era pequeno e não entendia bem aquele desespero que excitava a criançada - ver adultos chorando! Muitos anos depois o Nelson Rodrigues me disse a mesma coisa: só os sapatos falavam. Mas por que isso aconteceu?
A guerra tinha acabado, a Fifa nos escolhera para a sede da Copa porque a Europa estava ainda muito combalida pela guerra. Tivemos de construir o Maracanã, que o prefeito Mendes de Morais inaugurou como se fosse o símbolo de um Brasil novo - o maior estádio do mundo. Getúlio Vargas já era candidato a presidente democraticamente eleito e tínhamos a sensação que deixaríamos de ser um país de vira-latas para um presente que nos apontava o futuro. O governo Dutra tinha gasto a maior parte de nossas altas reservas do pós-guerra em importações americanas. Inteiramente submisso ao desejo dos gringos, nos enchemos de produtos inúteis: meias de nylon, chicletes de bola, bolinhas de gude coloridas com que jogávamos, ioiôs, carros importados, o novo clima do cinema americano, dos musicais da Metro, o sonho de alegria e orgulho que pedimos emprestado aos Estados Unidos. Com ingênua esperança de modernidade, achávamos que nossa vez tinha chegado. E fomos ao jogo para ver nossa independência. Tínhamos certeza absoluta da vitória. Os jornais já fotografavam os jogadores do "scratch" como campeões invencíveis. Tínhamos ganho tudo. Apenas um empate com a Suíça, sete a um contra a Suécia, seis a um contra a "fúria" espanhola. O estádio estava cheio de ex-vira-latas, de ex-perdedores; como diria Nelson Rodrigues, todos éramos patrióticos granadeiros bigodudos e dragões da independência, Napoleões antes de Waterloo. Não queríamos apena uma vitória, mas a salvação. Só a taça aplacaria nossa impotência diante da eterna zona brasileira. Queríamos berrar ao mundo: "Viram? Nós somos maravilhosos!".
Precisando de somente um empate, a seleção brasileira abriu o marcador com Friaça aos dois minutos do segundo tempo, mas o Uruguai conseguiu a virada com gols de Schiaffino e Ghiggia. Claro que foi um terrível lance de azar, mas, para nós, o mundo acabou. No estádio mudo, sentia-se a respiração custosa de 200 mil pessoas. Ouvia-se a dor. Foi uma mutação no País.
Não estávamos preparados para perder! Essa era a verdade. E a certeza onipotente leva à desgraça. Traz a morte súbita, a guilhotina. Sem medo, ninguém ganha. Só o pavor ancestral cria uma tropa de javalis profissionais para o triunfo, só o pânico nos faz rezar e vencer, só Deus explica as vitórias esmagadoras, pois nenhum time vence sem a medalhinha no pescoço e sem ave-marias. Isso é o óbvio, mas foi ignorado. E quando o óbvio é desprezado, ficamos expostos ao sobrenatural, ao mistério do destino. Um amigo meu, já falecido, Paulo Perdigão, escreveu um livro essencial para entender o País naquela época - A Anatomia de Uma Derrota, em que ele cria uma frase que nos explicava em 50 e que nos explica até hoje: o Brasil seria outro país se tivéssemos ganho "aquela" Copa, "naquele" ano. "Talvez não tivesse havido a morte de Getúlio nem a ditadura militar. Foi uma derrota atribuída ao atraso do País e que reavivou o tradicional pessimismo da ideologia nacional: éramos inferiores por um destino ingrato. Tal certeza acarretou nos brasileiros a angústia de sentir que a nação tinha morrido no gramado do Maracanã..." E aí ele escreveu a frase rasgada de dor: "Nunca mais seremos campeões do mundo de 1950!".
Esta sentença nos persegue até hoje. Talvez nunca mais tenhamos o peito cheio de fé como naquele ano remoto.
Lá, sonhávamos com um futuro para o País. Agora, tentávamos limpar nosso presente. Somos hoje uma nação de humilhados e ofendidos, debaixo da chuva de mentiras políticas, violência e crimes sem punição. Descobrimos que o País é dominado por ladrões de galinha, por batedores de carteira e traficantes. E mais grave: a solidariedade natural, quase 'instintiva', das pessoas está acabando. Já há uma grande violência do povo contra si mesmo. Garotos decapitam outros numa prisão, ônibus são queimados por nada, meninas em fogo, presos massacrados, crianças assassinadas por pais e mães, uma revolta sem rumo, um rancor geral contra tudo. Repito: estamos vivendo uma mutação histórica.
Há uma africanização de nossa desgraça, com o perigo de ser irreversível. E não era assim - sempre vivemos o suspense e a esperança de que algo ia mudar para melhor.
Isso parece ter acabado. É possível que tenhamos caído de um 'terceiro mundo' para um "quarto mundo". O quarto mundo é a paralisação das possibilidades. Quem vai resolver o drama brasileiro? As informações criam apenas perplexidade e medo, mas como agir? Não há uma ideologia que dê conta do recado.
O mais claro sinal de que vivemos uma mutação histórica é esta Copa do Medo. Há o suspense de saber se haverá um vexame internacional que já nos ameaça. Será péssimo para tudo, para economia, transações políticas, se ficar visível com clareza sinistra nossa incompetência endêmica, secular. Nunca pensei em ver isso. O amor pelo futebol parecia-me indestrutível. O governo pensava assim também, com o luxo dos gastos para o grande circo. E as placas nas ruas se sucedem: "Abaixo a Copa!". "Queremos uma vida padrão Fifa!"
Como vão jogar nossos craques? Com que cabeça? Será possível ganharmos com este baixo astral, com a gritaria de manifestantes invadindo os estádios? Haverá espírito esportivo que apague essa tristeza?
Antes, nas copas do mundo, éramos a pátria de chuteiras. Hoje, somos chuteiras sem pátria.