Procurador lamenta demora no julgamento dos processos da Sudam
Senador Jader Barbalho teria usado influência política para desviar verbas.
Prejuízo aos cofres públicos com projetos fraudulentos chega a R$ 1 bilhão.
O procurador Rodrigo Bernardo Santos (foto abaixo) que hoje atua em São José do Rio
Preto, analisou processos do caso Sudam quando era do ministério público
Federal do Tocantins e critica a
lentidão no julgamento das ações que cobram a devolução do dinheiro desviado.
lentidão no julgamento das ações que cobram a devolução do dinheiro desviado.
“Lamentamos, já que realmente o processo é muito demorado. Essa ação
foi ajuizada em 2007 e só agora teve seu encerramento, ainda em primeira
instância, cabendo ainda recurso aos tribunais superiores, então,
podemos contar com alguns anos ainda até que efetivamente esse dinheiro
retorne ao erário”, disse o procurador.
As investigações revelaram que o senador Jader Barbalho usava a
influência política para indicar os diretores da Sudam. José Artur
Guedes Tourinho, superintendente da Sudam entre 1996 e1999, foi uma das
indicações do senador. De acordo com os procuradores, a gestão de
Tourinho foi marcada pela liberação fraudulenta de recursos para
projetos.
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“Se descobriu que o superintendente da Sudam na época, o senhor
Tourinho, foi indicado por ele no âmbito político, e outros servidores
da Sudam também. Ele tinha essa ascendência política, isso ficou
comprovado por meio de documentos e depoimentos, e também, na época, por
meio de interceptações telefônicas”, completou.
Esta semana, uma decisão da Justiça do Tocantins condenou Jader
Barbalho a devolver uma quantia que pode chegar a 21 milhões. Para o
juiz, Jader recebeu 20% do dinheiro repassado pela Sudam para uma
empresa de grãos de Cristalândia, no Tocantins, que teve o projeto
aprovado em 1998. Documentos falsos foram usados para justificar a
aplicação de mais de 11 milhões de reais.
De acordo com as investigações, a Sudam liberava quantias milionárias
para projetos que deveriam promover o desenvolvimento na Amazônia. Mas
faziam parte de um esquema que enriquecia os envolvidos nas fraudes. A
farra com os incentivos fiscais da Sudam é um dos maiores escândalos de
corrupção do país e de acordo com os procuradores do caso provocou um
rombo gigantesco aos cofres públicos.
“Valores atualizados superam R$ 1 bilhão muito fácil. Então, o projeto,
a ideia original era muito boa. E nós, ao final de tudo, talvez uma
década de investigação, nós pudemos ver que a atividade econômica no
local não se desenvolveu em razão do projeto Sudam. Muito em razão dos
desvios que ocorreram”, disse.
A assessoria do senador Jader Barbalho informou que vai recorrer da
decisão judicial. O ex-superintendente da Sudam, Artur Tourinho, foi
procurado, mas não foi obtida resposta.
Entenda o caso
A Justiça do Tocantins condenou o senador a devolver mais de R$ 2,200 milhões por apropriação ilícia de verbas públicas - valor que pode chegar a R$ 21 milhões por causa da correção monetária. Na decisão, o Juiz explica que Jader Barbalho recebeu 20% do dinehrio repassado pela Sudam para a Imperador Agroindustria de Cereais S.A, que fica no municípuo de Cristalândia, no Tocantins, e teve o projeto aprovado em 1998 para receber mais de R$ 11 milhões da Sudam. Notas fiscais e cheques falsificados foram usados para justificar a aplicação dos recursos
A Justiça do Tocantins condenou o senador a devolver mais de R$ 2,200 milhões por apropriação ilícia de verbas públicas - valor que pode chegar a R$ 21 milhões por causa da correção monetária. Na decisão, o Juiz explica que Jader Barbalho recebeu 20% do dinehrio repassado pela Sudam para a Imperador Agroindustria de Cereais S.A, que fica no municípuo de Cristalândia, no Tocantins, e teve o projeto aprovado em 1998 para receber mais de R$ 11 milhões da Sudam. Notas fiscais e cheques falsificados foram usados para justificar a aplicação dos recursos
Para a Jusitça, as fraudes aconteciam porque havia um acordo entre os
empresários e o senador Jader Barbalho. O objetivo era aprovar o projeto
rápido para liberar o dinheiro. Só no Tocantins, 24 ações cíveis cobram
devolução de recursos desviados da Sudam. O prejuízo é de 200 milhões
de reais, valores que ainda devem ser corrigidos.
Fonte: G1 PA / O Globo
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