PESQUISA DA DATAFOLHA QUE DERRUBA DILMA ENTREVISTA RICOS E ESCONDE OS POBRES.
o Blog Tijolaço desconfia que o Datafalha consultou os clientes do Fasano e trás nova luz aos fatos .
A partir da denúncia de Flávio Luiz Sartori,
de que a base amostral da pesquisa Datafolha que apontou uma queda de
30% na aprovação da presidenta Dilma Rousseff, o Tijolaço foi conferir e
confirmou que a distribuição do eleitorado usada na pesquisa é
totalmente diferente da distribuição do eleitorado brasileiro segundo os dados oficiais do Tribunal Superior Eleitoral.
A distribuição da amostra usada pelo Datafolha - disponível aqui, no site do instituto–
revela que foi entrevistado um eleitorado com um perfil mais elevado de
grau de instrução do que o realmente existente, o que reduz o nível de
aprovação da Presidenta que, como todos os institutos concordam, obtém
seus melhores resultados entre os mais pobre e, por conseguinte, com
menor grau de instrução.
Segundo o TSE, os eleitores, no Brasil, com grau de instrução de, no máximo, ensino fundamental representam 57,8% do total.
No Datafolha, eles são apenas 41% do total. Uma diferença de “apenas”
16% dos 140 milhões de eleitores, ou 23 milhões de brasileiros
subitamente escolarizados pelo Datafolha.
Os eleitores de ensino médio, completo ou incompleto, diz o TSE, são 34,7% do eleitorado. No Datafolha, eles representam 42%.
E os de ensino superior, também completo ou incompleto, são, nos números
oficiais, 7,8% do total. Mas o Datafolha mais que dobra este
percentual, entrevistando 17% de eleitores nesta condição escolar.
Isso, na base total. Na base ponderada, que é a utilizada para fazer os
cálculos percentuais, a coisa ainda piora, como você vê aí embaixo. Com
essa base, chagamos aos números monstriuosamente distorcidos que Sartori
exibe em seu post: 38,4% de nível fundamental e 19,8% de nível
superior.
O nome disso, em português claro, é manipulação de pesquisa.
Que, por sinal, já vinha de pesquisas anteriores do Datafolha e se agravou nesta última. A pesquisa anterior do instituto,
aquela que mostrava uma queda de 8 pontos, tinha 45% de eleitores com
grau fundamental ou menor (mais 4%), 40% com ensino médio (menos 2%) e
15% com ensino superior (menos 2%).
Como os dados do TSE podem ter, de fato, algumas distorções, por
conterem dados do momento do cadastro ou recadastramento eleitoral –
assim como as pesquisas de rua, como as do Datafolha, ao contrário,
tendem a apresentar a natural distorção da autodeclaração de
escolaridade, os números não batem.
O
Instituto Paulo Montenegro, do Ibope, usa os dados que reproduzo na
tabela ao lado, que indicam que os brasileiros entre 15 e 64 anos
(basicamente a faixa eleitoral) são de 51% com ensino fundamental ou sem
instrução, 35% com o ensino médio e 14% com ensino superior, compilando
dados da Pnad/IBGE de 2009. Frise-se que isso ainda permite alguma
distorção, pois a população de 15 a 18 anos, com grau de instrução
superior à média, não é de alistamento obrigatório e a de 64 a 70, com
grau de instrução bem abaixo da média, é.
Óbvio que ninguém está negando que a crise tenha tirado popularidade de
Dilma. Isso é obvio e esperado. Mas que a base amostral do Datafolha dá
“uma mãozinha”, dá.
O Datafolha tem de explicar porque não usa dos dados do TSE.
E o TSE tem de esclarecer a população se é possível divulgar maciçamente
pesquisas feitas com uma base totalmente diferente da que ele,
Tribunal, considera correta.
No Tijolaço
Nenhum comentário:
Postar um comentário